segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Lei de Destruição – Pena de Morte e Eutanásia

Casa Espírita Missionários da Luz - ESDE1 – 01/10/2013

Tema: Lei de Destruição – Pena de Morte e Eutanásia

Objetivos:

  1. Esclarecer que desaparecerá algum dia, da legislação humana, a pena de morte
  2. Explicar as palavras de Cristo: “Quem matou pela espada, pela espada perecerá”
  3. Concluir que a eutanásia não libera o indivíduo do sofrimento

Bibliografia:

- O Livro dos Espíritos, pergs. 760 à 765;

- Quando Voltar a Primavera, “A Lição Difícil” , Amélia Rodrigues/Divaldo P. Franco

- Mateus, 6:14 e 15;

- O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap V, item 28;

- Após a tempestade – Divaldo P. Franco/Joanna de Ângelis, Cap. 14 e 15

- O Consolador – Francisco C. Xavier (Emmanuel) – perg. 106

- Dos hippies aos problemas do mundo - Francisco Cândido Xavier - pág. 48, Cap. 10 – Pena de 

Morte

Desenvolvimento:
  1. Leitura página inicial O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo V – item 28, comentários e prece de abertura;
  2. Iniciar leitura e discussão das perguntas de O LE: 760, 761, 764,
  3. Separar o grupo em 2 sub-grupos, onde cada um estudará um texto de Joanna, em Após a Tempestade: “Eutanásia” e “Pena de Morte”. Os grupos devem após a reflexão sobre a página, responder as perguntas para serem levadas ao outro grupo:
Pena de Morte:
  • quais as justificativas sociais para a pena de morte?
  • qual a visão espírita com relação ao criminoso?
  • como a Doutrina Espírita contra argumenta as justificativas apresentadas?
  • estaríamos nós livres de cometer algum crime?

Eutanásia:
  • Quais as justificativas sociais para a eutanásia?
  • Como a Doutrina Espírita analisa o momento da morte?
  • Qual o objetivo das enfermidades segundo a Doutrina Espírita?
  • Os Espíritos reencarnam com um tempo determinado de vida?
  1. Apresentação dos grupos.
  2. Concluir com a parábola do Bom Samaritano, descrita em “Dos hippies aos problemas do mundo - Francisco Cândido Xavier - pág. 48, Cap. 10 – Pena de Morte
CHICO XAVIER: Nosso Emmanuel que está presente nos pede considerarmos, já que a personalidade de Nosso Senhor Jesus Cristo está recebendo o enfoque de nossos pensamentos e de nossas palavras, ele nos convida a recordarmos com a máxima veneração pelas nossas leis e pelas autoridades que as expõem ele nos solicita recordarmos, na condição de cristãos, a parábola do Bom Samaritano, um ensinamento considerado antigo, mas há dentro dele uma nota de profunda significação.
É que, dentro da parábola, existem as qualificações, menos uma: um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu em poder de malfeitores que o feriram e o deixaram sem qualquer comiseração. Em seguida passou um religioso, que o viu e seguiu adiante. Em seguida veio um levita, que o viu também e passou adiante. Em seguida veio um samaritano, considerado homem até mesmo sem qualquer qualificação religiosa, mas era um samaritano e fez ali o papel da caridade, do amor que devemos uns aos outros.
Em seguida aparece um hospedeiro. Todos os que apareceram foram qualificados peio Senhor menos a vítima: a vítima era um homem. E o homem, seja quem seja, merece o nosso respeito. Os últimos, que estão nas prisões, por crimes catalogados em nosso Código Penal, eles são doentes, naturalmente que a Justiça exerce a função de medicina espiritual. Cada sentença é uma cirurgia no corpo espiritual daquele que necessitou da segregação para ser convenientemente tratado.
Mas, nós somos cristãos. Não podemos censurar ninguém, mas devemos pedir a Deus para que os nossos magistrados, os responsáveis pelos nossos tribunais de Justiça se compadeçam de nós e que ninguém morra em nome da Justiça. Porque nós todos somos irmãos. (...)
Mas a vítima era um homem, um homem que na parábola não se sabia quem era, se ele era abastado ou menos abastado, se ele era amadurecido, se era jovem, se ele era um elemento da sexualidade dita normal ou uma criatura filiada a conflitos sexuais muito grandes, nós não sabemos a que raça pertencia aquele homem, de onde é que ele vinha, a que família pertencia, o que ele buscava.
A vítima era um homem. E aqueles que estão considerados fora da lei são doentes que a Justiça saberá tratar, para devolver ao equilíbrio e à normalidade. Mas, a vítima, na parábola, podia ser um de nós.”

  1. Prece final.


PENA DE MORTE

Em razão do crescente surto de delinquência na sua multiplicidade chocante, que se espalha na Terra, de forma avassaladora, em que o crime se impõe desarvorado, esmagando as florações da esperança e da bondade, legisladores de toda parte voltam a interrogar e sugerir quanto à necessidade da aplicação da pena capital diante de determinados desrespeitos ao código dos direitos do homem, à sua vida e liberdade...
A vida é patrimônio por demais precioso para ser ceifada seja por quem seja. A ninguém, individual ou representativamente pelo Estado, cabe o direito de eliminar o homem, mesmo quando este delinquiu da forma mais grotesca ou vil. Se o Estado o fizer, torna-se igual ao delinquente que roubou à vítima sua vida.
Em cada criminoso vige um alienado necessitado de assistência competente de modo a reorganizar as paisagens íntimas por meio de terapêutica especializada, a fim de se tornar cidadão útil a si mesmo e à comunidade onde se encontra situado pelos impositivos da vida.
A tarefa que compete às leis é a de eliminar o crime, as causas que o fomentam, não o equivocado criminoso. A morte do delinqüente não devolve a vida da vítima. Ao invés da preocupação de matar, encontrar recursos para estimular a vida. Educar, reeducar, são impositivos inadiáveis; matar, não. Tenhamos tento! Não há no Evangelho um só versículo que apoie a pena de morte.
Quando o homem cai nas malhas do crime e culmina sua ação nefanda no extermínio de vidas ou atenta contra a propriedade por meios da violência, justo que seja cerceado do convívio social, a fim de tratar-se, corrigir-se, resgatar as faltas cometidas, mediante os processos compatíveis com as conquistas da moderna civilização.
De forma alguma, a pena de morte faz diminuir a incidência da criminalidade. Ao contrário, torna-a mais violenta e selvagem, fazendo que o tresloucado agressor, que sabe o destino que lhe está reservado, mais açuladas tenha as paixões destruidoras arrojando-se irremissivelmente nos dédalos das alucinações dissolventes.
Compete ao Estado deixar sempre acessível a porta para o ensejo de reparação ao sicário impiedoso ou ao flagelo humano que se converteu em vândalo desavisado. Se o Estado ceifa a vida de um cidadão, não tem o direito de exigir que outros a respeitem.
A morte não destrói a vida. Libertando-se o criminoso do domicílio carnal, intoxicado pelo ódio dos instantes finais, vincula-se psiquicamente àqueles que lhe infligiram tal punição, mantendo comunhão mental de rebeldia por meio da qual mais torpes e sombrias ficam as paisagens humanas...
O criminoso não fugirá à consciência nem à injunção reparadora pelas Supremas Leis da Vida. Justo, portanto, facultar ao revel ensancha de recompor-se e reparar quanto possível os males perpetrados.
Nesse sentido, a Penologia dispõe de salutares programas de redenção para os transgressores da ordem e do direito, trânsfugas do dever e da responsabilidade, nossos irmãos atormentados da senda evolutiva. Obviamente a questão se situa na anterioridade da alma, no seu processo depurador. ..
Necessário implantar na Terra, quanto antes, as condições morais saudáveis de que nos fala o Evangelho, a fim de auxiliarmos tais espíritos enfermos que retomam para reajustarem-se, defrontando desafetos e adversários que a morte aniquilou, tornando-os irmãos e amigos.
Sem dúvida as condições sociais que promovem o crime e fomentam a existência dos criminosos devem merecer melhor tratamento humano, a fim de que aqueles que vivem nos escabrosos e sórdidos guetos de miséria conheçam dignidade e sejam com honradez considerados.
Aristóteles, na sua Política, preceituava que o homem, para ser virtuoso, necessitava possuir alguns bens do espírito, do corpo e das coisas exteriores, sem os quais germes criminógenos poderiam levá-lo ao desequilíbrio.
A era tecnológica, mais preocupada com os valores objetivos e os da indústria do supérfluo e da inutilidade, vem esquecendo os legítimos ideais do homem, seus pendores espirituais, suas realizações éticas, seus sonhos e ideais de enobrecimento.
Emulando para as aquisições de fora, facultando comodidade e prazer imediatos, faz anular a felicidade no seu sentido profundo, que independe das conquistas transitórias para as realizações essenciais e imorredouras do ser. ..Aos cristãos legítimos cabe o indeclinável labor de persistir na bondade, na equidade, na paciência.
A perseverança no amor, talvez com resultados demorados, consegue a modificação da face externa das coisas e da intimidade humana para as realizações do enobrecimento. Matar, jamais!
Um crime não pode ser solucionado por meio de outro, dê-se-lhe o nome ou posição legal que se lhe queira dar: jamais terá validade moral.
Diante, portanto, da agressividade, revida com a tolerância. Ante a ira, resposta com a benevolência. Junto ao ódio, dissemina o amor.
Ao lado da hostilidade sistemática, propõe o perdão indistinto. Perante o acusador gratuito oferece a paciência gentil, tradutora da inocência. Só o bem tem existência real e permanente. Consegue triunfar, por fim, mesmo quando aparentemente campeia e domina o mal.
Não engrosses as fileiras dos que, violentos, pensam em eliminar ...São capazes, também, na sua revolta, de cometer crimes equivalentes àqueles para os quais, veementemente, pedem a punição capital do infrator. Ignoras tuas forças. Não sabes como te portarias na posição daquele que agora é o algoz.
Esparze e semeia o amor, sim, criando condições joviais e felizes para todos, oferecendo o teu precioso contributo - mesmo que seja a coisa mais insignificante - a fim de modificar o estado atual do mundo, e o crime baterá em retirada, constituindo no futuro triste sombra do passado, conforme nos promete Jesus.

Joanna de Ângelis - Do livro Após a Tempestade. LEAL - Psicografia de Divaldo Pereira Franco

EUTANÁSIA
Tema de freqüente discussão, por uns defendida, por outros objurgada, a eutanásia, ou “sistema que procura dar morte sem sofrimento a um doente incurável”, retorna aos debates acadêmicos, face à sua aplicação sistemática por eminentes autoridades médicas, em crianças incapazes físicas ou mentais desde o nascimento, internadas em Hospitais Pediátricos, sem esperanças científicas de recuperação ou sobrevivência.
Prática nefanda que testemunha a predominância do conceito materialista sobre a vida, que apenas vê a matéria e suas implicações imediatas, em detrimento das realidades espirituais, reflete, também, a soberania do primitivismo animal na constituição emocional do homem.
Na Grécia antiga, a hegemonia espartana, sempre armada para a guerra e a destruição, inseriu no seu Estatuto o emprego legal da eutanásia eugênica em referência aos enfermos, mutilados, psicopatas considerados inúteis, que eram atirados ao Eurotas por pesarem negativamente na economia do Estado. Guiados por superlativos egoísmo e prepotência, apesar das arremetidas arbitrárias do exagerado orgulho nacional, fizeram-se vítimas da impulsividade belicosa que cultivavam...Outros povos, desde a mais remota antiguidade, permitiam-se praticar esse “homicídio exercido por compaixão”...
No que tange aos enfermos ditos irrecuperáveis, convém considerar que doenças, ontem detestáveis quanto incuráveis, são hoje capítulo superado pelo triunfo de homens-sacerdotes da Ciência Médica, que a enobrecem pelo contributo que suas vidas oferecem a beneficio da Humanidade. Sempre há, pois, possibilidade de amanhã conseguir-se a vitória sobre a enfermidade irreversível de hoje. Diariamente, para esse desiderato, mergulham na carne Espíritos Missionários que se aprestam a apressar e impulsionar o progresso, realizando descobrimentos e pesquisas superiores para a vida, fonte poderosa de esperança e conforto para os que sofrem, em nome do Supremo Pai.
Diante das expressões teratológicas, ao invés da precipitação da falsa piedade em aliviar os padecentes dos sofrimentos, se há de pensar na terapêutica divina, que se utiliza do presídio orgânico e das jaulas mentais para justiçar os infratores de vários matizes que passaram na Terra impunes, despercebidos, mas não puderam fugir às sanções da consciência em falta, nem da Legislação Superior, à qual rogaram ensejo de recomeço, recuperação e sublimação porque anelavam pela edificação da paz íntima.
Suicidas, - esses pobres revoltados contra a Divindade -, que esfacelaram o crânio, em arremetidas de ódio contra a existência, reencarnam perturbados pela idiotia, surdez-mudez, conforme a parte do cérebro afetada, ou por hidrocefalias, mongolismos; os que tentaram o enforcamento reaparecem com os processos de paraplegia Infantil; os afogados, padecem enfisema pulmonar; os que desfecharam tiros no coração, retornam sob o jugo de cardiopatias congênitas irreversíveis, dolorosas; os que se utilizaram de tóxicos e venenos, volvem sob o tormento das deformações congênitas, da asfixia respiratória, ou estertorados por úlceras gástricas, duodenais e cânceres devoradores; os que despedaçaram o corpo em fugas espetaculares, recomeçam vitimados por atrofias, deformações, limitações pungentes, em que aprendem a valorizar a grandeza da vida...
Agressores, exploradores, amantes da rapinagem, das arbitrariedades, dos abusos de qualquer natureza volvem aos cenários em que se empederniram, ou corromperam, ou infelicitaram, atingidos pelo sinete das soberanas leis da ordem e do equilíbrio, refazendo o caminho antes percorrido criminosamente e entesourando os sagrados valores da paciência, da compreensão, do respeito a si mesmos e ao próximo, da humildade, da resignação, armando-se de bênçãos para futuros cometimentos ditosos.
Quem se poderá atribuir o direito de interromper-lhes a existência preciosa, santificadora? As pessoas que se lhes vinculam na condição de pais, cônjuges, irmãos, amigos, também lhes são partícipes dos dramas e tragédias do passado, responsáveis diretos ou inconscientes, que ora se reabilitam, devendo distender-lhes mãos generosas, auxílio fraterno, pelo menos migalhas de amor. Ninguém se deverá permitir a interferência destrutiva ou liberativa por meio da eutanásia em tais processos redentores. Pessoas que se dizem penalizadas dos sofrimentos de familiares e que desejam os tenham logo cessados, quase sempre agem por egoísmo, pressurosos de libertar-se do comprometimento e da responsabilidade de ajudá-los, sustentá-los, amá-los mais. Não faltam terapêuticas médicas e cirúrgicas que podem amenizar a dor, perfeitamente compatíveis com a caridade e a piedade cristãs.


A ninguém é dado precisar o tempo de vida ou sobrevida de um paciente. São tão escassos de exatidão os prognósticos humanos neste setor do conhecimento, quanto ocorre noutros? Quantos enfermos, rudemente vencidos, desesperados recobram a saúde sem aparente razão ou lógica?! Quantos outros homens em excelente forma, portadores de sanidade e robustez, são vitimados por surpresas orgânicas e sucumbem imprevisivelmente?!


O conhecimento da reencarnação projeta luz nos mais intrincados problemas da vida, dirimindo os equívocos e as dúvidas em torno da saúde como da enfermidade, da desdiita como da felicidade e contribuindo eficazmente para a perfeita assimilação dos postulados renovadores de que Jesus Cristo se fez vexilário por excelência e o Espiritismo, o consolador encarregado de demonstrá-lo nos tormentosos dias da atualidade.


Argumentam, porém, os utilitaristas que as importâncias despendidas com os pacientes irrecuperáveis poderiam ser utilizadas para pesquisas valiosas ou para impedir-se que homens sadios enfermassem, ou para assistirem-se convenientemente os que, doentes, podem ser salvos... E devaneiam, utopistas, insensatos sem considerarem as fortunas que são atiradas fora em espetáculos ruidosos e funestos de exaltação da sensualidade, do fausto exagerado, das dissipações, sem que lhes ocorram a necessidade da aplicação correta de tais patrimônios em medidas preventivas salutares ou socorro às multidões esfaimadas e nuas que enxameiam por toda parte, perecendo, à guisa de migalha de pão, chafurdando no desespero pela ausência de uma gota de luz ou numa insignificante contribuição de misericórdia.


Cada minuto em qualquer vida é, portanto, precioso para o Espírito em resgate abençoado. Quantas resoluções nobres, decisões felizes ou atitudes desditosas ocorrem num relance, de momento? Penetrando-se o homem de responsabilidade e caridade, luarizado pela fé religiosa, fundada em fatos da imortalidade, da comunicabilidade e da reencarnação, abominará em definitivo a eutanásia tudo envidando para cooperar com o seu irmão nos justos ressarcimentos que a Divina Justiça lhe outorga para a conquista da paz interior e da evolução.
Joanna de Ângelis - Do livro Após a Tempestade. LEAL - Psicografia de Divaldo Pereira Franco

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