Casa
Espírita Missionários da Luz - ESDE1 – 01/10/2013
Tema:
Lei de Destruição – Pena de Morte e Eutanásia
Objetivos:
- Esclarecer que desaparecerá algum dia, da legislação humana, a pena de morte
- Explicar as palavras de Cristo: “Quem matou pela espada, pela espada perecerá”
- Concluir que a eutanásia não libera o indivíduo do sofrimento
Bibliografia:
-
O Livro dos Espíritos, pergs. 760 à 765;
-
Quando Voltar a Primavera, “A Lição Difícil” , Amélia
Rodrigues/Divaldo P. Franco
-
Mateus, 6:14 e 15;
-
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap V, item 28;
-
Após a tempestade – Divaldo P. Franco/Joanna de Ângelis, Cap. 14
e 15
-
O
Consolador – Francisco
C. Xavier (Emmanuel) – perg. 106
-
Dos
hippies aos problemas do mundo - Francisco Cândido Xavier - pág.
48, Cap. 10 – Pena de
Morte
Desenvolvimento:
- Leitura página inicial O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo V – item 28, comentários e prece de abertura;
- Iniciar leitura e discussão das perguntas de O LE: 760, 761, 764,
- Separar o grupo em 2 sub-grupos, onde cada um estudará um texto de Joanna, em Após a Tempestade: “Eutanásia” e “Pena de Morte”. Os grupos devem após a reflexão sobre a página, responder as perguntas para serem levadas ao outro grupo:
Pena
de Morte:
- quais as justificativas sociais para a pena de morte?
- qual a visão espírita com relação ao criminoso?
- como a Doutrina Espírita contra argumenta as justificativas apresentadas?
- estaríamos nós livres de cometer algum crime?
Eutanásia:
- Quais as justificativas sociais para a eutanásia?
- Como a Doutrina Espírita analisa o momento da morte?
- Qual o objetivo das enfermidades segundo a Doutrina Espírita?
- Os Espíritos reencarnam com um tempo determinado de vida?
- Apresentação dos grupos.
- Concluir com a parábola do Bom Samaritano, descrita em “Dos hippies aos problemas do mundo - Francisco Cândido Xavier - pág. 48, Cap. 10 – Pena de Morte ”
“CHICO
XAVIER: Nosso Emmanuel que está presente nos pede considerarmos, já
que a personalidade de Nosso Senhor Jesus Cristo está recebendo o
enfoque de nossos pensamentos e de nossas palavras, ele nos convida a
recordarmos com a máxima veneração pelas nossas leis e pelas
autoridades que as expõem ele nos solicita recordarmos, na condição
de cristãos, a parábola do Bom Samaritano, um ensinamento
considerado antigo, mas há dentro dele uma nota de profunda
significação.
É
que, dentro da parábola, existem as qualificações, menos uma: um
homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu em poder de
malfeitores que o feriram e o deixaram sem qualquer comiseração. Em
seguida passou um religioso, que o viu e seguiu adiante. Em seguida
veio um levita, que o viu também e passou adiante. Em seguida veio
um samaritano, considerado homem até mesmo sem qualquer qualificação
religiosa, mas era um samaritano e fez ali o papel da caridade, do
amor que devemos uns aos outros.
Em
seguida aparece um hospedeiro. Todos os que apareceram foram
qualificados peio Senhor menos a vítima: a vítima era um homem. E o
homem, seja quem seja, merece o nosso respeito. Os últimos, que
estão nas prisões, por crimes catalogados em nosso Código Penal,
eles são doentes, naturalmente que a Justiça exerce a função de
medicina espiritual. Cada sentença é uma cirurgia no corpo
espiritual daquele que necessitou da segregação para ser
convenientemente tratado.
Mas,
nós somos cristãos. Não podemos censurar ninguém, mas devemos
pedir a Deus para que os nossos magistrados, os responsáveis pelos
nossos tribunais de Justiça se compadeçam de nós e que ninguém
morra em nome da Justiça. Porque nós todos somos irmãos. (...)
Mas
a vítima era um homem, um homem que na parábola não se sabia quem
era, se ele era abastado ou menos abastado, se ele era amadurecido,
se era jovem, se ele era um elemento da sexualidade dita normal ou
uma criatura filiada a conflitos sexuais muito grandes, nós não
sabemos a que raça pertencia aquele homem, de onde é que ele vinha,
a que família pertencia, o que ele buscava.
A
vítima era um homem. E aqueles que estão considerados fora da lei
são doentes que a Justiça saberá tratar, para devolver ao
equilíbrio e à normalidade. Mas, a vítima, na parábola, podia ser
um de nós.”
- Prece final.
PENA
DE MORTE
Em
razão do crescente surto de delinquência na sua multiplicidade
chocante, que se espalha na Terra, de forma avassaladora, em que o
crime se impõe desarvorado, esmagando as florações da esperança e
da bondade, legisladores de toda parte voltam a interrogar e sugerir
quanto à necessidade da aplicação da pena capital diante de
determinados desrespeitos ao código dos direitos do homem, à sua
vida e liberdade...
A
vida é patrimônio por demais precioso para ser ceifada seja por
quem seja. A ninguém, individual ou representativamente pelo Estado,
cabe o direito de eliminar o homem, mesmo quando este delinquiu da
forma mais grotesca ou vil. Se o Estado o fizer, torna-se igual ao
delinquente que roubou à vítima sua vida.
Em
cada criminoso vige um alienado necessitado de assistência
competente de modo a reorganizar as paisagens íntimas por meio de
terapêutica especializada, a fim de se tornar cidadão útil a si
mesmo e à comunidade onde se encontra situado pelos impositivos da
vida.
A
tarefa que compete às leis é a de eliminar o crime, as causas que o
fomentam, não o equivocado criminoso. A morte do delinqüente não
devolve a vida da vítima. Ao invés da preocupação de matar,
encontrar recursos para estimular a vida. Educar, reeducar, são
impositivos inadiáveis; matar, não. Tenhamos tento! Não
há no Evangelho um só versículo que apoie a pena de morte.
Quando
o homem cai nas malhas do crime e culmina sua ação nefanda no
extermínio de vidas ou atenta contra a propriedade por meios da
violência, justo que seja cerceado do convívio social, a fim de
tratar-se, corrigir-se, resgatar as faltas cometidas, mediante os
processos compatíveis com as conquistas da moderna civilização.
De
forma alguma, a pena de morte faz diminuir a incidência da
criminalidade. Ao contrário, torna-a mais violenta e selvagem,
fazendo que o tresloucado agressor, que sabe o destino que lhe está
reservado, mais açuladas tenha as paixões destruidoras
arrojando-se irremissivelmente nos dédalos das alucinações
dissolventes.
Compete
ao Estado deixar sempre acessível a porta para o ensejo de reparação
ao sicário impiedoso ou ao flagelo humano que se converteu em
vândalo desavisado. Se o Estado ceifa a vida de um cidadão, não
tem o direito de exigir que outros a respeitem.
A
morte não destrói a vida. Libertando-se o criminoso do domicílio
carnal, intoxicado pelo ódio dos instantes finais, vincula-se
psiquicamente àqueles que lhe infligiram tal punição, mantendo
comunhão mental de rebeldia por meio da qual mais torpes e sombrias
ficam as paisagens humanas...
O
criminoso não fugirá à consciência nem à injunção reparadora
pelas Supremas Leis da Vida. Justo, portanto, facultar ao revel
ensancha de recompor-se e reparar quanto possível os males
perpetrados.
Nesse
sentido, a Penologia dispõe de salutares programas de redenção
para os transgressores da ordem e do direito, trânsfugas do dever e
da responsabilidade, nossos irmãos atormentados da senda evolutiva.
Obviamente a questão se situa na anterioridade da alma, no seu
processo depurador. ..
Necessário
implantar na Terra, quanto antes, as condições morais saudáveis de
que nos fala o Evangelho, a fim de auxiliarmos tais espíritos
enfermos que retomam para reajustarem-se, defrontando desafetos e
adversários que a morte aniquilou, tornando-os irmãos e amigos.
Sem
dúvida as condições sociais que promovem o crime e fomentam a
existência dos criminosos devem merecer melhor tratamento humano, a
fim de que aqueles que vivem nos escabrosos e sórdidos guetos de
miséria conheçam dignidade e sejam com honradez considerados.
Aristóteles,
na sua Política, preceituava que o homem, para ser virtuoso,
necessitava possuir alguns bens do espírito, do corpo e das coisas
exteriores, sem os quais germes criminógenos poderiam levá-lo ao
desequilíbrio.
A
era tecnológica, mais preocupada com os valores objetivos e os da
indústria do supérfluo e da inutilidade, vem esquecendo os
legítimos ideais do homem, seus pendores espirituais, suas
realizações éticas, seus sonhos e ideais de enobrecimento.
Emulando
para as aquisições de fora, facultando comodidade e prazer
imediatos, faz anular a felicidade no seu sentido profundo, que
independe das conquistas transitórias para as realizações
essenciais e imorredouras do ser. ..Aos
cristãos legítimos cabe o indeclinável labor de persistir na
bondade, na equidade, na paciência.
A
perseverança no amor, talvez com resultados demorados, consegue a
modificação da face externa das coisas e da intimidade humana para
as realizações do enobrecimento.
Matar, jamais!
Um
crime não pode ser solucionado por meio de outro, dê-se-lhe o nome
ou posição legal que se lhe queira dar: jamais terá validade
moral.
Diante,
portanto, da agressividade, revida com a tolerância. Ante a ira,
resposta com a benevolência. Junto ao ódio, dissemina o amor.
Ao
lado da hostilidade sistemática, propõe o perdão indistinto.
Perante o acusador gratuito oferece a paciência gentil, tradutora da
inocência. Só o bem tem existência real e permanente. Consegue
triunfar, por fim, mesmo quando aparentemente campeia e domina o mal.
Não
engrosses as fileiras dos que, violentos, pensam em eliminar ...São
capazes, também, na sua revolta, de cometer crimes equivalentes
àqueles para os quais, veementemente, pedem a punição capital do
infrator. Ignoras tuas forças. Não sabes como te portarias na
posição daquele que agora é o algoz.
Esparze
e semeia o amor, sim, criando condições joviais e felizes para
todos, oferecendo o teu precioso contributo - mesmo que seja a coisa
mais insignificante - a fim de modificar o estado atual do mundo, e o
crime baterá em retirada, constituindo no futuro triste sombra do
passado, conforme nos promete Jesus.
Joanna
de Ângelis - Do livro Após a Tempestade. LEAL - Psicografia de
Divaldo Pereira Franco
EUTANÁSIA
Tema
de freqüente discussão, por uns defendida, por outros objurgada, a
eutanásia, ou “sistema que procura dar morte sem sofrimento a um
doente incurável”, retorna aos debates acadêmicos, face à sua
aplicação sistemática por eminentes autoridades médicas, em
crianças incapazes físicas ou mentais desde o nascimento,
internadas em Hospitais Pediátricos, sem esperanças científicas de
recuperação ou sobrevivência.
Prática
nefanda que testemunha a predominância do conceito materialista
sobre a vida, que apenas vê a matéria e suas implicações
imediatas, em detrimento das realidades espirituais, reflete, também,
a soberania do primitivismo animal na constituição emocional do
homem.
Na
Grécia antiga, a hegemonia espartana, sempre armada para a guerra e
a destruição, inseriu no seu Estatuto o emprego legal da eutanásia
eugênica em referência aos enfermos, mutilados, psicopatas
considerados inúteis, que eram atirados ao Eurotas por pesarem
negativamente na economia do Estado. Guiados por superlativos egoísmo
e prepotência, apesar das arremetidas arbitrárias do exagerado
orgulho nacional, fizeram-se vítimas da impulsividade belicosa que
cultivavam...Outros povos, desde a mais remota antiguidade,
permitiam-se praticar esse “homicídio exercido por compaixão”...
No
que tange aos enfermos ditos irrecuperáveis, convém considerar que
doenças, ontem detestáveis quanto incuráveis, são hoje capítulo
superado pelo triunfo de homens-sacerdotes da Ciência Médica, que a
enobrecem pelo contributo que suas vidas oferecem a beneficio da
Humanidade. Sempre há, pois, possibilidade de amanhã conseguir-se a
vitória sobre a enfermidade irreversível de hoje. Diariamente, para
esse desiderato, mergulham na carne Espíritos Missionários que se
aprestam a apressar e impulsionar o progresso, realizando
descobrimentos e pesquisas superiores para a vida, fonte poderosa de
esperança e conforto para os que sofrem, em nome do Supremo Pai.
Diante
das expressões teratológicas, ao invés da precipitação da falsa
piedade em aliviar os padecentes dos sofrimentos, se há de pensar na
terapêutica divina, que se utiliza do presídio orgânico e das
jaulas mentais para justiçar os infratores de vários matizes que
passaram na Terra impunes, despercebidos, mas não puderam fugir às
sanções da consciência em falta, nem da Legislação Superior, à
qual rogaram ensejo de recomeço, recuperação e sublimação porque
anelavam pela edificação da paz íntima.
Suicidas,
- esses pobres revoltados contra a Divindade -, que esfacelaram o
crânio, em arremetidas de ódio contra a existência, reencarnam
perturbados pela idiotia, surdez-mudez, conforme a parte do cérebro
afetada, ou por hidrocefalias, mongolismos; os que tentaram o
enforcamento reaparecem com os processos de paraplegia Infantil; os
afogados, padecem enfisema pulmonar; os que desfecharam tiros no
coração, retornam sob o jugo de cardiopatias congênitas
irreversíveis, dolorosas; os que se utilizaram de tóxicos e
venenos, volvem sob o tormento das deformações congênitas, da
asfixia respiratória, ou estertorados por úlceras gástricas,
duodenais e cânceres devoradores; os que despedaçaram o corpo em
fugas espetaculares, recomeçam vitimados por atrofias, deformações,
limitações pungentes, em que aprendem a valorizar a grandeza da
vida...
Agressores,
exploradores, amantes da rapinagem, das arbitrariedades, dos abusos
de qualquer natureza volvem aos cenários em que se empederniram, ou
corromperam, ou infelicitaram, atingidos pelo sinete das soberanas
leis da ordem e do equilíbrio, refazendo o caminho antes percorrido
criminosamente e entesourando os sagrados valores da paciência, da
compreensão, do respeito a si mesmos e ao próximo, da humildade, da
resignação, armando-se de bênçãos para futuros cometimentos
ditosos.
Quem
se poderá atribuir o direito de interromper-lhes a existência
preciosa, santificadora? As pessoas que se lhes vinculam na condição
de pais, cônjuges, irmãos, amigos, também lhes são partícipes
dos dramas e tragédias do passado, responsáveis diretos ou
inconscientes, que ora se reabilitam, devendo distender-lhes mãos
generosas, auxílio fraterno, pelo menos migalhas de amor. Ninguém
se deverá permitir a interferência destrutiva ou liberativa por
meio da eutanásia em tais processos redentores. Pessoas que se dizem
penalizadas dos sofrimentos de familiares e que desejam os tenham
logo cessados, quase sempre agem por egoísmo, pressurosos de
libertar-se do comprometimento e da responsabilidade de ajudá-los,
sustentá-los, amá-los mais. Não faltam terapêuticas médicas e
cirúrgicas que podem amenizar a dor, perfeitamente compatíveis com
a caridade e a piedade cristãs.
A
ninguém é dado precisar o tempo de vida ou sobrevida de um
paciente. São tão escassos de exatidão os prognósticos humanos
neste setor do conhecimento, quanto ocorre noutros? Quantos enfermos,
rudemente vencidos, desesperados recobram a saúde sem aparente razão
ou lógica?! Quantos outros homens em excelente forma, portadores de
sanidade e robustez, são vitimados por surpresas orgânicas e
sucumbem imprevisivelmente?!
O
conhecimento da reencarnação projeta luz nos mais intrincados
problemas da vida, dirimindo os equívocos e as dúvidas em torno da
saúde como da enfermidade, da desdiita como da felicidade e
contribuindo eficazmente para a perfeita assimilação dos postulados
renovadores de que Jesus Cristo se fez vexilário por excelência e o
Espiritismo, o consolador encarregado de demonstrá-lo nos
tormentosos dias da atualidade.
Argumentam,
porém, os utilitaristas que as importâncias despendidas com os
pacientes irrecuperáveis poderiam ser utilizadas para pesquisas
valiosas ou para impedir-se que homens sadios enfermassem, ou para
assistirem-se convenientemente os que, doentes, podem ser salvos... E
devaneiam, utopistas, insensatos sem considerarem as fortunas que são
atiradas fora em espetáculos ruidosos e funestos de exaltação da
sensualidade, do fausto exagerado, das dissipações, sem que lhes
ocorram a necessidade da aplicação correta de tais patrimônios em
medidas preventivas salutares ou socorro às multidões esfaimadas e
nuas que enxameiam por toda parte, perecendo, à guisa de migalha de
pão, chafurdando no desespero pela ausência de uma gota de luz ou
numa insignificante contribuição de misericórdia.
Cada
minuto em qualquer vida é, portanto, precioso para o Espírito em
resgate abençoado. Quantas resoluções nobres, decisões felizes ou
atitudes desditosas ocorrem num relance, de momento? Penetrando-se o
homem de responsabilidade e caridade, luarizado pela fé religiosa,
fundada em fatos da imortalidade, da comunicabilidade e da
reencarnação, abominará em definitivo a eutanásia tudo envidando
para cooperar com o seu irmão nos justos ressarcimentos que a Divina
Justiça lhe outorga para a conquista da paz interior e da evolução.
Joanna
de Ângelis - Do livro Após a Tempestade. LEAL - Psicografia de
Divaldo Pereira Franco
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