Casa Espírita Missionários da Luz - ESDE1
Tema: O Bem e o Mal 21/08/2012
Bibliografia:
l O Livro
dos Espíritos, Allan Kardec, perg. 629, à 646;
l A
Gênese, Allan Kardec, Cap. III - O Bem e o Mal;
l Evangelho
Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Cap. V, item 5;
l Atualidade do
Pensamento Espírita, pergs. 74 e 75
Desenvolvimento:
1.Leitura página inicial:
O Mal Existe – Momento Espírita
2. Prece de abertura
3. Como estamos iniciando o estudo das leis morais, vamos
começar conceituando moral.
Dicionário: O que é Moral:
Moral é o conjunto de regras adquiridas através da cultura,
da educação, da tradição e do cotidiano, e
que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade. O termo tem
origem no Latim “morales” cujo significado é “relativo aos costumes”.
-
Resposta na perg. 629 de O Livro dos
Espíritos: Que definição se pode dar da
moral?
“A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o
bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando
tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus.”
Como se desenvolve a moral?
==> decorrência natural da evolução, da necessidade de
elaborar leis para organizar a vida em sociedade;
==> se adquire aos poucos, através das diversas
reencarnações.
Kardec, na Gênese (Cap. III, 3), coloca duas naturezas dos
males, físicos ou morais, que afligem a humanidade: aqueles que podem ser
evitados e os que não podem.
Quais são os mais numerosos? Os causados pelos vícios
humanos.
Os que ele não pode evitar, Deus lhe deu a inteligência para
buscar evitar ou reduzir os efeitos; isso impulsiona o progresso pelo
desenvolvimento da inteligência.
E quais recursos tem o homem para evitar o mal, causado
pelos vícios? (item 6)
==> consciência: guia seguro;
==> reveladores de todos os tempos, os messias;
==> desde a DE, os próprios Espíritos, que nos advertem
sobre a observância das leis de Deus.
(item 7) Do próprio mal, Deus tira o bem: pelo excesso do
mal, o homem sente a necessidade de buscar o bem. Assim, a moral vai se
desenvolvendo.
Discussão em trios:
Tem meios o homem de
distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal?
Estando
sujeito ao erro, não pode o homem enganar-se na apreciação do bem e do mal e
crer que pratica o bem quando em realidade pratica o mal? (pergs. 631 e 632)
A culpabilidade pelo mal é igual para todos os homens? (perg. 636)
Ler as perg, 74 e 75, de Atualidade do Pensamento
Espírita, para discussão com o grupo.
74: A legislação penal aplicável às crianças e adolescentes
deve ser idêntica à estabelecida para os adultos?
75: A constituição brasileira admite que todos são iguais
perante a lei e a justiça aplica penas iguais, embora vigente o princípio da
individualização da pena. Com isso não se pratica lamentável injustiça contra
os pobres de corpo e de espírito?
4.Distribuir o Livro dos Espíritos e ler com o grupo as pergs.
639 à 646.
5. Se ainda houver tempo, abordar a questão do instinto e da
inteligência, que Kardec trata na Gênese:
A questão, pois,
consiste em saber-se qual é, no homem, a origem da sua propensão para o mal.
10. Estudando-se
todas as paixões e, mesmo, todos os vícios, vê-se que as raízes de umas e
outros se acham no instinto de conservação, instinto que se
encontra em toda a pujança nos animais e nos seres primitivos mais próximos da animalidade,
nos quais ele exclusivamente domina, sem o contrapeso do senso moral, por não
ter ainda o ser nascido para a vida intelectual. O instinto se enfraquece, à
medida que a inteligência se desenvolve, porque esta domina a
matéria.
O Espírito
tem por destino a vida espiritual, porém, nas primeiras fases da sua existência
corpórea, somente da conservação da espécie e dos indivíduos,
materialmente falando. Mas, uma vez saído desse período, outras
necessidades se lhe apresentam, a princípio semimorais e semimateriais, depois
exclusivamente morais. É então que o Espírito exerce domínio sobre a matéria,
sacode-lhe o jugo, avança pela senda providencial que se lhe acha traçada e se
aproxima do seu destino final. Se, ao contrário, ele se deixa dominar pela matéria,
atrasa-se e se identifica com o bruto. Nessa situação, o que era
outrora um bem, porque era uma necessidade da sua natureza, transforma-se num
mal, não só porque já não constitui uma necessidade, como porque se torna
prejudicial à espiritualização do ser. Muita coisa, que é
qualidade na criança, torna-se defeito no adulto. O mal é, pois, relativo e a
responsabilidade é proporcionada ao grau de adiantamento.
Todas as
paixões têm, portanto, uma utilidade providencial, visto que, a não ser assim,
Deus teria feito coisas inúteis e, até, nocivas. No abuso é que reside o mal e
o homem abusa em virtude do seu livre-arbítrio. Mais tarde, esclarecido pelo
seu próprio interesse, livremente
escolhe entre o bem e o mal.
11.
Qual a diferença entre o instinto e a inteligência?
Onde acaba um e o outro começa?
O instinto
é a força oculta que solicita os seres orgânicos a atos espontâneos e
involuntários, tendo em vista a conservação
deles. Nos atos
instintivos não há reflexão, nem combinação, nem premeditação.
No homem,
só em começo da vida o instinto domina com exclusividade; é por instinto que a
criança faz os primeiros movimentos, que toma o alimento, que grita para
exprimir as suas necessidades, que imita o som da voz, que tenta falar e andar.
No próprio adulto, certos atos são instintivos, tais como os movimentos
espontâneos para evitar um risco, para fugir a um perigo, para manter o
equilíbrio do corpo; tais ainda o piscar das pálpebras para moderar o brilho da
luz, o abrir maquinal da boca para respirar, etc.
12. A
inteligência se revela por atos voluntários, refletidos, premeditados,
combinados, de acordo com a oportunidadedas circunstâncias. É
incontestavelmente um atributo exclusivo da alma.
O instinto
é guia seguro, que nunca se engana; a inteligência, pelo simples fato de ser
livre, está, por vezes, sujeita a errar.
A
uniformidade no que resulta das faculdades instintivas é um fato
característico, que forçosamente implica a unidade da causa. (…) isto
é, ao próprio Criador.
Segundo
essa teoria, compreende-se que o instinto seja um guia seguro. O instinto
materno, o mais nobre de todos, (...). Por intermédio da mãe, o
próprio Deus vela pelas suas criaturas que nascem.
6.Prece de encerramento.
Certo
dia um professor ateu desafiou seus alunos com a seguinte pergunta:
"Deus
fez tudo o que existe?"
Um
estudante respondeu corajosamente: "Sim, fez!"
"Deus
fez tudo, mesmo?" Insistiu o professor.
"Sim,
professor" respondeu o jovem.
O
professor replicou: "De Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal,
pois o mal existe. E, considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós
mesmos, e somos a imagem e semelhança de Deus, então Deus é o mal.
O
estudante calou-se diante de tal afirmativa e o professor ficou feliz por haver
provado uma vez mais que a fé era um mito.
Outro
estudante levantou sua mão e disse: "Posso lhe fazer uma pergunta,
professor?"
"Sem
dúvida", respondeu-lhe o professor.
O
jovem ficou de pé e perguntou: "Professor, o frio existe?"
"Mas
que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?"
O
rapaz respondeu: "Na verdade, professor, o frio não existe. Eu não sou
especialista no assunto, mas, segundo as leis da física, o que consideramos
frio é, na realidade, ausência de calor.Todo corpo ou objeto pode ser estudado
quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal
corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta
de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não
existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o
calor."
E a
escuridão, existe?" Continuou o estudante.
O
professor respondeu: "Mas é claro que sim."
"Novamente
o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é, na verdade, a
ausência da luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton
decompõe a luz branca nas várias cores de que se compõe, com seus diferentes
comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e
ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro
está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz
presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para
descrever o que acontece quando não há luz presente."
Finalmente,
o jovem estudante perguntou ao professor: "Diga, professor, o mal
existe?"
Ele
respondeu: "Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos
roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas
coisas são o mal."
Então
o estudante disse: "O mal não existe, professor, ou, pelo menos, não
existe por si só. O mal é simplesmente a ausência do bem. O mal, como acontece
com o frio e o calor, é um termo que o homem criou para descrever essa ausência
do bem. Assim sendo, Deus não criou o mal. Deus criou o amor, a fé, que existem
como existe a luz e o calor. Já o mal é resultado da falta de Deus nos
corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que
acontece quando não há luz."
Diante
da lógica da argumentação do aluno, o professor se calou, pensativo.
O mal
não tem vida própria, é apenas a ausência do bem.
Onde o
bem se faz presente o mal bate em retirada.
Já o
amor é de essência divina, e está presente nos corações de todos os homens,
mesmo que em estado latente, esperando a oportunidade de germinar, crescer e
florescer.
Equipe de Redação
do Momento Espírita, com base em história de autoria ignorada.
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