Casa Espírita Missionários da Luz - ESDE - 19/04/2016
Tema: Estudo do capítulo 7 de Nosso Lar – Explicações de Lísias
Objetivo:
Estudar a questão dos animais na erraticidade.
Bibliografia:
Nosso Lar, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 7 e 33
Evolução em Dois Mundos, André Luiz, Cap. 12
‘Alma e desencarnação’
O Livro dos Espíritos, pergs 595 à 607 (Dos Três
Reinos);
Revista Espírita, julho/1861 – ‘Variedades’; RE
Maio/1865 ‘Manifestação Do Espírito Dos Animais’
O Livro dos Médiuns, Cap. XXV, item 283 (Evocação
dos Animais)
A Gênese, cap. XIV, itens 14 e 15
Material: apresentação PowerPoint;
Desenvolvimento:
- Prece
inicial
Falar que o capítulo 7 trata basicamente da questão das visitas entre
familiares no PE, e a regra: *desejar; saber
desejar; e merecer* ou, *vontade ativa,
trabalho persistente e merecimento justo*.
Mas
nosso foco de estudos no capítulo será a questão dos animais que André Luiz vê
em Nosso Lar.
- Projetar o
trecho:
“Aves de plumagens policromas cruzavam os ares
e, de quando em quando, pousavam agrupadas nas torres muito alvas, a se
erguerem retilíneas, lembrando lírios gigantescos, rumo ao céu.
Das janelas largas, observava, curioso, o movimento do parque.
Extremamente surpreendido, identificava animais domésticos, entre as árvores
frondosas, enfileiradas ao fundo.” (Nosso Lar, Cap. 7)
“De
repente, ouvi o ladrar de cães, a grande distância.
-
Que é isso? - interroguei, assombrado.
- Os
cães - disse Narcisa - são auxiliares preciosos nas regiões obscuras do Umbral,
(...)’
Seis grandes carros, formato diligência, precedidos de matilhas de cães
alegres e bulhentos, eram tirados por animais que, mesmo de longe, me pareceram
iguais aos muares terrestres. Mas a nota mais interessante era os grandes
bandos de aves, de corpo volumoso, que voavam a curta distância, acima dos
carros, produzindo ruídos singulares. (...)
(...) em muitos casos, não se pode prescindir da colaboração dos animais.
(...)
- Os cães facilitam o trabalho, os muares suportam cargas pacientemente e
fornecem calor nas zonas onde se faça necessário; e aquelas aves (...) são
excelentes auxiliares dos Samaritanos, por devorarem as formas mentais odiosas
e perversas, entrando em luta franca com as trevas umbralinas.” (Nosso Lar, Cap. 33)
**** vocês já tinham ouvido falar de animais
vivendo no plano espiritual convivendo com os Espíritos? ****
-pedir que levantem a mão quem acha que sim, e quem acha que não.
-separá-los então em dois grupos: os do SIM e os do NÂO
Obs.: se ficar desigual, os que não estiverem muito
certos, podem ficar num ou outro grupo, para equilibrar. Se todos forem
unânimes, separar aleatoriamente.
- Os grupos
receberão os textos para estudarem e apresentarem suas conclusões com
relação ao tema “animais no plano espiritual” .
Grupo NÂO – textos da codificação e da RE que falam que os animais não
vivem no PE e de André Luiz (E2M) que fala da questão da mente comandando a
forma perispiritual no PE.
Grupo SIM – texto da RE que fala da não conclusão do tema ainda, e de
André Luiz em E2M
- Apresentação
dos grupos: após cada grupo expor, exibir os slides correspondentes.
- Prece
final.
Anexos:
Texto do grupo NÃO
Livro dos
Espíritos (Abr/1857)
perg.598. Após a morte, conserva a alma dos animais a sua
individualidade e a consciência de si mesma?
“Conserva
sua individualidade; quanto à consciência do seu eu, não. A vida
inteligente lhe permanece em estado latente.”
Perg. 600. Sobrevivendo
ao corpo em que habitou, a alma do animal vem a achar-se, depois da morte, num
estado de erraticidade, como a do homem?
“Fica numa
espécie de erraticidade, pois que não mais se acha unida ao corpo, mas não é um
Espírito errante. O Espírito errante é um ser que pensa e obra por sua
livre vontade. De idêntica faculdade não dispõe o dos animais. A consciência de
si mesmo é o que constitui o principal atributo do Espírito. O do animal,
depois da morte, é classificado pelos Espíritos a quem incumbe essa tarefa e
utilizado quase imediatamente. Não lhe é dado tempo de entrar em relação com
outras criaturas.”
O Livro dos Médiuns, Cap. XXV (Jan/1861) – item 283.
EVOCAÇÕES DOS ANIMAIS
36ª Pode
evocar-se o Espírito de um animal?
“Depois da morte
do animal, o princípio inteligente que nele havia se acha em estado latente e é
logo utilizado, por certos Espíritos incumbidos disso, para animar novos seres,
em os quais continua ele a obra de sua elaboração. Assim, no mundo dos
Espíritos, não há, errantes, Espíritos de animais, porém unicamente Espíritos
humanos.”
Revista Espírita jul/1861 – ‘Variedades’
– parte do texto:
“O Sr. O...
teve muitas outras visões das quais negligenciou tomar nota.”
“Parece-nos
que as há suficientes para nos permitir apreciá-las, e não pensamos que nenhuma
pessoa esclarecida sobre a causa e a natureza dos fenômenos espíritas possa
considerá-las como verdadeiras aparições. (...). Disso estaríamos convencidos
unicamente pela multidão de animais que ele viu. Sabe-se que não há Espíritos
de animais errantes no mundo invisível, e que, consequentemente, não pode haver
aparições de animais, salvo caso em que um Espírito fizesse nascer uma aparência
desse gênero com um objetivo determinado, o que não seria sempre senão uma
aparência, e não o Espírito real de tal ou tal animal”.
A Gênese, cap. XIV (Jan/1868), “Ação Dos Espíritos Sobre Os Fluidos. Criações fluídicas. Fotografia do
Pensamento”, itens 14 e 15
Por
análogo efeito, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos que ele
esteja habituado a usar. Um avarento manuseará ouro, um militar trará suas
armas e seu uniforme, um fumante o seu cachimbo, um lavrador a sua charrua e
seus bois, uma mulher velha a sua roca. Para o Espírito, que é, também ele,
fluídico, esses objetos fluídicos são tão reais, como o eram, no estado material,
para o homem vivo; mas, pela razão de serem criações do pensamento, a
existência deles é tão fugitiva quanto a deste.
15. “(...)Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento
se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí
de certo modo se fotografa. (...)
“Desse
modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório
fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é
perceptível aos olhos do corpo.”
Evolução em 2 Mundos – Cap 12 – André Luiz
“Em relação ao
homem, os mamíferos que se ligam a nós outros por extremos laços de parentesco,
em se desencarnando, agregam-se aos ninhos em que se lhes desenvolvem os
companheiros e, qual ocorre entre os animais inferiores, nas múltiplas faixas
evolutivas em que se escalonam, não possuem pensamento contínuo para a obtenção
de meios destinados à manutenção de nova forma. (...)
Em razão disso,
efetuada a histólise dos tecidos celulares, nos sucessos recônditos da morte
física, dilata-se-lhes o período de vida latente, na esfera espiritual, onde,
com exceção de raras espécies, se demoram por tempo curto, incapazes de
manobrar os órgãos do aparelho psicossomático que lhes é característico, por
ausência de substância mental consciente.
Quando não se
fazem aproveitados na Espiritualidade, em serviço ao qual se filiam durante
certa quota de tempo, caem, quase sempre de imediato à morte do corpo carnal,
em pesada letargia, semelhante à hibernação, acabando automaticamente atraídos
para o campo genésico das famílias a que se ajustam, retomando o organismo com
que se confiarão a nova etapa de experiência, com os ascendentes do automatismo
e do instinto que já se lhes fixaram no ser, e sofrendo, naturalmente, o preço
hipotecável aos valores decisivos da evolução.”
Texto do Grupo SIM - Revista Espírita - Maio/1865
“ (...) a pequena Mika (...),
e, segundo seu hábito, ela dormia quentemente coberta aos meus pés, sobre minha
cama. No inverno, quando o frio maltratava muito, ela se levantava, fazia ouvir
um pequeno gemido de uma extrema doçura, o que era a sua maneira habitual de
formular um pedido, e compreendendo o que ela desejava, permitia-lhe vir se
colocar ao meu lado. Ela se estendia, então, à vontade entre dois lençóis, seu
pequeno focinho sobre meu pescoço que ela gostava por travesseiro, e se
entregava ao sono, como os felizes da Terra, recebendo meu calor, me
comunicando o seu, o que não me incomodava de resto. Comigo a pobre pequena
passava felizes dias. Mil coisas doces não lhe faltavam; mas, em setembro
último, caiu doente e morreu, apesar dos cuidados do veterinário a quem eu a
confiara. (...)
"Ultimamente, pelo meio
da noite, estando deitado mas não dormindo, ouvi partir do pé de minha cama
esse pequeno gemido que produzia a minha pequena cadelinha quando desejava
alguma coisa. (...) Ao levantar-me de manhã, contei o fato à minha mulher que
me disse: "Ouvi a mesma voz, não uma única vez, mas duas. Ela parecia
partir da porta de meu quarto. (...)
"Minha pobre filha
doente, que tinha sua pequena cama no quarto de dormir de sua mãe, afirma tê-la
ouvido igualmente. Somente lhe pareceu que o som da voz partia, não da porta de
entrada, mas da própria cama de sua mãe, que está muito perto dessa porta.”
(...)
"Eu vos confesso, caro
senhor, que esses fatos, embora se relacionem a um ser privado de razão, me
fazem refletir singularmente. Que pensar disso? Não ouso nada decidir e não
tenho o ócio de me estender longamente sobre esse assunto; mas me pergunto se o
princípio imaterial, que deve sobreviver nos animais, como no homem, não adquiriria,
num certo grau, a faculdade de comunicação como a alma humana. Quem sabe?
conhecemos todos os segredos da Natureza? Evidentemente não. Quem explicará as
leis das afinidades? quem explicará as leis repulsivas? ninguém. Se a afeição,
que é do domínio do sentimento, como o sentimento é do domínio da alma, possui
em si uma força atrativa. Que haveria de espantoso que um pobre animalzinho no
estado imaterial se sinta arrastado ali onde sua afeição o leva? Mas o som de
voz, dir-se-á, como admiti-lo, se se fez ouvir uma vez, duas vezes, por que não
todos os dias? Essa objeção pode parecer séria; no entanto, seria irracional
pensar que esse som não possa se produzir fora de certas combinações de
fluidos, os quais reunidos agissem em um sentido qualquer, como se produzem em
química certos efervescentes, certas explosões, em consequência da mistura de
tais ou tais matérias? Que essa hipótese pareça fundada ou não, não a discuto,
direi somente que ela pode estar nas coisas possíveis, e sem ir mais adiante, acrescentarei
que constato um fato apoiado num tríplice testemunho, e que se esse fato se
produziu, foi porque pôde se produzir. Além disso, esperemos que o tempo nos esclareça,
não tardaremos talvez a ouvir falar de fenômenos da mesma natureza."
===== Resposta de Kardec =====
Nosso honrado correspondente
age sabiamente ao não decidir a questão; de um único fato que não é ainda senão
uma probabilidade, não tira uma conclusão absoluta; ele constata, observa, à
espera de que a luz se faça. Assim o quer a prudência. Os fatos desse gênero
não são ainda nem bastante numerosos, nem bastante averiguados para deles
deduzir uma teoria afirmativa ou negativa. A questão do princípio e do fim dos princípios
dos animais começa somente a se esclarecer, e o fato de que se trata a ela se liga
essencialmente. Se isso não é uma ilusão, constata pelo menos o laço de
afinidade que existe entre o Espírito dos animais, ou melhor de certos animais
e o do homem.
Parece, de resto,
positivamente provado que há animais que vêem os Espíritos e por eles são
impressionados; disso temos narrado vários exemplos na Revista, entre
outros o do Espírito e o pequeno cão, no número de junho de 1860. Se os
animais vêem os Espíritos, isso não é evidentemente pelos olhos do corpo; eles
têm, pois, também uma espécie de visão espiritual.
Até o presente, a ciência
não fez senão constatar as relações fisiológicas entre o homem e os animais;
ela nos mostra, no físico, todos os animais da cadeia dos seres sem solução de
continuidade; mas entre o princípio espiritual dos dois Espíritos existia um abismo;
se os fatos psicológicos, melhor observados, vêm lançar um ponto sobre esse abismo,
isso será um novo passo de fato para a unidade da escala dos seres e da criação.
Não é pelos sistemas que se pode resolver esta grave questão, é pelos fatos; se
ela deverá sê-lo um dia, o Espiritismo, criando a psicologia experimental, só
ele poderá fornecer-lhe os meios. Em todos os casos, se existem pontos de
contato entre a alma animal e a alma humana, isso não pode ser, do lado da
primeira, senão da parte dos animais mais avançados. Um fato importante a
constatar é que, entre os seres do mundo espiritual, jamais foi feita menção de
que existam Espíritos de animais. Pareceria disso resultar que estes não
conservam a sua individualidade depois da morte, e, de um outro lado, essa
cadelinha que teria se manifestado, pareceria provar o contrário.
Vê-se, segundo isto, que a
questão está ainda pouco avançada, e não é preciso se apressar em resolvê-la.
Tendo sido lida a carta acima à Sociedade de Paris, a comunicação seguinte foi
dada a este respeito.
(Paris, 21 de abril de 1865. -
Médium, Sr. E. Vézy.)
Vou tocar uma grave questão
esta noite, falando-vos das relações que podem existir entre a animalidade e a
humanidade. Mas neste recinto, quando, pela primeira vez, minhas instruções vos
ensinaram a solidariedade de todas as existências e as afinidades que existem
entre elas, um murmúrio se elevou numa parte desta assembléia, e eu me calei.
Deveria fazer o mesmo hoje, apesar de vossas perguntas? Não, uma vez que vais entrar
no caminho que eu vos indiquei.
Mas tudo não se detém em crer
somente no progresso incessante do Espírito, embrião na matéria e se
desenvolvendo ao passar pelo exame severo do mineral, do vegetal, do animal,
para chegar à humanimalidade, onde somente começa a se ensaiar a alma
que se encarnará, orgulhosa de sua tarefa, na humanidade. Existem entre
essas diferentes fases laços importantes que é necessário conhecer e que eu
chamarei períodos intermediários ou latentes; porque é aí que se
operam as transformações sucessivas. Falar-vos-ei mais tarde dos laços que
ligam o mineral ao vegetal, o vegetal ao animal; uma vez que um fenômeno que
vos espanta nos leva aos laços que ligam o animal ao homem, vou vos entreter
com estes últimos.
Entre os animais domésticos e
o homem as afinidades são produzidas pelas cargas fluídicas que vos cercam e
recaem sobre eles; é um pouco a humanidade que se detém sobre a animalidade,
sem alterar as cores de uma ou de outra; daí essa superioridade inteligente do
cão sobre o instinto brutal da besta selvagem, e é a esta causa somente que
poderão ser devidas estas manifestações que vêm de vos ler. Não se está, pois, enganado
ouvindo um grito alegre do animal e conhecendo os cuidados de seu senhor, e vindo,
antes de passar ao estado intermediário de um desenvolvimento a outro,
trazer-lhe uma lembrança. A manifestação pode, pois, ocorrer, mas ela é
passageira, porque o animal, para subir de um degrau, é preciso um trabalho
latente que aniquile, para todos, todo sinal exterior de vida. Esse estado é a
crisálida espiritual onde se elabora a alma, perispírito informe, não tendo
nenhuma figura reprodutiva de traços, quebrando-se num estado de maturidade,
para deixar escapar, nas correntes que os carregam, os germes de almas que ali
eclodem. Ser-nos-ia, pois, difícil vos falar dos Espíritos de animais do espaço,
ele não existe, ou antes sua passagem é tão rápida que é como nula, e que
no estado de crisálida, não poderiam ser descritos.
(...)
Nota. (...) Como explicação do fato
precitado, sua teoria é racional e concorda, pelo fundo, com a que prevalece
hoje nas instruções dadas na maioria dos centros. Quando tivermos reunido todos
os documentos suficientes, nós os resumiremos em um corpo de doutrina metódico,
que será submetido ao controle universal; até lá não são senão balizas colocadas
sobre o caminho para clareá-lo.
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