Casa Espírita Missionários da Luz – ESDE2 - 04/08/2015
Tema: Obsessão - Conceitos, Causas e Graus (1ª parte)
Objetivos:
a)
Conceituar
obsessão;
b)
Citar
e analisar as causas da obsessão.
Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, Cap. XXIII – Da Obsessão
A Gênese – Cap. XIV – itens 45 à 49;
Nos Bastidores da Obsessão – Divaldo
P.Franco/Manoel P. De Miranda
Prolegômenos – 'Examinando a
Obsessão';
Dramas da Obsessão – Yvonne
Pereira/Bezerra de Menezes
Obsessão/Desobsessão – Suely Caldas
Sugestões de Atividades: apostila FEB – Roteiro 36
Material:
Desenvolvimento:
- Leitura de
página ao acaso e prece inicial.
- Iniciar separando a turma em 3 grupos
para cochicho rápido, ficando cada grupo com uma pergunta a responder, sem
consulta:
i.
O
que é a obsessão
ii.
Qual
a causa da obsessão
iii.
Qual
a cura da obsessão.
ð
Dar
5 min para a tarefa, e anotar no quadro, os pontos principais das respostas.
- Na
sequência, leitura em conjunto de “A Gênese” – Cap.
XIV – itens 45 e 46.
“Chama-se
obsessão à ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo.”
(item 45)
“a
obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um
Espírito mau.” (item 46)
“A
uma causa física, opõe-se uma força física; a uma causa moral preciso é se
contraponha uma força moral. Para preservá-lo das enfermidades, fortifica-se o
corpo; para garanti-la contra a obsessão, tem-se que fortalecer a alma;” (item
46)
Depois, ler e
discutir o trecho do item 46, 2.parágrafo:
“Quase
sempre a obsessão exprime vingança tomada por um Espírito e cuja origem
freqüentemente se encontra nas relações que o obsidiado manteve com o obsessor,
em precedente existência.
Nos
casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um
fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É
daquele fluido que importa desembaraçá-lo. Ora, um fluido mau não pode ser
eliminado por outro igualmente mau. Por meio de ação idêntica à do médium
curador, nos casos de enfermidade, preciso se faz expelir um fluido mau com
o auxílio de um fluido melhor.
Nem
sempre, porém, basta esta ação mecânica; cumpre, sobretudo, atuar sobre o
ser inteligente, ao qual é preciso se possua o direito de falar com
autoridade, que, entretanto, falece a quem não tenha superioridade moral.
Quanto maior esta for, tanto maior também será aquela.
Mas,
ainda não é tudo: para assegurar a libertação da vítima, indispensável se
torna que o Espírito perverso seja levado a renunciar aos seus maus desígnios;
que se faça que o arrependimento desponte nele, assim como o desejo do bem, por
meio de instruções habilmente ministradas, em evocações particularmente feitas
com o objetivo de dar-lhe educação moral. Pode-se então ter a grata satisfação
de libertar um encarnado e de converter um Espírito imperfeito.”
4. Distribuir cópias do trecho de Manoel Philomeno
de Miranda, do livro Nos Bastidores da Obsessão, para leitura e comentários.
5. Prece final
6. Anexos
Prolegômenos -Examinando a obsessão – Nos Bastidores da
Obsessão - trechos
“Entre os
que são tidos por loucos, muitos há que apenas são subjugados; precisariam de
um tratamento moral, enquanto que com os tratamentos corporais os tornam
verdadeiros loucos. Quando os médicos conhecerem bem o Espiritismo, saberão
fazer essa distinção e curarão mais doentes do que com as duchas”. (“O Livro
dos Médiuns”, de Allan Kardec).
Com muito
acerto asseverou o Codificador que «o conhecimento do Espiritismo, longe de
facilitar o predomínio dos maus Espíritos, há de ter como resultado, em tempo
mais ou menos próximo e quando se achar propagado, destruir esse predomínio, o
da obsessão, dando a cada um os meios de se pôr em guarda contra as sugestões
deles». E o iluminado mestre, não poucas vezes, embora profundo conhecedor do
Magnetismo, convocado a atender obsidiados de variado jaez, utilizou-se dos
eficientes métodos da Doutrina Espírita para libertá-los com segurança, através
da moralização do Espírito perturbador e do sensitivo perturbado.
Nunca é
praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. (...)
Ainda é o egrégio
intérprete dos Espíritos da Luz que comenta: «As causas da obsessão variam, de
acordo com o caráter do Espírito. É, às vezes, uma vingança que este toma de um
indivíduo de quem guarda queixas do tempo de outra existência. Muitas vezes,
também, não há mais do que desejo de fazer mal: o Espírito, como sofre, entende
de fazer que os outros sofram; encontra uma espécie de gozo em os atormentar,
em os vexar, e a impaciência que por isso a vítima demonstra mais o exacerba,
porque esse é o objetivo que colima, ao passo que a paciência o leva a
cansar-se... »
E prossegue:
«Há Espíritos obsessores sem maldade, que alguma coisa mesma denotam de bom,
mas dominados pelo orgulho do falso saber. (Livro dos Médiuns) (...)
«Os meios de
se combater a obsessão — esclarece o eminente Seareiro — variam de acordo com o
caráter que ela reveste.» E elucida: «As imperfeições morais do obsidiado
constituem, frequentemente, um obstáculo à sua libertação.» (Livro dos Médiuns)
(...) *
Obsessores,
obsidiados!
A obsessão,
sob qualquer modalidade que se apresente, é enfermidade de longo curso,
exigindo terapia especializada de segura aplicação e de resultados que não se
fazem sentir apressadamente.
Os
tratamentos da obsessão, por conseguinte, são complexos, impondo alta dose de
renúncia e abnegação àqueles que se oferecem e se dedicam a tal mister. Uma
força existe capaz de produzir resultados junto aos perseguidores encarnados ou
desencarnados, conscientes ou inconscientes: a que se deriva da conduta moral.
A princípio, o obsessor dela não se apercebe; no entanto, com o decorrer do
tempo, os testemunhos de elevação moral que enseja, confirmando a nobreza da
fé, que professa como servidor do Cristo, colimam por convencer o algoz da
elevação de princípios de que se revestem os atos do seu doutrinador, terminando
por deixar livre, muitas vezes, aquele a quem afligia. Além da exemplificação
cristã, a oração consegue lenir as úlceras morais dos assistidos, conduzindo
benesses de harmonia que apaziguam o desequilibrado, reacendendo nele a sede e
a necessidade da paz.
Nem sempre,
porém, os resultados são imediatos. Para a maioria dos Espíritos, o tempo,
conforme se conta na Terra, tem pouca significação. Demoram-se, obstinados, com
tenacidade incomparável nos propósitos a que se entregam, anos a fio, sem que
algo de positivo se consiga fazer, prosseguindo a tarefa insana, em muitos
casos, até mesmo depois da morte... Isto porque do paciente depende a maioria
dos resultados nos tratamentos da obsessão. Iniciado o programa de recuperação,
deve este esforçar-se de imediato para a modificação radical do comportamento,
exercitando-se na prática das virtudes cristãs, e, principalmente, moralizando-se.
A moralização do enfermo deve ter caráter prioritário, considerando-se que,
através de uma renovação íntima bem encetada, ele demonstra para o seu desafeto
a eficiência das diretrizes que lhe oferecem como normativa de felicidade.
Merece
considerar, neste particular, que o desgaste orgânico e psíquico do médium
enfermo, mesmo depois do afastamento do Espírito malévolo, ocasiona um refazimento
mais demorado, sendo necessária, às vezes, compreensivelmente, assistência
médica prolongada.
Diante dos
esforços que se conjugam entre o assistente e o assistido, os Espíritos
Superiores interessados no progresso da Humanidade oferecem, também, valiosos
recursos que constituem elementos salutares e preciosos.
Sem tal
amparo, toda incursão que se intente no ministério da desobsessão será
improfícua, senão perigosa, pelos resultados negativos que apresenta.
Um espírito
lidador, devidamente preparado para as experiências de socorro aos obsidiados,
é dínamo potente que gera energia eletromagnética, que, aplicada mediante os
passes, produz distonia e desajustes emocionais no hóspede indesejável,
afastando-o de momento e facultando, assim, ao hospedeiro a libertação mental
necessária para assepsiar-se moralmente, reeducando a vontade, meditando em
oração, num verdadeiro programa evangélico bem disciplinado que, segura e
lentamente, edifica uma cidadela moral de defesa em volta dele mesmo.
Por isso o
Mestre, diante de determinados perseguidores desencarnados, afirmou: “contra
esta casta de Espíritos só a oração e o jejum”, e, após atender às aflições de
cada atormentado que O buscava, prescrevia, invariável e incisivo: “Não voltes
a pecar para que algo pior não te aconteça”.
*
Quando, você
escute nos recessos da mente uma idéia torturante que teima por se fixar,
interrompendo o curso dos pensamentos; quando constate, imperiosa, atuante
força psíquica interferindo nos processos mentais; quando verifique a vontade
sendo dominada por outra vontade que parece dominar; quando experimente
inquietação crescente, na intimidade mental, sem motivos reais; quando sinta o
impacto do desalinho espiritual em franco desenvolvimento, acautele-se, porque
você se encontra em processo imperioso e ultriz de obsessão pertinaz.
Transmissão
mental de cérebro a cérebro, a obsessão é síndrome alarmante que denuncia
enfermidade grave de erradicação difícil.
A princípio
se manifesta como inspiração sutil, depois intempestivamente, para com o tempo
fazer-se interferência da mente obsessora na mente encarnada, com vigor que
alcança o climax na possessão lamentável.
Idéia
negativa que se fixa, campo mental que se enfraquece, dando ensejo a idéias negativas
que virão.
Da mesma
forma que as enfermidades orgânicas se manifestam onde há carência, o campo
obsessivo se desloca da mente para o departamento somático onde as imperfeições
morais do pretérito deixaram marcas profundas no perispírito.
Tabagismo —
O fumo, pelos danos que ocasiona ao organismo, é, por isso mesmo, perigo para o
corpo e para a mente. Hábito vicioso, facilita a interferência de mentes
desencarnadas também viciadas, que se ligam em intercâmbio obsessivo simples a
caminho de dolorosas desarmonias...
Alcoolofilia
— Embora necessário para o organismo sujeito a climas frios, o álcool em
dosagens mínimas acelera a digestão, facilitando a diurese (5). No entanto,
pelas consequências sócio-morais que acarreta, quando se perverte em viciação
criminosa, simples em começo e depois aberrante, é veículo de obsessores cruéis,
ensejando, a alcoólatras desencarnados, vampirismo impiedoso, com conseqüentes lesões
do aparelho fisiopsíquico.
(5) Alguns
médicos falam sobre a desnecessidade do uso de alcoólicos mesmo nos climas
frios. — Nota do Autor espiritual.
Sexualidade
— Sendo porta de santificação para a vida, altar de preservação da espécie, é,
também, veículo de alucinantes manifestações de mentes atormentadas, em estado
de angústia pertinaz. Através dele, sintonizam consciências desencarnadas em
indescritível aflição, mergulhando, em hospedagem violenta nas mentes
encarnadas, para se demorarem em absorções destruidoras do plasma nervoso,
gerando obsessões degradantes...
Estupefacientes
— Á frente da ação deprimente de certas drogas que atuam nos centros nervosos,
desbordam-se os registros da subconsciência, e impressões do pretérito
ressurgem, misturadas às frustrações do presente, já em depósito, realizando
conúbio desequilibrante, através do qual desencarnados em desespero emocional
se locupletam, ligando-se aos atormentados da Terra, conjugando à sua a loucura
deles, em possessão selvagem...
Alienação
mental — Sendo todo alienado, conforme o próprio verbete denuncia, um ausente,
a alienação mental começa, muitas vezes, quando o espírito retoma o corpo pela
reencarnação em forma de limitação punitiva ou de corrigenda, ligado a credores
dantanho, em marcha inexorável para o aniquilamento da razão, quando não se
afirma nas linhas do equilíbrio moral...
Glutoneria,
maledicência, ira, ciúme, inveja, soberba, avareza, medo, egoísmo, são estradas
de acesso para mentes desatreladas do carro somático em tormentosa e vigilante
busca na Erraticidade, sedentas de comensais, com os quais, em conexão segura,
continuam o enganoso banquete do prazer fugido...
Por essa
razão, a Doutrina Espírita, em convocando o homem ao amor e ao estudo, rescreve
como norma de conduta o Evangelho vivo e atuante — nobre Tratado de Higiene
Mental — através de cujas lições haure o espírito vitalidade e renovação,
firmeza e dignidade, ensinando a oração que enseja comunhão com Deus,
prescrevendo jejum ao crime e continência em relação ao erro, num vademecum salvador
para uma existência sadia na Terra, com as vistas voltadas para uma vida espiritual perfeita.
*
O problema
da obsessão, sob qualquer aspecto considerado, é também problema do próprio
obsidiado. (...)
A etiologia
das obsessões é complexa e profunda, (...)
Simples, de
fascinação e de subjugação, consoante a classificação do Codificador do
Espiritismo, é sempre de difícil extirpação, porqüanto o obsidiado, em si
mesmo, é um enfermo do espírito.
Vivendo a
inquietação íntima que, lenta e seguramente, o desarvora, procede, de início,
na vida em comum, como se se encontrasse equilibrado, para, nos instantes de
soledade, deixar-se arrastar a estados anômalos sob as fortes tenazes do perseguidor
desencarnado.
Ouvindo a
mensagem em caráter telepático transmitida pela mente livre, começa por aceder
ao apelo que lhe chega, transformando-se, por fim, em diálogos nos quais se
deixa vencer pela pertinácia do tenaz vingador.
Justapondo-se
sutilmente cérebro a cérebro, mente a mente, vontade dominante sobre vontade
que se deixa dominar, órgão a órgão, através do perispírito pelo qual se identifica
com o encarnado, a cada cessão feita pelo hospedeiro, mais coercitiva se faz a
presença do hóspede, que se transforma em parasita insidioso, estabelecendo,
depois, e muitas vezes em definitivo enquanto na luta carnal, a simbiose
esdrúxula, em que o poder da fixação da vontade dominadora consegue extinguir a
lucidez do dominado, que se deixa apagar...
(...)
Descuidado
quase sempre dos valores morais e espirituais — defesas respeitáveis que
constroem na alma um baluarte de difícil transposição —, o candidato ao
processo obsessivo é irritável, quando não nostálgico, ensejando pelo caráter
impressionável o intercâmbio, que também pode começar nos instantes de parcial
desprendimento pelo sono, quando, então, encontrando o desafeto ou a sua vítima
dantanho, sente o espicaçar do remorso ou o remorder da cólera, abrindo as comportas
do pensamento aos comunicados que logo advirão, sem que se possa prever quando
terminará a obsessão, que pode alongar-se até mesmo depois da morte...
Estabelecido
o contacto mental em que o encarnado registra a interferência do pensamento
invasor, soa o sinal alarmante da obsessão em pleno desenvolvimento... (...)
Sendo o
obsidiado um calceta, um devedor, é imprescindível que se disponha ao labor
operoso pelo resgate perante a Consciência Universal, agindo de modo positivo,
para atender às sagradas imposições da harmonia estabelecida pelo Excelso
legislador.
Muito embora
os desejos de refazimento moral por parte do paciente espiritual, é imperioso
que a renovação íntima com sincero devotamento ao bem lhe confira os títulos do
amor e do trabalho, de forma a atestar a sua real modificação em relação à
conduta passada, ensejando ao acompanhante desencarnado, igualmente, a própria
iluminação.
Nesse
sentido, a interferência do auxílio fraterno, por outros corações afervorados à
prática da caridade, é muito valiosa, favorecendo ao desencarnado a oportunidade
de adquirir conhecimentos através da psicofonia atormentada, na qual pode
haurir força e alento novo para aprender, meditar, perdoar, esquecer...
No entanto,
tal empreendimento, nos moldes em que se fazem necessários, não é fácil.
Somente
poucos Núcleos, dentre os que se dedicam a tal mister — o da desobsessão —, se
encontram aparelhados, tendo-se em vista a tarefa que lhes cabe nos seus
quadros complexos...
Na
desobsessão, a cirurgia espiritual se faz necessária, senão imprescindível, muitas
vezes, para que os resultados a colimar sejam conseguidos. Além desses, trabalhos
especiais requisitam abnegação e sacrifício dos cooperadores encarnados, com
natural doação em larga escala de esforço moral valioso, para a manipulação das
condições mínimas psicoterápicas, no recinto do socorro, em favor dos
desvairados a atender...
Nesse
particular, a prece, igualmente, conforme preconiza Allan Kardec, «é o mais
poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor».
Por isso, em
qualquer operação socorrista a que você seja chamado, observe a disposição
moral do seu próprio espírito e ore, alçando-se a Jesus, a Ele pedindo torná-lo
alvo dos Espíritos Puros, por meio dos quais, e somente assim, você poderá
oferecer algo em favor de uns e outros: obsessores e obsidiados.
Examine,
desse modo, e sonde o mundo íntimo constantemente para que se não surpreenda de
um momento para outro com a mente em desalinho, atendendo aos apelos dos
desencarnados que o seguem desde ontem, perturbados e infelizes, procurando,
enlouquecidos, «com as próprias mãos fazer justiça», transformados em verdugos
da sua serenidade.
Opere no bem
com esforço e perseverança para que o seu exemplo e a sua luta solvam-sarando a
dívida-enfermidade que o assinala, libertando-o da áspera prova antes de você
caminhar, aflito, pela senda dolorosa... e purificadora.
Em qualquer
circunstância, ao exercício nobre da mediunidade com Jesus, tanto quanto ao
sublime labor desenvolvido pelas sessões sérias de desobsessão, compete o
indeclinável ministério de socorro aos padecentes da obsessão no sentido de
modificarem as expressões de dor e angústia que vigem na Terra sofrida dos
nossos dias.
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