segunda-feira, 28 de novembro de 2016

União da alma ao corpo

Casa Espírita Missionários da Luz
ESDE1


SUBUNIDADE 5 - PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

Tema nº 3:    União da alma ao corpo
Data:              01/06/2010 e 08/06/2010


Objetivos:
  1. Identificar o momento a partir do qual a alma se une ao corpo e como se dá este processo.
  2. Compreender as condições do espírito no período anterior à concepção e a partir desta até o nascimento.
  3. Identificar o porquê do “esquecimento do passado”, vislumbrando a misericórdia divina.


Bibliografia:
a)    O Livro dos Espíritos – Pergs. 344 a 360.
b)    A Gênese - Cap. XI, Itens 11, 18 e 20. (será distribuído texto impresso)
c)    Missionários da luz - “Reencarnação”. (será distribuído texto impresso)
d)    O Evangelho Segundo o Espiritismo - “Bem aventurados os Aflitos”, Item 11.


Desenvolvimento 1: (01/06/2010)
  1. Leitura do texto do Momento Espírita “Um silêncio eloquente”.
  2. Solicitação aos membros do Grupo para que comentem a relação entre o texto lido e o tema do último encontro: “objetivo da reencarnação”.
  3. Prece de abertura.
  4. Leitura, debate e reflexão da bibliografia (a , b) citada .
  5. Prece de encerramento.

Desenvolvimento 2: (08/06/2010)
  1. Leitura de uma página do ESE, aberta ao acaso.
  2. Breves comentários.
  3. Prece inicial.
  4. Dois grupos. Leitura do texto “Reencarnação” (c). Grupo 1 deverá relacionar o texto com o conteúdo do Tema já estudado: “objetivo da reencarnação”. Grupo 2 deverá relacionar o texto com o tema já estudado: “união da alma ao corpo”, enfocando os preparativos no plano espiritual para a reencarnação.
  5. Apresentação dos grupos.
  6. Leitura e comentário do texto (d).
  7. Prece de encerramento.

Um silêncio eloquente


            O hábito de reclamar e altercar é bastante difundido.
            Ante a mínima contrariedade ou decepção, reclamações e discussões costumam surgir.
            Tem-se a impressão de que todos esperam uma vida perfeita.
            Como a perfeição não é deste mundo, explodem os destemperos e os atritos.
            A esposa se agasta com a pouca atenção que sustenta receber do esposo.
            O empregado reclama das exigências do patrão.
            O chefe se irrita com as falhas dos subordinados.
            Irmãos se atacam, sob o menor pretexto.
            Estudantes blasfemam contra o professor exigente.
            Mestres discursam a respeito da pouca dedicação de seus discípulos.
            Quem tem alguma enfermidade se acha uma vítima da vida.
            Aquele que cuida de parente enfermo também bufa contra o destino.
            De um modo ou de outro, as criaturas em geral parecem contrariadas.
            À míngua de um mundo cor-de-rosa no qual possam viver, fazem com que
            todos saibam que estão descontentes.
            Não têm o cuidado de processar no próprio íntimo os seus dissabores.

            Não se indagam da razão pela qual passam por dificuldades.
            Especialmente, olvidam o silêncio como forma de preservar a paz do próximo.
            Mas há um exemplo sobre o qual convém refletir.
            Trata-se do comportamento de Jesus logo após Sua prisão.
            O Mestre Divino jamais poderia ser acusado de omisso.
            Sempre Se posicionou com firmeza, em defesa do bem e da verdade.
            Levantou com desassombro Sua voz contra as hipocrisias dos fariseus.
             Esclareceu de modo vigoroso os que faziam do Templo um local de comércio.
            Contudo, na hora de Seu testemunho maior, calou a própria voz.
            A caminho do calvário, passou em espetáculo para o povo, com a alma
            mergulhada em um maravilhoso e profundo silêncio.
            Sem proferir a mais leve acusação, caminhou humilde, coroado de espinhos.
            Não Se agastou com a ignorância que Lhe colocou nas mãos uma cana
            imunda, à guisa de cetro.
            Não Se incomodou com as cusparadas dos populares exaltados.
            No momento do calvário, Jesus atravessou as ruas de Jerusalém em um
            silêncio pleno de significados.
            Como se desfilasse diante da Humanidade inteira, ensinou a virtude
            da tranquila submissão à vontade de Deus.
            * * *
            Antes de reclamar da vida, reflita sobre esse exemplo.
            Jesus era puro e não desdenhou o sacrifício.
            Entretanto, você certamente ainda carece de muitas experiências para
            completar seu processo evolutivo.
            Se a vida lhe faz exigências, aquiesça.
            Não espere a todo momento ser auxiliado e compreendido.
            Habitue-se a ser quem entende e ampara.
            Tendo em mente o maravilhoso silêncio de Jesus, aprenda a também
            silenciar suas queixas.

            Redação do Momento Espírita, com base no cap. XII do livro Boa nova,
            pelo Espírito Irmão X, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

A GÊNESE
CAP XI
...
11. Para ser mais exato, é preciso dizer que é o próprio Espírito que modela o seu envoltório e o apropria às suas novas necessidades; aperfeiçoa-o e lhe desenvolve e com-
pleta o organismo, à medida que experimenta a necessidade de manifestar novas faculdades; numa palavra, talha-o de acordo com a sua inteligência. Deus lhe fornece os materiais; cabe-lhe a ele empregá-los. É assim que as raças adiantadas têm um organismo ou, se quiserem, um aparelhamento cerebral mais aperfeiçoado do que as raças primitivas. Desse modo igualmente se explica o cunho especial que o caráter do Espírito imprime aos traços da fisionomia e às linhas do corpo. (Cap. VIII, nº 7: Alma da Terra.)
...
18. Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do  princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se  enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior.
Por um efeito contrário, a união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara sob a influência do princípio vital do gérmen, cessa, desde que esse princípio deixa de atuar, em conseqüência da desorganização do corpo. Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito.
...
20. Um fenômeno particular, que a observação igualmente assinala, acompanha sempre a encarnação do Espírito. Desde que este é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de perturbação, que aumenta, à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações.

TRECHOS DA OBRA “MISSIONÁRIOS DA LUZ” (André Luiz)

REENCARNAÇÃO

... Alexandre, porém, sempre gentil e benevolente, acentuou:
– Este não é um estudo que você possa entender, por enquanto. Estou examinando a geografia  dos genes nas estrias cromossômicas, a fim de certificar-me até que ponto poderemos colaborar em favor de nosso amigo Segismundo, com recursos magnéticos para a organização das propriedades hereditárias.
 ...
 não hesitei em dirigir-lhe nova consulta.
Existem, então aqueles que reencarnam inconsciente do ato que realizam?
– Certamente – .... Somente as almas educadas têm compreensão real da verdadeira situação que se lhes apresenta em frente da morte do corpo. Do mesmo modo, aqui. A maioria dos que retomam a existência corporal na esfera do Globo é magnetizada pelos benfeitores espirituais, que lhes organizam novas tarefas redentoras, e quantos recebem  semelhante auxílio são conduzidos ao templo maternal de carne como crianças adormecidas. O trabalho inicial, que a rigor lhes compete na organização do feto, passa a ser executado pela mente materna e pelos amigos que os ajudam de nosso plano.
...
Passamos, em seguida, à pequena câmara, onde Segismundo repousava. Permanecia ele aflito, de olhar  triste e vagueante. Não pude sopitar uma interrogação: – Por que motivo Segismundo sofre tanto?
– Desde muito, e, particularmente, desde a semana passada, está em processo de ligação fluídica direta com os futuros pais. Herculano está encarregado de ajudá-lo nesse trabalho. À medida que se intensifica semelhante aproximação, ele vai perdendo os pontos de contacto com os veículos que consolidou em nossa esfera, através da assimilação  dos elementos de nosso plano. Semelhante operação é necessária para que o organismo perispiritual possa retomar a plasticidade que lhe é característica e, no estágio em que ele se encontra, o serviço impõe-lhe sofrimentos.
Mas o organismo perispirítico de Segismundo não é o mesmo que ele trouxe da Crosta, ao desencarnar pela última vez?
– Sim – concordou o orientador –, tem a mesma identidade essencial; todavia, com o curso do tempo, em vista de nova alimentação e novos hábitos em meio muito diverso, incorporou determinados elementos  de nossos círculos  de vida, dos quais é necessário se desfaça  a fim de poder penetrar, com êxito, a corrente da vida carnal. Para isto,  as lutas das ligações fluídicas primordiais com as emoções que  lhes são conseqüentes desgastam-lhe as resistências dessa natureza, salientando-se que, nesta noite, faremos a parte restante  do serviço, mobilizando, em seu auxilio, nossos recursos magnéticos.
...
Seguido pelos amigos, Alexandre aproximou-se de Segismundo e falou-lhe, bem-humorado: – Então? Mais forte? E, acariciando-lhe a face, acrescentou:  – Você deve estar satisfeito: é chegado o momento decisivo. Todas as nossas expressões de reconhecimento a Deus são insignificantes, diante da nova oportunidade recebida.
– Sim... – falou Segismundo, arquejante – estou grato... Não se esqueçam de mim.
Ponderei, então, no concurso enorme que todos recebemos ao regressar ao círculo carnal. Aqueles devotados benfeitores auxiliavam Segismundo, desde o primeiro  dia, e, ainda  ali, diante do possível recuo do interessado, eles mesmos se mostravam dispostos a consolar-lhe todas as tristezas, levantando-lhe o ânimo para o êxito final.
Os Espíritos Construtores começaram o trabalho de magnetização do corpo perispirítico, no que eram amplamente secundados pelo esforço do abnegado orientador, que se mantinha dedicado e firme em todos os campos de serviço.
Sem que me possa fazer compreendido, de pronto, pelo leitor comum, devo dizer que “alguma  coisa da forma de Segismundo estava sendo eliminada”. Quase que imperceptivelmente, à medida que se intensificavam as operações magnéticas, tornava-se ele mais pálido. Seu olhar parecia penetrar outros domínios. Tornava-se vago, menos lúcido. A certa altura,  Alexandre falou-lhe com autoridade:
Segismundo,  ajude-nos! Mantenha clareza de propósitos e pensamento firme!
Tive a impressão de que o reencarnante se esforçava por obedecer. – Agora – continuou o instrutor – sintonize conosco relativamente à forma pré-infantil. Mentalize sua volta ao refúgio maternal da carne terrestre! Lembre-se da organização fetal, faça-se pequenino! Imagine sua necessidade de tornar a ser criança para aprender a ser homem!
Compreendi que o interessado precisava oferecer o maior coeficiente de cooperação individual para o êxito amplo. Surpreendido, reconheci que, ao influxo magnético de Alexandre e dos Construtores Espirituais, a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida. ... Por fim, com grande assombro meu, verifiquei que a forma de nosso amigo assemelhava-se à de uma criança.
...
– O que vimos, porém, com Segismundo – perguntei – é regra geral para todos os casos?
– De modo algum – respondeu o  instrutor, atencioso –. Os processos de reencarnação, tanto quanto os da morte física, diferem ao infinito, não existindo, segundo cremos, dois absolutamente iguais. As facilidades e obstáculos estão subordinados a fatores numerosos, muitas vezes relativos  ao estado consciencial dos próprios interessados no regresso à Crosta ou na libertação dos veículos carnais. Há companheiros de grande elevação que, ao voltarem à esfera mais densa em apostolado de serviço e iluminação, quase dispensam o  nosso concurso. Outros irmãos nossos, contudo, procedentes de zonas inferiores, necessitam de cooperação muito mais complexa que a exercida no caso de Segismundo.
...
Depois de pequena pausa, acentuou:
Os membros e os órgãos serão excelentes. E se o nosso amigo souber valorizar as oportunidades do futuro, possivelmente conquistará o equilíbrio do aparelho circulatório, mantendo-se em serviço de iluminação por abençoado tempo de trabalho terrestre. Depende dele o êxito preciso.

Voltando-se para os Construtores, falou-lhes, afável:
– Meus amigos, o nosso Herculano permanecerá em definitivo junto de Segismundo, na nova experiência, até que ele atinja os sete anos, após o renascimento, ocasião em que o processo reencarnacionista estará consolidado. Depois desse  período, a sua tarefa de amigo e orientador será amenizada, visto que seguirá o nosso irmão em sentido mais distante.
...
Nosso irmão reencarnante apresentar-se-á, mais tarde, entre os homens, tal qual vivia entre nós? Já que as suas instruções se baseiam na forma perispiritual  preexistente, terá ele a mesma altura, bem como as mesmas expressões que o caracterizavam em nossa esfera?
Alexandre respondeu sem titubear:
– Raciocine devagar, André! Falamos da forma preexistente, nela significando o modelo de configuração típica ou, mais propriamente, o “uniforme humano”. Os contornos e minúcias anatômicas vão desenvolver-se de acordo com os princípios de equilíbrio e com a lei da  hereditariedade. A forma física futura de nosso amigo Segismundo dependerá dos cromossomos paternos e maternos; adicione, porém, a esse fator primordial, a influência dos moldes mentais de Raquel, a atuação do próprio interessado, o concurso dos Espíritos Construtores, que agirão como funcionários da natureza divina, invisíveis ao olhar terrestre, o auxilio afetuoso das entidades amigas que visitarão constantemente o reencarnante, nos meses de formação  do novo corpo, e poderá fazer uma idéia do que vem a ser o templo físico que ele possuirá, por algum tempo, como dádiva da Superior Autoridade de Deus, a fim de que se valha da bendita oportunidade de redenção do passado e iluminação para o futuro, no tempo e no espaço.
...
Os contornos anatômicos da forma física, disformes ou perfeitos, longilíneos ou brevilíneos, belos ou feios, fazem parte dos estatutos educativos. Em geral, a reencarnação sistemática é sempre um curso laborioso de trabalho contra  os defeitos morais preexistentes nas lições e conflitos presentes. Pormenores anatômicos imperfeitos, circunstâncias adversas, ambientes hostis, constituem, na maioria das vezes, os melhores lugares de aprendizado e redenção para aqueles que renascem. Por isso, o mapa de provas úteis é organizado com antecedência, como o caderno de apontamentos dos aprendizes nas escolas comuns. Em vista disso, o mapa alusivo a Segismundo está devidamente traçado, levando-se em conta a cooperação fisiológica dos pais, a paisagem doméstica e o concurso fraterno que lhe será prestado por inúmeros amigos daqui. Imagine, pois, o nosso amigo voltando a uma escola, que é a Terra; assim procedendo, alimenta um propósito que é o da aquisição de valores novos. Ora, para realizá-lo terá de submeter-se às regras do educandário, renunciando, até certo ponto, à grande liberdade de que dispõe em nosso meio.


PERSONAGENS PRINCIPAIS:

Alexandre - Supersivor ; ANDRÉ - André Luiz - “estagiário” ; Herculano - Espírito Protetor de Segismundo, espírito que irá reencarnar; Raquel - futura mãe de Segismundo.

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