segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Necessidade do Trabalho/Repouso

Casa Espírita Missionários da Luz -  ESDE1

Tema:   Necessidade do Trabalho/Repouso                                                                         04/09/2012

Objetivos:
1)            Identificar no trabalho, uma lei divina ou da natureza.
2)            Explicar porque o trabalho é um meio de progresso humano
3)            Traçar um paralelo entre a natureza do trabalho nos mundos inferiores e nos superiores
4)            Tecer comentários sobre o limite do trabalho e a necessidade do repouso.


Bibliografia:
l  O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, perg. 674 à 685
l  Ev.Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, item 7
l  Estudos Espíritas, Divaldo/Joanna, Cap. 11 - “Trabalho”
l  O Consolador, Chico Xavier/Emmanuel, perg. 57

Desenvolvimento:

1.Leitura página inicial:  TRABALHO - CAMINHO, VERDADE E VIDA – Chico Xavier/Emmanuel, Cap. 4.
2. Prece de abertura
3. Propor ao grupo desenvolver o estudo a partir de perguntas, uma vez que esse tema é de nosso cotidiano, buscando porém, a visão espírita do Trabalho.  Todas as perguntas foram elaboradas a partir do Livro dos Espíritos.

01. O que se deve entender por trabalho?
“o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.” Perg. 675

02. Por quê o trabalho se impõe como uma necessidade humana?
“O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.” Perg. 674
“Por ser uma conseqüência da sua natureza corpórea.”  Perg. 676

03. Qual o grande objetivo do trabalho? Justifique.
É expiação e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade. Ao extremamente fraco de corpo outorgou Deus a inteligência, em compensação. Mas é sempre um trabalho.”  Perg. 676

04. Em que situação o trabalho pode ser considerado uma expiação?
O trabalho pode ser considerado uma expiação para certos espíritos quando, apesar de terem evoluído intelectualmente não tenham evoluído moralmente, sendo obrigados a reencarnar em um mundo ou uma sociedade mais primitiva, a fim de desenvolverem o lado moral. Entretanto é o próprio espírito que toma o trabalho como uma expiação, já que o trabalho, como lei da natureza, será sempre uma oportunidade de aperfeiçoamento.
Também como consequência de desvios do Espírito em encarnações anteriores, que o levam a existência posterior em condições difíceis de trabalho.

05. Qual a diferença entre o trabalho realizado pelos animais e aquele realizado pelo homem?
“Tudo em a Natureza trabalha. Como tu, trabalham os animais, mas o trabalho deles, de acordo com a inteligência de que dispõem, se limita a cuidarem da própria conservação. Daí vem que do trabalho não lhes resulta progresso, ao passo que o do homem visa duplo fim: a conservação do corpo e o desenvolvimento da faculdade de pensar, o que também é uma necessidade e o eleva acima de si mesmo. ”  Perg. 677

06. A natureza do trabalho varia de mundo para mundo? Por quê?
“A natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos materiais são estas, menos material é o trabalho.” Perg. 678


07. Uma pessoa, ricamente dotada de bens materiais, deve estar isenta do trabalho? Justifique.
“Do trabalho material, talvez; não, porém, da obrigação de tornar-se útil, conforme aos meios de que disponha, nem de aperfeiçoar a sua inteligência ou a dos outros, o que também é trabalho. Aquele a quem Deus facultou a posse de bens suficientes a lhe garantirem a existência não está, é certo, constrangido a alimentar-se com o suor do seu rosto, mas tanto maior lhe é a obrigação de ser útil aos seus semelhantes, quanto mais ocasiões de praticar o bem lhe proporciona o adiantamento que lhe foi feito.” Perg.679


08. Como explicar o problema de pessoas que são física e intelectualmente impedidas de trabalhar?
“Deus é justo e, pois, só condena aquele que voluntariamente tornou inútil a sua existência, porquanto esse vive a expensas do trabalho dos outros. Ele quer que cada um seja útil, de acordo com as suas faculdades.”  Perg.680

09. Em que situações está o homem impedido de trabalhar?
Espíritos em grandes expiações, presos a corpos com deficiência mental. Estando o homem no domínio de suas faculdades mentais sempre pode fazer o bem. (ver perg. 643 abaixo)

10. De que maneira uma pessoa portadora de sérias deformidades físicas poderia trabalhar ?
“Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da  existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário.” Perg.643

11. Tem os filhos o dever de trabalharem para seus pais idosos?
“Certamente, do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural.” Perg. 681

12. Qual o limite do trabalho?
“O das forças”. Perg. 683

13. O limite do trabalho é o mesmo para todos?
Como o limite é o das forças, varia de pessoa para cada pessoa.

14. Com relação ao trabalho, qual a responsabilidade daqueles que detém o poder de mandar?
Todo aquele que tem o poder de mandar é responsável pelo excesso de trabalho que imponha a seus inferiores, porquanto, assim fazendo, transgride a lei de Deus.” Perg. 684

15. Como podemos analisar as greves, considerando a visão espírita que já temos?

Emmanuel, em “O Consolador”, perg. 57Poderão os homens resolver sem atritos as chamadas questões proletárias?
-Sim, quando se decidirem a aceitar e aplicar os princípios sagrados do Evangelho. Os regulamentos apaixonados, as greves, os decretos unilaterais, as ideologias revolucionárias, são cataplasmas inexpressivas, complicando a chaga da coletividade.
O socialismo é uma bela expressão de cultura humana, enquanto não resvala para os pólos do extremismo.
Todos os absurdos das teorias sociais decorrem da ignorância dos homens relativamente à necessidade de sua cristianização. Conhecemos daqui os maus dirigentes e os maus dirigidos, não como homens ricos e pobres, mas como avarentos e a revoltados. Nessas duas expressões, as criaturas operam o desequilíbrio de todos os mecanismos do trabalho natural.
A verdade é que todos os homens são proletários da evolução e nenhum esforço de boa realização na Terra é indigno do espírito encarnado.
Cada máquina exige uma direção especial, e o mecanismo do mundo requer o infinito de aptidões e de conhecimentos.
Sem a harmonia de cada peça na posição em que se encontra, toda produção é contraproducente e toda boa tarefa impossível.
Todos os homens são ricos pelas bênçãos de Deus e cada qual deve aproveitar, com êxito, os “talentos” recebidos, porquanto, sem exceção de um só, prestarão um dia, alem-túmulo, contas de seus esforços.
Que os trabalhadores da direção saibam amar, e que os da realização nunca odeiem. Essa é a verdade pela qual compreendemos que todos os problemas do trabalho, na Terra, representam uma equação de Evangelho.
* cataplasma = Qualquer substância manipulada que se coloca sobre a pele para fins terapeuticos


12. Quando a  ociosidade é um suplício?  (perg.678)
Em os mundos mais aperfeiçoados (…), a ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício.”


13. Qual a diferença entre repouso e ociosidade?
“O repouso serve para a reparação das forças do corpo” Perg. 682

14. Devemos considerar o repouso como uma lei da Natureza?
“Sem dúvida. O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima da matéria.”  Perg. 682

4.Dar cópias da msg “A Tentação do Repouso”, de Joanna de Ângelis para análise do grupo.

5.Conclusão (Joanna, Estudos Espíritas):
Trabalho-remunerado – o homem modifica o meio, transforma o habitat, cria condições de conforto. O ser humano se desenvolve na horizontal e se melhora exteriormente. Conquista simpatia e respeito, gratidão e amizade.

Trabalho-abnegação – do qual não decorre troca nem permuta de remuneração, ele se modifica a si mesmo, crescendo no sentido moral e espiritual. O ser humano ascende no sentido vertical da vida e se transforma de dentro para fora. Através da autodoação consegue superar-se, revelando-se instrumento da Misericórdia Divina na construção da felicidade de todos.

Trabalho e Jesus: fazendo-se carpinteiro e dedicando-se à profissão, ensinou com o exemplo o respeito ao trabalho como dever primeiro para a manutenção e preservação da vida. Em todo o seu ministério de amor e abnegação tem relevante papel, verdadeiro trabalho de autodoação até o sacrifício da própria vida.

Nos Mundos Felizes o trabalho, sem ser impositivo, é conquista do homem livre que sabe agir no bem infatigável, servindo sempre e sem cessar.  (Joanna, Estudos Espíritas)



6.Prece de encerramento.

TRABALHO - CAMINHO, VERDADE E VIDA - Francisco Cândido Xavier/Emmanuel, Cap. 4.

“E Jesus lhes respondeu: Meu Pai obra até agora, e eu trabalho também.” (João, 5: 17)
Em todos os recantos, observamos criaturas queixosas e insatisfeitas.
Quase todas pedem socorro. Raras amam o esforço que lhes foi conferido.
A maioria revolta-se contra o gênero de seu trabalho.
Os que varrem as ruas querem ser comerciantes; os trabalhadores do campo prefeririam a existência na cidade.
O problema, contudo, não é de gênero de tarefa, mas o de compreensão da oportunidade recebida.
De modo geral, as queixas, nesse sentido, são filhas da preguiça inconsciente.
É o desejo ingênito de conservar o que é inútil e ruinoso, das quedas no pretérito obscuro.
Mas Jesus veio arrancarmos da “morte no erro”. Trouxe-nos a bênção do trabalho, que é o movimento incessante da vida.
Para que saibamos honrar nosso esforço, referiu-se ao Pai que não cessa de servir em sua obra eterna de amor e sabedoria e à sua tarefa própria, cheia de imperecível dedicação à Humanidade.
Quando te sentires cansado, lembra-te de que Jesus está trabalhando.
Começamos ontem nosso humilde labor e o Mestre se esforça por nós, desde quando?




A Tentação do Repouso – Joanna de Ângelis

Faz parte do trabalho o esquema do repouso.
Sem este, a produtividade daquele padece lamentáveis consequências ...
O trabalho é a mola do progresso, que fomenta a evolução.
O repouso refaz as forças, dá claridade à inteligência, vitaliza o corpo.
Convém, no entanto, uma avaliação das horas aplicadas no trabalho e daquelas gastas no repouso.
O espairecimento, o sono, o esporte funcionam como repouso. Mas, o trabalho, também!
Quando se abraça um ideal de engrandecimento, a própria emulação da atividade gera forças que se renovam sem a: necessidade da paralisação do trabalho.
A diversificação de tarefas constitui uma forma elevada de repouso.
A pretexto de repousar, não apliques o tempo na ociosidade dourada, nem no sono da indolência.
Não te confiras menos resistências do que aquelas que realmente possuis.
O homem é o que elabora intimamente.
As largas horas de sono entorpecem a mente, amolentam os músculos, concitam à indolência.
Há serviços que te aguardam, que fazem parte do processo da tua e da evolução de todos.
Não te suponhas melhor, nem pior do que o teu próximo.
A aparência engana e a presunção coloca lentes que deformam a visão da realidade.
Esforça-te, cada dia, para produzir mais, e lograrás melhores conquistas na área das próprias possibilidades.
Pensa nos paralíticos, nos limitados, nos enfermos de longo curso, nos de membros atrofiados. Ignoras o quanto dariam para estar nas tuas condições e oferecer-se para agir, realizar, produzir.
Cuida-te da tentação do repouso, renovando teus recursos íntimos, na oração que te sintonizará com o Bem e através da operosidade fraternal que te concederá dinamismo para afrontar deficiências e circunstâncias diversas com êxito.
O cidadão nobre e o cristão decidido, mesmo durante o repouso físico pelo sono, não se quedam na inutilidade, oferecendo-se para o serviço edificante e a aprendizagem moral nas Esferas Espirituais donde todos procedemos e para onde marchamos.
Os indolentes e preguiçosos amolentam-se, em espírito, intoxicados pelos vapores do sono excessivo ou se deslocam para regiões infelizes onde compartem situações perniciosas com os escravos da perversão e da ociosidade.
Repousa, quando necessário, todavia, não cesses de trabalhar dia algum da tua vida.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 9 do livro Para uso diário, pelo Espírito Joanes, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter. Em 16.10.2009.

Quem foi que teve a infeliz idéia de dizer, um dia, que o trabalho enobrece o homem? Este foi o desabafo de um jovem, retornando ao lar, verdadeiramente exausto, ao final do expediente.
Pelo mundo afora, nas variadas culturas de cada época, o trabalho tem sido considerado como um verdadeiro castigo.
Não são poucos os que ficam aguardando ganhar um bom dinheiro na loteria, em jogos de azar, ou, quem sabe, uma herança, para se verem liberados do trabalho.
Há quem olhe para os que têm muito dinheiro e afirmem: No lugar dele, eu não trabalharia. Ah, se eu fosse filho de Fulano, teria uma vida muito sossegada.
Desde a sua infância, possivelmente você vem tendo a mente enxertada pelas ideias de que o trabalho na Terra tem dois únicos objetivos: ganhar dinheiro e enfadar as pessoas.
Por causa disso, quantas vezes já não praguejou por ter que se deslocar, em dias frios, chuvosos, para ir ao trabalho?
Quantas vezes, na segunda-feira, já não se perguntou: Quem foi que inventou o trabalho?  Ou: Não daria para se trabalhar sábado e domingo, e festar os outros dias, invertendo a ordem existente?
Num mundo cheio de reveses, de dores, de acidentes diversos, é de se supor que os seus habitantes não se sintam contentes com tudo o que os retira de sua comodidade.
No entanto, se você participa do grupo dos amigos de Jesus Cristo, outra postura é esperada.
Para o verdadeiro cristão, o trabalho representará sempre o necessário arrimo moral, a indispensável defesa do mal e do crime.
Embora, por nos encontrarmos num mundo de provações, possa o trabalho profissional sofrer percalços e dificuldades, nunca terá como missão impor nenhum tipo de sofrimento.
Valorize, assim, o seu trabalho, esmerando-se no desempenho da sua profissão. Ofereça o seu esforço para realizar o que seja mais importante na faixa da sua ocupação.
O trabalho valoriza a pessoa que o realiza. Graças a ele, cada indivíduo se sente alguém, e torna-se útil nas rotas da sociedade.
Por isso, sinta-se dedicado ao que faz, por mais simples que seja a sua atividade.
Se se sentir espoliado, perante as leis constituídas do mundo, você tem o direito de questionar.
No entanto, verifique a importância de também dar boa conta dos seus deveres.
O bom trabalhador não é somente o que discute bem, o que faz maravilhosas propostas aos patrões ou aos seus associados. Ou o que alcança prodígios de liderança. É, sobretudo, aquele que se dedica em aperfeiçoar as próprias condições, fazendo-se melhor habilitado para o labor que lhe cabe realizar.
Busque se aprimorar como profissional. Não pare no tempo, em questão de conhecimentos e de práticas. Supere-se.
Evite vincular-se às mentes que têm o trabalho como mal, uma vez que o trabalho é quesito importante das Leis de Deus para as vidas humanas.
Trabalhe com alegria e com vontade de ser útil. Ainda que a sua ocupação não seja das mais agradáveis, das mais apreciadas ou das mais procuradas.
Tenha em mente que é a sua profissão ou o campo de valorização de suas habilidades profissionais.
Não se esqueça de que toda ocupação útil é trabalho, como ensinaram os guias da Humanidade, através do Espiritismo.
Aprenda a tornar valiosa a sua ocupação, profissional ou não, e cante ao Senhor o seu júbilo em poder trabalhar, por saber trabalhar, por trabalhar.
Enfim, tenha em conta que Deus, o Senhor do Universo, o mais rico de todos, trabalha sempre, como ensinou nosso Mestre Jesus.


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