segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Estudo do capítulo 8 de Nosso Lar

Casa Espírita Missionários da Luz - ESDE - 26/04/2016

Tema: Estudo do capítulo 8 de Nosso Lar – Organização de serviços
 Coordenação: Augusto
Objetivos:
Levar o participante a refletir sobre o papel das autoridades e dos trabalhadores, comparando o mundo espiritual e o terreno. 

Bibliografia:
O Nosso Lar, Cap. 8
Livro dos Espíritos: 674, 675, 678, 816,
O Céu e o Inferno: 2ª parte, cap. II, espíritos felizes, Condessa Paula
Evolução em dois mundos: 27 Vida social dos desencarnados
Revista Espírita, abril/1859: Quadro da vida espirita


Material: apresentação PowerPoint; textos dos grupos

Desenvolvimento:

  1. Prece inicial


2.    Introdução

O que são moradas espirituais?
Divaldo responde: são as construções, as habitações, as cidades de onde procedemos. André Luiz nos desvelou uma das milhares de cidades espirituais, que é Nosso Lar. Da mesma forma que iam sendo construídas as cidades físicas, aqueles mesmos desbravadores espirituais quando se desligavam da Terra pela desencarnação, começaram também a construir, no Mundo Cósmico, conglomerados correspondentes. Nosso Lar, por exemplo, é uma cidade com aproximadamente dois milhões de habitantes. Situa-se numa faixa que corresponde à área de Campos dos Goitacazes, passando por Cabo Frio e alcançando a cidade do Rio de Janeiro, mais ou menos a sessenta quilômetros de altitude da periferia da Terra. É uma cidade como outra qualquer, sendo que a energia mental modela-a, qual um raio laser pode atuar em transplantar uma imagem de um lugar para outro, em desbloquear um rim que esteja obstruído, uma artéria que esteja com coágulos . . . Ele os atravessa e logra a desobstrução desejada.
O que rege a formação das Colônias Espirituais é a Lei de Afinidade. Cada um de nós, após a desencarnação, irá para uma esfera que adapte à sua condição moral.

3.    Projetar os trechos do Capitulo 8:
- Estamos no local do Ministério do Auxílio. Tudo o que vemos, edifícios, casas residenciais, representa instituições e abrigos adequados à tarefa de nossa jurisdição. Orientadores, operários e outros serviçais da missão residem aqui. Nesta zona, atende-se a doentes, ouvem-se rogativas, selecionam-se preces, preparam-se reencarnações terrenas, organizam-se turmas de socorro aos habitantes do Umbral, ou aos que choram na Terra, estudam-se soluções para todos os processos que se prendem ao sofrimento.
- Há, então, em "Nosso Lar", um Ministério do Auxílio? - perguntei. - Como não? Nossos serviços são distribuídos numa organização que se aperfeiçoa dia a dia, sob a orientação dos que nos presidem os destinos.
A colônia, que é essencialmente de trabalho e realização, divide-se em seis Ministérios, orientados, cada qual, por doze Ministros. Temos os Ministérios da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União Divina. (...) Clarêncio, o nosso chefe amigo, é um dos Ministros do Auxílio.
O homem vulgar ignora que toda manifestação de ordem, no mundo, procede do plano superior.
Nenhuma organização útil se materializa na crosta terrena, sem que seus raios iniciais partam de cima.
- Ali vive o nosso abnegado orientador. Nos trabalhos administrativos, utiliza ele a colaboração de três mil funcionários; entretanto, é ele o trabalhador mais infatigável e mais fiel que todos nós reunidos. Os Ministros costumam excursionar noutras esferas, renovando energias e valorizando conhecimentos; nós outros gozamos entretenimentos habituais, mas o Governador nunca dispõe de tempo para isso. Faz questão que descansemos, obriga-nos a férias periódicas, ao passo que, ele mesmo, quase nunca repousa, mesmo no que concerne às horas de sono. Parece me que a glória dele é o serviço perene. Basta lembrar que estou aqui há quarenta anos e, com exceção das assembleias referentes às preces coletivas, raramente o tenho visto em festividades públicas. Seu pensamento, porém, abrange todos os círculos de serviço, sua assistência carinhosa a tudo e a todos atinge.
4. Perguntas:
- Vocês já tinham alguma noção de tamanha organização de serviços no mundo espiritual?
- Existe estratificação no Mundo Espiritual? Como é determina?
- Quem são os trabalhadores nas colônias espiritual? Quais trabalham mais?
- Qual o papel das autoridades nas colônias? E na terra como é?
Formar uma roda para debatermos as questões.

Material de apoio
674.LE - A necessidade do trabalho é lei da Natureza?
“O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos. ”

675.LE - Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais?
“Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho. ”

678.LE - Em os mundos mais aperfeiçoados, os homens se acham submetidos à mesma necessidade de trabalhar?
“A natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas, não deduzais daí que o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício. ”
816.LE - Estando o rico sujeito a maiores tentações, também não dispõe, por outro lado, de mais meios de fazer o bem?
“Mas, é justamente o que nem sempre faz. Torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável. Com a riqueza, suas necessidades aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para si unicamente. ”

A alta posição do homem neste mundo e o ter autoridade sobre os seus semelhantes são provas tão grandes e tão escorregadias como a desgraça, porque, quanto mais rico e poderoso é ele, tanto mais obrigações têm que cumprir e tanto mais abundantes são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder. A riqueza e o poder fazem nascer todas as paixões que nos prendem à matéria e nos afastam da perfeição espiritual. Por isso foi que Jesus disse: “Em verdade vos digo que mais fácil é passar um camelo por um fundo de agulha do que entrar um rico no reino dos céus. ”

Espíritos abnegados aglutinam-se em verdadeiras cidades e vilarejos com estilos variados como acontece nos burgos terrestres, característicos da metrópole ou do campo, edificando largos empreendimentos de educação e progresso, em favor de si mesmos e a benefício dos outros.
(André Luiz, em Evolução em Dois Mundos).

Revista Espírita, abril/1859: Quadro da vida espirita
Considerando-se o número infinito de mundos que povoam o Universo e o número incalculável de seres que os habitam, conceber-se-á que os Espíritos têm com que se ocuparem; mas essas ocupações não lhes são penosas; cumprem-nas com alegria, voluntariamente e não por constrangimento, e sua felicidade está em triunfarem naquilo que empreendem; ninguém sonha com uma ociosidade eterna que seria um verdadeiro suplício. Quando as circunstâncias o exigem, reúnem-se em conselho, deliberam sobre o caminho a seguir, segundo os acontecimentos, dão ordens aos Espíritos que lhes são subordinados, e, em seguida, vão para onde o dever os chama. Essas assembleias são mais ou menos gerais ou particulares, segundo a importância do assunto; nenhum lugar especial e circunscrito está destinado a essas reuniões: o espaço é o domínio dos Espíritos; todavia, de preferência, dirigem-se aos globos onde estão os seus objetivos. Os Espíritos encarnados que aí estão em missão, nelas tomam parte segundo sua elevação; enquanto seus corpos repousam, vão haurir conselhos entre os outros Espíritos, frequentemente, receber ordens sobre a conduta que devem ter como homens. Em seu despertar, não têm, é verdade, uma lembrança precisa do que se passou, mas têm a intuição, que os faz agirem como por sua própria iniciativa.


Com os livros do Espírito André Luiz, temos um quadro da vida espírita que nada fica a dever à sociedade terrena. Quase não há mudanças e as preocupações rotineiras e burocráticas continuam nas Colônias, exceto pela disciplina e solidariedade que prevalecem no dia-a-dia de seus habitantes. Geralmente, os Espíritos trabalham em equipe. Os grupos de trabalho são divididos em Ministérios, Departamentos, Caravanas e Turmas. Toda essa estrutura é ligada à Governadoria, que é o órgão diretivo. A autoridade maior, algumas vezes representada por um Governador, apresenta-se, periodicamente, aos habitantes das Colônias para orientar ou instruir através de palestras, para conferenciar com seus auxiliares, com os Ministros e trabalhadores. O cargo de governador não é vitalício, embora seja exercido por período bastante longo.

A estrutura administrativa do Mundo Espiritual, segundo as informações de André Luiz, objetivando atingir os fins ético-morais propostos pela Lei Divina, é composta de diversos setores, com milhares de funcionários. Os Espíritos aceitam de bom grado as tarefas, pois sabem que a cada um é dado o trabalho de acordo com sua capacidade, e as ocupações, por mais insignificantes que pareçam, são encaradas com muita seriedade, desde as de vigilância até as ministeriais.


A população das Colônias Espirituais está dividida em assistentes e assistidos, administradores e administrados, etc....
CONDESSA PAULA

Bela, jovem, rica e de estirpe ilustre, esta era também perfeito modelo de qualidades intelectuais e morais. Faleceu com 36 anos de idade, em 1851. Seu necrológio é daqueles que podem resumir-se nestas palavras por mil bocas repetidas: - "Por que tão cedo retira Deus tais pessoas da Terra?" Felizes os que assim fazem abençoada a sua memória. Ela era boa, meiga e indulgente, sempre pronta a desculpar ou atenuar o mal, em lugar de aumentá-lo. Jamais a maledicência lhe conspurcara os lábios. Sem arrogância nem austeridade, era, ao contrário, com benevolência e delicada familiaridade que tratava os fâmulos, despercebida, ao demais, de quaisquer aparências de superioridade ou de humilhante proteção. Compreendendo que pessoas que vivem do trabalho não são rendeiros e que, conseguintemente, têm precisão do que se lhes deve, já pela sua condição, já para se manterem, jamais reteve o pagamento de um salário. A simples ideia de que alguém pudesse experimentar uma privação, por sua causa, ser-lhe-ia um remorso de consciência. Ela não pertencia ao número dos que sempre encontram dinheiro para satisfazer os seus caprichos, sem pagarem as próprias dívidas; não podia compreender que houvesse prazer para o rico em ter dívidas, e humilhada se julgaria se lhe dissessem que os seus fornecedores eram constrangidos a fazer-lhe adiantamentos. Também por ocasião da sua morte só houve pesares, nem uma reclamação. A sua beneficência era inesgotável, mas não essa beneficência ostentosa à luz meridiana; e assim exercia a caridade de coração, que não por amor de vanglórias. Só Deus sabe as lágrimas que ela enxugou, os desesperos que acalmou, pois tais virtudes só tinham por testemunhas os infelizes que assistia. Ela timbrava, além disso, em descobrir os mais pungentes infortúnios, os secretos, socorrendo-os com aquela delicadeza que eleva o moral em vez de o rebaixar. Da sua estirpe e das altas funções do marido decorriam-lhe onerosos encargos domésticos, aos quais não podia eximir-se; satisfazendo plenamente às exigências de sua posição, sem avareza, ela o fazia, contudo, com tal método, evitando desperdícios e superfluidades, que metade lhe bastava do que a outrem fora preciso para tanto. E desse modo se permitia facultar da sua fortuna maior quinhão aos necessitados. Destinando a renda de uma parte dessa fortuna exclusivamente a tal fim, considerava-a sagrada e como de menos a despender no serviço da sua casa. E assim encontrara meios de conciliar os seus deveres para com a sociedade e para com os infortúnios (1).

 Um dos seus parentes, iniciado no Espiritismo, evocou-a doze anos depois de falecida, e obteve, em resposta a diversas perguntas, a seguinte comunicação (2):

 "Tendes razão, amigo, em pensar que sou feliz. Assim é, efetivamente, e mais ainda do que a linguagem pode exprimir, conquanto longe do seu último grau. Mas eu estive na Terra entre os felizes, pois não me lembro de haver aí experimentado um só desgosto real. Juventude, homenagens, saúde, fortuna, tudo o que entre vós outros constitui felicidade eu possuía! O que é, no entanto, essa felicidade comparada à que desfruto aqui? Esplêndidas festas terrenas em que se ostentam os mais ricos paramentos, o que são elas comparadas a estas assembleias de Espíritos resplendentes de brilho que as vossas vistas não suportariam, brilho que é o apanágio da sua pureza? Os vossos palácios de dourados salões, que são eles comparados a estas moradas aéreas, vastas regiões do Espaço matizadas de cores que obumbrariam o arco-íris? Os vossos passeios, a contados passos nos parques, a que se reduzem, comparados aos percursos da imensidade, mais céleres que o raio? "Horizontes nebulosos e limitados, que são comparados ao espetáculo de mundos a moverem-se no Universo infinito ao influxo do Altíssimo? E como são monótonos os vossos concertos mais harmoniosos em relação à suave melodia que faz vibrar os fluidos do éter e todas as fibras d’alma! E como são tristes e insípidas as vossas maiores alegrias comparadas à sensação inefável de felicidade que nos satura todo o ser como um eflúvio benéfico, sem mescla de inquietação, de apreensão, de sofrimento?! Aqui, tudo ressumbra amor, confiança, sinceridade: por toda parte corações amantes, amigos por toda parte!

(1). Pode dizer-se que essa senhora era a encarnação viva da mulher caridosa, ideada em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIII.

(2). Desta comunicação, cujo original é em alemão, extraímos os tópicos que interessam ao assunto de que nos ocupamos, suprimindo os de natureza exclusivamente familiar.
"Nem invejosos, nem ciumentos! É este o mundo em que me encontro, meu amigo, e ao qual chegareis infalivelmente, se seguirdes o reto caminho da vida. "A felicidade uniforme fatigaria, no entanto, e assim não acrediteis que a nossa seja extreme de peripécias: nem concerto perene, nem festa interminável, nem beatifica contemplação por toda a eternidade, porém o movimento, a atividade, a vida. "As ocupações, posto que isentas de fadiga, revestem-se de perspectivas e emoções variáveis e incessantes, pelos mil incidentes que se lhes filiam. Tem cada qual sua missão a cumprir, seus protegidos a velar, amigos terrenos a visitar, mecanismos na Natureza a dirigir, almas sofredoras a consolar; e é o vaivém, não de uma rua a outra, porém, de um a outro mundo; reunindo-nos, separando-nos para novamente nos juntarmos; e, reunidos em certo ponto, comunicamo-nos o trabalho realizado, felicitando-nos pelos êxitos obtidos; ajustamo-nos, mutuamente nos assistimos nos casos difíceis. Finalmente, asseguro-vos que ninguém tem tempo para enfadar-se, por um segundo que seja. Presentemente, a Terra é o magno assunto das nossas cogitações. Que movimento entre os Espíritos! Que numerosas falanges aí afluem, a fim de lhe auxiliarem o progresso e a evolução! Dir-se-ia uma nuvem de trabalhadores a destrinçarem uma floresta, sob as ordens de chefes experimentados; abatem uns os troncos seculares, arrancam-lhes as raízes profundas, desbastam outros o terreno; amanham estes a terra, semeando; edificam aqueles a nova cidade sobre as ruínas carunchosas de um velho mundo. Nestes comenos reúnem-se os chefes em conferência e transmitem suas ordens por mensageiros, em todas as direções. A Terra deve regenerar-se, em dado tempo - pois importa que os desígnios da Providência se realizem, e, assim, tem cada qual o seu papel. Não me julgueis simples expectadora desta grande empresa, o que me envergonharia, uma vez que todos nela trabalham. Importante missão me é afeta, e grandemente me esforço por cumpri-la, o melhor possível. Não foi sem luta que alcancei a posição que ora ocupo na vida espiritual; e ficai certo de que a minha última existência, por mais meritória que porventura vos pareça, não era por si só e a tanto suficiente. Em várias existências passei por provas de trabalho e miséria que voluntariamente havia escolhido para fortalecer e depurar o meu Espírito; dessas provas tive a dita de triunfar, vindo a faltar, no entanto uma, porventura de todas a mais perigosa: a da fortuna e bem-estar materiais, um bem-estar sem sombras de desgosto. Nessa consistia o perigo. E antes de o tentar, eu quis sentir-me assaz forte para não sucumbir. Deus, tendo em vista as minhas boas intenções, concedeu-me a graça do seu auxilio. Muitos Espíritos hão que, seduzidos por aparências, pressurosos escolhem essa prova, mas, fracos para afrontar-lhe os perigos, deixam que as seduções do mundo triunfem da sua inexperiência. "Trabalhadores! Estou nas vossas fileiras: eu, a dama nobre, ganhei como vós o pão com o suor do meu rosto; saturei-me de privações, sofri reveses e foi isso que me retemperou as forças da alma; do contrário eu teria falido na última prova, o que me teria deixado para trás, na minha carreira. "Como eu, também vós tereis a vossa prova da riqueza, mas não vos apresseis em pedi-la muito cedo. E vós outros, ricos, tende sempre em mente que a verdadeira fortuna, a fortuna imorredoura, não existe na Terra; procurai antes saber o preço pelo qual podeis alcançar os benefícios do Todo-Poderoso. Paula, na Terra Condessa de ***. "
    

  1. Dividir a turma em 2 grupos para estudo de trechos do capítulo 8 do livro Nosso Lar.

  1. Apresentação dos grupos e apoio teórico, com slides, após cada grupo se apresentar.

  1. Prece final.

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