Tema: Estudo do capítulo 8 de Nosso Lar – Organização de serviços
Coordenação: Augusto
Objetivos:
Levar o participante a refletir sobre o papel das autoridades e dos
trabalhadores, comparando o mundo espiritual e o terreno.
Bibliografia:
O Nosso Lar, Cap. 8
Livro dos Espíritos: 674, 675, 678, 816,
O Céu e o Inferno: 2ª parte, cap. II, espíritos
felizes, Condessa Paula
Evolução em dois mundos: 27 Vida social dos
desencarnados
Revista Espírita,
abril/1859: Quadro da vida espirita
Material: apresentação PowerPoint; textos dos grupos
Desenvolvimento:
- Prece inicial
2.
Introdução
O que são moradas espirituais?
Divaldo responde: são as
construções, as habitações, as cidades de onde procedemos. André Luiz nos
desvelou uma das milhares de cidades espirituais, que é Nosso Lar. Da mesma
forma que iam sendo construídas as cidades físicas, aqueles mesmos
desbravadores espirituais quando se desligavam da Terra pela desencarnação,
começaram também a construir, no Mundo Cósmico, conglomerados correspondentes.
Nosso Lar, por exemplo, é uma cidade com aproximadamente dois milhões de
habitantes. Situa-se numa faixa que corresponde à área de Campos dos
Goitacazes, passando por Cabo Frio e alcançando a cidade do Rio de Janeiro,
mais ou menos a sessenta quilômetros de altitude da periferia da Terra. É uma
cidade como outra qualquer, sendo que a energia mental modela-a, qual um raio
laser pode atuar em transplantar uma imagem de um lugar para outro, em
desbloquear um rim que esteja obstruído, uma artéria que esteja com coágulos .
. . Ele os atravessa e logra a desobstrução desejada.
O que rege a formação das Colônias Espirituais é a
Lei de Afinidade. Cada um de nós, após a desencarnação, irá para uma esfera que
adapte à sua condição moral.
3. Projetar os trechos do Capitulo
8:
- Estamos no local do Ministério do Auxílio. Tudo o
que vemos, edifícios, casas residenciais, representa instituições e abrigos
adequados à tarefa de nossa jurisdição. Orientadores, operários e outros
serviçais da missão residem aqui. Nesta zona, atende-se a doentes, ouvem-se
rogativas, selecionam-se preces, preparam-se reencarnações terrenas,
organizam-se turmas de socorro aos habitantes do Umbral, ou aos que choram na
Terra, estudam-se soluções para todos os processos que se prendem ao
sofrimento.
- Há, então, em "Nosso Lar", um
Ministério do Auxílio? - perguntei. - Como não? Nossos serviços são distribuídos numa organização que se aperfeiçoa dia
a dia, sob a orientação dos que nos presidem os destinos.
A
colônia, que é essencialmente de trabalho e realização,
divide-se em seis Ministérios, orientados, cada qual, por doze Ministros. Temos
os Ministérios da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento,
da Elevação e da União Divina. (...) Clarêncio, o nosso chefe amigo, é um dos
Ministros do Auxílio.
O homem vulgar ignora que toda manifestação de
ordem, no mundo, procede do plano superior.
Nenhuma organização útil se materializa na crosta
terrena, sem que seus raios iniciais partam de cima.
- Ali vive o nosso abnegado orientador. Nos
trabalhos administrativos, utiliza ele a colaboração de três mil funcionários;
entretanto, é ele o trabalhador mais
infatigável e mais fiel que todos nós reunidos. Os Ministros costumam
excursionar noutras esferas, renovando energias e valorizando conhecimentos;
nós outros gozamos entretenimentos habituais, mas o Governador nunca dispõe de
tempo para isso. Faz questão que descansemos, obriga-nos a férias periódicas,
ao passo que, ele mesmo, quase nunca repousa, mesmo no que concerne às horas de
sono. Parece me que a glória dele é o
serviço perene. Basta lembrar que estou aqui há quarenta anos e, com
exceção das assembleias referentes às preces coletivas, raramente o tenho visto
em festividades públicas. Seu
pensamento, porém, abrange todos os círculos de serviço, sua assistência
carinhosa a tudo e a todos atinge.
4.
Perguntas:
- Vocês já tinham alguma noção de tamanha
organização de serviços no mundo espiritual?
- Existe estratificação no Mundo Espiritual? Como é
determina?
- Quem são os trabalhadores nas colônias
espiritual? Quais trabalham mais?
- Qual o papel das autoridades nas colônias? E na
terra como é?
Formar uma roda para debatermos as questões.
Material
de apoio
674.LE - A
necessidade do trabalho é lei da Natureza?
“O trabalho é
lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização
obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.
”
675.LE - Por
trabalho só se devem entender as ocupações materiais?
“Não; o Espírito
trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho. ”
678.LE - Em os
mundos mais aperfeiçoados, os homens se acham submetidos à mesma necessidade de
trabalhar?
“A natureza do
trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos
materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas, não deduzais daí que o
homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício, em vez de
ser um benefício. ”
816.LE - Estando
o rico sujeito a maiores tentações, também não dispõe, por outro lado, de mais
meios de fazer o bem?
“Mas, é
justamente o que nem sempre faz. Torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável. Com
a riqueza, suas necessidades aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para
si unicamente. ”
A alta posição
do homem neste mundo e o ter autoridade sobre os seus semelhantes são provas
tão grandes e tão escorregadias como a desgraça, porque, quanto mais rico e
poderoso é ele, tanto mais obrigações têm que cumprir e tanto mais abundantes
são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre
pela resignação e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder. A
riqueza e o poder fazem nascer todas as paixões que nos prendem à matéria e nos
afastam da perfeição espiritual. Por isso foi que Jesus disse: “Em verdade vos
digo que mais fácil é passar um camelo por um fundo de agulha do que entrar um
rico no reino dos céus. ”
Espíritos
abnegados aglutinam-se em verdadeiras cidades e vilarejos com estilos variados
como acontece nos burgos terrestres, característicos da metrópole ou do campo,
edificando largos empreendimentos de educação e progresso, em favor de si
mesmos e a benefício dos outros.
(André Luiz, em
Evolução em Dois Mundos).
Revista Espírita,
abril/1859: Quadro da vida espirita
Considerando-se
o número infinito de mundos que povoam o Universo e o número incalculável de
seres que os habitam, conceber-se-á que os Espíritos têm com que se ocuparem;
mas essas ocupações não lhes são penosas; cumprem-nas com alegria,
voluntariamente e não por constrangimento, e sua felicidade está em triunfarem
naquilo que empreendem; ninguém sonha com uma ociosidade eterna que seria um
verdadeiro suplício. Quando as circunstâncias o exigem, reúnem-se em conselho,
deliberam sobre o caminho a seguir, segundo os acontecimentos, dão ordens aos
Espíritos que lhes são subordinados, e, em seguida, vão para onde o dever os
chama. Essas assembleias são mais ou menos gerais ou particulares, segundo a
importância do assunto; nenhum lugar especial e circunscrito está destinado a
essas reuniões: o espaço é o domínio dos Espíritos; todavia, de preferência,
dirigem-se aos globos onde estão os seus objetivos. Os Espíritos encarnados que
aí estão em missão, nelas tomam parte segundo sua elevação; enquanto seus
corpos repousam, vão haurir conselhos entre os outros Espíritos, frequentemente,
receber ordens sobre a conduta que devem ter como homens. Em seu despertar, não
têm, é verdade, uma lembrança precisa do que se passou, mas têm a intuição, que
os faz agirem como por sua própria iniciativa.
Com os livros do
Espírito André Luiz, temos um quadro da vida espírita que nada fica a dever à
sociedade terrena. Quase não há mudanças e as preocupações rotineiras e
burocráticas continuam nas Colônias, exceto pela disciplina e solidariedade que
prevalecem no dia-a-dia de seus habitantes. Geralmente, os Espíritos trabalham
em equipe. Os grupos de trabalho são divididos em Ministérios, Departamentos,
Caravanas e Turmas. Toda essa estrutura é ligada à Governadoria, que é o órgão
diretivo. A autoridade maior, algumas vezes representada por um Governador,
apresenta-se, periodicamente, aos habitantes das Colônias para orientar ou
instruir através de palestras, para conferenciar com seus auxiliares, com os
Ministros e trabalhadores. O cargo de governador não é vitalício, embora seja
exercido por período bastante longo.
A estrutura
administrativa do Mundo Espiritual, segundo as informações de André Luiz,
objetivando atingir os fins ético-morais propostos pela Lei Divina, é composta
de diversos setores, com milhares de funcionários. Os Espíritos aceitam de bom
grado as tarefas, pois sabem que a cada um é dado o trabalho de acordo com sua
capacidade, e as ocupações, por mais insignificantes que pareçam, são encaradas
com muita seriedade, desde as de vigilância até as ministeriais.
A população das Colônias Espirituais está dividida
em assistentes e assistidos, administradores e administrados, etc....
CONDESSA PAULA
Bela, jovem,
rica e de estirpe ilustre, esta era também perfeito modelo de qualidades
intelectuais e morais. Faleceu com 36 anos de idade, em 1851. Seu necrológio é
daqueles que podem resumir-se nestas palavras por mil bocas repetidas: -
"Por que tão cedo retira Deus tais pessoas da Terra?" Felizes os que
assim fazem abençoada a sua memória. Ela era boa, meiga e indulgente, sempre
pronta a desculpar ou atenuar o mal, em lugar de aumentá-lo. Jamais a
maledicência lhe conspurcara os lábios. Sem arrogância nem austeridade, era, ao
contrário, com benevolência e delicada familiaridade que tratava os fâmulos, despercebida,
ao demais, de quaisquer aparências de superioridade ou de humilhante proteção.
Compreendendo que pessoas que vivem do trabalho não são rendeiros e que,
conseguintemente, têm precisão do que se lhes deve, já pela sua condição, já
para se manterem, jamais reteve o pagamento de um salário. A simples ideia de
que alguém pudesse experimentar uma privação, por sua causa, ser-lhe-ia um
remorso de consciência. Ela não pertencia ao número dos que sempre encontram
dinheiro para satisfazer os seus caprichos, sem pagarem as próprias dívidas;
não podia compreender que houvesse prazer para o rico em ter dívidas, e
humilhada se julgaria se lhe dissessem que os seus fornecedores eram
constrangidos a fazer-lhe adiantamentos. Também por ocasião da sua morte só
houve pesares, nem uma reclamação. A sua beneficência era inesgotável, mas não
essa beneficência ostentosa à luz meridiana; e assim exercia a caridade de
coração, que não por amor de vanglórias. Só Deus sabe as lágrimas que ela
enxugou, os desesperos que acalmou, pois tais virtudes só tinham por
testemunhas os infelizes que assistia. Ela timbrava, além disso, em descobrir
os mais pungentes infortúnios, os secretos, socorrendo-os com aquela delicadeza
que eleva o moral em vez de o rebaixar. Da sua estirpe e das altas funções do
marido decorriam-lhe onerosos encargos domésticos, aos quais não podia
eximir-se; satisfazendo plenamente às exigências de sua posição, sem avareza,
ela o fazia, contudo, com tal método, evitando desperdícios e superfluidades,
que metade lhe bastava do que a outrem fora preciso para tanto. E desse modo se
permitia facultar da sua fortuna maior quinhão aos necessitados. Destinando a
renda de uma parte dessa fortuna exclusivamente a tal fim, considerava-a
sagrada e como de menos a despender no serviço da sua casa. E assim encontrara
meios de conciliar os seus deveres para com a sociedade e para com os
infortúnios (1).
Um dos seus parentes, iniciado no Espiritismo,
evocou-a doze anos depois de falecida, e obteve, em resposta a diversas
perguntas, a seguinte comunicação (2):
"Tendes razão, amigo, em pensar que sou
feliz. Assim é, efetivamente, e mais ainda do que a linguagem pode exprimir,
conquanto longe do seu último grau. Mas eu estive na Terra entre os felizes,
pois não me lembro de haver aí experimentado um só desgosto real. Juventude,
homenagens, saúde, fortuna, tudo o que entre vós outros constitui felicidade eu
possuía! O que é, no entanto, essa felicidade comparada à que desfruto aqui?
Esplêndidas festas terrenas em que se ostentam os mais ricos paramentos, o que
são elas comparadas a estas assembleias de Espíritos resplendentes de brilho
que as vossas vistas não suportariam, brilho que é o apanágio da sua pureza? Os
vossos palácios de dourados salões, que são eles comparados a estas moradas
aéreas, vastas regiões do Espaço matizadas de cores que obumbrariam o
arco-íris? Os vossos passeios, a contados passos nos parques, a que se reduzem,
comparados aos percursos da imensidade, mais céleres que o raio?
"Horizontes nebulosos e limitados, que são comparados ao espetáculo de
mundos a moverem-se no Universo infinito ao influxo do Altíssimo? E como são
monótonos os vossos concertos mais harmoniosos em relação à suave melodia que
faz vibrar os fluidos do éter e todas as fibras d’alma! E como são tristes e
insípidas as vossas maiores alegrias comparadas à sensação inefável de
felicidade que nos satura todo o ser como um eflúvio benéfico, sem mescla de
inquietação, de apreensão, de sofrimento?! Aqui, tudo ressumbra amor,
confiança, sinceridade: por toda parte corações amantes, amigos por toda parte!
(1). Pode
dizer-se que essa senhora era a encarnação viva da mulher caridosa, ideada em O
Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIII.
(2). Desta
comunicação, cujo original é em alemão, extraímos os tópicos que interessam ao
assunto de que nos ocupamos, suprimindo os de natureza exclusivamente familiar.
"Nem
invejosos, nem ciumentos! É este o mundo em que me encontro, meu amigo, e ao
qual chegareis infalivelmente, se seguirdes o reto caminho da vida. "A
felicidade uniforme fatigaria, no entanto, e assim não acrediteis que a nossa
seja extreme de peripécias: nem concerto perene, nem festa interminável, nem
beatifica contemplação por toda a eternidade, porém o movimento, a atividade, a
vida. "As ocupações, posto que isentas de fadiga, revestem-se de
perspectivas e emoções variáveis e incessantes, pelos mil incidentes que se
lhes filiam. Tem cada qual sua missão a cumprir, seus protegidos a velar, amigos
terrenos a visitar, mecanismos na Natureza a dirigir, almas sofredoras a
consolar; e é o vaivém, não de uma rua a outra, porém, de um a outro mundo;
reunindo-nos, separando-nos para novamente nos juntarmos; e, reunidos em certo
ponto, comunicamo-nos o trabalho realizado, felicitando-nos pelos êxitos
obtidos; ajustamo-nos, mutuamente nos assistimos nos casos difíceis.
Finalmente, asseguro-vos que ninguém tem tempo para enfadar-se, por um segundo
que seja. Presentemente, a Terra é o magno assunto das nossas cogitações. Que
movimento entre os Espíritos! Que numerosas falanges aí afluem, a fim de lhe
auxiliarem o progresso e a evolução! Dir-se-ia uma nuvem de trabalhadores a
destrinçarem uma floresta, sob as ordens de chefes experimentados; abatem uns
os troncos seculares, arrancam-lhes as raízes profundas, desbastam outros o
terreno; amanham estes a terra, semeando; edificam aqueles a nova cidade sobre
as ruínas carunchosas de um velho mundo. Nestes comenos reúnem-se os chefes em
conferência e transmitem suas ordens por mensageiros, em todas as direções. A
Terra deve regenerar-se, em dado tempo - pois importa que os desígnios da
Providência se realizem, e, assim, tem cada qual o seu papel. Não me julgueis
simples expectadora desta grande empresa, o que me envergonharia, uma vez que
todos nela trabalham. Importante missão me é afeta, e grandemente me esforço
por cumpri-la, o melhor possível. Não foi sem luta que alcancei a posição que
ora ocupo na vida espiritual; e ficai certo de que a minha última existência, por
mais meritória que porventura vos pareça, não era por si só e a tanto
suficiente. Em várias existências passei por provas de trabalho e miséria que
voluntariamente havia escolhido para fortalecer e depurar o meu Espírito;
dessas provas tive a dita de triunfar, vindo a faltar, no entanto uma,
porventura de todas a mais perigosa: a da fortuna e bem-estar materiais, um
bem-estar sem sombras de desgosto. Nessa consistia o perigo. E antes de o
tentar, eu quis sentir-me assaz forte para não sucumbir. Deus, tendo em vista
as minhas boas intenções, concedeu-me a graça do seu auxilio. Muitos Espíritos
hão que, seduzidos por aparências, pressurosos escolhem essa prova, mas, fracos
para afrontar-lhe os perigos, deixam que as seduções do mundo triunfem da sua
inexperiência. "Trabalhadores! Estou nas vossas fileiras: eu, a dama
nobre, ganhei como vós o pão com o suor do meu rosto; saturei-me de privações,
sofri reveses e foi isso que me retemperou as forças da alma; do contrário eu
teria falido na última prova, o que me teria deixado para trás, na minha
carreira. "Como eu, também vós tereis a vossa prova da riqueza, mas não
vos apresseis em pedi-la muito cedo. E vós outros, ricos, tende sempre em mente
que a verdadeira fortuna, a fortuna imorredoura, não existe na Terra; procurai
antes saber o preço pelo qual podeis alcançar os benefícios do Todo-Poderoso.
Paula, na Terra Condessa de ***. "
- Dividir a
turma em 2 grupos para estudo de trechos do capítulo 8 do livro Nosso Lar.
- Apresentação
dos grupos e apoio teórico, com slides, após cada grupo se apresentar.
- Prece final.
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