Casa
Espírita Missionários da Luz
Estudo Livro Nosso Lar – 27/09/2016
Tema:
Capítulo 40 – Lesões Afetivas
Objetivos:
- Perceber a responsabilidade pelos
compromissos afetivos que efetuamos;
- Entender a utilização saudável da
função sexual como expressiva conquista moral do Espírito.
Bibliografia:
- Nosso Lar, André Luiz/Chico
Xavier, Cap 40
·
O
Livro dos Espíritos, pergs 695, 696; “Uniões Antipáticas” – Perguntas 939 a 940
·
O
Evang.Segundo o Espiritismo, Cap. XVII item 7 “O Dever”,
·
Momentos
de Ouro, Chico Xavier, ‘Lesões Afetivas’, Cap 31 (Emmanuel)
·
Vida e Sexo, Chico Xavier/Emmanuel, Caps 5, 6, 12, 20
e 22
·
Momento Espírita, ‘Lesões Afetivas’, de 10/05/2010
·
Vereda
Familiar, Thereza de Brito/Raul Teixeira, Cap. 6
·
Encontro
com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap. 5 “Relacionamentos Afetivos
Angustiantes’, Cap. 8 ‘Reflexões sobre a Sexualidade’
·
Vida,
Desafios e Solições, Joanna de Ângelis, cap 2 ‘Conflitos Pessoais’
Material: notebook e projetor
Desenvolvimento:
1.Leitura inicial: página anexa, do Momento Espírita, e prece
Inicial.
2. Iniciar projetando a frase:
“Lembrei, perfeitamente,
o dia em que ela, humilde, penetrara em nossa casa levada por velha amiga de
minha mãe, que aceitou as recomendações trazidas, admitindo-a para os serviços
domésticos.
A princípio, o ritmo
comum, nada de extraordinário; depois, a intimidade excessiva, de quem abusa da
faculdade de mandar e da condição de servir alguém.
Elisa pareceu-me bastante
leviana, e, quando a sós comigo, comentava sem escrúpulo certas aventuras da
sua mocidade, agravando com isso a irreflexão de nossos pensamentos.
Sob enorme angústia
moral, abandonou Elisa, mais tarde, a nossa casa, sem coragem de me lançar em
rosto qualquer acusação. E o tempo passou, reduzindo o fato, em meu pensamento,
a episódio fortuito da existência humana.
èo que podemos perceber nesse trecho do relato
de André Luiz à Narcisa?
èabuso da condição de ‘patrão’ (assédio moral)
èjulgamento (achou-a leviana e, talvez por isso
tenha se achado no direito de não respeitá-la)
èdepois, ignorou o fato, como ‘fortuito’ da
vida...
A
história, por Elisa
Nos tempos da mocidade
distante, como filha de um lar paupérrimo, vali-me do emprego em casa de
abastado comerciante, onde a vida me impôs imensa transformação. Esse
negociante tinha um filho, tão jovem quanto eu, e depois da intimidade
estabelecida entre nós, quando toda a reação de minha parte seria inútil,
esqueci criminosamente que Deus reserva o trabalho a todos os que amem a vida
sã, por mais faltosos que tenham sido, e entreguei-me a experiências dolorosas,
que não preciso comentar.
Conheci, de perto, o
prazer, o luxo, o conforto material e, em seguida, o horror de mim mesma, a
sífilis, o hospital, o abandono de todos, as tremendas desilusões que
culminaram na cegueira e na morte do corpo.
Errei, muito tempo, em
terrível desespero, mas, um dia, tanto roguei o amparo da Virgem de Nazaré, que
mensageiros do bem me recolheram por amor ao seu nome, trazendo-me a esta casa
de abençoada consolação.
èe
no relato de Elisa? O que podemos perceber?
èa partir das
experiências na casa de André Luiz, passou a ter uma vida de ilusões, ao invés da vida simples de trabalho duro mas
honesto e nobre.
èserá
que a experiência dela com o jovem André Luiz foi fator preponderante nas
consequências que a vida dela teve?
Ele achou que sim, e
como disse Narcisa, a atração que ele sentiu pela visita ao pavilhão feminino,
foi um ‘recado divino’:
Projetar:
“A dívida, agora, era
inteiramente minha. Cheguei a tremer, envergonhado da exumação daquelas reminiscências,
mas, qual criança ansiosa de perdão pelas faltas cometidas, dirigi-me a
Narcisa, pedindo orientação.”
E falou Narcisa a
ele:
“se o Senhor permitiu que
reencontrasse agora esta irmã, é que já o considera em condições de resgatar a
dívida.”
“encontramos no caminho
os frutos do bem ou do mal que semeamos. Esta afirmativa não é frase
doutrinária, é realidade universal.”
3. Projetar conceitos
sobre a utilização da função sexual
“O estado de natureza é o da união
livre e fortuita dos sexos. “ LE 696
èno
princípio, éramos como os animais, na questão do uso da função sexual
“Nos seres primitivos,
situados nos primeiros degraus da emoção e do raciocínio, e, ainda, em todas as
criaturas que se demoram voluntariamente no nível dos brutos, a descarga de
semelhante energia se opera inconsideradamente. Isso, porém, lhes custa
resultados angustiosos a lhes lastrearem longo tempo de fixação em existências
menos felizes, nas quais a vida, muito a pouco e pouco, ensina a cada um que
ninguém abusa de alguém sem carrear prejuízo a si mesmo.”
(Emmanuel, Vida e
Sexo, Cap. 5 ‘Energia Sexual’)
èFreud,
no estudo das neuroses, encontrou a libido como causa de diversos transtornos:
“Sigmund Freud, o
insigne Pai da Psicanálise, afirmava com razão muito pessoal que, na raiz de
todo conflito neurótico, sempre existe um problema da libido. Não se pode
descartar essa manifestação recalcada da libido, nos diversos comportamentos
perturbadores que afetam a criatura humana. Isso porque, remanescente das suas
experiências coevas, o ser renasce sob as injunções das condutas pelas quais
transitou.” (Vida, Desafios e Soluções, cap 2 ‘Conflitos Pessoais’)
èE Joanna faz uma
análise dos problemas sexuais que aturdem a sociedade contemporânea no livro Encontro com a Paz e a Saúde:
“ (...) trazendo no inconsciente profundo as
marcas dos compromissos infelizes do passado, a atual existência faz-se
assinalada por inseguranças e medos, quando não por distúrbios do sentimento e
dubiedade de conduta, mantendo um comportamento social correspondente às
exigências do grupo em que se encontra e outro de natureza mental, vicioso,
vulgar, promíscuo...”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna
de Ângelis, Cap 8)
“As paisagens mentais de incontável número de
pessoas apresentam-se ricas de imagens chulas e atentatórias ao pudor, impondo
devaneios que se tornam cada vez mais inquietantes, pela impossibilidade de se
tornarem realidade no mundo das formas. Estorcegam, esses, que se permitem o
prolongamento da anomalia, sem buscarem psicoterapias convenientes, em
verdadeiros conflitos que defluem da viciação mental em que transitam.”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna
de Ângelis, Cap 8)
èsão diversos os
conflitos decorrentes do uso inadequado da função sexual, que trazemos de
experiências passadas.
“O relaxamento dos
valores éticos e morais dá margem aos voos da imaginação exacerbada, propondo
prazeres exaustivos de qualquer forma, que não conseguem acalmar os seus
aficionados. Quanto mais se vulgarizam os atos sexuais, mais necessidades
falsas se apresentam para o seu atendimento.”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna
de Ângelis, Cap 8)
èos
problemas modernos, de valores educacionais nas famílias, após grande período
de castração, podem ter parte da responsabilidade pelo relaxamento dos valores
éticos e morais.
“Como justificativa para a alucinação que
toma conta de grande parte da sociedade, facilitam-se as condutas sexuais
conforme os padrões de cada pessoa, dando lugar aos abusos da função e aos
desvarios da prática.
Tudo quanto violenta a natureza em si mesma,
nas suas construções e apresentações, nas suas finalidades orgânicas,
transforma-se em motivo de desordem, afetando o ser humano de maneira
significativa.
O sexo foi colocado a serviço da vida e não
esta à sua servidão...”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna
de Ângelis, Cap 8)
èse
a pessoa em si mesma, já traz diversos conflitos sexuais, seus relacionamentos
poderão, em grande parte gerar prejuízos a seus parceiros...
“Confundindo, muitas
vezes, as sensações com as emoções, deixa-se arrastar pelos impulsos dos
desejos infrenes, estabelecendo compromissos graves mediante relações
apressadas que se transformam em desastres comportamentais.”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna
de Ângelis, Cap 5)
èe com a banalização da questão sexual,
esses compromissos vão se fazendo e se rompendo...
“Toda vez que determinada
pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste
sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias
espirituais, em regime de reciprocidade.
Quando um dos parceiros foge
ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa
o outro na sustentação do equilíbrio
emotivo, seja qual for o campo de circunstâncias em que esse compromisso
venha a ser efetuado. Criada a ruptura no sistema de permuta das cargas
magnéticas de manutenção, de alma para alma, o parceiro prejudicado, se não dispõe
de conhecimentos superiores na auto-defensiva, entra em pânico, sem que se lhe possa
prever o descontrole que, muitas vezes, raia na delinqüência. Tais resultados
da imprudência e da invigilância repercutem no agressor, que partilhará das consequências
desencadeadas por ele próprio, debitando-se-lhe ao caminho a sementeira
partilhada de conflitos e frustrações que carreará para o futuro.” (Emmanuel, Vida e Sexo, Cap. 6 ‘Compromisso
Afetivo’)
ð Aqui vemos a lesão
afetiva que é gerada no parceiro. è lembrar o caso de
Elisa com A.Luiz
LE perg 940 a) — Mas, nesse caso, não há quase sempre uma vítima
inocente?
“Há e para ela é uma dura
expiação. Mas, a responsabilidade da sua desgraça recairá sobre os que lhe
tiverem sido os causadores.” (fala das
uniões antipáticas)
èe
na consequência na vida do parceiro lesado, Emmanuel fala na ruptura do circuito
energético!
ètem
um filme, ‘Frankie e Alice’, que fala de um transtorno psíquico grave,
originado por lesões afetivas bem profundas. Quantos dramas originados por
questões de lesões afetivas!
èJoanna
fala da adolescência, onde muitos conflitos tem origem, pois realidade e
fantasia se confundem:
“Se, nessa fase
inicial da puberdade, ou logo após, os relacionamentos se agravam,
transformando-se em convivência sexual, por certo o amadurecimento das emoções
demonstrará o erro da escolha, a dor interna do desencanto, a angústia que
decorre da eleição feita por precipitação, o transtorno da depressão...”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna
de Ângelis, Cap 5)
èé
preciso orientar os jovens a canalizar o excesso de energias que possuem
“Desportos e estudos,
disciplinas sem rigidez e com amizade, relacionamentos afetivos e convivência
saudável podem contribuir valiosamente para facilitar o trânsito no período
juvenil, sem traumas nem compromissos precipitados de efeitos danosos.”
(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna
de Ângelis, Cap 5)
èmas
como continua Joanna nesse capítulo, para isso, é preciso harmonia doméstica,
convivência e diálogo entre pais e filhos...
èE Joanna acrescenta que não é só na
adolescência que pode ocorrer essa confusão entre emoções e sensações.. Também
na idade adulta, na mulher, na fase pré ou pós climatério, e no homem, na
andropausa. Ou ainda numa fase adulta de frustração e de ansiedade, geradora de
solidão e incompletude: ler trecho do Cap. 5 ‘RELACIONAMENTOS AFETIVOS
ANGUSTIANTES’ (anexo)
4.Conclusão:
èna perg 696 de O LE, os Espíritos superiores
falaram que “O estado de natureza é o da
união livre e fortuita dos sexos. “ e que o casamento representa progresso
para a humanidade.
Fechemos com Thereza de Brito:
“
A solidão e o instinto carnal não recomendam por si mesmos, a união
esponsalícia, mas sim, pedem prestação de serviço ao semelhante, como medicação
para o solitário, tanto quanto esforço educativo da libido desgovernada, a fim
de que se torne fonte de vida, ao invés de paul de miasmas.
Todas as vezes em que
a vinculação conjugal se alicerça sobre carências, advém a certeza de que será
de curta duração o cometimento, ainda que permaneçam os parceiros sob o mesmo
teto”. Vereda Familia, cap.6
5.Prece final
LESÕES AFETIVAS
Várias
são as lesões que atingem o ser humano durante sua jornada terrena. Algumas
leves, de fácil cicatrização, outras mais profundas e duradouras. Dentre elas
vamos encontrar as responsáveis por desatinos de variada ordem, que são as
lesões afetivas.
Fruto
do desrespeito que temos uns pelos outros, as lesões afetivas têm ocasionado
homicídios, suicídios, abortos, injúrias que dilapidam ou arrasam a existência
das vítimas, feridas no afeto que lhes alimentava as forças.
Quantas
lágrimas de aflição, quantos crimes são cometidos na sombra, em nome dessas
lesões provocadas nas profundezas da alma. Esquecendo-nos de que cada criatura
leva, em sua intimidade, caracteres próprios, não conseguimos medir suas
resistências, nem suas reações diante de uma promessa não cumprida.
Usando
a desculpa do amor livre e do sexo liberado, não temos atentado para as
consequências amargas que resultam da nossa falta de respeito ao próximo. Na
ânsia de satisfazer os desejos carnais, não hesitamos em nos envolver
levianamente com pessoas que sentem, tanto quanto nós mesmos, carências de
afeto e sede de compreensão e carinho.
Quantas
crianças nascem, fruto desses envolvimentos irresponsáveis, e amargam o
abandono e a solidão como filhos rejeitados por um ou outro dos pais, ou pelos
dois. Quantos levam no coraçãozinho a tristeza de não poder pronunciar a doce
palavra pai, porque aquele que o gerou não honrou o compromisso,
deixando à companheira toda a responsabilidade pela condução da criança.
Quantos
homens e mulheres que juram fidelidade, nos votos feitos por ocasião do
matrimônio, e que levianamente os rompem, envolvendo-se com outras pessoas,
provocando lesões afetivas inconsequentes. Certamente muitos desses delitos não
são catalogados pelas leis humanas, mas não passam despercebidos nas Leis de
Deus, que exigem dos responsáveis a devida reparação, no momento oportuno.
É
importante que reflitamos acerca desse assunto que nos diz respeito. É
imprescindível que respeitemos os sentimentos alheios tanto quanto desejamos
ter os nossos sentimentos respeitados. Se não queremos ou não podemos manter um
romance de carinho a dois, não o iniciemos. Lembremos que, acima das leis
humanas, existem as Leis Divinas, das quais não poderemos fugir, como seres
imortais que somos. Se as infringirmos, teremos que efetuar a devida reparação
mais cedo ou mais tarde.
E se
hoje a carência afetiva nos dilacera a alma, pode ser que estejamos reparando
delitos cometidos anteriormente. É possível que Deus permita que soframos a
falta do afeto que não soubemos valorizar quando tínhamos. Muitos de nós
estamos altamente compromissados com as Leis de Deus, em matéria de amor e sexo
irresponsáveis. Por esse motivo, mesmo estando casada, grande parte das
criaturas sente falta de afeto e carinho, amargando as consequências dos
delitos cometidos contra os semelhantes, na área da afetividade.
Dessa
forma, vale a pena valorizarmos os sentimentos alheios, para que no futuro
possamos ser merecedores do afeto e da fidelidade que tanto necessitamos.
Redação
do Momento Espírita com base no cap. Lesões
afetivas, do livro Momentos de ouro, por Espíritos diversos,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Geem.
Em 10.05.2010.
afetivas, do livro Momentos de ouro, por Espíritos diversos,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Geem.
Em 10.05.2010.
Encontro com a Paz e a
Saúde – Joanna de Ângelis
Cap. 5 ‘RELACIONAMENTOS AFETIVOS ANGUSTIANTES’
“Nessa
fase, quando se encontram dois indivíduos que se sentem solitários e
insatisfeitos com a existência, resultante da convivência não realizadora no
lar ou no trabalho, são levados à permuta de confidências, descobrindo ser
portadores de grande afinidade nos gostos, nas aspirações, nos ideais, quando o
que existe em verdade é somente fuga da realidade.
Precipitam-se
em uniões ansiosas, cujos desastres logo se apresentam, passadas as primeiras
sensações assinaladas pelos ingredientes da fantasia.
Nesse sentido,
os relacionamentos virtuais através da INTERNET, quando, cada qual oculta os
conflitos e transfere-os para a responsabilidade de outrem, ensejam
encantamentos paradisíacos, despertam paixões vulcânicas, resultantes todos das
insatisfações acumuladas, instalando perigosos transtornos neuróticos de
conseqüências lamentáveis.”
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