Casa Espírita
Missionários da Luz - ESDE1 - 29/10/2013
Tema:
Lei
de Igualdade – A questão das Desigualdades/ Igualdade de Direitos
do Homem e da Mulher
Objetivos:
Explicar
a causa das desigualdades sociais.
Dizer
porque o homem e a mulher devem ser considerados iguais.
Identificar
na diferença dos sexos a necessidade de experiência diversas para
o espírito.
Bibliografia:
O
Livro dos Espíritos, pergs: 202, 803
à 813, 817 à 822;
João,
Cap.4, Vv 5-42;
Atualidade
do Pensamento Espírita, Vianna de Carvalho/Divaldo P. Franco,
perg.12
Vereda
Familiar, Thereza de Brito/Raul Teixeira, cap. 13
Desafios
da Educação, Camilo/Raul Teixeira, perg.61
Até
o Fim dos Tempos, Amélia Rodrigues/Divaldo P. Franco, Cap. “Jesus,
o libertador da mulher”
TEIXEIRA, J. Raul. O
Messias. In:___. Quem é o Cristo. Pelo espírito Camilo. Niterói:
Fráter, 1997. cap. 14.
Material: Enviar antes,
por e-mail, a página de Vereda Familiar, Cap. 13, “A Mulher e
Seus Filhos”, para reflexão pelo grupo.
1. Leitura Inicial:
“Fotina” - Página do Momento Espírita
2. Prece e comentário da
página do Momento Espírita.
3. Leitura e comentários
das perguntas de O Livro dos Espíritos:
803.
Perante
Deus, são iguais todos os homens?
804.
Por
que não outorgou Deus as mesmas aptidões a todos
os homens?
806.
É
lei da natureza a desigualdade das condições sociais?
a)
—
Algum dia essa desigualdade desaparecerá?
814.
Por
que Deus a uns concedeu as riquezas e o poder, e a outros,
a miséria?
202.
Quando
errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou
no de uma mulher?
817.
São
iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos
direitos?
819.
Com
que fim mais fraca fisicamente do que o homem é a
mulher?
821.
As
funções a que a mulher é destinada pela Natureza terão
importância tão grande quanto as deferidas ao homem?
822.
a) —
Assim sendo, uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve
consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher?
Perguntas ao grupo:
- Como analisar a atuação da mulher no mercado de trabalho e a educação da família? (Perg. 12 de Atualidade do Movimento Espírita);
- É salutar as mães ensinarem a suas filhas a cuidar de tarefas domésticas? (Perg. 61 de Desafios da Educação).
“O
movimento feminista desconhece o verdadeiro papel da mulher e tende a
transviá-la do destino que lhe está natural e normalmente traçado.
O homem e a mulher nasceram para funções diferentes mas
complementares. No ponto de vista da ação social são equivalentes
e inseparáveis” (Denis. No invisível, p.78).
- Prece final.
João,
Capítulo 4, 5:42
Chegou,
pois, a uma cidade de Samária, chamada Sicar, junto da herdade que
Jacó dera a seu filho José;
achava-se
ali o poço de Jacó. Jesus, pois, cansado da viagem, sentou-se assim
junto do poço; era cerca da hora sexta.
Veio
uma mulher de Samária tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá- me de
beber.
Pois
seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.
Disse-lhe
então a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a
mim, que sou mulher samaritana? (Porque os judeus não se comunicavam
com os samaritanos.)
Respondeu-lhe
Jesus: Se tivesses conhecido o dom de Deus e quem é o que te diz:
Dá-me de beber, tu lhe terias pedido e ele te haveria dado água
viva.
Disse-lhe
a mulher: Senhor, tu não tens com que tirá-la, e o poço é fundo;
donde, pois, tens essa água viva?
És
tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço,
do qual também ele mesmo bebeu, e os filhos, e o seu gado?.
Replicou-lhe
Jesus: Todo o que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele
que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário,
a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre
para a vida eterna.
Disse-lhe
a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede,
nem venha aqui tirá-la.
Disse-lhe
Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá.
Respondeu
a mulher: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não
tenho marido; porque cinco maridos tiveste, e o que agora tens não é
teu marido; isso disseste com verdade.
Disse-lhe
a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste
monte, e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve
adorar.
Disse-lhe
Jesus: Mulher, crê-me, a hora vem, em que nem neste monte, nem em
Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós
adoramos o que conhecemos; porque a salvação vem dos judeus. Mas a
hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o
Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim
o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o
adorem em espírito e em verdade.
Replicou-lhe
a mulher: Eu sei que vem o Messias (que se chama o Cristo); quando
ele vier há de nos anunciar todas as coisas.
Disse-lhe
Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.
E
nisto vieram os seus discípulos, e se admiravam de que estivesse
falando com uma mulher; todavia nenhum lhe perguntou: Que é que
procuras? ou: Por que falas com ela?
Deixou,
pois, a mulher o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens:
Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto eu tenho feito; será
este, porventura, o Cristo?
Saíram,
pois, da cidade e vinham ter com ele.
Entrementes
os seus discípulos lhe rogavam, dizendo: Rabi, come. Ele, porém,
respondeu: Uma comida tenho para comer que vós não conheceis. Então
os discípulos diziam uns aos outros: Acaso alguém lhe trouxe de
comer?
Disse-lhes
Jesus: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e
completar a sua obra. Não dizeis vós: Ainda há quatro meses até
que venha a ceifa? Ora, eu vos digo: levantai os vossos olhos, e vede
os campos, que já estão brancos para a ceifa. Quem ceifa já está
recebendo recompensa e ajuntando fruto para a vida eterna; para que o
que semeia e o que ceifa juntamente se regozijem. Porque nisto é
verdadeiro o ditado: Um é o que semeia, e outro o que ceifa. Eu vos
enviei a ceifar onde não trabalhaste; outros trabalharam, e vós
entrastes no seu trabalho.
E
muitos samaritanos daquela cidade creram nele, por causa da palavra
da mulher, que testificava: Ele me disse tudo quanto tenho feito.
Indo, pois, ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com
eles; e ficou ali dois dias.
E
muitos mais creram por causa da palavra dele; e diziam à mulher: Já
não é pela tua palavra que nós cremos; pois agora nós mesmos
temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do
mundo.
Fotina
- Matéria publicada no Jornal Mundo Espírita - junho/2004
Um
arauto na Samaria. A tradição oral acatou e conservou, até os
nossos dias, a denominação de "A Iluminadora" que lhe
conferiram os primitivos cristãos, que se nutriram na sua coragem de
proclamar as imperfeições e pela afeição com que se ligou a
Jesus.
Calcula-se
que o fato se deva ter dado entre os meses de dezembro/janeiro, pois
que, em seu diálogo posterior, registrado pelo Evangelista João, em
seu capítulo 4:35, Jesus se refere à colheita do trigo que se
deveria dar quatro meses empós, o que seria, pois, entre os meses de
março ou abril.
Jesus
se encontrava na Peréia, quando soube da prisão de João Batista e,
com o intuito de não acirrar ainda mais os ódios dos seus inimigos,
com a Sua presença, retirou-se para a Galiléia.
Havia
três caminhos a escolher: um, pelo litoral do Mar Mediterrâneo,
outro, pelas margens do Jordão e, finalmente, pelo interior da
Samaria. Este último foi o que o Mestre preferiu.
Ele
deseja um encontro. Galga a serra de Efraim, contornando o monte
sagrado onde os samaritanos adoravam Jeová. O caminho é áspero e
cansativo, desenvolvendo-se sobre despenhadeiros, entre pedregulhos e
calhaus.
À
hora sexta (meio-dia) Jesus e os discípulos atingem o fundo do
declive, onde os prados se desenrolam, cobertos pelas searas e se
ergue, todo em alvenaria, o poço de Jacó. Era costume, entre os
samaritanos, denominar as localidades com nomes patriarcais. Os
companheiros se dirigem à cidade próxima, Sicar, a fim de adquirir
pão e frutas. O Mestre prefere esperar.
É
como se Ele tivesse marcado um encontro. Ele aguarda. Quem? Será um
personagem importante ou uma alma virtuosa? Não: a pessoa que virá
será alguém sem nenhuma importância e carregada de culpas.
Não
tardou a aparecer uma mulher samaritana. Trazia um cântaro à cabeça
e, ao deparar com o judeu, estaca. Depois, meio a medo, ela passa por
ele, dirige-se ao poço. Amarra as asas do cântaro à corda, e colhe
a água. Coloca a bilha sobre o poial e quando vai levantá-la ao
ombro, ouve:
-
"Dá-me de beber."
A
samaritana estranha o pedido. Será com ela mesma? Um judeu pedindo
favor? Judeus e samaritanos olhavam-se com despeito, julgando-se
superiores os primeiros e considerando os segundos impuros, eis que
se haviam mesclado aos imigrantes pagãos, que tinham dominado a
Samaria.
Um
outro detalhe ainda a surpreende. Ela é uma mulher, a quem o homem
não dirije a palavra em público, mesmo seja sua esposa, mãe ou
irmã.
Um
tanto irônica, extravasa a própria amargura e lhe diz:
- "Como sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?"
A
resposta do rabi judeu não revela aspereza, nem revide:
- "Se tu conhecesses o dom de Deus, e quem é o que te diz: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva."
"Como
alguém que nem tem com que tirar a água do poço, poderia ofertar
água?" - é o que ela indaga, para ouvir a respeito da água
vivia com que Jesus vinha dessedentar a humanidade. Uma água que
dessedenta eternamente.
Terá
pensado a mulher na bênção de não mais necessitar vir à fonte,
duas vezes ao dia? Terá percebido nas palavras do rabi algo que lhe
pudesse saciar a sede interior? Ela bebera os prazeres sensuais em
grande abundância, nas suas águas salobras, e não sentira
diminuído o ardor que a fizera mendiga de muitos homens.
- "Dá-me dessa água, Senhor." - Agora ela se torna pedinte.
O
Amigo Celeste lhe diz que vá chamar seu marido e retorne. Ela se
perturba. Toda sua alma ferida, humilhada, receia. As lágrimas
escorrem pela face. Quanto desejara, tantas vezes, ser considerada
uma mulher correta, e, conseqüentemente, respeitada. Mas jamais o
fora.
-
"Não tenho marido..." - balbucia.
Jesus
sabe, conhece sua intimidade e ao confirmar-lhe que ela falava a
verdade, porque já tivera cinco maridos e o homem com quem convivia
não era seu marido, conquista em definitivo a mulher.
Ela
o reconhece como profeta, pois somente um Profeta poderia saber tais
coisas, devassar-lhe o interior.
A
mente em desalinho, ela deseja aproveitar cada minuto, e pergunta,
interroga. Sua voz se torna doce. A conversação se alonga, em torno
das considerações do correto local de adorar a Deus.
Jerusalém,
pregavam os judeus. Monte Garizim, mesmo depois do templo destruído,
falavam os samaritanos.
A
admirável paciência de Jesus lhe diz:
- "Acredita-me, senhora; virá a hora em que adorareis ao Pai, não já neste monte, nem em Jerusalém, mas em espírito e em verdade; pois Deus é espírito e os que o adoram, em espírito e verdade, é que devem adorá-lo.
As
palavras são sublimes: um cálice de água viva. Rompem-se velhos
conceitos e separativismos. Deus não pertence a um povo, a uma
casta. É imanente em tudo e todos. Transcendente.
Talvez
por não estar habituada a questões filosóficas mais profundas, não
tivesse entendido bem o ensino. Ou talvez se desejasse assegurar a
respeito da identidade do peregrino. Fosse porque fosse, ela ousa
dizer:
-
"Bem sei que, quando vier o Messias, nos há de revelar todas as
coisas..."
E
Jesus, de modo direto, se identifica, antes de o fazer, de forma
ostensiva, a outro qualquer:
- "Eu o sou; eu, que falo contigo."
Aquela
informação despertou na mulher uma explosão de alegria. Algo
dentro dela se rompeu. Ela abandonou o cântaro à borda do poço e
se pôs a correr na direção de Sicar, entrando na cidade a gritar:
- "Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito! Porventura não é este o Cristo?"
A
população espia pelas janelas, sai às portas.
-
"Estará louca?" Questionam uns.
Outros
pedem-lhe explicações. O povo se vai aglomerando. Logo, são
centenas de habitantes da cidade que a rodeiam.
O
falatório cresce. As discussões se ampliam. O melhor é irem todos
ver o tal estrangeiro que falou com Fotina. Quase aos atropelos,
descem até o poço de Jacó.
Os
discípulos, que chegaram com as compras, oferecem alimento ao
Mestre, que agradece, mas não se serve. Refere-se a um alimento que
eles desconhecem e que a sua comida é fazer a vontade dAquele que o
enviou.
Os
samaritanos o rodeiam e o ouvem. Ele fala da semeadura e da colheita
àqueles pastores, agricultores, pescadores. Tão encantados ficaram
que rogaram que Ele permanecesse mais um tempo. Jesus se deixou ficar
por dois dias em Sicar, ensinando e curando.
Ao
se despedir, no terceiro dia, havia lágrimas nos olhos de toda
aquela gente desprezada e humilhada. Nunca ninguém lhes dera tanto.
Todos
os que haviam bebido da Sua sabedoria, que haviam se consolado com
Seus ensinos, que haviam vislumbrando a chance da renovação, ou se
curado de mazelas, voltaram-se para Fotina, e lhe disseram:
-
"Mulher, já não é pelo que disseste que nós cremos: porque
nós mesmos O temos ouvido e sabemos que Ele é verdadeiramente o
Cristo, o Salvador do Mundo..."
E
"A Iluminadora" nunca mais foi a mesma, após o sublime
encontro, na tarde quente, ao sol do meio-dia.
Bibliografia:
01.FRANCO,
Divaldo Pereira. A mulher da Samaria. In:___. As primícias do reino.
Pelo espírito Amélia Rodrigues. Rio de Janeiro: SABEDORIA, 1967.
02.RENAN,
Ernest. Relações de Jesus com os pagãos e os samaritanos. In:___.
Vida de Jesus. São Paulo: Martin Claret, 1995. cap. 14.
03.ROHDEN,
Huberto. Água viva. In:___. Jesus Nazareno. 6. ed. São Paulo: União
Cultural. v. 1, cap. 28.
04.______.
Jesus e as mulheres. Op. cit. Cap. 54.
05.SALGADO,
Plínio. Jesus e a samaritana. In:___. Vida de Jesus. 21. ed. São
Paulo: Voz do Oeste, 1978. cap. 24.
06.TEIXEIRA,
J. Raul. O Messias. In:___. Quem é o Cristo. Pelo espírito Camilo.
Niterói: Fráter, 1997. cap. 14.
A Mulher e Seus Filhos
Inequivocamente, à
mulher cabe uma importante quota de contribuição com a Obra de
Deus, oferecendo a sua sensibilidade e a sua inteligência em favor
da vida. Muito a propósito é a afirmação do Espírito de Verdade,
quando situa a tarefa delegada por Deus à mulher como mais
importante que à do homem, uma vez que cabe a ela o conduzimento dos
homens, dando-lhes as primeiras noções de vida (*).
***
Junto a seus filhos é
que a mulher encontra as mais exuberantes oportunidades de avançar,
em espírito, para alcançar os campos luminosos do progresso pelos
quais anela.
Não obstante não possa
a mulher prescindir da cooperação di companheiro no processo da
orientação dos rebentos, salvo nos casos de provações impostas
pela morte ou nas situações em que a irreflexão haja gerado
problemas irreversíveis propiciando a sua solidão no esforço de
dirigir a prole, é a ela, à mãe, que tocam graves compromissos,
pois, por sua contextura físio-psicológica ela guarda as
potencialidades necessárias para a realização de seus abençoados
misteres.
Vivendo numa época de
contestação e desencontros éticos, na qual a figura feminina tem
sido explorada de absurdas formas, desde a exibição do nu
comprometedor, geratriz de conúbios mentais deletérios, até as
ideologias libertárias e fascinantes que, se lhe apontam caminhos
novos de poder e independência, quase nunca mostram roteiros de
equilíbrio ou sensatez, pelos quais possa caminhar com segurança.
***
Tenha cuidado, minha
amiga cristã, quando você estiver instigada a abandonar hábitos, a
quebrar esse ou aquele tabu,
sendo compelida a assumir hábitos mais infelizes que os antigos ou a
adotar novos tabus,
tão nefastos como os que você deverá abandonar.
Pense que você não vive
somente por si. A mulher-mãe vive por si e pelos filhos e deverá
guardar a certeza do quanto ela influirá sobre as vidas dos seus,
quer disso esteja consciente ou não.
***
Prepare-se, assim, minha
irmã, para um melhor entendimento da sua própria vida e de sua
missão.
Se viável e oportuno,
trabalhe fora de casa, sem mergulhar na mania da fuga do lar, sem
razão e sem lógica.
Se lhe agrada, use a moda
vestuária, sem se tornar escrava do estilo que lhe possa empurrar
para a vacuidade, para a superficialidade.
***
Junto a seus filhos,
tenha para com eles cuidados de mestra e de irmã, de enfermeira e de
mãe, resguardando-os, pelo menos enquanto pequenos, dos conflitos e
tormentos dispensáveis da Terra.
Olhe seus filhos e
ame-os, sem pieguismos que mais representam desajuste emocional do
que real bem-querer.
Dessa maneira, vista-os
com sobriedade, como você possa, sem fazer deles joguetes do
consumismo inveterado.
Alimente-os com
simplicidade, mantendo-se fiel à qualidade, sem prendê-los às
extravagâncias alimentares que conduzem a doenças e carências
orgânicas irreversíveis.
Ajude-os no processo de
seleção dos divertimentos que sejam nobres e úteis, a fim de que
eles não se chafurdem no lodo de gozos perturbadores e jogos de
azar, que antes excitam a mente sem, contudo, relaxar e alegrar
convenientemente.
Conduza-os com a sua
sabedoria, para a fé em Deus e para o amor à Natureza;
impulsiona-os com a sua sensibilidade para o respeito e proximidade
com Jesus, o nosso Divino Amigo, preparando-os para a reverência às
suas próprias vidas.
Incentive-os para as
artes, para os esportes sadios, para o belo, sem que se olvidem das
próprias responsabilidades para com a existência, como um todo.
***
Perceba, mulher-mãe,
que, enquanto você pensa em tudo isso, pelo bem dos rebentos seus,
acaba por esquecer-se um pouco das misérias vastas que se espalham
ao seu redor, porque sua atenção estará alicerçada nos seus
imediatos compromissos. Você terá menos tempo para lamentar ou para
maldizer as coisas negativas.
Não dê ouvidos às
sugestões do comodismo. O que seria de você sem os seus filhos, por
mais peraltas ou indiferentes que sejam? Por certo, sem eles a lhe
valorizarem os dias, seria você uma boneca decorada para a vitrine
da ilusão ou uma sombra ambulante, encharcada de tóxicos vários
para suportar as frustrações.
O Senhor conta com você,
de modo particular, porque, quando você decidir-se a educar e amar,
instruir e orientar com firmeza e disposição, o mundo mudar-se-á
para melhor. Assimilará a luz que jorra do Infinito por meio da sua
atuação.
Não se esqueça disso,
mulher, e proponha-se, desde hoje, clarificada pela excelsa
inspiração do Mais Alto, a conduzir os seus filhos para o regaço
do verdadeiro Pai, o Pai de todos nós.
Terá você, então,
cumprido o seu papel.
Será você, desde aí,
muitíssimo feliz.
(Vereda Familiar, Thereza
de Brito/Raul Teixeira, Cap.13)
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