Casa
Espírita Missionários da Luz
Estudo Livro Nosso Lar – 03/05/2016
Tema:
Alimentação dos Espíritos
Objetivos:
- Conhecer o processo de alimentação
dos espíritos desencarnados
Bibliografia:
Evolução
em Dois Mundos, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 21;
Missionários da Luz, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 11 ‘Intercessão’;
Nosso Lar, André Luiz/Chico
Xavier, Cap’s 9 e 18
Devassando o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores – Yvonne Pereira
Programa Despertar
Espírita, com Yasmin Madeira e Dr. Sérgio Thiesen:
https://www.youtube.com/watch?v=33aeL78SCh4:
O tema “alimentação dos Espíritos” começa aos 17min18s e vai à 22min14s)
Material:
Desenvolvimento:
1. Prece Inicial.
2. Falar dos pontos interessantes do cap.9 de Nosso Lar.
Tirando o tema alimentação, que discutiremos, quais outros pontos chamaram a
atenção?
Para a mudança alimentar: (slide
1)
-
200 instrutores de uma esfera muito elevada, a fim de espalharem novos
conhecimentos, relativos à ciência da respiração e da absorção de princípios
vitais da atmosfera. Realizaram-se assembleias numerosas.
Prosseguiram as reuniões, providências e
atividades, durante 30 anos consecutivos.
Requisitou assistência de nobres mentores,
através do Ministério da União Divina, e jamais deixou o menor boletim de
esclarecimento sem exame minucioso.
Para reduzir a resistência: (slide 2)
-
Governador, porém, jamais castigou alguém. Convocava os adversários da medida a
palácio e expunha-lhes, paternalmente, os projetos e finalidades do regime;
destacava a superioridade dos métodos de espiritualização, facilitava aos mais
rebeldes inimigos do novo processo variadas excursões de estudo, em planos mais
elevados que o nosso, ganhando, assim, maior número de adeptos.
3.Perguntar se alguém conseguiu assistir à entrevista
gravada no programa Despertar Espírita, e ouvir comentários.
4.Propor a divisão em 5 grupos para leitura de diferentes
textos de André Luiz, para análise e posterior apresentação aos demais.
Cada grupo deverá escolher um relator,
para que apresente os principais pontos trazidos nos textos lidos.
i)
Evolução
em Dois Mundos
ii)
Missionários
da Luz – Cap. 11 – cena em família
iii)
Missionários
da Luz – Cap. 11 – cena no matadouro
iv)
Devassando o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores – Yvonne Pereira
v)
Nosso
Lar, trechos dos Cap. 18.
5. Apresentação dos grupos e slides de apoio teórico:
Grupo 1 - Evolução em Dois Mundos –
André Luiz
¢ Grupo 1 - Evolução em
Dois Mundos – André Luiz
-
- “Na maioria das vezes,
os desencarnados em crise dessa ordem são conduzidos pelos agentes da Bondade
Divina aos centros de reeducação do Plano Espiritual, onde encontram
alimentação semelhante à da Terra, porém fluídica, recebendo-a em porções
adequadas até que se adaptem aos sistemas de sustentação da Esfera Superior”
-
- “a tomada de
substância é tanto menor e tanto mais leve quanto maior se evidencie o
enobrecimento da alma”
¢ Grupo 1 - Evolução em
Dois Mundos – André Luiz
-
- “pela difusão cutânea,
o corpo espiritual, através de sua extrema porosidade, nutre-se de produtos
sutilizados ou sínteses quimioeletromagnéticas, hauridas no reservatório da
Natureza e no intercâmbio de raios vitalizantes e reconstituintes do amor com
que os seres se sustentam entre si.”
¢ Grupo 1 - Evolução em
Dois Mundos – André Luiz
-
- “Essa alimentação
psíquica, por intermédio das projeções magnéticas trocadas entre aqueles que se
amam, é muito mais importante que o nutricionista do mundo possa imaginar, de
vez que, por ela, se origina a ideal euforia orgânica e mental da
personalidade. ”
Grupo 2 - Missionários da Luz – Cap.
11 – cena em família – André Luiz
¢
Grupo
2 - Missionários da Luz – Cap. 11 – cena em família – André Luiz
-
“A família, (...) permanecia à mesa de
refeições, no almoço muito simples. Entretanto, um fato, até então inédito para
mim, feriu-me a observação: seis entidades envolvidas em círculos escuros
acompanhavam-nos ao repasto, como se estivessem tomando alimentos por absorção. ”
¢
Grupo
2 - Missionários da Luz – Cap. 11 – cena em família – André Luiz
-
“-
Meu amigo, os quadros de viciação mental, ignorância e sofrimento nos lares sem
equilíbrio religioso, são muito grandes. Onde não existe organização
espiritual, não há defesas da paz de espírito. Isto é intuitivo para todos os
que estimem o reto pensamento. ”
¢
Grupo
2 - Missionários da Luz – Cap. 11 – cena em família – André Luiz
-
- “Você
não ignora também que as substâncias cozidas ao fogo sofrem profunda
desintegração. Ora, os nossos irmãos, viciados nas sensações fisiológicas,
encontram nos elementos desintegrados o mesmo sabor que experimentavam quando
em uso do envoltório carnal.”
Grupo 3 - Missionários da Luz – Cap.
11 – cena no matadouro – André Luiz
¢
Grupo
3 - Missionários da Luz – Cap. 11 – cena no matadouro – André Luiz
-
“Diante
do local em que se processava a matança dos bovinos, percebi um quadro
estarrecedor. Grande número de desencarnados, em lastimáveis condições,
atiravam-se aos borbotões de sangue vivo, como se procurassem beber o líquido
em sede devoradora...”
¢
Grupo
3 - Missionários da Luz – Cap. 11 – cena no matadouro – André Luiz
“Estes infelizes irmãos que nos não
podem ver, pela deplorável situação de embrutecimento e inferioridade, estão
sugando as forças do plasma sanguíneo dos animais. São famintos que causam piedade.”
Grupo 4 - Devassando
o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores –
Yvonne Pereira
¢
Grupo
4 - Devassando o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores – Yvonne
Pereira
-
10
entidades culpadas, presas num cubículo, com visões horríveis, fruto das suas
vibrações mentais;
-
“- Tenho
fome! Porque não me trazem um verdadeiro almoço?. . Oh! Há quanto tempo não
posso comer! ”
¢
Grupo
4 - Devassando o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores – Yvonne
Pereira
“Tomamos do prato, onde se via um
almoço belo e magnífico, com legumes cheirosos, e nos encaminhamos para o
quarto (...). O ex-obsessor arrebatou-o de nossas mãos, insofrido e faminto, e
levou a colher à boca, sem mais rodeios, como o teria feito uma pessoa
encarnada.”
¢
Grupo
4 - Devassando o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores – Yvonne
Pereira
“Subitamente, porém, repudiou o prato
com asco e horror, arremessando-o ao longe, e entrou a chorar e a lamentar-se
entre uivos e imprecações de verdadeiro réprobo.”
¢
Grupo
4 - Devassando o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores – Yvonne
Pereira
“verificamos que os apetitosos legumes
haviam desaparecido do prato, mas que, em seu lugar, espalhados em torno,
viam-se postas de carne humana, línguas, mãos, dedos, orelhas, corações, pés,
cabeças, etc!”
¢
Grupo
4 - Devassando o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores – Yvonne
Pereira
“- São as recordações do caliginoso
passado, alimentadas por cruciantes remorsos, que os levam a encontrar
vestígios de suas vítimas onde quer que estejam e em tudo o que vêem e fazem,
sob a intensidade da auto-sugestão, ”
¢
Grupo
4 - Devassando o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores – Yvonne
Pereira
“Eles, porém, criam e mantêm tal
ambientação, concretizando-a, sem o saberem, com as próprias forças mentais,
na retrospecção de atos passados, e
vivem nela, dentro da mais positiva realidade, sem mesmo saberem avaliar a
profundidade e importância do fenômeno que se estabelece. A própria fome que os
tortura nada mais representa do que o estado de suas consciências feridas pelos
atos passados ”
¢
Grupo
4 - Devassando o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores – Yvonne
Pereira
“- E os pecadores a quem visitamos...
Eles se alimentam realmente, conforme o entendimento humano?. Que se me
afigurou, ali, o delicado almoço, uma vez que este será mero produto
físico-terreno?”
(pergunta de Yvonne ao mentor)
¢
Grupo
4 - Devassando o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores – Yvonne
Pereira
“por acréscimo de misericórdia
concedida pela lei da Criação aos sofredores e desajustados espirituais,
teremos o direito de prover certas necessidades imaginárias que, como Espírito,
já não poderão sentir, mas que a mente conserva, pelo seu retardamento
evolutivo... E o faremos de bom grado, até que se reequilibrem as suas impressões,
reconfortando-os, serenando-os, para o advento do verdadeiro raciocínio, de que
resultará a adaptação ao estado espiritual.”
(resposta de Bezerra de Menezes)
¢
Grupo
4 - Devassando o Invisível, Cap. IV - Nas Regiões Inferiores – Yvonne
Pereira
LE 256. Como é então que alguns
Espíritos se têm queixado de sofrer frio ou calor?
“Lembrança do que suportaram durante a
vida, as vezes tão penosa quanto a realidade. Muitas vezes, trata-se de uma
comparação através da qual exprimem a sua situação por falta de outra forma
melhor. Quando se lembram do corpo, experimentam uma espécie de impressão, como
quando se tira uma capa e, algum tempo depois, tem-se a sensação de ainda estar
com ela.
Grupo 5 - Nosso Lar, trechos dos Cap.
18, André Luiz
¢
Grupo
5 - Nosso Lar, Cap.18 - AMOR, ALIMENTO DAS ALMAS
Alimentação nos Ministérios:
-
do Auxílio e da Regeneração - concentrados
fluídicos
-
Comunicação e no Esclarecimento – frutos
-
Elevação - sucos e concentrados
-
União Divina - os fenômenos de alimentação
atingem o inimaginável
¢
Grupo
5 - Nosso Lar, Cap.18 - AMOR, ALIMENTO DAS ALMAS
“o maior sustentáculo das criaturas é
justamente o amor.”
“Todo sistema de alimentação, nas
variadas esferas da vida, tem no amor a base profunda. “
“A alma, em si, apenas se nutre de
amor. Quanto mais nos elevarmos no plano evolutivo da Criação, mais
extensamente conheceremos essa verdade.”
------
Governadoria e 6 ministérios: (Cap.11
e outros)
Governadoria
– governo central; atividades de abastecimento. 3000 funcionários. É a sede
movimentada de todos os assuntos administrativos, numerosos serviços de
controle direto, como, por exemplo, o de alimentação, distribuição de energias
elétricas, trânsito, transporte e outros.
Ministérios:
i)
da União Divina – serviços mais sublimes; orientações
de nobre mentores; tarefas requerem conhecimento justo e sincera aplicação do
amor universal
ii) da Elevação – tarefas pedem renúncia e
iluminação. Alimentação de sucos e concentrados.
iii)
do Esclarecimento – arquivos históricos; numerosos espíritos dedicados
às ciências matemáticas; seus campos requisitam
grande capacidade de trabalho e valores intelectuais profundos; Investigações e Pesquisas.
Alimentação de frutos.
iv)
da Comunicação - os trabalhos exigem alta
noção da responsabilidade individual;
vigilância. Alimentação de frutos.
v)
do
Auxílio – atendimento aos enfermos; maior suprimento de substâncias alimentícias
que lembram a Terra; recebem os recém-chegados das zonas inferiores do Umbral;
as tarefas de são laboriosas e complicadas. Alimentação de caldo
reconfortante e frutas perfumadas, que mais pareciam concentrados de fluidos
deliciosos.
vi)
da
Regeneração - serviços
mais grosseiros; espíritos menos elevados; possui calabouços para isolamento
dos recalcitrantes; maior suprimento de substâncias alimentícias que lembram a
Terra; recebem os recém-chegados das zonas inferiores do Umbral se mostram
refratários; os deveres no constituem testemunhos pesadíssimos. Representa a
zona de "Nosso Lar" onde há maior número de perturbações, dada a
sintonia de muitos dos seus abrigados com os irmãos do Umbral. Numerosas
multidões de espíritos desviados ali se encontram recolhidas. Alimentação de caldo
reconfortante e frutas perfumadas, que mais pareciam concentrados de fluidos
deliciosos.
6.Conclusão – a respiração e o amor: alimentos da alma.
Precisamos desde já, começar a nos educar com relação à nossa alimentação para
que nos preparemos para quando retornarmos ao Plano Espiritual, não tenhamos
muito dificuldade na questão da alimentação.
7.Prece final
Anexos:
Evolução em Dois Mundos – André
Luiz/Chico Xavier, Cap. 21 - Alimentação dos desencarnados
- Como se
verifica a alimentação dos Espíritos desencarnados?
- Encarecendo a importância da respiração no sustento do corpo espiritual,
basta lembrar a hematose no corpo
físico, pela qual o intercâmbio gasoso se efetua com segurança, através dos
alvéolos, nos quais os gases se transferem do meio exterior para o meio interno
e vice-versa, atendendo à assimilação e desassimilação de variadas atividades
químicas no campo orgânico. (...)
Estudando a respiração celular, encontraremos, junto aos próprios arraiais
da ciência humana, problemas somente eqüacionáveis com a ingerência automática
do corpo espiritual nas funções do veículo físico, porque os fenômenos que lhe
são consequentes se graduam em tantas fases diversas que o fisiologista, sem
noções do Espírito, abordá-los-á sempre com a perplexidade de quem atinge o
insolúvel.
Sabemos que para a subsistência do corpo físico é imprescindível a
constante permuta de substâncias, com incessante transformação de energia.
Substância e energia se conjugam para fornecer ao carro fisiológico os
recursos necessários ao crescimento ou à reparação do contínuo desgaste,
produzindo a força indispensável à existência e os recursos reguladores do
metabolismo. (...)
A ciência terrena não desconhece que o metabolismo guarda
a tendência de manter-se em estabilidade constante, tanto assim que,
reconhecidamente, a despesa de oxigênio e o teor de glicemia em jejum revelam
quase nenhuma diferença de dia para dia.
É que o corpo espiritual, comandando o corpo físico, sana
espontaneamente, quando harmonizado em suas próprias funções, todos os
desequilíbrios acidentais nos processos metabólicos, presidindo as reações do
campo nutritivo comum.
Não ignoramos, desse modo, que desde a experiência carnal
o homem se alimenta muito mais pela respiração, colhendo o alimento de volume simplesmente como
recurso complementar de fornecimento plástico e energético, para o setor das
calorias necessárias à massa corpórea e à distribuição dos potenciais de força
nos variados departamentos orgânicos.
Abandonado o envoltório físico na desencarnação, se o
psicossoma está profundamente arraigado às sensações terrestres, sobrevém ao
Espírito a necessidade inquietante de prosseguir atrelado ao mundo biológico
que lhe é familiar, e, quando não a supera ao preço do próprio esforço, no
auto-reajustamento, provoca os fenômenos da simbiose psíquica, que o levam a
conviver, temporariamente, no halo vital daqueles encarnados com os quais se
afine, quando não promove a obsessão espetacular.
Na maioria das vezes, os desencarnados em crise dessa
ordem são conduzidos pelos agentes da Bondade Divina aos centros de reeducação
do Plano Espiritual, onde encontram alimentação semelhante à da Terra, porém
fluídica, recebendo-a em porções adequadas até que se adaptem aos sistemas de
sustentação da Esfera Superior, em cujos círculos a tomada de substância é
tanto menor e tanto mais leve quanto maior se evidencie o enobrecimento da
alma, porqüanto, pela difusão cutânea, o corpo espiritual, através de sua
extrema porosidade, nutre-se de produtos sutilizados ou sínteses
quimioeletromagnéticas, hauridas no reservatório da Natureza e no intercâmbio
de raios vitalizantes e reconstituintes do amor com que os seres se sustentam
entre si.
Essa alimentação psíquica, por intermédio das projeções
magnéticas trocadas entre aqueles que se amam, é muito mais importante que o
nutricionista do mundo possa imaginar, de vez que, por ela, se origina a ideal
euforia orgânica e mental da personalidade. Daí porque toda criatura tem
necessidade de amar e receber amor para que se lhe mantenha o equilíbrio geral.
De qualquer modo, porém, o corpo espiritual com alguma
provisão de substância específica ou simplesmente sem ela, quando já consiga
valer-se apenas da difusão cutânea para refazer seus potenciais energéticos,
conta com os processos da assimilação e da desassimilação dos recursos que lhe
são peculiares, não prescindindo do trabalho de exsudação dos resíduos, pela
epiderme ou pelos emunctórios normais, compreendendo-se, no entanto, que pela
harmonia de nível, nas operações nutritivas, e pela essencialização dos elementos absorvidos, não existem para o
veículo psicossomático determinados excessos e inconveniências dos sólidos e
líquidos da excreta comum.
Emunctório - s.m. Órgão, abertura natural ou
artificial do corpo, que dá saída aos produtos das secreções e aos humores.
Missionários da Luz, André
Luiz/Chico Xavier, Cap. 11, Intercessão
A casa da pobre viúva localizava-se em
rua modesta e, embora relativamente confortável, parecia habitada por muitas
entidades de condição inferior, o que observei sem dificuldade, pelo movimento
de entradas e saídas, antes mesmo de nossa penetração no ambiente doméstico.
Entramos sem que os desencarnados infelizes nos identificassem a presença em
virtude do baixo padrão vibratório que lhes caracterizava as percepções. O
quadro, porém, era doloroso de ver-se. A família, constituída da viúva, três
filhos e um casal de velhos, permanecia à mesa de refeições, no almoço muito
simples. Entretanto, um fato, até então inédito para mim, feriu-me a
observação: seis entidades envolvidas em círculos escuros acompanhavam-nos ao
repasto, como se estivessem tomando alimentos por absorção.
- O. meu Deus! – exclamei, aturdido,
dirigindo-me ao instrutor - será crível? Desencarnados à mesa?
Alexandre replicou, tranqüilo:
- Meu amigo, os quadros de viciação
mental, ignorância e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso, são muito
grandes. Onde não existe organização espiritual, não há defesas da paz de
espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento.
Após ligeira pausa em que fixava,
compadecido, a paisagem interior, prosseguiu:
- Os que desencarnam em condições de
excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas
algemas, quase sempre se mantêm ligados a casa, às situações domésticas aos
fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos
aposentos onde se desligaram do corpo físico.
- Mas chegam a se alimentar, de fato,
utilizando os mesmos acepipes de outro tempo? - indaguei, espantado, ao ver a
satisfação das entidades congregadas ali, absorvendo gostosamente as emanações
dos pratos fumegantes.
Alexandre sorriu e acrescentou:
- Tanta admiração, somente por vê-los
tomando alimentos pelas narinas? E nós outros? Desconhece você, porventura, que
o próprio homem encarnado recebe mais de setenta per cento da alimentação comum
através de princípios atmosféricos, captados pelos condutos respiratórios? Você
não ignora também que as substâncias cozidas ao fogo sofrem profunda
desintegração. Ora, os nossos irmãos, viciados nas sensações fisiológicas,
encontram nos elementos desintegrados o mesmo sabor que experimentavam quando
em uso do envoltório carnal.
- No entanto - ponderei -, parece
desagradável tomar refeições, obrigando-nos à companhia inevitável de
desconhecidos e, mormente desconhecidos da espécie que temos sob os olhos.
- Mas você não pode esquecer - aduziu
o orientador - que não se trata de gente anônima.
Estamos vendo familiares diversos, que
os próprios encarnados retêm com as suas pesadas vibrações de apego doentio.
(...)
Missionários da Luz, André
Luiz/Chico Xavier, Cap. 11, Intercessão
Em pouco tempo, distanciando-nos dos
núcleos suburbanos, encontramo-nos nas vizinhanças de grande matadouro.
Minha surpresa não tinha limites,
porque observei a atitude de vigilância assumida pelo meu orientador, que
penetrou firmemente a larga porta de entrada. Pelas vibrações ambientes,
reconheci que o lugar era dos mais desagradáveis que conhecera, até então, em
minha nova fase de esforço espiritual. Seguindo Alexandre de muito perto, via
numerosos grupos de entidades francamente inferiores que se alojavam aqui e
ali. Diante do local em que se processava a matança dos bovinos, percebi um
quadro estarrecedor. Grande número de desencarnados, em lastimáveis condições,
atiravam-se aos borbotões de sangue vivo, como se procurassem beber o líquido
em sede devoradora...
Alexandre percebera o assombro doloroso
que se apossara de mim e esclareceu-me com serenidade:
- Está observando, André? Estes
infelizes irmãos que nos não podem ver, pela deplorável situação de
embrutecimento e inferioridade, estão sugando as forças do plasma sanguíneo dos
animais. São famintos que causam piedade.
Poucas vezes, em toda a vida, eu
experimentara tamanha repugnância. As cenas mais tristes das zonas inferiores
que, até ali, pudera observar, não me haviam impressionado com tamanho amargor.
Desencarnados à procura de alimentos daquela
espécie? Matadouro cheio de entidades perversas? Que significava tudo aquilo?
Lembrei meus reduzidos estudos de História, remontando-me à época em que as
gerações primitivas ofereciam aos supostos deuses o sangue de touros e
cabritos. Estaria ali, naquele quadro horripilante, a representação antiga dos
sacrifícios em altares de pedra? Deixei que as primeiras impressões me
incandescessem o cérebro, a ponto de sentir, como noutro tempo, que minhas
idéias vagueavam em turbilhão.
Alexandre, contudo, solícito como
sempre, acercou-se mais carinhosamente de mim e explicou:
- Porque tamanha sensação de pavor,
meu amigo? Saia de si mesmo, quebre a concha da interpretação pessoal e venha
para o campo largo da justificação. Não visitamos, nós ambos, na esfera da
Crosta, os açougues mais diversos? Lembro-me de que em meu antigo lar terrestre
havia sempre grande contentamento familiar pela matança dos porcos. A carcaça
de carne e gordura significava abundância da cozinha e conforto do estômago.
Com o mesmo direito, acercam-se os desencarnados, tão inferiores quanto já o
fomos, dos animais mortos, cujo sangue fumegante lhes oferece vigorosos
elementos vitais. Sem dúvida, o quadro é lastimável; não nos compete, porém,
lavrar as condenações. Cada coisa, cada ser, cada alma, permanece no processo
evolutivo que lhe é próprio. E se já passamos pelas estações inferiores,
compreendendo como é difícil a melhoria no plano de elevação, devemos guardar a
disposição legítima de auxiliar sempre, mobilizando as melhores possibilidades
ao nosso alcance, a serviço do próximo.
Nosso Lar, Cap.18 - AMOR,
ALIMENTO DAS ALMAS
Terminada a oração, chamou-nos à mesa a dona da casa, servindo caldo
reconfortante e frutas perfumadas, que mais pareciam concentrados de fluidos
deliciosos. Eminentemente surpreendido, ouvi a senhora Laura observar com
graça:
- Afinal, nossas refeições aqui são muito mais agradáveis que na Terra.
Há residências, em "Nosso Lar", que as dispensam quase por completo;
mas, nas zonas do Ministério do Auxílio, não podemos prescindir dos
concentrados fluídicos, tendo em vista os serviços pesados que as
circunstâncias impõem. Despendemos grande quantidade de energias. É necessário
renovar provisões de força.
- Isso, porém - ponderou uma das jovens -, não quer dizer que somente
nós, os funcionários do Auxílio e da Regeneração, vivamos a depender de
alimentos. Todos os Ministérios, inclusive o da União Divina, não os dispensam,
diferindo apenas a feição substancial. Na Comunicação e no Esclarecimento há
enorme dispêndio de frutos. Na Elevação o consumo de sucos e concentrados não é
reduzido, e, na União Divina, os fenômenos de alimentação atingem o
inimaginável.
Meu
olhar indagador ia de Lísias para a Senhora Laura, ansioso de explicações
imediatas. Sorriam todos da minha natural perplexidade, mas a mãe de Lísias
veio ao encontro dos meus desejos, explicando:
-
Nosso irmão talvez ainda ignore que o maior sustentáculo das criaturas é
justamente o amor. De quando em quando, recebemos em "Nosso Lar"
grandes comissões de instrutores, que ministram ensinamentos relativos à
nutrição espiritual. Todo sistema de alimentação, nas variadas esferas da vida,
tem no amor a base profunda. O alimento físico, mesmo aqui, propriamente
considerado, é simples problema de materialidade transitória, como no caso dos
veículos terrestres, necessitados de colaboração da graxa e do óleo. A alma, em
si, apenas se nutre de amor. Quanto mais nos elevarmos no plano evolutivo da
Criação, mais extensamente conheceremos essa verdade. Não lhe parece que o amor
divino seja o cibo do Universo?
Tais
elucidações confortavam-me sobremaneira. Percebendo-me a satisfação íntima,
Lísias interveio, acentuando:
-
Tudo se equilibra no amor infinito de Deus, e, quanto mais evolvido o ser
criado, mais sutil o processo de alimentação. O verme, no subsolo do planeta,
nutre-se essencialmente de terra. O grande animal colhe na planta os elementos
de manutenção, a exemplo da criança sugando o seio materno. O homem colhe o
fruto do vegetal, transforma-o segundo a exigência do paladar que lhe é
próprio, e serve-se dele à mesa do lar. Nós outros, criaturas desencarnadas,
necessitamos de substâncias suculentas, tendentes à condição fluídica, e o
processo será cada vez mais delicado, à medida que se intensifique a ascensão
individual.
Cibo - significa: alimento, comida, isca.
Devassando o Invisível, Yvonne Pereira , Cap. IV - Nas Regiões Inferiores, pág 88
Há
cerca de um ano, fomos arrebatada em espírito para visitação a entidades
desencarnadas obsessoras, já em vias de arrependimento.(...) Aquelas entidades visitadas, porém, se
encontravam apavoradas ante as consequências do longo percurso pelos canais do
crime, por elas vislumbradas em suas intuições, pois vinham todas, desde época
recuada, servindo ao mal, não apenas no estado humano, terreno, mas ainda
durante o estágio no plano invisível. Eram (...), mendigos espirituais, na
absoluta dependência dos obreiros da Caridade, os quais, dominando a repulsa
que poderiam sentir em presença de tão extrema miséria, os auxiliavam de boamente,
revigorando-lhes as forças para novas tentativas de recuperação e progresso.
(...)
Eram
cerca de dez as entidades então visitadas. Encontravam-se como aprisionadas em
pequeno e miserável compartimento, em promiscuidade chocante. (...) Vibratoriamente,
encontravam-se muito fracas, como alguém em convalescença de grave enfermidade,
apavoradas, desencorajadas para o recurso da oração, porque ainda ímpios os
seus sentimentos; temerosas de se verem em presença de Deus, porque certas da
própria culpabilidade, atormentadas pelas visões alucinatórias dos crimes
praticados. Essas visões, frutos das suas vibrações mentais, nós as víamos tão
bem quanto elas próprias, infestando o perímetro em que permaneciam. Eram
dramáticas: contendas, lutas corporais, assaltos, seduções de menores, roubos,
assassínios, obsessões, suicídios! Ou obscenas, sórdidas, vis, maléficas,
atrozes!
Desesperados,
esses infelizes se debatiam, encobrindo os olhos com as mãos ou ocultando a
cabeça com os braços, ou com os trapos que sempre encontravam ao alcance, na
ingênua suposição de que, assim agindo, se furtariam ao horror das próprias
ações passadas, a ecoarem nos refolhos da consciência, (...).
(...).
O solo do compartimento em que se detinham, espécie de quarto ou sala, de mui
pequenas dimensões, com uma janela gradeada à esquerda e urna porta à direita,
era tão imundo quanto eles próprios, (...). A porta deitava para um pequeno
terreno e permanecia aberta, permitindo passagem aos prisioneiros, caso
desejassem sair.
Ocorria,
no entanto, um fato curioso: os pobres voluntàriamente permaneciam naquele
covil, presidiários de si mesmos, isto é, do próprio passado!
O
terreno acima citado dividia-se em dois por uma cerca, que se nos afigurou
construída em arame farpado. No trecho à esquerda, para o qual deitava a porta,
erguia-se uma cobertura tosca, espécie de pequeno galpão, muito sólido aos
nossos olhos, onde uma mulher de cor negra (Espírito desencarnado,
voluntàriamente materializado, em serviços de resgates ou beneficência),
lembrando o tipo das antigas escravas africanas, ao tempo do Império,
sorridente e simpática, deixando entrever certa luminosidade no seu envoltório
perispirítico, parecia "cozinhar" para os "habitantes
locais".
Sentimos
o aroma apetitoso da comida e espionamos: preparada em grandes tachos de cobre,
como os que se usavam outrora para o fabrico doméstico da goiabada, afigurou-se
ao nosso entendimento tratar-se de leguminosas e hortaliças, as quais se nos
desenharam à visão como alfaces, tomates, cenouras, batatas, azeitonas,
cebolas, em salada. Esse local era agradável pela presença da negra, em quem,
com efeito, reconhecemos Espírito operoso, pelos labores de vigilância a favor
dos delinquentes confiados à sua guarda, como pela visão das iguarias, que nos
pareceram saborosas. (...)
À
nossa chegada, um dos prisioneiros, (...), aproximou-se, como que nos
recebendo. Notamos que esse já não trazia capuz, sinal de melhoria de
vibrações. (...) Compreendemos que ele absolutamente não distinguia Bezerra de
Menezes, mas somente a nós. (...) Ele, porém, falou, com voz e modos rudes e
impertinentes, como pessoa de pouca educação:
-
Tenho fome! Porque não me trazem um verdadeiro almoço?. . Oh! Há quanto tempo
não posso comer!
Lágrimas
lhe corriam dos olhos. O infeliz, materializado ainda e espiritualmente
desajeitado e tardo, realmente sofria o suplício da fome!
Habituada
aos costumes terrenos, que nos levam a servir um prato de comida a quem bate à
nossa porta alegando fome, nosso impulso foi correr à "cozinha" e (...)
Tomamos do prato, onde se via um almoço belo e magnífico, com legumes
cheirosos, e nos encaminhamos para o quarto, sem prever qualquer incidente,
antes persuadida de que a tortura do infeliz irmão seria de todo removida, O
ex-obsessor arrebatou-o de nossas mãos, insofrido e faminto, e levou a colher à
boca, sem mais rodeios, como o teria feito uma pessoa encarnada. Subitamente,
porém, repudiou o prato com asco e horror, arremessando-o ao longe, e entrou a
chorar e a lamentar--se entre uivos e imprecações de verdadeiro réprobo. Sem
nos poder eximir a uma forte impressão de assombro, verificamos que os
apetitosos legumes haviam desaparecido do prato, mas que, em seu lugar,
espalhados em torno, viam-se postas de carne humana, línguas, mãos, dedos,
orelhas, corações, pés, cabeças, etc!
Acudiu
a boa vigilante, compungida e explicativa, enquanto o réprobo se desfazia em
prantos de demente e os companheiros de infortúnio procuravam esconder-se:
-
São as recordações do caliginoso passado, alimentadas por cruciantes remorsos,
que os levam a encontrar vestígios de suas vítimas onde quer que estejam e em
tudo o que vêem e fazem, sob a intensidade da auto-sugestão, que já descambou
para uma desconcertante auto-obsessão. Todo o ambiente que distingues aqui,
minha irmã, excetuando-se a cozinha, é criação mental vibratória destes dez
criminosos, cujo caráter começa a ser desafogado das ondas da perversão,
através das dores do remorso! Não existe aqui cemitério nem prisão, como não há
imundícies, na expressão formal do termo, tal como os entendem os encarnados.
Eles, porém, criam e mantêm tal ambientação, concretizando-a, sem o saberem,
com as próprias forças mentais, na
retrospecção de atos passados, e vivem nela, dentro da mais positiva
realidade, sem mesmo saberem avaliar a profundidade e importância do fenômeno
que se estabelece. A própria fome que os tortura nada mais representa do que o
estado de suas consciências feridas pelos atos passados: estes pobres
sofredores de hoje, quando encarnados, assassinaram pais de família para roubar,
e, como obsessores, uma vez desencarnados, levaram outros tantos ao suicídio,
ao homicídio, etc. Ora, muitas das suas vítimas deixaram viúvas e órfãos na
miséria, padecendo necessidades extremas. Eles sabem disso e, recordando os
órfãos famintos, sentem o reflexo consciencial e padecem mil torturas e
ultrajes, a fome inclusive, enquanto vêem, em visões macabras, os despojos que
suas armas assassinas levaram ao túmulo... A si próprios castigam, pois, com
uma severidade satânica, uma justiça implacável! (...).
Obs.:
Evidente é que, no panorama fluídico dessa cozinha, existia o trabalho mental
realizado pela vontade da entidade espiritual responsável pela vigilância das
entidades sofredoras, a qual teria sido, quando encarnada, alguma escrava ou
serviçal encarregada de cozinhas terrenas. Pela ação da vontade sobre os
fluidos e as matérias essenciais do mundo invisível, ela teria criado o
panorama citado, para a caridosa assistência aos seus pupilos em precário
estado de materialidade, pois é sabido que o Espírito possui liberdade de ação,
no Além-Túmulo, para as tentativas em torno da recuperação dos infelizes
desajustados das normas ou leis espirituais.
(...) (Yvonne
retorna à sua casa)
Já à frente do
corpo carnal, estirado, semimorto, sobre o leito, interrogamos ousadamente da
nobre entidade protetora, o que, conforme anotamos, não é frequente o médium
tentar:
- E os pecadores
a quem visitamos... Eles se alimentam realmente, conforme o entendimento
humano?. Que se me afigurou, ali, o delicado almoço, uma vez que este será mero
produto físico-terreno?
Acariciou-nos paternalmente a cabeça, como lhe é antigo hábito, e,
impelindo-nos docemente para o retorno à vida corporal, despertando-nos da
letargia, respondeu, sorridente e bondoso, recordando o diapasão da resposta do
Mestre Nazareno às indagações do Senador Nicodemos, que o visitara dentro da
noite:
- Oh! Tu te
dizes espírita e médium e desconheces tão importante tese doutrinária?... Não
leste, porventura, os códigos compilados por Allan Kardec, há um século dados à
luz da publicidade?... Procura relê-los, com atenção, e encontrarás resposta à
pergunta feita. De outro modo, por acréscimo de misericórdia concedida pela lei
da Criação aos sofredores e desajustados espirituais, teremos o direito de
prover certas necessidades imaginárias que, como Espírito, já não poderão
sentir, mas que a mente conserva, pelo seu retardamento evolutivo... E o
faremos de bom grado, até que se reequilibrem as suas impressões,
reconfortando-os, serenando-os, para o advento do verdadeiro raciocínio, de que
resultará a adaptação ao estado espiritual.
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