Casa Espírita Missionários da Luz - ESDE1
Tema: Necessidade do Trabalho/Repouso 04/09/2012
Objetivos:
1)
Identificar no trabalho, uma lei divina ou da natureza.
2)
Explicar porque o trabalho é um meio de progresso humano
3)
Traçar um paralelo entre a natureza do trabalho nos mundos
inferiores e nos superiores
4)
Tecer comentários sobre o limite do trabalho e a necessidade do
repouso.
Bibliografia:
l O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, perg. 674
à 685
l Ev.Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, item 7
l Estudos Espíritas, Divaldo/Joanna, Cap. 11 -
“Trabalho”
l O Consolador, Chico Xavier/Emmanuel, perg. 57
Desenvolvimento:
1.Leitura página inicial:
TRABALHO - CAMINHO, VERDADE E VIDA – Chico
Xavier/Emmanuel, Cap. 4.
2. Prece de abertura
3. Propor ao grupo desenvolver o estudo a partir de perguntas,
uma vez que esse tema é de nosso cotidiano, buscando porém, a visão espírita do
Trabalho. Todas as perguntas foram
elaboradas a partir do Livro dos Espíritos.
01. O que se deve entender por trabalho?
“o Espírito trabalha, assim como o
corpo. Toda ocupação útil é trabalho.” Perg. 675
02.
Por quê o trabalho se impõe como uma necessidade
humana?
“O trabalho é lei da
Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga
o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.” Perg.
674
“Por ser uma conseqüência da sua
natureza corpórea.” Perg. 676
03. Qual o grande objetivo do trabalho?
Justifique.
É expiação e, ao
mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem
permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu
alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua
atividade. Ao extremamente fraco de corpo outorgou Deus a inteligência, em
compensação. Mas é sempre um trabalho.”
Perg. 676
04. Em que situação o trabalho pode ser
considerado uma expiação?
O trabalho pode ser considerado uma expiação
para certos espíritos quando, apesar de terem evoluído intelectualmente não
tenham evoluído moralmente, sendo obrigados a reencarnar em um mundo ou uma
sociedade mais primitiva, a fim de desenvolverem o lado moral. Entretanto é o
próprio espírito que toma o trabalho como uma expiação, já que o trabalho, como
lei da natureza, será sempre uma oportunidade de aperfeiçoamento.
Também como consequência de desvios do Espírito em
encarnações anteriores, que o levam a existência posterior em condições
difíceis de trabalho.
05. Qual a
diferença entre o trabalho realizado pelos animais e aquele realizado pelo
homem?
“Tudo
em a Natureza trabalha. Como tu, trabalham os animais, mas o trabalho deles, de
acordo com a inteligência de que dispõem, se limita a cuidarem da própria
conservação. Daí vem que do trabalho não lhes resulta progresso, ao passo que o
do homem visa duplo fim: a conservação do corpo e o desenvolvimento da
faculdade de pensar, o que também é uma necessidade e o eleva acima de si
mesmo. ” Perg. 677
06. A natureza do trabalho varia de mundo para
mundo? Por quê?
“A natureza do
trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos
materiais são estas, menos material é o trabalho.” Perg. 678
07. Uma
pessoa, ricamente dotada de bens materiais, deve estar isenta do trabalho?
Justifique.
“Do trabalho
material, talvez; não, porém, da obrigação de tornar-se útil, conforme aos
meios de que disponha, nem de aperfeiçoar a sua inteligência ou a dos outros, o
que também é trabalho. Aquele a quem Deus facultou a posse de bens suficientes
a lhe garantirem a existência não está, é certo, constrangido a alimentar-se
com o suor do seu rosto, mas tanto maior lhe é a obrigação de ser útil aos seus
semelhantes, quanto mais ocasiões de praticar o bem lhe proporciona o
adiantamento que lhe foi feito.” Perg.679
08. Como explicar o
problema de pessoas que são física e intelectualmente impedidas de trabalhar?
“Deus é
justo e, pois, só condena aquele que voluntariamente tornou inútil a sua
existência, porquanto esse vive a expensas do trabalho dos outros. Ele quer que
cada um seja útil, de acordo com as suas faculdades.” Perg.680
09. Em que situações está o homem impedido de
trabalhar?
Espíritos em grandes expiações, presos a corpos
com deficiência mental. Estando o homem no domínio de suas faculdades mentais
sempre pode fazer o bem. (ver perg. 643 abaixo)
10. De que maneira uma pessoa
portadora de sérias deformidades físicas poderia trabalhar ?
“Não
há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o
praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha
ocasião de fazer o bem, e não há dia da
existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo,
oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o bem não consiste, para o homem,
apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes
que o seu concurso venha a ser necessário.” Perg.643
11.
Tem os filhos o dever de trabalharem para seus pais idosos?
“Certamente, do mesmo
modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que Deus fez
do amor filial e do amor paterno um sentimento natural.” Perg. 681
12. Qual o limite do trabalho?
“O das forças”. Perg. 683
13. O
limite do trabalho é o mesmo para todos?
Como o limite é o das
forças, varia de pessoa para cada pessoa.
14. Com relação ao trabalho, qual a
responsabilidade daqueles que detém o poder de mandar?
Todo aquele que tem o
poder de mandar é responsável pelo excesso de trabalho que imponha a seus
inferiores, porquanto, assim fazendo, transgride a lei de Deus.” Perg. 684
15. Como podemos analisar
as greves, considerando a visão espírita que já temos?
Emmanuel, em “O Consolador”, perg. 57
–Poderão os homens resolver sem atritos as chamadas questões
proletárias?
-Sim, quando se decidirem a aceitar e
aplicar os princípios sagrados do Evangelho. Os regulamentos apaixonados, as
greves, os decretos unilaterais, as ideologias revolucionárias, são cataplasmas
inexpressivas, complicando a chaga da coletividade.
O socialismo é
uma bela expressão de cultura humana, enquanto não resvala para os pólos do
extremismo.
Todos os absurdos
das teorias sociais decorrem da ignorância dos homens relativamente à
necessidade de sua cristianização. Conhecemos daqui os maus dirigentes e os
maus dirigidos, não como homens ricos e pobres, mas como avarentos e a
revoltados. Nessas duas expressões, as criaturas operam o desequilíbrio de
todos os mecanismos do trabalho natural.
A verdade é que
todos os homens são proletários da evolução e nenhum esforço de boa realização
na Terra é indigno do espírito encarnado.
Cada máquina
exige uma direção especial, e o mecanismo do mundo requer o infinito de
aptidões e de conhecimentos.
Sem a harmonia de
cada peça na posição em que se encontra, toda produção é contraproducente e
toda boa tarefa impossível.
Todos os homens
são ricos pelas bênçãos de Deus e cada qual deve aproveitar, com êxito, os
“talentos” recebidos, porquanto, sem exceção de um só, prestarão um dia,
alem-túmulo, contas de seus esforços.
Que os
trabalhadores da direção saibam amar, e que os da realização nunca odeiem. Essa
é a verdade pela qual compreendemos que todos os problemas do trabalho, na
Terra, representam uma equação de Evangelho.
* cataplasma = Qualquer substância manipulada que se coloca
sobre a pele para fins terapeuticos
12. Quando a
ociosidade é um suplício?
(perg.678)
Em os mundos mais
aperfeiçoados (…), a ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício.”
13. Qual a diferença entre repouso e ociosidade?
“O repouso serve para a reparação das forças
do corpo” Perg. 682
14. Devemos considerar o repouso como uma lei da
Natureza?
“Sem
dúvida. O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também é necessário
para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima
da matéria.” Perg. 682
4.Dar cópias da msg “A Tentação do Repouso”, de Joanna de Ângelis para análise do
grupo.
5.Conclusão (Joanna, Estudos Espíritas):
Trabalho-remunerado – o homem modifica o meio, transforma o habitat, cria
condições de conforto. O ser humano se desenvolve na horizontal e se melhora
exteriormente. Conquista simpatia e respeito, gratidão e amizade.
Trabalho-abnegação – do qual não decorre troca nem permuta de remuneração, ele
se modifica a si mesmo, crescendo no sentido moral e espiritual. O ser humano
ascende no sentido vertical da vida e se transforma de dentro para fora.
Através da autodoação consegue superar-se, revelando-se instrumento da
Misericórdia Divina na construção da felicidade de todos.
Trabalho e Jesus: fazendo-se
carpinteiro e dedicando-se à profissão, ensinou com o exemplo o respeito ao
trabalho como dever primeiro para a manutenção e preservação da vida. Em todo o
seu ministério de amor e abnegação tem relevante papel, verdadeiro trabalho de
autodoação até o sacrifício da própria vida.
Nos Mundos Felizes o trabalho, sem ser
impositivo, é conquista do homem livre que sabe agir no bem infatigável,
servindo sempre e sem cessar. (Joanna,
Estudos Espíritas)
6.Prece de encerramento.
TRABALHO
- CAMINHO,
VERDADE E VIDA - Francisco Cândido Xavier/Emmanuel, Cap. 4.
“E Jesus lhes respondeu: Meu
Pai obra até agora, e eu trabalho também.” (João, 5: 17)
Em todos os recantos,
observamos criaturas queixosas e insatisfeitas.
Quase todas pedem socorro.
Raras amam o esforço que lhes foi conferido.
A maioria revolta-se contra
o gênero de seu trabalho.
Os que varrem as ruas querem
ser comerciantes; os trabalhadores do campo prefeririam a existência na cidade.
De modo geral, as queixas,
nesse sentido, são filhas da preguiça inconsciente.
É o desejo ingênito de
conservar o que é inútil e ruinoso, das quedas no pretérito obscuro.
Mas Jesus veio arrancarmos
da “morte no erro”. Trouxe-nos a bênção do trabalho, que é o movimento
incessante da vida.
Para que saibamos honrar
nosso esforço, referiu-se ao Pai que não cessa de servir em sua obra eterna de
amor e sabedoria e à sua tarefa própria, cheia de imperecível dedicação à
Humanidade.
Quando te sentires cansado, lembra-te de que
Jesus está trabalhando.
Começamos ontem nosso humilde labor e o Mestre se
esforça por nós, desde quando?
A
Tentação do Repouso – Joanna de Ângelis
Faz
parte do trabalho o esquema do repouso.
Sem
este, a produtividade daquele padece lamentáveis consequências ...
O
trabalho é a mola do progresso, que fomenta a evolução.
O
repouso refaz as forças, dá claridade à inteligência, vitaliza o corpo.
Convém,
no entanto, uma avaliação das horas aplicadas no trabalho e daquelas gastas no
repouso.
O
espairecimento, o sono, o esporte funcionam como repouso. Mas, o trabalho,
também!
Quando
se abraça um ideal de engrandecimento, a própria emulação da atividade gera
forças que se renovam sem a: necessidade da paralisação do trabalho.
A
diversificação de tarefas constitui uma forma elevada de repouso.
A
pretexto de repousar, não apliques o tempo na ociosidade dourada, nem no sono
da indolência.
Não
te confiras menos resistências do que aquelas que realmente possuis.
O
homem é o que elabora intimamente.
As
largas horas de sono entorpecem a mente, amolentam os músculos, concitam à
indolência.
Há
serviços que te aguardam, que fazem parte do processo da tua e da evolução de
todos.
Não
te suponhas melhor, nem pior do que o teu próximo.
A
aparência engana e a presunção coloca lentes que deformam a visão da realidade.
Esforça-te,
cada dia, para produzir mais, e lograrás melhores conquistas na área das
próprias possibilidades.
Pensa
nos paralíticos, nos limitados, nos enfermos de longo curso, nos de membros
atrofiados. Ignoras o quanto dariam para estar nas tuas condições e oferecer-se
para agir, realizar, produzir.
Cuida-te
da tentação do repouso, renovando teus recursos íntimos, na oração que te
sintonizará com o Bem e através da operosidade fraternal que te concederá
dinamismo para afrontar deficiências e circunstâncias diversas com êxito.
O
cidadão nobre e o cristão decidido, mesmo durante o repouso físico pelo sono,
não se quedam na inutilidade, oferecendo-se para o serviço edificante e a
aprendizagem moral nas Esferas Espirituais donde todos procedemos e para onde
marchamos.
Os
indolentes e preguiçosos amolentam-se, em espírito, intoxicados pelos vapores
do sono excessivo ou se deslocam para regiões infelizes onde compartem
situações perniciosas com os escravos da perversão e da ociosidade.
Repousa,
quando necessário, todavia, não cesses de trabalhar dia algum da tua vida.
Redação do Momento
Espírita com base no cap. 9 do livro Para uso diário, pelo Espírito Joanes,
psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter. Em 16.10.2009.
Quem foi que teve a
infeliz idéia de dizer, um dia, que o trabalho enobrece o homem? Este foi o
desabafo de um jovem, retornando ao lar, verdadeiramente exausto, ao final do
expediente.
Pelo mundo afora, nas
variadas culturas de cada época, o trabalho tem sido considerado como um
verdadeiro castigo.
Não são poucos os que
ficam aguardando ganhar um bom dinheiro na loteria, em jogos de azar, ou, quem
sabe, uma herança, para se verem liberados do trabalho.
Há quem olhe para os
que têm muito dinheiro e afirmem: No lugar dele, eu não trabalharia. Ah, se eu
fosse filho de Fulano, teria uma vida muito sossegada.
Desde a sua infância,
possivelmente você vem tendo a mente enxertada pelas ideias de que o trabalho
na Terra tem dois únicos objetivos: ganhar dinheiro e enfadar as pessoas.
Por causa disso,
quantas vezes já não praguejou por ter que se deslocar, em dias frios,
chuvosos, para ir ao trabalho?
Quantas vezes, na
segunda-feira, já não se perguntou: Quem foi que inventou o trabalho? Ou: Não daria para se trabalhar sábado e
domingo, e festar os outros dias, invertendo a ordem existente?
Num mundo cheio de
reveses, de dores, de acidentes diversos, é de se supor que os seus habitantes
não se sintam contentes com tudo o que os retira de sua comodidade.
No entanto, se você
participa do grupo dos amigos de Jesus Cristo, outra postura é esperada.
Para o verdadeiro
cristão, o trabalho representará sempre o necessário arrimo moral, a
indispensável defesa do mal e do crime.
Embora, por nos
encontrarmos num mundo de provações, possa o trabalho profissional sofrer
percalços e dificuldades, nunca terá como missão impor nenhum tipo de
sofrimento.
Valorize, assim, o seu
trabalho, esmerando-se no desempenho da sua profissão. Ofereça o seu esforço
para realizar o que seja mais importante na faixa da sua ocupação.
O trabalho valoriza a
pessoa que o realiza. Graças a ele, cada indivíduo se sente alguém, e torna-se
útil nas rotas da sociedade.
Por isso, sinta-se
dedicado ao que faz, por mais simples que seja a sua atividade.
Se se sentir
espoliado, perante as leis constituídas do mundo, você tem o direito de
questionar.
No entanto, verifique
a importância de também dar boa conta dos seus deveres.
O bom trabalhador não
é somente o que discute bem, o que faz maravilhosas propostas aos patrões ou
aos seus associados. Ou o que alcança prodígios de liderança. É, sobretudo,
aquele que se dedica em aperfeiçoar as próprias condições, fazendo-se melhor
habilitado para o labor que lhe cabe realizar.
Busque se aprimorar
como profissional. Não pare no tempo, em questão de conhecimentos e de
práticas. Supere-se.
Evite vincular-se às
mentes que têm o trabalho como mal, uma vez que o trabalho é quesito importante
das Leis de Deus para as vidas humanas.
Trabalhe com alegria e
com vontade de ser útil. Ainda que a sua ocupação não seja das mais agradáveis,
das mais apreciadas ou das mais procuradas.
Tenha em mente que é a
sua profissão ou o campo de valorização de suas habilidades profissionais.
Não se esqueça de que
toda ocupação útil é trabalho, como ensinaram os guias da Humanidade, através
do Espiritismo.
Aprenda a tornar valiosa
a sua ocupação, profissional ou não, e cante ao Senhor o seu júbilo em poder
trabalhar, por saber trabalhar, por trabalhar.
Enfim, tenha em conta que Deus, o Senhor do Universo, o mais
rico de todos, trabalha sempre, como ensinou nosso Mestre Jesus.
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