domingo, 4 de dezembro de 2016

Influência nos Acontecimentos da Vida

Casa Espírita Missionários da Luz – ESDE2 - 07/03/2015

Tema:             Influência nos Acontecimentos da Vida

Objetivos:
a)  Explicar por que a influência dos Espíritos nos acontecimentos da vida nada tem de sobrenatural;
b)  Analisar a natureza de tais influências.

Bibliografia:
·         A Gênese, (Caracteres dos Milagres. O Espiritismo Não Faz Milagres), itens 6, 8 e 9;
·         O Livro dos Espíritos, pergs 459, 525 à 535;
·         E a Vida Continua, André Luiz/ Chico Xavier, Cap. 25 “Nova Diretriz”;
·         Sexo e Obsessão, Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo P. Franco;
·         Nas Fronteiras da Loucura, Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo P. Franco; Cap. 21. ROGATIVA E SOCORRO
·         Trilhas da Libertação, Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo P. Franco.

Material: cópias dos textos aos 3 grupos

Desenvolvimento:
  1. Leitura página inicial “Fonte Viva, Cap. 133 – “QUE TENDES?”, e prece inicial
  2. Falar do tema, que é a influência dos Espíritos nos acontecimentos da vida, como um fato normal, uma vez que os Espíritos estão em constante comunhão conosco.
Eles podem atuar materialmente sobre as coisas, mas, como os Espíritos responderam à Kardec nas perguntas sobre esse tema, normalmente eles atuam através de influências em nossos pensamentos mesmo, sugerindo idéias que não pensávamos. Com isso, interferem nos fatos da vida das pessoas.

André Luiz nos relata em E a Vida Continua, as dores e alegrias de dois personagens da obra, Evelina Serpa e Ernesto Fantini, que retornam, como Espíritos desencarnados, ao reduto familiar deixado na Terra.
A visita desses Espíritos aos familiares, após dois anos de morte física é caracterizado por um doloroso drama humano quando Evelina revê o marido - Caio Serpa - em comunhão afetiva com Vera Celina, a mesma jovem que o afastara dos deveres conjugais, antes mesmo da sua desencarnação. O drama de Evelina é maior quando percebe que a jovem que se interpôs entre ela e o marido e a filha querida do fiel amigo Ernesto Fantini. Mais tarde, numa demonstração de renuncia e sublimação do amor pelo marido deixado na Terra, Evelina o influencia espiritualmente, a fim de que ele, Caio Serpa, ampare a jovem, casando-se com ela.
èinfluência nos acontecimentos, pois Caio nem pensava em se casar.

Vamos estudar três trechos de Manoel P; de Miranda, onde vemos a atuação direta dos Espíritos em fatos da vida de encarnados que estavam sob a proteção desses Espíritos:
- Trilhas da Libertação – a morte do médium Davi
- Nas Fronteiras da Loucura – o socorro à jovem
- Sexo e Obsessão – influência para que a diretora não denunciasse o padre Mauro.

Dividir a turma em três grupos, para estudo cada um, de um desses trechos. A tarefa do grupo é estudar o caso e perceber a ação dos Espíritos nos acontecimentos relatados, e depois apresentar aos demais.

Apresentação dos grupos.



3.    Prece final.
4.    Anexos


Livro “Sexo e Obsessão”, de Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo P. Franco

Prefácio:
“Neste livro, tentamos fazer um estudo cuidadoso sobre sexo e obsessão, baseado em fatos reais, que vimos acompanhando desde há vários anos.
Procuramos suavizar o relato, evitando chocar alguns leitores menos avisados ou desconhecedores da Doutrina Espírita, porém evitamos disfarçar a realidade dos acontecimentos, tirando-lhes a legitimidade, de forma que a nossa mensagem possa alcançar as mentes e os corações desenovelando-os de diversos conflitos e despertando-os para algumas ocorrências de parasitose obsessiva em que talvez se encontrem envolvidos.
O padre Mauro ainda se encontra na Terra, havendo recebido os Espíritos que se reencarnaram para resgates imperiosos e inadiáveis conforme comprometera-se em nossa esfera de ação espiritual.
O seu lar de crianças deficientes hoje hospeda inúmeras antigas vítimas suas, que lhe recebem carinho e afeto, recuperando-se das alucinações que se permitiram, ele mesmo estando em processo de refazimento espiritual, avançando, porém, para os anos da velhice com paz no coração e com a consciência tranquilizada em razão do bem que vem executando.”

Resumo do caso:

O padre Mauro, era um Espírito em luta contra as tendências da pedofilia, e do assédio espiritual constante de antigo inimigo.
Padre Mauro, há 3 encarnações atrás, no início do século XIX, na Paris napoleônica, promovia em sua mansão, como mulher influente que era à época, grandes festas com desvios sexuais de toda ordem, envolvendo animais e crianças, que eram roubadas de seus pais, ou compradas.
Sofreu abuso sexual na infância, pelo seu próprio pai, que naquela encarnação em Paris, foi o pai de um dos meninos roubados para seu usado nas torpezas.
O obsessor que o perseguia de forma implacável na atual encarnação, era o menino que foi roubado do pai e entregue para os desvios sexuais das festas que promovia.
Atualmente, como padre, lecionava aos pequenos, e cometeu crimes de pedofilia, sendo descoberto quando estava prestes a cometer mais um abuso. A descoberta se deu pela diretora da escola, que foi teleguiada pelo mentor para a sala onde estava prestes a ocorrer o desvio, para evitar mais um crime contra a infância.

Vejamos um trecho do livro:

Ao adentrar-nos no recinto, deparamo-nos com uma cena dolorosamente chocante.
A delicada criança que saudara o sacerdote, havia poucas horas, encontrava-se sentada sobre os seus joelhos, enquanto, emocionado e aturdido, o inditoso sedutor acariciava-a, falando-lhe palavras iníquas, que não eram alcançadas pela mente infantil.
Revendo-se, de alguma forma, sendo seduzido pelo próprio pai enfermo, começou a sentir-se estimulado e a perder o controle. A mente em desalinho disparava ondas de energia mórbida, que logo atraíram o sequaz desencarnado da véspera, que se lhe acercou truculento e vil, acoplando-se-lhe ao chakra coronário e imantando-se ao paciente a partir do hipotálamo e descendo pela medula espinhal...
O espetáculo tinha características truanescas, escandalosas, e a sala, com as cortinas cerradas num ambiente de semi-obscuridade, facilitava a ocorrência absurda.
A criança, totalmente seduzida, sem noção da gravidade do ato vil que iria suceder, sorria ante as carícias do adulto, agora teleguiado pelo seu terrível obsessor, comprazendo-se os dois no intercâmbio fisiopsíquico, que lhes facultava o recrudescer das paixões mais primitivas. Lentamente o bafio pestilencial de ambos passou a envolver o menino, que não podia suspeitar da trama sórdida, quando se adentrou na sala a mãezinha desencarnada do pedófilo que, em lágrimas, solicitou a Anacleto (um mentor) que interferisse antes da execução de mais um crime.
O venerando amigo, compreendendo a gravidade do momento, e dando-se conta da necessidade de uma terapia de emergência, cujos resultados fossem capazes de frear futuras crueldades, retirou-se do recinto e trouxe, telementalizada, a diretora do Estabelecimento que, estranhando o silêncio no ambiente e a porta cerrada, solicitou a uma auxiliar a chave mestra, com a qual, abrindo-a, surpreendeu o obsesso, segundos antes da prática do atentado ao pudor.
Tomada de espanto, e gritando, fez com que o indigitado parasse, trêmulo, procurando apresentar escusas para o ato vergonhoso, enquanto o obsessor, colérico e odiento, tentou agredir a mestra que, amparada por Anacleto, e captando-lhe o pensamento, conseguiu dominar-se, libertando a criança das garras do desequilibrado, e impondo-lhe com severidade:
- O assunto será tratado conforme convém em momento próprio. O senhor retire-se da Escola, por favor, imediatamente! (Cap.5, CONFLITO  OBSESSIVO)


“Trêmula e perplexa, a diretora do Educandário conduziu a criança, que de nada se apercebera, à sua sala, derreando-se na cadeira, enquanto tentava coordenar as idéias. Era a primeira vez que se deparava com algo tão estarrecedor e debatia-se em rude confusão mental, por não saber qual a atitude correta a tomar. Jamais  poderia ocorrer-lhe um pensamento de que o jovem sacerdote fora capaz de algo tão inditoso e cruel. Nesse estado de espírito, vinculada à religião dominante, apesar do choque sofrido, buscou sabiamente o concurso da oração silenciosa, a fim de ser inspirada, enquanto o menino aguardava instruções.
“Nesse comenos, utilizando-se da natural concentração da senhora, Dilermando (outro mentor) envolveu-a com fluidos refazentes e calmantes, asserenando-a e inspirando-a a comportamento de equilíbrio, já que um escândalo em nada auxiliaria a Escola, à quase vítima, aos demais alunos e aos seus familiares.
A Mídia insensata, que se compraz em escabrosidades, logo se envolveria, tornando o fato isolado uma tragédia generalizada, criando situações muito embaraçosas para todos.
Assim, quando as idéias se lhe aclararam, ela solicitou a uma auxiliar conduzir o menino à sua sala, diluindo a gravidade da ocorrência que não deveria tomar dimensões maiores do que as reais.”
(Cap. 6 - SOCORROS    ESPIRITUAIS)

Durante reuniões noturnas, em desprendimento pelo sono, a diretora foi orientada a procurar o bispo para a solução do caso ao invés de levar a público a descoberta, promovendo um escândalo.

- Aqui nos reunimos com o objetivo de evitar maiores danos à criança ingênua, qualquer situação de prejuízo moral para a Escola, assim como para encontrarmos a melhor solução para atender também ao infrator... Todo erro pode ser reparado, especialmente antes que se transforme em tragédia. O nosso amigo já dilacerou os sentimentos de algumas crianças, que soube atrair ao regaço com sagacidade e astúcia, objetivando os seus fins ignóbeis. Chega o momento de ser-lhe dada uma oportunidade de reparação, através da qual se liberte igualmente do tormento que o vem assediando há muitos anos desde antes do berço, tendo-se em vista o local de onde procedeu no rumo da reencarnação... As heranças que trouxe embutidas nos sentimentos são odientas, e os laços que o vinculam aos sítios que habitava são vigorosos. Nada porém, que não se possa modificar ante o esforço pessoal bem direcionado e a entrega interior ao Pai Criador. Certamente, o problema a que nos estamos referindo deve tomar um rumo de segurança, para que suste futuras consequências mais lamentáveis e perversas. (...)
- A melhor solução para este momento não deverá ter um caráter punitivo ao infrator, que está doente, mas um objetivo reeducador, a fim de que, consciente da severa situação, modifique por completo a existência, dando novo rumo aos passos que devem" seguir na direção da felicidade pessoal e da de todos com quem conviva.
Assim, sugiro que a gentil professora entre em contato com a autoridade religiosa superior, que pode estudar a solução ideal para a ocorrência, narrando os fatos com serenidade e exigindo a transferência do sacerdote, sem comentários escabrosos, que sempre fecham a porta à solvência de quaisquer problemas. Acredito que o senhor Bispo, notificado a respeito da gravidade do comportamento do seu subalterno, saberá como encaminhar a questão a instância superior, se for o caso, ou o equacionará conforme sejam as instruções que tenha do Alto Clero.
Facultando tempo para que pudesse ser entendido pela mestra e por todos os circunstantes, aludiu com habilidade e prudência:
- Não estamos escamoteando o erro nem agindo de forma conivente com o descalabro moral do paciente. A enfermidade necessita de tratamento e não de escarcéu, sempre do bom gosto dos insensatos. O afastamento do infrator do convívio infantil, impedindo novos contatos com vítimas em potencial, é uma terapia eficiente e de grande efeito moral. Assim, confiamos na prudência e nos bons ofícios da nossa esclarecida mestra.
 (Cap. 7, PROGRAMAÇÕES ABENÇOADAS)


O padre Mauro foi protegido para eu não viesse a cair em novos crimes, e transferido à região do interior pelo bispo, para fundar um lar para crianças deficientes, onde recebeu e cuida de suas antigas vítimas




Livro Nas Fronteiras da Loucura, Cap. 21. ROGATIVA E SOCORRO

O livro relata as ações de socorro de uma equipe espiritual, durante os dias de carnaval numa cidade brasileira. Os atendimentos são coordenados pelo Espírito Dr.Bezerra de Menezes.

Vejamos um trecho:

“O setor de registros de orações (do Posto Central coordenado pelo Dr. Bezerra) captara um pedido de emergência, partido de uma jovem que estava encurralada, em local ermo, próximo, por um grupo de atormentados sexuais, ameaçando-a...
Localizando mentalmente onde ocorria a agressão a ser culminada, partimos, Artur e nós, acompanhando Dr. Bezerra que, presto, inteirou-se do que estava a suceder, passando à ação urgente.
Concentrou o pensamento no Cristo e dirigiu a onda mental com alta carga vibratória sobre os agressores que tentavam imobilizar a moça, a fim de facilitar a tarefa dos outros violentadores, e descarregou- lhes enérgica vontade bem controlada. A jovem debatia-se, sem poder libertar-se nem gritar, quase totalmente dominada, não obstante o pensamento suplicasse, firme, apoio e ajuda do Alto, em cujo amparo se colocara nobre Entidade que a assessorava, dando-lhe forças.
Sob a imantação mental que os colheu de surpresa, os agressores afrouxaram os membros sem poder conter a vítima que se levantou do solo aonde fora arrojada, com as vestes rotas, chorando, copiosamente. Os outros dois, sem entenderem o que aconteceu, voltaram à carga...
Nesse comenos, por que visse, a distância regular, em rua próxima, um veículo policial, o Benfeitor recorreu a uma ação prática, própria para a circunstância. Sintonizou com o motorista do carro da Rádio Patrulha e chamou-o, mentalmente, com vigor.
Subitamente a sirene aberta anunciou a passagem do veículo, fazendo que os malfeitores desandassem a correr, quando os faróis do carro colheram- nos, iniciando-se uma perseguição, que culminou na detenção de todos, que foram recolhidos. A jovem foi socorrida, prontamente e, porque não apresentasse lesões e se negasse a formular queixa, demonstrando muito nervosismo, foi levada a um Posto de Saúde, onde recebeu medicação específica e depois conduzida ao lar.
Chamou-me a atenção o comentário do motorista com os colegas, enquanto conduziam os desordeiros à detenção: - "Nunca entramos nessa travessa. Mas, de repente, eu escutei uma voz dizendo-me, vigorosa: "Venha aqui!", e obedeci prontamente."” (...)

Enquanto ela se encontrava no atendimento, os policiais instaram para que fosse apresentada queixa, a fim de reter os malfeitores no cárcere por mais tempo. A vítima, porém, recompondo-se explicou que fora um grande susto e convenceu-os, inspirada, que tudo estava bem, agradecendo, sinceramente comovida.
Os policiais foram levar os prisioneiros ao cárcere, para que completassem o Carnaval em recolhimento, impedindo-os de causar danos a outras vítimas indefensas.
No trâmite do atendimento médico da moça, o seu acompanhante espiritual revelou-nos que ela retornava da visita a uma enferma, a quem fora atender com a palavra amiga, confortando-a com a sua assistência fraterna. Tratava-se de uma anciã solitária, que lhe recebia ajuda financeira e espiritual. Sabendo-a doente, muito embora os perigos a que se exporia, por estar desacompanhada, orou e foi em seu auxílio. Levou-lhe o concurso de emergência e algum medicamento oportuno. Atendendo-a, demorou-se além do previsto. No entanto, espiritista convicta, buscou inspiração na prece e retornou ao lar, quando foi defrontada pelos rapazes, algo embriagados.
Ante a narrativa espontânea, não pude sopitar a indagação que me veio à mente:
- Não estava a moça em tarefa relevante da caridade, envolvida pela força da oração? Como explicar a agressão de que fora objeto, quase redundando em prejuízos irreversíveis que, além dos danos físicos e morais, poderia abalá-la profundamente, perturbando-lhe o sistema emocional?

Foi o Benfeitor quem me respondeu, gentil:
- A oração imuniza-nos contra o mal, dá-nos força para suportá-lo, mas não muda os nossos necessários processos de evolução. No caso em tela, a irmãzinha afeiçoada ao bem e afervorada à oração, recebeu a resposta ao seu apelo, de forma positiva. Liberou-se dos perturbadores da ordem e, graças à rápida aflição experimentada, anulou grandes, por- vindouros sofrimentos que lhe pesavam na economia da evolução, por erros graves cometidos na área da sexualidade e da prepotência que a infelicitaram, gerando muito dissabor naqueles que lhe sofreram os desequilíbrios... Sinceramente consciente da necessidade de depuração, ante a luz do conhecimento espírita que lhe vitaliza o ser, dispôs-se à renovação pelo amor e pela ação do trabalho edificante, granjeando méritos para ter mudados os fatores cármicos da atual existência.

"Pelo teor mental e alta dose de sincera unção da prece, os sensores de seleção de rogativas registraram o seu apelo, que mereceu atendimento e, porque de conduta reta, faz jus à assistência do protetor espiritual que a atendeu até nossa chegada. Sintetizando: num momento de provação bem suportada, graças aos valores que já lhe pesam positivamente, liberou-se de largos testemunhos de dor e sombra no futuro.
"Observe, o amigo, que nem todos que são surpreendidos em circunstância desse teor conseguem sair ilesos, o que a situa em excelente condição.
"O amor anula os erros e pecados, preparando o ser para, testado, superar os impactos desagregadores do comportamento sadio. E ela, convenhamos, triunfou, não complicando a situação dos invigilantes, que não estão no pleno uso da razão. Ficarão impedidos até amanhã, quando, recuperando a sobriedade, sem prejuízos maiores, volverão ao trabalho, sob a circunstância da lição que receberam, acautelando-se, de futuro, da prática de novas, semelhantes atitudes."



Livro Trilhas da Libertação – Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo P. Franco

O livro relata a história do médium Davi, médium de cura, que operava assistido pelo Espírito do Dr.Hermann, ambos equivocados com relação às dádivas da mediunidade, uma vez que as consultas e curas eram cobradas dos pacientes.
O trecho que nos interessa estudar relata o ocorrido durante um jantar num clube em que o médium Davi participava.

Resumo do capítulo “Noite de Angústias”.

De volta à Casa Espírita, passava da meia-noite quando chegou Daniel, cooperador desencarnado da Instituição, trazendo informações a respeito de Davi, a quem ele acompanhara no jantar já referido.
A equipe dirigiu-se imediatamente ao elegante clube, onde assistiu a uma cena profundamente constrangedora.
Conforme Daniel havia relatado, o médium Davi interessou-se, durante o leilão, por uma peça antiga e decidiu adquiri-la. Um oponente dispôs-se a competir com ele. O preço tornou-se muito alto, mas Davi acabou arrematando o objeto, com júbilo e estardalhaço. Revoltado, o opositor explodiu com referências acusatórias:
“O seu dinheiro é ganho pelo dr. Hermann, e, portanto, em grande quantidade, como charlatão e explorador da credulidade e da ignorância generalizada. Eu, não. Ganho e vivo do meu trabalho”.
Gargalhadas ressoaram no recinto.
Sacudido pela acusação intempestiva, Davi avançou, irado, e atirou-se contra o adversário, engalfinhando-se os dois em luta vulgar, até que alguns presentes e empregados da Casa os separaram, diante do constrangimento de todos.
Não cessara o burburinho, quando se iniciou o banquete.
Davi exorbitou na ingestão de alcoólicos, o mesmo acontecendo com o outro, e, profundamente perturbados, eles olhavam-se a distância, rilhando os dentes e ameaçando atos de  reparação.

Não é preciso dizer que o Soberano das Trevas (Espírito líder de uma falange de obsessores) retomara as rédeas da pugna, havendo destacado um dos seus comandantes em pessoa, que, ciente dos detalhes do programa, viera até ali definir a situação. Ele próprio planejara uma cena de sangue, que daria início a sucessivos acontecimentos funestos, e foi por isso que induzira o vencido no leilão a proferir a acusação vexatória contra o médium invigilante.
Ernesto (um dos mentores) percebeu, desde logo, a gravidade do momento.
Davi encontrava-se possesso pelo ódio e semi-incorporado pelo adversário desencarnado que, técnico em obsessão, seguia dominando os painéis mentais do sensitivo, que não tinha o menor controle sobre os próprios atos.
Tudo ocorreu com grande rapidez.
Subitamente, acionado por um comparsa do obsessor, o oponente de Davi levantou-se e, aproximando-se da mesa em que ele se encontrava, golpeou-lhe a face.
Davi ergueu-se e sacou da arma.
O irmão Ernesto pôs-se em oração, irradiando sucessivas ondas de amor e de paz.
Os comensais petrificaram-se nas cadeiras.
O impacto da cólera, no entanto, foi de tal natureza, e o choque tão terrível, que, antes de acionar o gatilho, Davi levou a mão ao peito, deu um grito e tombou fulminado por violento e brutal enfarte do miocárdio.
A cena foi terrível. Gritaria, pessoas correndo, providências de emergência, transporte do corpo inerte a uma Clínica especializada. Tarde demais. Davi desencarnara.

Felizmente, a sua impulsividade não gerara danos mais graves, exceto os problemas para si mesmo.
O dr. Hermann, que a tudo presenciara, encontrava-se comovido, tanto quanto os demais. Ernesto e dr. Carneiro (outro mentor) seguiram o corpo, a fim de ministrarem a assistência compatível ao recém-desencarnado.
Encerrava-se de forma lamentável uma existência que poderia ter sido coroada de bênçãos, caso Davi houvesse trilhado outros caminhos aos quais fora conduzido várias vezes, mas que, renitente, não quis aceitar.

(Continuação no capítulo Novos Rumos)

O cruel Tuqtamich (o líder dos obsessores) na conjuntura lastimável em que morrera Davi, havia planejado o homicídio do outro, que sofrera a indução de um dos seus comparsas, no desafio ao médium invigilante. Vira-se, assim, frustrado, graças ao providencial acidente orgânico do sensitivo, cuja saúde encontrava-se abalada pelos excessos cometidos e pela falta de cuidados para com o instrumento carnal.
No momento da prece, em rogativa de socorro, o irmão Ernesto, sabendo da deficiência cardíaca do seu pupilo, exortou a interferência do Pai para evitar uma tragédia mais grave, no que foi atendido.
Com isso, não pôde o cruel inimigo locupletar-se dos fluidos do falecido, exaurindo-o e arrastando seu Espírito para a região onde se homiziava com a consciência tumultuada. Esse o motivo pelo qual os Mentores acompanharam o corpo de Davi, a fim de providenciarem o posterior desprendimento do seu Espírito.
Surpreso com o inesperado desfecho da discussão, o títere siberiano ficou algo desconcertado, embora os seus áulicos celebrassem o evento com ruidosa festa, aproveitando-se da desordem do ambiente, em hospedagem vampirizadora nos indivíduos ali reunidos e descuidados moralmente.

Fonte Viva, Cap. 133 - QUE TENDES?

       “Quantos pães tendes? E disseram-lhe: — Sete.” (MARCOS, capítulo 8, versículo 5.)

Quando Jesus, à frente da multidão faminta, indagou das possibilidades dos discípulos para atendê-la, decerto procurava uma base, a fim de materializar o socorro preciso.
“Quantos pães tendes?”
A pergunta denuncia a necessidade de algum concurso para o serviço da multiplicação.
Conta-nos o evangelista Marcos que os companheiros apresentaram-lhe sete pãezinhos, dos quais se alimentaram mais de quatro mil pessoas, sobrando apreciável quantidade.
Teria o Mestre conseguido tanto se não pudesse contar com recurso algum?
A imagem compele-nos a meditar quanto ao impositivo de nossa cooperação, para que o Celeste Benfeitor nos felicite com os seus dons de vida abundante.
Poderá o Cristo edificar o santuário da felicidade em nós e para nós, se não puder contar com os alicerces da boa-vontade em nosso coração?
A usina mais poderosa não prescinde da tomada humilde para iluminar um aposento.
Muitos esperam o milagre da manifestação do Senhor, a fim de que se lhes sacie a fome de paz e reconforto, mas a voz do Mestre, no monte, continua ressoando, inesquecivel:
—  Que tendes?
Infinita é a Bondade de Deus, todavia, algo deve surgir de nosso “eu”, em nosso favor.
Em qualquer terreno de nossas realizações para a vida mais alta, apresentemos a Jesus algumas reduzidas migalhas de esforço próprio e estejamos convictos de que o Senhor fará o resto.


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