quinta-feira, 6 de julho de 2017

Os Mensageiros – Caps 17 – Romance de Alfredo

Casa Espírita Missionários da Luz - ESDE - 06/06/2017
Estudo do livro: Os Mensageiros – André Luiz
 Monitora: Lilia
Tema: Os Mensageiros – Cap 17 – Romance de Alfredo

Objetivos:
- estudar a teoria das almas gêmeas;
- refletir sobre o ensinamento do ‘Seja feita a Sua vontade’ da Oração Dominical.

Bibliografia:
- Os Mensageiros, André Luiz/Emmanuel, Cap 17;
- Nosso Lar, Caps 17;
- Página ‘Conflitos’, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco  (http://divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=335)

Tema Almas Gêmeas:
- Nosso Lar, Caps 38;
- O Livro dos Espíritos, questões 298, 299 e 303a (almas gêmeas);
- Revista Espírita, maio de 1858, ‘As Metades Eternas’;
- O Consolador, Emmanuel/Chico Xavier, pergs 323 à 328 (almas gêmeas);
- Renúncia, Emmanuel/Chico Xavier, Cap 1 ‘Sacrifícios do amor’;
- O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Leon Denis, ‘O problema do Destino’ - ‘As vidas Sucessivas, a Reencarnação e Suas Leis) (almas gêmeas);
- Recordações da Mediunidade, Yvonne Pereira, Cap 2 Faculdade Nativa;

            Tema Resignação:
- Evang.Seg.Espiritismo, Cap V – Bem-Aventurados os Aflitos, Itens 9, 12 e 13; Cap IX – Bem-Aventurados os Que São Brandos e Pacíficos, Item 8; Cap XXVIII - I – Preces Gerais, itens 2 e 3;

Material: apresentação PowerPoint; cópias dos textos do trabalho em grupo.

Desenvolvimento:

  1. Leitura da página ‘Conflitos’, de Joanna de Ângelis, e prece inical.
  2. Apresentação de slides com os trechos a serem debatidos:

Pequenas necessidades do cotidiano:
“Depois de alguns minutos, utilizados por nós no serviço da higiene reconfortadora”

“Em seguida, chamou-me Lísias para ver algumas dependências da casa, demorando-me na Sala de Banho, cujas instalações interessantes me maravilharam. Tudo simples, mas confortável. (Nosso Lar, Cap 17)

ð  Lembramos nesse trecho de Nosso Lar e no do capítulo 17 de Os Mensageiros, que as necessidades básicas, nos níveis ainda muito ligados às questões materiais, são presentes!

 “Alfredo convidou-nos à mesa, onde Ismália, com extrema fidalguia, mandou servir frutos diversos.”
ð  Novamente a questão da alimentação dos Espíritos, que vimos no estudo do livro Nosso Lar. Nesse caso, frutos.


“Servidores iam e vinham, com grande júbilo a lhes transparecer do rosto.”
ð  Novamente o trabalho, em diversas funções. Também aqui, Espíritos auxiliando as questões da vida em família! Porém, com alegria pela oportunidade de servir!


O lado espiritual da 2ª Guerra Mundial:
- Multiplica-se o número de necessitados que recorrem ao Posto;
- Produção de alimentos e remédios tem sido integralmente absorvida pelos famintos e doentes;
- Quinhentos cooperadores, incapazes de atender a todas as obrigações;
- Massas de sofredores são incontáveis;
- Noutro tempo, a paisagem do Posto se mantinha sem sombras, durante muitas semanas.
==> as vibrações de encarnados e desencarnados na zona dos conflitos afetam o ambiente espiritual do Posto. As desencarnações em massa, aumentam a necessidade de socorro e a equipe de trabalhadores do Bem, não tem efetivo que consiga atender à demanda. Esse tema será ampliado no próximo capítulo.

            A História de Alfredo e Ismália:
“Minha esposa e eu temos o divino compromisso da união eterna, mas ainda não lhe mereço a presença contínua. Ela é a bondade celeste, e eu, a realidade humana.”

“O matrimônio espiritual realiza-se, alma com alma, representando os demais simples conciliações indispensáveis à solução de necessidades ou processos retificadores, embora todos sejam sagrados.” (Nosso Lar, Cap.38 ‘O caso Tobias’)

è como entender essa fala de Alfredo ‘divino compromisso da união eterna’ e ‘matrimônio espiritual’ citado no caso Tobias, perante a evolução contínua dos Espíritos e a fraternidade universal? Existem almas gêmeas?
èseparar em dois grupos para uma discussão em 15 minutos:

Grupo 1
– texto de Emmanuel em Renúncia
- trecho de Leon Denis em ‘O Problema do Ser, do Destino e da Dor’
- RE Maio/1858

Grupo 2
- trecho de Yvonne Pereira em ‘Recordações da Mediunidade’
- trecho de Emmanuel em ‘O Consolador’
- LE

Após o trabalho em grupo, exibir os slides e na sequência, as conclusões dos grupos.

323 –Será uma verdade a teoria das almas gêmeas?
-No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade.
Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível.  (Emmanuel, O Consolador)

“Nós que saímos juntos do mesmo sôpro de vida, chegaremos juntos aos braços amoráveis do Eterno.”
“Temos sêde de Deus, Pólux! O infinito amor que nos transfunde as almas tem sua origem sagrada em sua misericórdia paternal. Quero-te eternamente, como sei que a união comigo é a tua sublime aspiração; entretanto, seria justo encerrar nosso júbilo num círculo egoístico, tão somente? Amamo-nos para sempre, a eternidade nos santifica os destinos, mas o Pai está acima de nós.” (Alcione, em Renúncia)
èAlcione, por amor a ele, saiu de um planeta feliz, em outro sistema planetário, para reencarnar na Terra para ajudá-lo!

“Muitas almas, criadas aos pares, são destinadas a evoluírem juntas, unidas para sempre na alegria como na dor. Deram-lhes o nome de almas irmãs; o seu número é mais considerável do que geralmente se crê; realizam a forma mais completa, mais perfeita da vida e do sentimento e dão às outras almas o exemplo de um amor fiel, inalterável, profundo; podem ser reconhecidas por esse característico.” (Leon Denis, O Problema do Ser, do Destino e da Dor)
è Leon Denis trata essa questão dentro da discussão da necessidade dos Espíritos trocarem de sexo ao reencarnar. Ele desenvolve a tese de que isso é raro; somente em caso de expiação. Parece ser contrário ao LE, e aos inúmeros exemplos que vemos na literatura espírita!


Lembro-me ainda de que, muitas vezes, sentada no soalho, a brincar com as bonecas, eu via Roberto numa cadeira que invariavelmente era posta no mesmo local. Ele curvava-se, apoiava os cotovelos nos joelhos e sustentava o rosto com as mãos numa atitude muito humana, e assim, tristemente, pois era um Espírito triste, me falava com doçura e eu respondia. (...). Era esse o Espírito companheiro de minhas existências passadas, a quem poderosos laços espirituais me ligam, a quem muito feri em idades pretéritas e por quem me submeti às duras provações que me afligiram neste mundo, na esperança de reaver o perdão da lei de Deus pelo mal outrora praticado contra ele próprio.”
(Yvonne Pereira e Roberto Canalejas, ‘Recordações da Mediunidade’)
èYvonne e Roberto aparecem juntos/são citados em diversas obras de Yvonne. No livro Um caso de reencarnação - eu e Roberto de Canalejas’, ela relata quando quase o reencontrou no Rio, mas o mentor dela, Espírito Charles, a orientou a sair da cidade para evitar esse reencontro físico, que poderia prejudicar as tarefas de cada um na presente encarnação.

298. As almas que devam unir-se estão, desde suas origens, predestinadas a essa união e cada um de nós tem, nalguma parte do Universo, sua metade, a que fatalmente um dia se reunirá?
“Não; não há união particular e fatal, de duas almas. A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia nascem todos os males dos humanos; da concórdia resulta a completa felicidade.” (LE)

300. Se dois Espíritos perfeitamente simpáticos se reunirem, estarão unidos para todo o sempre, ou poderão separar-se e unir-se a outros Espíritos?
“Todos os Espíritos estão reciprocamente unidos. Falo dos que atingiram a perfeição. Nas esferas inferiores, desde que um Espírito se eleva, já não simpatiza, como dantes, com os que lhe ficaram abaixo.”  (LE)

Não se deve, pois, aceitar a ideia de que, criados um para o outro, dois Espíritos tenham, fatalmente, que se reunir um dia na eternidade, depois de haverem estado separados por tempo mais ou menos longo. (Comentário de Kardec, perg.303a)


èconclusões dos Grupos

èprovavelmente Emmanuel e os outros autores, falam do processo de evolução entre Espíritos que caminham juntos, por terem desde cedo, desenvolvido uma laço afetivo mais profundo. O LE fala da regra geral: todos somos criados iguais e chegaremos a  uma mesma condição, onde experimentaremos o amor universal. O texto de Emmanuel  na perg. 325, me parece que conduz a esse raciocínio.
            è a FEB questionou Emmanuel sobre essa teoria, mas Emmanuel pediu que se mantivesse o texto. Disse que o assunto é mais complexo do que parece. Essa resposta dele está em nota da editora ao final do livro.


“326 –A união das almas gêmeas pode constituir restrição ao amor universal?
O amor das almas gêmeas não pode efetuar semelhante restrição, porquanto, atingida a culminância evolutiva, todas as expressões afetivas se irmanam na conquista do amor divino. O amor das almas gêmeas, em suma, é aquele que o Espírito, um dia, sentirá pela Humanidade inteira.” (Emmanuel, O Consolador)


“Para todos nós, o primeiro instante da criação do ser está mergulhado num suave mistério, assim como também a atração profunda e inexplicável que arrasta uma alma para outra, no instituto dos trabalhos, das experiências e das provas, no caminho infinito do Tempo.
A ligação das almas gêmeas repousa, para o nosso conhecimento relativo, nos desígnios divinos, insondáveis na sua sagrada origem, constituindo a fonte vital do interesse das criaturas para as edificações da vida.”  (Emmanuel, O Consolador, perg. 325)


Auto defesa e Resignação

“Minha esposa sofreu, em silêncio, a perseguição dele por alguns anos consecutivos.”

“Cheguei a acusá-la, veladamente. Ismália chorou e calou-se.”

“Ismália levantou-se, receosa da minha saúde mental, mas não lhe atendi os rogos,”

“Olhos congestos, vomitando insultos, quis eliminar Ismália, banhada em lágrimas a meus pés;”

“Vociferando blasfêmias, surdo aos rogos dela, afastei-me do lar, tomado de horror.”
“No dia imediato, fiz valer meu direito exclusivo sobre os filhos e providenciei para que Ismália, convertida em estátua de dor, fosse restituída à fazenda paterna.”


èSerá que Ismália deveria ter se defendido?


“Faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu.” (Oração Dominical)

Evang.Seg.Espiritismo, Cap V
9. Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. (...)
Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar.
èesse pode ser o caso de Ismália; com certeza é o caso de Alcione, de Lívia (Há dois mil anos)...

12. Por estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta a compensação que hão de ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento, como prelúdio da cura.
Também podem essas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-vos felizes por sofrerdes, visto que as dores deste mundo são o pagamento da dívida que as vossas
passadas faltas vos fizeram contrair;
èaqui somos nós...

Concluir fazendo a ligação com a página de Joanna, lida no início.

“O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.”
(Jo, 15:12)

3.    Prece final

4.    Anexos


“A história de Roberto esteve sempre entrelaçada à de Yvonne. Em Recordações da mediunidade percebemos os fortes laços que os uniu séculos a fio. Roberto foi Luiz de Narbone (Nas voragens do pecado), Henri Numiers (O cavaleiro de Numiers) e Arthur de Guzman (O drama de Bretanha). A sua existência, no século 19, quando foi médico pesquisador do vírus causador da tuberculose, não está registrada em forma de romance. Há, porém, um pequeno volume, quase desconhecido do público, denominado Um caso de reencarnação - eu e Roberto de Canalejas’ (editora Associo Lorenz, 2004). Nessas poucas páginas Yvonne nos surpreende com o relato da reencarnação de Roberto, na Polônia, quando ela já em idade madura o localiza através de um grupo que trocava postais usando o esperanto (idioma que os espíritos utilizaram para ditar alguns de seus livros). Nesta narrativa comovente, a relação entre a médium e Roberto é detalhada, desvelada. Yvonne nos revela a presença de Roberto desde a sua infância, passando pela adolescência, quando a seguia como espírito, a despedida ao retornar à Terra, até o vínculo com um ‘desconhecido’ Z. P. (ela não revela o nome) que é o próprio Roberto, vivendo na Polônia distante. A transmutação do amor humano, carnal em amor espiritual, profundo, abrangente é para ela uma luta diária consigo mesma. O sofrimento ao sabê-lo encarnado, ao visitá-lo espiritualmente, sem poder vê-lo foi sua ‘prova de fogo’, que lhe exigiu renúncia extrema. Tanto conteúdo há nesse pequeno volume, ensinamentos e exemplos que nos mostram que o maior desafio para o ser humano é vencer a si mesmo, superar o passado e construir um futuro de luz.”  (Boletim A Redenção – mensal 190)

- Recordações da Mediunidade, Yvonne Pereira, Cap 2 Faculdade Nativa
“Durante minha primeira infância esse Espírito falava-me muitas vezes, usando de autoridade e energia, assim como a entidade «Roberto», também entrevista pelo leitor nos volumes Dramas da Obsessão, de Adolfo Bezerra de Menezes, e Memórias de um Suicida, como sendo o médico espanhol Roberto de Canalejas, e que teria existido na Espanha pelos meados do 19º século.
       Lembro-me ainda de que, muitas vezes, sentada no soalho, a brincar com as bonecas, eu via Roberto numa cadeira que invariavelmente era posta no mesmo local. Ele curvava-se, apoiava os cotovelos nos joelhos e sustentava o rosto com as mãos numa atitude muito humana, e assim, tristemente, pois era um Espírito triste, me falava com doçura e eu respondia. (...). Era esse o Espírito companheiro de minhas existências passadas, a quem poderosos laços espirituais me ligam, a quem muito feri em idades pretéritas e por quem me submeti às duras provações que me afligiram neste mundo, na esperança de reaver o perdão da lei de Deus pelo mal outrora praticado contra ele próprio.”

Mensagem inicial:

Conflitos  (http://divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=335)


Sociável, o ser humano se encontra equipado de instrumentos necessários à comunhão fraternal através dos seus relacionamentos. Todavia, herdeiro da agressividade que nele vigeu nos primórdios da evolução, prossegue com certa prepotência no instinto de conservação da vida, tornando-se, com frequência, hostil e violento.
Invariavelmente permanece armado em relação ao próximo, duvidando dos valores morais que servem de roteiro a todas as vidas, quando seria ideal encontrar-se aberto à afetividade para tornar-se amado.
Mesmo sendo gentil, toda vez quando se sente incompreendido, logo pensa que poderá ser exterminado, e, de imediato, dispõe-se a reagir, no processo inconsciente de eliminar aquele que se lhe apresenta como ameaça à sua existência.
Acreditando-se injustiçado, quando a agressão de que é vítima não procede, por faltarem os elementos que a poderiam justificar, tomba no revide conforme as circunstâncias e os recursos de que dispõe.
Utiliza-se, então, de acusações indébitas, de calúnias, mediante as quais procura punir o opositor, e crê estar atendendo ao dever da consciência saudável. Nos seus padrões de lucidez, acredita que a sua defesa é uma necessidade, permitindo-se a utilização de recursos procedentes ou não, como vingança ou, na sua visão distorcida, justiça reparadora.
Em decorrência, o conflito se lhe instala, porque lhe falta segurança íntima em torno dos próprios valores, liberando o medo que escamoteia com habilidade, desse modo compensando-se com as atitudes de agressividade. Em consequência, existem os pequenos e os grandes conflitos, que resultam do volume de pacientes que explodem ante as ocorrências para as quais não têm resistências morais a fim de enfrentá-las com serenidade.
Noutras circunstâncias, a depender do significado daquilo que considera como ofensa, passa às reações semelhantes que no outro censura, culminando em lutas corporais, crimes hediondos e guerras infelizes...
A ignorância das Divinas Leis que programam as existências humanas de acordo com as suas próprias ações, responde pela prepotência que facilmente comanda o comportamento social.
Transferindo-se de uma para outra existência no carreiro das reencarnações, o conflito domina a vida íntima, devorando, não poucas vezes, as aspirações da beleza, do progresso, das realizações dignificadoras da sociedade.
Todos indivíduos experimentam conflitos, sofrem situações conflitivas que os afligem. Fazem parte do processo evolutivo.
Desde o momento, porém, que se deem conta do transtorno na área emocional, procure-se enfrentá-lo com naturalidade e, de imediato, começam a diluir-se os fatores causais, vencendo-se a injunção momentânea.
Para que assim possam proceder, faz-se necessário ver o conflito com amor, entendê-lo na sua gênese, treinando paciência e confiança em Deus.
*
Jesus asseverou com propriedade: - No mundo somente tereis aflições; mas tendo bom ânimo, eu venci o mundo.
Portadora de profundo sentido é a Sua assertiva, por ensejar a reflexão de que a Terra é uma escola de aprendizagem transitória e a luta que se trava tem como objetivo a vitória sobre todas as paixões vis.
A maioria das criaturas humanas, no entanto, desde a infância é educada equivocadamente para vencer no mundo, isto é: triunfar no palco das apresentações competitivas, tornar-se destaque, fruir prazeres inexauríveis, desfrutar de todos os gozos. A imortalidade não encontra campo para desenvolver-se e a questão da vida após a morte é deixada à margem, como se a ocorrência pudesse ser evitada ou não existisse...
Quando algo não concorre para esse imediato desiderato, permite-se o conflito que se lhe assenhoreia e produz-lhe sofrimento.
Caso opte pelo trabalho de autorrealização, o que equivale a dizer: incessante labor para enfrentar as ocorrências menos agradáveis com certo grau de misericórdia, superar o egoísmo e considerar que as alegrias transitórias são necessárias, mas não as únicas manifestações que proporcionam plenitude, e estará vencendo o mundo.
Jesus experimentou a hostilidade gratuita e contínua de todos aqueles que se Lhe opunham, a perseguição sistemática, a zombaria e o desagrado, mas não se deixou afetar pela belicosidade dos Seus adversários, e por essa razão superou-os.
Levado ao sacrifício, manteve-se sereno e permitiu-se o holocausto, vencendo a hediondez dos conflitos coletivos que geraram os ódios e a violência contra Ele através da misericórdia e da compaixão.
Fez-se exemplo para todos que vieram depois e permanece como lição viva do não conflito.
*
Ante os conflitos que te aturdem e afligem, trabalha o ego e desenvolve o sentimento de amor, mantendo serenidade em todas as situações em que te encontres e perceberás que para vencer no mundo não faltam os contributos da traição, da violência e do desrespeito às leis. No entanto, para vencer o mundo e os seus conflitos, a presença de Jesus na mente e na emoção bastará para equacionar os desafios.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 15 de abril de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 2.9.2015.



Texto do Grupo 1

Renúncia, Emmanuel, Cap 1 ‘Sacrifícios do amor
“Alcione contemplou-o embevecidamente, olhos mareados de pranto, numa doce emoção de júbilo e reconhecimento. As afirmativas e promessas do amado penetravam-lhe o coração como brandas carícias.”
“Nós que saímos juntos do mesmo sôpro de vida, chegaremos juntos aos braços amoráveis do Eterno.”
“Temos sêde de Deus, Pólux! O infinito amor que nos transfunde as almas tem sua origem sagrada em sua misericórdia paternal. Quero-te eternamente, como sei que a união comigo é a tua sublime aspiração; entretanto, seria justo encerrar nosso júbilo num círculo egoístico, tão somente? Amamo-nos para sempre, a eternidade nos santifica os destinos, mas o Pai está acima de nós.” (Alcione, em Renúncia)


“Muitas almas, criadas aos pares, são destinadas a evoluírem juntas, unidas para sempre na alegria como na dor. Deram-lhes o nome de almas irmãs; o seu número é mais considerável do que geralmente se crê; realizam a forma mais completa, mais perfeita da vida e do sentimento e dão às outras almas o exemplo de um amor fiel, inalterável, profundo; podem ser reconhecidas por esse característico.” (Leon Denis, O Problema do Ser, do Destino e da Dor)
(Obs.: algumas traduções trazem “Muitas almas, juntam-se em pares e se propõem a evoluir, unidas para sempre...”)


RE Maio/1858 – ‘Metades Eternas’
“1. As almas que devem se unir, estão predestinadas a essa união desde a sua origem, e cada um de nós tem, em alguma parte do Universo, sua metade eterna à qual estará, um dia, fatalmente reunido? - R. Não existe união particular e fatal entre duas almas. A união existe entre todos os Espíritos, mas em graus diferentes, segundo a categoria que ocupam, quer dizer, segundo a perfeição que adquiriram: quanto mais são perfeitos, mais são unidos. Da discórdia nascem todos os males dos humanos; da concórdia resulta a felicidade completa.”
(resposta de São Luís)                   -                      (Idem na perg, 298 de O LE)

“3. Dois Espíritos perfeitamente simpáticos, uma vez reunidos, o são por toda a eternidade, ou podem se separar e se unir a outros Espíritos? - R. Todos os Espíritos estão unidos entre si; falo daqueles que atingiram a perfeição. Nas esferas inferiores, quando um Espírito se eleva, não é mais simpático àqueles que deixou.” (resposta de São Luís) (Idem perg. 300 de O LE)

“É preciso, pois, rejeitar essa idéia de que dois Espíritos, criados um para o outro, devem um dia, fatalmente, se reunir na eternidade, depois de estarem separados por um lapso de tempo mais ou menos longo.” (Kardec)  (idem comentário de Kardec na perg.303a, de O LE)

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Texto do Grupo 2

(Emmanuel, O Consolador)
323 –Será uma verdade a teoria das almas gêmeas?
-No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade.
Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível.

325 –A atração das almas gêmeas é traço característico de todos os planos de luta na Terra?
-O Universo é o plano infinito que o pensamento divino povoou de ilimitadas e intraduzíveis belezas.
Para todos nós, o primeiro instante da criação do ser está mergulhado num suave mistério, assim como também a atração profunda e inexplicável que arrasta uma alma para outra, no instituto dos trabalhos, das experiências e das provas, no caminho infinito do Tempo.
A ligação das almas gêmeas repousa, para o nosso conhecimento relativo, nos desígnios divinos, insondáveis na sua sagrada origem, constituindo a fonte vital do interesse das criaturas para as edificações da vida.
Separadas ou unidas nas experiências do mundo, as almas irmãs caminham, ansiosas, pela união e pela harmonia supremas, até que se integrem, no plano espiritual, onde se reúnem para sempre na mais sublime expressão de amor divino, finalidades profundas de todas as cogitações do ser, no Dédalo do destino.

“326 –A união das almas gêmeas pode constituir restrição ao amor universal?
O amor das almas gêmeas não pode efetuar semelhante restrição, porquanto, atingida a culminância evolutiva, todas as expressões afetivas se irmanam na conquista do amor divino. O amor das almas gêmeas, em suma, é aquele que o Espírito, um dia, sentirá pela Humanidade inteira.”
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Lembro-me ainda de que, muitas vezes, sentada no soalho, a brincar com as bonecas, eu via Roberto numa cadeira que invariavelmente era posta no mesmo local. Ele curvava-se, apoiava os cotovelos nos joelhos e sustentava o rosto com as mãos numa atitude muito humana, e assim, tristemente, pois era um Espírito triste, me falava com doçura e eu respondia. (...). Era esse o Espírito companheiro de minhas existências passadas, a quem poderosos laços espirituais me ligam, a quem muito feri em idades pretéritas e por quem me submeti às duras provações que me afligiram neste mundo, na esperança de reaver o perdão da lei de Deus pelo mal outrora praticado contra ele próprio.”
(Yvonne Pereira e Roberto Canalejas, ‘Recordações da Mediunidade’)
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Livro dos Espíritos

298. As almas que devam unir-se estão, desde suas origens, predestinadas a essa união e cada um de nós tem, nalguma parte do Universo, sua metade, a que fatalmente um dia se reunirá?
“Não; não há união particular e fatal, de duas almas. A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia nascem todos os males dos humanos; da concórdia resulta a completa felicidade.”

300. Se dois Espíritos perfeitamente simpáticos se reunirem, estarão unidos para todo o sempre, ou poderão separar-se e unir-se a outros Espíritos?
“Todos os Espíritos estão reciprocamente unidos. Falo dos que atingiram a perfeição. Nas esferas inferiores, desde que um Espírito se eleva, já não simpatiza, como dantes, com os que lhe ficaram abaixo.” 


Não se deve, pois, aceitar a ideia de que, criados um para o outro, dois Espíritos tenham, fatalmente, que se reunir um dia na eternidade, depois de haverem estado separados por tempo mais ou menos longo. (Comentário de Kardec, perg.303a)

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