segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Estudo Nosso Lar - Capítulo 40 – Lesões Afetivas

Casa Espírita Missionários da Luz 
Estudo Livro Nosso Lar  –  27/09/2016

Tema:  Capítulo 40 – Lesões Afetivas

Objetivos:
- Perceber a responsabilidade pelos compromissos afetivos que efetuamos;
- Entender a utilização saudável da função sexual como expressiva conquista moral do Espírito.

Bibliografia:  
- Nosso Lar, André Luiz/Chico Xavier, Cap 40
·  O Livro dos Espíritos, pergs 695, 696; “Uniões Antipáticas” – Perguntas 939 a 940
·         O Evang.Segundo o Espiritismo, Cap. XVII item 7 “O Dever”,
·         Momentos de Ouro, Chico Xavier, ‘Lesões Afetivas’, Cap 31 (Emmanuel)
·         Vida e Sexo, Chico Xavier/Emmanuel, Caps 5, 6, 12, 20 e 22
·         Momento Espírita, ‘Lesões Afetivas’, de 10/05/2010
·         Vereda Familiar, Thereza de Brito/Raul Teixeira, Cap. 6
·         Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap. 5 “Relacionamentos Afetivos Angustiantes’, Cap. 8 ‘Reflexões sobre a Sexualidade’
·         Vida, Desafios e Solições, Joanna de Ângelis, cap 2 ‘Conflitos Pessoais’


Material: notebook e projetor

Desenvolvimento:

1.Leitura inicial: página anexa, do Momento Espírita, e prece Inicial.
2. Iniciar projetando a frase:

“Lembrei, perfeitamente, o dia em que ela, humilde, penetrara em nossa casa levada por velha amiga de minha mãe, que aceitou as recomendações trazidas, admitindo-a para os serviços domésticos.
A princípio, o ritmo comum, nada de extraordinário; depois, a intimidade excessiva, de quem abusa da faculdade de mandar e da condição de servir alguém.

Elisa pareceu-me bastante leviana, e, quando a sós comigo, comentava sem escrúpulo certas aventuras da sua mocidade, agravando com isso a irreflexão de nossos pensamentos.

Sob enorme angústia moral, abandonou Elisa, mais tarde, a nossa casa, sem coragem de me lançar em rosto qualquer acusação. E o tempo passou, reduzindo o fato, em meu pensamento, a episódio fortuito da existência humana.

èo que podemos perceber nesse trecho do relato de André Luiz à Narcisa?
    èabuso da condição de ‘patrão’ (assédio moral)
    èjulgamento (achou-a leviana e, talvez por isso tenha se achado no direito de não respeitá-la)
    èdepois, ignorou o fato, como ‘fortuito’ da vida...

A história, por Elisa
Nos tempos da mocidade distante, como filha de um lar paupérrimo, vali-me do emprego em casa de abastado comerciante, onde a vida me impôs imensa transformação. Esse negociante tinha um filho, tão jovem quanto eu, e depois da intimidade estabelecida entre nós, quando toda a reação de minha parte seria inútil, esqueci criminosamente que Deus reserva o trabalho a todos os que amem a vida sã, por mais faltosos que tenham sido, e entreguei-me a experiências dolorosas, que não preciso comentar.
Conheci, de perto, o prazer, o luxo, o conforto material e, em seguida, o horror de mim mesma, a sífilis, o hospital, o abandono de todos, as tremendas desilusões que culminaram na cegueira e na morte do corpo.
Errei, muito tempo, em terrível desespero, mas, um dia, tanto roguei o amparo da Virgem de Nazaré, que mensageiros do bem me recolheram por amor ao seu nome, trazendo-me a esta casa de abençoada consolação.

èe no relato de Elisa? O que podemos perceber?
    èa partir das experiências na casa de André Luiz, passou a ter uma vida de ilusões, ao  invés da vida simples de trabalho duro mas honesto e nobre.

èserá que a experiência dela com o jovem André Luiz foi fator preponderante nas consequências que a vida dela teve?
Ele achou que sim, e como disse Narcisa, a atração que ele sentiu pela visita ao pavilhão feminino, foi um ‘recado divino’:

Projetar:
“A dívida, agora, era inteiramente minha. Cheguei a tremer, envergonhado da exumação daquelas reminiscências, mas, qual criança ansiosa de perdão pelas faltas cometidas, dirigi-me a Narcisa, pedindo orientação.”

E falou Narcisa a ele:
“se o Senhor permitiu que reencontrasse agora esta irmã, é que já o considera em condições de resgatar a dívida.”

“encontramos no caminho os frutos do bem ou do mal que semeamos. Esta afirmativa não é frase doutrinária, é realidade universal.”


3. Projetar conceitos sobre a utilização da função sexual

O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos. “  LE 696
èno princípio, éramos como os animais, na questão do uso da função sexual

“Nos seres primitivos, situados nos primeiros degraus da emoção e do raciocínio, e, ainda, em todas as criaturas que se demoram voluntariamente no nível dos brutos, a descarga de semelhante energia se opera inconsideradamente. Isso, porém, lhes custa resultados angustiosos a lhes lastrearem longo tempo de fixação em existências menos felizes, nas quais a vida, muito a pouco e pouco, ensina a cada um que ninguém abusa de alguém sem carrear prejuízo a si mesmo.”
(Emmanuel, Vida e Sexo, Cap. 5 ‘Energia Sexual’)

èFreud, no estudo das neuroses, encontrou a libido como causa de diversos transtornos:

“Sigmund Freud, o insigne Pai da Psicanálise, afirmava com razão muito pessoal que, na raiz de todo conflito neurótico, sempre existe um problema da libido. Não se pode descartar essa manifestação recalcada da libido, nos diversos comportamentos perturbadores que afetam a criatura humana. Isso porque, remanescente das suas experiências coevas, o ser renasce sob as injunções das condutas pelas quais transitou.” (Vida, Desafios e Soluções, cap 2 ‘Conflitos Pessoais’)
    èE Joanna faz uma análise dos problemas sexuais que aturdem a sociedade contemporânea no livro Encontro com a Paz e a Saúde:

“ (...) trazendo no inconsciente profundo as marcas dos compromissos infelizes do passado, a atual existência faz-se assinalada por inseguranças e medos, quando não por distúrbios do sentimento e dubiedade de conduta, mantendo um comportamento social correspondente às exigências do grupo em que se encontra e outro de natureza mental, vicioso, vulgar, promíscuo...”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 8)


“As paisagens mentais de incontável número de pessoas apresentam-se ricas de imagens chulas e atentatórias ao pudor, impondo devaneios que se tornam cada vez mais inquietantes, pela impossibilidade de se tornarem realidade no mundo das formas. Estorcegam, esses, que se permitem o prolongamento da anomalia, sem buscarem psicoterapias convenientes, em verdadeiros conflitos que defluem da viciação mental em que transitam.”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 8)
    èsão diversos os conflitos decorrentes do uso inadequado da função sexual, que trazemos de experiências passadas.

“O relaxamento dos valores éticos e morais dá margem aos voos da imaginação exacerbada, propondo prazeres exaustivos de qualquer forma, que não conseguem acalmar os seus aficionados. Quanto mais se vulgarizam os atos sexuais, mais necessidades falsas se apresentam para o seu atendimento.”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 8)
èos problemas modernos, de valores educacionais nas famílias, após grande período de castração, podem ter parte da responsabilidade pelo relaxamento dos valores éticos e morais.

“Como justificativa para a alucinação que toma conta de grande parte da sociedade, facilitam-se as condutas sexuais conforme os padrões de cada pessoa, dando lugar aos abusos da função e aos desvarios da prática.

Tudo quanto violenta a natureza em si mesma, nas suas construções e apresentações, nas suas finalidades orgânicas, transforma-se em motivo de desordem, afetando o ser humano de maneira significativa.

O sexo foi colocado a serviço da vida e não esta à sua servidão...”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 8)
èse a pessoa em si mesma, já traz diversos conflitos sexuais, seus relacionamentos poderão, em grande parte gerar prejuízos a seus parceiros...

“Confundindo, muitas vezes, as sensações com as emoções, deixa-se arrastar pelos impulsos dos desejos infrenes, estabelecendo compromissos graves mediante relações apressadas que se transformam em desastres comportamentais.”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 5)
èe com a banalização da questão sexual, esses compromissos vão se fazendo e se rompendo...

“Toda vez que determinada pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade.
Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentação do equilíbrio emotivo, seja qual for o campo de circunstâncias em que esse compromisso venha a ser efetuado. Criada a ruptura no sistema de permuta das cargas magnéticas de manutenção, de alma para alma, o parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores na auto-defensiva, entra em pânico, sem que se lhe possa prever o descontrole que, muitas vezes, raia na delinqüência. Tais resultados da imprudência e da invigilância repercutem no agressor, que partilhará das consequências desencadeadas por ele próprio, debitando-se-lhe ao caminho a sementeira partilhada de conflitos e frustrações que carreará para o futuro.”  (Emmanuel, Vida e Sexo, Cap. 6 ‘Compromisso Afetivo’)
ð Aqui vemos a lesão afetiva que é gerada no parceiro. è lembrar o caso de Elisa com A.Luiz

LE perg 940 a) — Mas, nesse caso, não há quase sempre uma vítima inocente?
“Há e para ela é uma dura expiação. Mas, a responsabilidade da sua desgraça recairá sobre os que lhe tiverem sido os causadores.”  (fala das uniões antipáticas)
èe na consequência na vida do parceiro lesado, Emmanuel fala na ruptura do circuito energético!
ètem um filme, ‘Frankie e Alice’, que fala de um transtorno psíquico grave, originado por lesões afetivas bem profundas. Quantos dramas originados por questões de lesões afetivas!

èJoanna fala da adolescência, onde muitos conflitos tem origem, pois realidade e fantasia se confundem:
“Se, nessa fase inicial da puberdade, ou logo após, os relacionamentos se agravam, transformando-se em convivência sexual, por certo o amadurecimento das emoções demonstrará o erro da escolha, a dor interna do desencanto, a angústia que decorre da eleição feita por precipitação, o transtorno da depressão...”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 5)
èé preciso orientar os jovens a canalizar o excesso de energias que possuem

“Desportos e estudos, disciplinas sem rigidez e com amizade, relacionamentos afetivos e convivência saudável podem contribuir valiosamente para facilitar o trânsito no período juvenil, sem traumas nem compromissos precipitados de efeitos danosos.”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 5)
èmas como continua Joanna nesse capítulo, para isso, é preciso harmonia doméstica, convivência e diálogo entre pais e filhos...

èE Joanna acrescenta que não é só na adolescência que pode ocorrer essa confusão entre emoções e sensações.. Também na idade adulta, na mulher, na fase pré ou pós climatério, e no homem, na andropausa. Ou ainda numa fase adulta de frustração e de ansiedade, geradora de solidão e incompletude: ler trecho do Cap. 5 ‘RELACIONAMENTOS AFETIVOS ANGUSTIANTES’ (anexo)

4.Conclusão:

èna perg 696 de O LE, os Espíritos superiores falaram que “O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos. “ e que o casamento representa progresso para a humanidade.
Fechemos com Thereza de Brito:

“ A solidão e o instinto carnal não recomendam por si mesmos, a união esponsalícia, mas sim, pedem prestação de serviço ao semelhante, como medicação para o solitário, tanto quanto esforço educativo da libido desgovernada, a fim de que se torne fonte de vida, ao invés de paul de miasmas.
Todas as vezes em que a vinculação conjugal se alicerça sobre carências, advém a certeza de que será de curta duração o cometimento, ainda que permaneçam os parceiros sob o mesmo teto”. Vereda Familia, cap.6

5.Prece final





LESÕES AFETIVAS 
Várias são as lesões que atingem o ser humano durante sua jornada terrena. Algumas leves, de fácil cicatrização, outras mais profundas e duradouras. Dentre elas vamos encontrar as responsáveis por desatinos de variada ordem, que são as lesões afetivas.
Fruto do desrespeito que temos uns pelos outros, as lesões afetivas têm ocasionado homicídios, suicídios, abortos, injúrias que dilapidam ou arrasam a existência das vítimas, feridas no afeto que lhes alimentava as forças.
Quantas lágrimas de aflição, quantos crimes são cometidos na sombra, em nome dessas lesões provocadas nas profundezas da alma. Esquecendo-nos de que cada criatura leva, em sua intimidade, caracteres próprios, não conseguimos medir suas resistências, nem suas reações diante de uma promessa não cumprida.
Usando a desculpa do amor livre e do sexo liberado, não temos atentado para as consequências amargas que resultam da nossa falta de respeito ao próximo. Na ânsia de satisfazer os desejos carnais, não hesitamos em nos envolver levianamente com pessoas que sentem, tanto quanto nós mesmos, carências de afeto e sede de compreensão e carinho.
Quantas crianças nascem, fruto desses envolvimentos irresponsáveis, e amargam o abandono e a solidão como filhos rejeitados por um ou outro dos pais, ou pelos dois. Quantos levam no coraçãozinho a tristeza de não poder pronunciar a doce palavra pai, porque aquele que o gerou não honrou o compromisso, deixando à companheira toda a responsabilidade pela condução da criança.
Quantos homens e mulheres que juram fidelidade, nos votos feitos por ocasião do matrimônio, e que levianamente os rompem, envolvendo-se com outras pessoas, provocando lesões afetivas inconsequentes. Certamente muitos desses delitos não são catalogados pelas leis humanas, mas não passam despercebidos nas Leis de Deus, que exigem dos responsáveis a devida reparação, no momento oportuno.
É importante que reflitamos acerca desse assunto que nos diz respeito. É imprescindível que respeitemos os sentimentos alheios tanto quanto desejamos ter os nossos sentimentos respeitados. Se não queremos ou não podemos manter um romance de carinho a dois, não o iniciemos. Lembremos que, acima das leis humanas, existem as Leis Divinas, das quais não poderemos fugir, como seres imortais que somos. Se as infringirmos, teremos que efetuar a devida reparação mais cedo ou mais tarde.
E se hoje a carência afetiva nos dilacera a alma, pode ser que estejamos reparando delitos cometidos anteriormente. É possível que Deus permita que soframos a falta do afeto que não soubemos valorizar quando tínhamos. Muitos de nós estamos altamente compromissados com as Leis de Deus, em matéria de amor e sexo irresponsáveis. Por esse motivo, mesmo estando casada, grande parte das criaturas sente falta de afeto e carinho, amargando as consequências dos delitos cometidos contra os semelhantes, na área da afetividade.
Dessa forma, vale a pena valorizarmos os sentimentos alheios, para que no futuro possamos ser merecedores do afeto e da fidelidade que tanto necessitamos.
Redação do Momento Espírita com base no cap. Lesões
 afetivas, do livro Momentos de ouro, por Espíritos diversos, 
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Geem.
Em 10.05.2010.
Encontro com a Paz e a Saúde – Joanna de Ângelis
Cap. 5 ‘RELACIONAMENTOS AFETIVOS ANGUSTIANTES’

“Nessa fase, quando se encontram dois indivíduos que se sentem solitários e insatisfeitos com a existência, resultante da convivência não realizadora no lar ou no trabalho, são levados à permuta de confidências, descobrindo ser portadores de grande afinidade nos gostos, nas aspirações, nos ideais, quando o que existe em verdade é somente fuga da realidade.
Precipitam-se em uniões ansiosas, cujos desastres logo se apresentam, passadas as primeiras sensações assinaladas pelos ingredientes da fantasia.

Nesse sentido, os relacionamentos virtuais através da INTERNET, quando, cada qual oculta os conflitos e transfere-os para a responsabilidade de outrem, ensejam encantamentos paradisíacos, despertam paixões vulcânicas, resultantes todos das insatisfações acumuladas, instalando perigosos transtornos neuróticos de conseqüências lamentáveis.”

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