Casa Espírita Missionários da Luz – ESDE2 - 07/03/2015
Tema: Influência nos Acontecimentos da Vida
Objetivos:
a)
Explicar
por que a influência dos Espíritos nos acontecimentos da vida nada tem de
sobrenatural;
b)
Analisar
a natureza de tais influências.
Bibliografia:
·
A
Gênese, (Caracteres dos Milagres. O Espiritismo Não Faz Milagres), itens 6, 8 e
9;
·
O
Livro dos Espíritos, pergs 459, 525 à 535;
·
E
a Vida Continua, André Luiz/ Chico Xavier, Cap. 25 “Nova Diretriz”;
·
Sexo e Obsessão, Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo
P. Franco;
·
Nas Fronteiras da
Loucura, Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo P.
Franco; Cap. 21. ROGATIVA E
SOCORRO
·
Trilhas
da Libertação, Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo P.
Franco.
Material: cópias dos textos aos 3 grupos
Desenvolvimento:
- Leitura
página inicial “Fonte
Viva, Cap. 133 – “QUE TENDES?”, e prece inicial
- Falar do tema, que é a influência dos Espíritos nos acontecimentos
da vida, como um fato normal, uma vez que os Espíritos estão em constante
comunhão conosco.
Eles podem atuar materialmente sobre as coisas,
mas, como os Espíritos responderam à Kardec nas perguntas sobre esse tema,
normalmente eles atuam através de influências em nossos pensamentos mesmo,
sugerindo idéias que não pensávamos. Com isso, interferem nos fatos da vida das
pessoas.
André Luiz nos relata em E a Vida Continua, as
dores e alegrias de dois personagens da obra, Evelina Serpa e Ernesto Fantini,
que retornam, como Espíritos desencarnados, ao reduto familiar deixado na
Terra.
A visita desses Espíritos aos familiares, após
dois anos de morte física é caracterizado por um doloroso drama humano quando
Evelina revê o marido - Caio Serpa - em comunhão afetiva com Vera Celina, a
mesma jovem que o afastara dos deveres conjugais, antes mesmo da sua
desencarnação. O drama de Evelina é maior quando percebe que a jovem que se
interpôs entre ela e o marido e a filha querida do fiel amigo Ernesto Fantini.
Mais tarde, numa demonstração de renuncia e sublimação do amor pelo marido
deixado na Terra, Evelina o influencia espiritualmente, a fim de que ele, Caio
Serpa, ampare a jovem, casando-se com ela.
èinfluência nos
acontecimentos, pois Caio nem pensava em se casar.
Vamos estudar três trechos de Manoel P; de Miranda, onde vemos a atuação
direta dos Espíritos em fatos da vida de encarnados que estavam sob a proteção
desses Espíritos:
- Trilhas da Libertação – a morte do médium Davi
- Nas Fronteiras da Loucura – o socorro à jovem
- Sexo e Obsessão – influência para que a diretora não denunciasse o padre
Mauro.
Dividir a turma em três grupos, para estudo cada
um, de um desses trechos. A tarefa do grupo é estudar o caso e perceber a ação
dos Espíritos nos acontecimentos relatados, e depois apresentar aos demais.
Apresentação dos grupos.
3. Prece final.
4. Anexos
Livro “Sexo e Obsessão”,
de Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo P. Franco
Prefácio:
“Neste livro, tentamos fazer um estudo cuidadoso sobre
sexo e obsessão, baseado em fatos reais, que vimos acompanhando desde há vários
anos.
Procuramos suavizar o relato, evitando chocar alguns
leitores menos avisados ou desconhecedores da Doutrina Espírita, porém evitamos
disfarçar a realidade dos acontecimentos, tirando-lhes a legitimidade, de forma
que a nossa mensagem possa alcançar as mentes e os corações desenovelando-os de
diversos conflitos e despertando-os para algumas ocorrências de parasitose
obsessiva em que talvez se encontrem envolvidos.
O padre Mauro ainda se encontra na Terra, havendo
recebido os Espíritos que se reencarnaram para resgates imperiosos e inadiáveis
conforme comprometera-se em nossa esfera de ação espiritual.
O seu lar de crianças
deficientes hoje hospeda inúmeras antigas vítimas suas, que lhe recebem carinho
e afeto, recuperando-se das alucinações que se permitiram, ele mesmo estando em
processo de refazimento espiritual, avançando, porém, para os anos da velhice
com paz no coração e com a consciência tranquilizada em razão do bem que vem
executando.”
Resumo
do caso:
O
padre Mauro, era um Espírito em luta contra as tendências da pedofilia, e do
assédio espiritual constante de antigo inimigo.
Padre
Mauro, há 3 encarnações atrás, no início do século XIX, na Paris napoleônica,
promovia em sua mansão, como mulher influente que era à época, grandes festas
com desvios sexuais de toda ordem, envolvendo animais e crianças, que eram
roubadas de seus pais, ou compradas.
Sofreu
abuso sexual na infância, pelo seu próprio pai, que naquela encarnação em Paris,
foi o pai de um dos meninos roubados para seu usado nas torpezas.
O
obsessor que o perseguia de forma implacável na atual encarnação, era o menino
que foi roubado do pai e entregue para os desvios sexuais das festas que
promovia.
Atualmente,
como padre, lecionava aos pequenos, e cometeu crimes de pedofilia, sendo
descoberto quando estava prestes a cometer mais um abuso. A descoberta se deu
pela diretora da escola, que foi teleguiada pelo mentor para a sala onde estava
prestes a ocorrer o desvio, para evitar mais um crime contra a infância.
Vejamos um trecho do
livro:
Ao adentrar-nos no
recinto, deparamo-nos com uma cena dolorosamente chocante.
A delicada criança
que saudara o sacerdote, havia poucas horas, encontrava-se sentada sobre os
seus joelhos, enquanto, emocionado e aturdido, o inditoso sedutor acariciava-a,
falando-lhe palavras iníquas, que não eram alcançadas pela mente infantil.
Revendo-se, de alguma
forma, sendo seduzido pelo próprio pai enfermo, começou a sentir-se estimulado
e a perder o controle. A mente em desalinho disparava ondas de energia mórbida,
que logo atraíram o sequaz desencarnado da véspera, que se lhe acercou
truculento e vil, acoplando-se-lhe ao chakra coronário e imantando-se ao
paciente a partir do hipotálamo e descendo pela medula espinhal...
O espetáculo tinha
características truanescas, escandalosas, e a sala, com as cortinas cerradas
num ambiente de semi-obscuridade, facilitava a ocorrência absurda.
A criança, totalmente
seduzida, sem noção da gravidade do ato vil que iria suceder, sorria ante as
carícias do adulto, agora teleguiado pelo seu terrível obsessor, comprazendo-se
os dois no intercâmbio fisiopsíquico, que lhes facultava o recrudescer das
paixões mais primitivas. Lentamente o bafio pestilencial de ambos passou a
envolver o menino, que não podia suspeitar da trama sórdida, quando se adentrou
na sala a mãezinha desencarnada do pedófilo que, em lágrimas, solicitou a
Anacleto (um
mentor) que interferisse antes da
execução de mais um crime.
O venerando amigo,
compreendendo a gravidade do momento, e dando-se conta da necessidade de uma
terapia de emergência, cujos resultados fossem capazes de frear futuras
crueldades, retirou-se do recinto e trouxe, telementalizada, a diretora do
Estabelecimento que, estranhando o silêncio no ambiente e a porta cerrada,
solicitou a uma auxiliar a chave mestra, com a qual, abrindo-a, surpreendeu o
obsesso, segundos antes da prática do atentado ao pudor.
Tomada de espanto, e
gritando, fez com que o indigitado parasse, trêmulo, procurando apresentar
escusas para o ato vergonhoso, enquanto o obsessor, colérico e odiento, tentou
agredir a mestra que, amparada por Anacleto, e captando-lhe o pensamento,
conseguiu dominar-se, libertando a criança das garras do desequilibrado, e
impondo-lhe com severidade:
- O assunto será tratado conforme convém em momento
próprio. O senhor retire-se da Escola, por favor, imediatamente! (Cap.5,
CONFLITO OBSESSIVO)
“Trêmula e perplexa,
a diretora do Educandário conduziu a criança, que de nada se apercebera, à sua
sala, derreando-se na cadeira, enquanto tentava coordenar as idéias. Era a
primeira vez que se deparava com algo tão estarrecedor e debatia-se em rude
confusão mental, por não saber qual a atitude correta a tomar. Jamais poderia ocorrer-lhe um pensamento de que o
jovem sacerdote fora capaz de algo tão inditoso e cruel. Nesse estado de
espírito, vinculada à religião dominante, apesar do choque sofrido, buscou
sabiamente o concurso da oração silenciosa, a fim de ser inspirada, enquanto o
menino aguardava instruções.
“Nesse comenos,
utilizando-se da natural concentração da senhora, Dilermando (outro mentor) envolveu-a com fluidos refazentes e
calmantes, asserenando-a e inspirando-a a comportamento de equilíbrio, já que
um escândalo em nada auxiliaria a Escola, à quase vítima, aos demais alunos e
aos seus familiares.
A Mídia insensata,
que se compraz em escabrosidades, logo se envolveria, tornando o fato isolado
uma tragédia generalizada, criando situações muito embaraçosas para todos.
Assim, quando as
idéias se lhe aclararam, ela solicitou a uma auxiliar conduzir o menino à sua
sala, diluindo a gravidade da ocorrência que não deveria tomar dimensões
maiores do que as reais.”
(Cap. 6 - SOCORROS
ESPIRITUAIS)
Durante
reuniões noturnas, em desprendimento pelo sono, a diretora foi orientada a
procurar o bispo para a solução do caso ao invés de levar a público a
descoberta, promovendo um escândalo.
- Aqui nos reunimos
com o objetivo de evitar maiores danos à criança ingênua, qualquer situação de
prejuízo moral para a Escola, assim como para encontrarmos a melhor solução
para atender também ao infrator... Todo erro pode ser reparado, especialmente
antes que se transforme em tragédia. O nosso amigo já dilacerou os sentimentos
de algumas crianças, que soube atrair ao regaço com sagacidade e astúcia,
objetivando os seus fins ignóbeis. Chega o momento de ser-lhe dada uma
oportunidade de reparação, através da qual se liberte igualmente do tormento
que o vem assediando há muitos anos desde antes do berço, tendo-se em vista o
local de onde procedeu no rumo da reencarnação... As heranças que trouxe
embutidas nos sentimentos são odientas, e os laços que o vinculam aos sítios
que habitava são vigorosos. Nada porém, que não se possa modificar ante o
esforço pessoal bem direcionado e a entrega interior ao Pai Criador.
Certamente, o problema a que nos estamos referindo deve tomar um rumo de
segurança, para que suste futuras consequências mais lamentáveis e perversas.
(...)
- A melhor solução
para este momento não deverá ter um caráter punitivo ao infrator, que está
doente, mas um objetivo reeducador, a fim de que, consciente da severa
situação, modifique por completo a existência, dando novo rumo aos passos que
devem" seguir na direção da felicidade pessoal e da de todos com quem
conviva.
Assim, sugiro que a
gentil professora entre em contato com a autoridade religiosa superior, que
pode estudar a solução ideal para a ocorrência, narrando os fatos com
serenidade e exigindo a transferência do sacerdote, sem comentários escabrosos,
que sempre fecham a porta à solvência de quaisquer problemas. Acredito que o
senhor Bispo, notificado a respeito da gravidade do comportamento do seu
subalterno, saberá como encaminhar a questão a instância superior, se for o
caso, ou o equacionará conforme sejam as instruções que tenha do Alto Clero.
Facultando tempo para
que pudesse ser entendido pela mestra e por todos os circunstantes, aludiu com
habilidade e prudência:
- Não estamos
escamoteando o erro nem agindo de forma conivente com o descalabro moral do
paciente. A enfermidade necessita de tratamento e não de escarcéu, sempre do
bom gosto dos insensatos. O afastamento do infrator do convívio infantil, impedindo
novos contatos com vítimas em potencial, é uma terapia eficiente e de grande
efeito moral. Assim, confiamos na prudência e nos bons ofícios da nossa
esclarecida mestra.
(Cap. 7, PROGRAMAÇÕES ABENÇOADAS)
O
padre Mauro foi protegido para eu não viesse a cair em novos crimes, e
transferido à região do interior pelo bispo, para fundar um lar para crianças
deficientes, onde recebeu e cuida de suas antigas vítimas
Livro Nas Fronteiras da Loucura, Cap. 21. ROGATIVA E SOCORRO
O livro relata as ações de socorro de uma equipe
espiritual, durante os dias de carnaval numa cidade brasileira. Os atendimentos
são coordenados pelo Espírito Dr.Bezerra de Menezes.
Vejamos um trecho:
“O
setor de registros de orações (do
Posto Central coordenado pelo Dr. Bezerra)
captara um pedido de emergência, partido de uma jovem que estava encurralada,
em local ermo, próximo, por um grupo de atormentados sexuais, ameaçando-a...
Localizando
mentalmente onde ocorria a agressão a ser culminada, partimos, Artur e nós,
acompanhando Dr. Bezerra que, presto, inteirou-se do que estava a suceder,
passando à ação urgente.
Concentrou
o pensamento no Cristo e dirigiu a onda mental com alta carga vibratória sobre
os agressores que tentavam imobilizar a moça, a fim de facilitar a tarefa dos
outros violentadores, e descarregou- lhes enérgica vontade bem controlada. A
jovem debatia-se, sem poder libertar-se nem gritar, quase totalmente dominada,
não obstante o pensamento suplicasse, firme, apoio e ajuda do Alto, em cujo
amparo se colocara nobre Entidade que a assessorava, dando-lhe forças.
Sob
a imantação mental que os colheu de surpresa, os agressores afrouxaram os
membros sem poder conter a vítima que se levantou do solo aonde fora arrojada,
com as vestes rotas, chorando, copiosamente. Os outros dois, sem entenderem o
que aconteceu, voltaram à carga...
Nesse
comenos, por que visse, a distância regular, em rua próxima, um veículo
policial, o Benfeitor recorreu a uma ação prática, própria para a
circunstância. Sintonizou com o motorista do carro da Rádio Patrulha e
chamou-o, mentalmente, com vigor.
Subitamente
a sirene aberta anunciou a passagem do veículo, fazendo que os malfeitores
desandassem a correr, quando os faróis do carro colheram- nos, iniciando-se uma
perseguição, que culminou na detenção de todos, que foram recolhidos. A jovem
foi socorrida, prontamente e, porque não apresentasse lesões e se negasse a
formular queixa, demonstrando muito nervosismo, foi levada a um Posto de Saúde,
onde recebeu medicação específica e depois conduzida ao lar.
Chamou-me a atenção o comentário do
motorista com os colegas, enquanto conduziam os desordeiros à detenção: -
"Nunca entramos nessa travessa. Mas, de repente, eu escutei uma voz dizendo-me, vigorosa:
"Venha aqui!", e obedeci prontamente."” (...)
Enquanto ela se encontrava no
atendimento, os policiais instaram para que fosse apresentada queixa, a fim de
reter os malfeitores no cárcere por mais tempo. A vítima, porém, recompondo-se
explicou que fora um grande susto e convenceu-os, inspirada, que tudo estava
bem, agradecendo, sinceramente comovida.
Os policiais foram levar os
prisioneiros ao cárcere, para que completassem o Carnaval em recolhimento,
impedindo-os de causar danos a outras vítimas indefensas.
No
trâmite do atendimento médico da moça, o seu acompanhante espiritual
revelou-nos que ela retornava da visita a uma enferma, a quem fora atender com
a palavra amiga, confortando-a com a sua assistência fraterna. Tratava-se de
uma anciã solitária, que lhe recebia ajuda financeira e espiritual. Sabendo-a
doente, muito embora os perigos a que se exporia, por estar desacompanhada,
orou e foi em seu auxílio. Levou-lhe o concurso de emergência e algum
medicamento oportuno. Atendendo-a, demorou-se além do previsto. No entanto,
espiritista convicta, buscou inspiração na prece e retornou ao lar, quando foi
defrontada pelos rapazes, algo embriagados.
Ante
a narrativa espontânea, não pude sopitar a indagação que me veio à mente:
-
Não estava a moça em tarefa relevante da caridade, envolvida pela força da
oração? Como explicar a agressão de que fora objeto, quase redundando em
prejuízos irreversíveis que, além dos danos físicos e morais, poderia abalá-la
profundamente, perturbando-lhe o sistema emocional?
Foi
o Benfeitor quem me respondeu, gentil:
-
A oração imuniza-nos contra o mal, dá-nos força para suportá-lo, mas não muda
os nossos necessários processos de evolução. No caso em tela, a irmãzinha
afeiçoada ao bem e afervorada à oração, recebeu a resposta ao seu apelo, de
forma positiva. Liberou-se dos perturbadores da ordem e, graças à rápida
aflição experimentada, anulou grandes, por- vindouros sofrimentos que lhe
pesavam na economia da evolução, por erros graves cometidos na área da
sexualidade e da prepotência que a infelicitaram, gerando muito dissabor
naqueles que lhe sofreram os desequilíbrios... Sinceramente consciente da
necessidade de depuração, ante a luz do conhecimento espírita que lhe vitaliza
o ser, dispôs-se à renovação pelo amor e pela ação do trabalho edificante,
granjeando méritos para ter mudados os fatores cármicos da atual existência.
"Pelo
teor mental e alta dose de sincera unção da prece, os sensores de seleção de
rogativas registraram o seu apelo, que mereceu atendimento e, porque de conduta
reta, faz jus à assistência do protetor espiritual que a atendeu até nossa
chegada. Sintetizando: num momento de provação bem suportada, graças aos
valores que já lhe pesam positivamente, liberou-se de largos testemunhos de dor
e sombra no futuro.
"Observe,
o amigo, que nem todos que são surpreendidos em circunstância desse teor
conseguem sair ilesos, o que a situa em excelente condição.
"O
amor anula os erros e pecados, preparando
o ser para, testado, superar os impactos desagregadores do comportamento sadio.
E ela, convenhamos, triunfou, não complicando a situação dos invigilantes, que
não estão no pleno uso da razão. Ficarão impedidos até amanhã, quando,
recuperando a sobriedade, sem prejuízos maiores, volverão ao trabalho, sob a
circunstância da lição que receberam, acautelando-se, de futuro, da prática de
novas, semelhantes atitudes."
Livro Trilhas da Libertação – Manoel Philomeno de
Miranda/Divaldo P. Franco
O livro relata a história do médium Davi, médium de cura,
que operava assistido pelo Espírito do Dr.Hermann, ambos equivocados com
relação às dádivas da mediunidade, uma vez que as consultas e curas eram
cobradas dos pacientes.
O trecho que nos interessa estudar relata o ocorrido
durante um jantar num clube em que o médium Davi participava.
Resumo do capítulo
“Noite de Angústias”.
De volta à Casa Espírita, passava da
meia-noite quando chegou Daniel, cooperador desencarnado da Instituição,
trazendo informações a respeito de Davi, a quem ele acompanhara no jantar já
referido.
A equipe dirigiu-se imediatamente ao
elegante clube, onde assistiu a uma cena profundamente constrangedora.
Conforme Daniel havia relatado, o
médium Davi interessou-se, durante o leilão, por uma peça antiga e decidiu
adquiri-la. Um oponente dispôs-se a competir com ele. O preço tornou-se muito
alto, mas Davi acabou arrematando o objeto, com júbilo e estardalhaço.
Revoltado, o opositor explodiu com referências acusatórias:
“O
seu dinheiro é ganho pelo dr. Hermann, e, portanto, em grande quantidade, como
charlatão e explorador da credulidade e da ignorância generalizada. Eu, não.
Ganho e vivo do meu trabalho”.
Gargalhadas ressoaram no recinto.
Sacudido pela acusação intempestiva,
Davi avançou, irado, e atirou-se contra o adversário, engalfinhando-se os dois
em luta vulgar, até que alguns presentes e empregados da Casa os separaram,
diante do constrangimento de todos.
Não cessara o burburinho, quando se
iniciou o banquete.
Davi exorbitou na ingestão de
alcoólicos, o mesmo acontecendo com o outro, e, profundamente perturbados, eles
olhavam-se a distância, rilhando os dentes e ameaçando atos de reparação.
Não é preciso dizer que o Soberano das Trevas (Espírito líder de uma falange de obsessores)
retomara as rédeas da pugna, havendo destacado um dos seus comandantes em
pessoa, que, ciente dos detalhes do programa, viera até ali definir a situação.
Ele próprio planejara uma cena de sangue,
que daria início a sucessivos acontecimentos funestos, e foi por isso que
induzira o vencido no leilão a proferir a acusação vexatória contra o médium
invigilante.
Ernesto (um dos mentores) percebeu, desde logo, a gravidade do momento.
Davi encontrava-se possesso pelo ódio
e semi-incorporado pelo adversário desencarnado que, técnico em obsessão,
seguia dominando os painéis mentais do sensitivo, que não tinha o menor controle
sobre os próprios atos.
Tudo ocorreu com grande rapidez.
Subitamente, acionado por um comparsa
do obsessor, o oponente de Davi levantou-se e, aproximando-se da mesa em que
ele se encontrava, golpeou-lhe a face.
Davi ergueu-se e sacou da arma.
O irmão Ernesto pôs-se em oração,
irradiando sucessivas ondas de amor e de paz.
Os comensais petrificaram-se nas
cadeiras.
O impacto da cólera, no entanto, foi
de tal natureza, e o choque tão terrível, que, antes de acionar o gatilho, Davi
levou a mão ao peito, deu um grito e tombou fulminado por violento e brutal
enfarte do miocárdio.
A cena foi terrível. Gritaria, pessoas
correndo, providências de emergência, transporte do corpo inerte a uma Clínica
especializada. Tarde demais. Davi desencarnara.
Felizmente, a sua impulsividade não
gerara danos mais graves, exceto os problemas para si mesmo.
O dr. Hermann, que a tudo presenciara,
encontrava-se comovido, tanto quanto os demais. Ernesto e dr. Carneiro (outro mentor) seguiram o corpo, a fim
de ministrarem a assistência compatível ao recém-desencarnado.
Encerrava-se de forma lamentável uma
existência que poderia ter sido coroada de bênçãos, caso Davi houvesse trilhado
outros caminhos aos quais fora conduzido várias vezes, mas que, renitente, não
quis aceitar.
(Continuação no capítulo Novos Rumos)
O cruel Tuqtamich (o líder dos obsessores) na conjuntura lastimável em que morrera
Davi, havia planejado o homicídio do outro, que sofrera a indução de um dos
seus comparsas, no desafio ao médium invigilante. Vira-se, assim, frustrado,
graças ao providencial acidente orgânico do sensitivo, cuja saúde encontrava-se
abalada pelos excessos cometidos e pela falta de cuidados para com o
instrumento carnal.
No momento da prece, em rogativa de
socorro, o irmão Ernesto, sabendo da deficiência cardíaca do seu pupilo,
exortou a interferência do Pai para evitar uma tragédia mais grave, no que foi
atendido.
Com isso, não pôde o cruel inimigo
locupletar-se dos fluidos do falecido, exaurindo-o e arrastando seu Espírito para
a região onde se homiziava com a consciência tumultuada. Esse o motivo pelo
qual os Mentores acompanharam o corpo de Davi, a fim de providenciarem o
posterior desprendimento do seu Espírito.
Surpreso com o inesperado desfecho da
discussão, o títere siberiano ficou algo desconcertado, embora os seus áulicos
celebrassem o evento com ruidosa festa, aproveitando-se da desordem do
ambiente, em hospedagem vampirizadora
nos indivíduos ali reunidos e descuidados moralmente.
Fonte Viva, Cap. 133
- QUE TENDES?
“Quantos pães tendes? E disseram-lhe: —
Sete.” (MARCOS, capítulo 8, versículo 5.)
Quando Jesus, à frente da multidão
faminta, indagou das possibilidades dos discípulos para atendê-la, decerto
procurava uma base, a fim de materializar o socorro preciso.
“Quantos pães tendes?”
A pergunta denuncia a necessidade de
algum concurso para o serviço da multiplicação.
Conta-nos o evangelista Marcos que
os companheiros apresentaram-lhe sete pãezinhos, dos quais se alimentaram mais
de quatro mil pessoas, sobrando apreciável quantidade.
Teria o Mestre conseguido tanto se
não pudesse contar com recurso algum?
A imagem compele-nos a meditar
quanto ao impositivo de nossa cooperação, para que o Celeste Benfeitor nos
felicite com os seus dons de vida abundante.
Poderá o Cristo edificar o santuário
da felicidade em nós e para nós, se não puder contar com os alicerces da
boa-vontade em nosso coração?
A usina mais poderosa não prescinde
da tomada humilde para iluminar um aposento.
Muitos esperam o milagre da
manifestação do Senhor, a fim de que se lhes sacie a fome de paz e reconforto,
mas a voz do Mestre, no monte, continua ressoando, inesquecivel:
— Que tendes?
Infinita é a Bondade de Deus,
todavia, algo deve surgir de nosso “eu”, em nosso favor.
Em qualquer terreno de nossas
realizações para a vida mais alta, apresentemos a Jesus algumas reduzidas
migalhas de esforço próprio e estejamos convictos de que o Senhor fará o resto.
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