quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Os Mensageiros – Cap 27 – O Caluniador

Casa Espírita Missionários da Luz - ESDE - 29/08/2017
Estudo do livro: Os Mensageiros – André Luiz

Tema: Os Mensageiros – Cap 27 – O Caluniador
 Facilitadora: Lilia
Objetivos:
- refletir sobre a situação do criminoso e da vítima, conforme a posição mental de cada um perante o ocorrido;
- perceber os benefícios do perdão e a necessidade do arrependimento para início da recuperação do mal realizado.

Bibliografia:
- Os Mensageiros, André Luiz, Cap 27;
- O Céu e o Inferno, 1ªparte, Cap. VII,  item ‘Código Penal Da Vida Futura’, 16º e 17º, 20º, 22º, 24º, 28º, 33º
- Evang. Seg. Espiritismo, Cap V, item 5, 6, 7, 9, 12, Cap. X, itens 1 à 6; 14 e 15, Cap. XII, itens 1 à 3
- Devassando o Invisível, Yvonne Pereira, Cap. IV, ‘Nas Regiões Inferiores’


Material:

Desenvolvimento:

  1. Leitura da página:
  2. Trechos de interesse no capítulo:

Nosso instrutor abriu uma porta e vimos um louco, que parecia fundamente irritado. Fixou em nós o olhar inexpressivo e gritou estentoricamente. Aniceto, porém, adiantou-se e cumprimentou-o, atencioso:
– Como vai, Paulo?
As palavras, ao que senti, emitiram certo fluxo magnético e o enfermo revelou profunda modificação. Aquietou-se de súbito.
Sentou-se mais calmo, embora trêmulo e espantadiço.
èforça magnética emitida com a palavra

– Tem sentido melhoras, Paulo? – perguntou nosso orientador, bondosamente, tocando-o no ombro.
Ao contacto pessoal de Aniceto, o doente mostrou algum raciocínio e respondeu:
– Vou melhorando
èvibrações positivas repassadas pelo toque

– Vêem a diferença entre os que dormem, os que estão loucos e os que sofrem? Em “Nosso Lar” não temos dos primeiros, e os que se encontram desequilibrados, nos serviços da Regeneração, sentem, na maioria, angústias cruéis. É necessário reconheçamos que os que gemem e sofrem, em qualquer parte, estão melhorando. Toda lágrima sincera é bendito sintoma de renovação. Os escarnecedores, os ironistas e os perturbados que não registram a dor são mais dignos de piedade, por permanecerem embotados em estranha rigidez de entendimento.

Observando o campo mental de Paulo, André Luiz observou:
“Vozes misteriosas se faziam ouvir. Sobre Paulo choviam maldições e blasfêmias. As mulheres pareciam acusá-lo, clamorosamente; os homens davam ideia de perseguidores ferozes, ocultos no mundo interior daquele enfermo estranho.”

“nas recordações dele, vemos as imagens criadas pelo caluniador, para seus próprios olhos.”
O criminoso nunca consegue fugir da verdadeira justiça universal, porque carrega o crime cometido, em qualquer parte.”
“Viveremos, de fato, com as criações mais intimas de nossa alma.”

“A condenação do Mestre foi um crime coletivo e esse crime estará conosco até ao dia em que nos vestirmos na divina luz da redenção.”
Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. (Lucas, 23:34)

Falando sobre Alfredo:
“Ele desejou-a (a vitória espiritual), procurou-a, alimentou-a e, agora, permanece na realização. “
“Nos primeiros tempos, aproximava-se do enfermo, como necessitado de reconciliação; depois, como pessoa caridosa; mais tarde adquiriu entendimento, comparando situações; em seguida, sentiu piedade; logo após, experimentou simpatia e, presentemente, conquistou a verdadeira fraternidade, o amor sublime de irmão pelo ex-inimigo.”
èos passos do perdão verdadeiro

è“batei e abrir-se-vos-á”
“aqui, temos de bater à porta de nós mesmos, para encontrar a virtude e a verdadeira iluminação.”


  1. Reflexões:

Amar os inimigos não é, portanto, ter-lhes uma afeição que não está na natureza, visto que o contacto de um inimigo nos faz bater o coração de modo muito diverso do seu bater, ao contacto de um amigo. Amar os inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo à reconciliação com eles; é desejar-lhes o bem e não o mal; é experimentar júbilo, em vez de pesar, com o bem que lhes advenha; é socorrê-los, em se apresentando ocasião; é abster-se, quer por palavras, quer por atos, de tudo o que os possa prejudicar; é, finalmente, retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de os humilhar. Quem assim procede preenche as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos.   (Ev., Cap.XII item 3)
èAlfredo deu esses grandes passos para o verdadeiro perdão, e se libertou! Saiu fortalecido dessa experiência dolorosa pela qual passou.

O Céu e o Inferno, 1ªparte, Cap. VII, item ‘Código Penal Da Vida Futura

16º — O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação.
Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.

17º — O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo.

24º — Para o criminoso, a presença incessante das vítimas e das circunstâncias do crime é um suplício cruel.

28º — A situação do Espírito, no mundo espiritual, não é outra senão a por si mesmo preparada na vida corpórea.

èvemos que a situação do Paulo, é a do criminoso que ainda está em processo de arrependimento; ainda está com grande confusão mental e atitudes enlouquecidas normalmente, tanto que vive confinado num quarto separado dos demais.

4.    Estudo de caso – obsessores de ‘Devassando o Invisível’
5.    Prece final

Apresentação: Apresentação para baixar


6.    Anexos

O Céu e o Inferno, 1ªparte, Cap. VII, item ‘Código Penal Da Vida Futura

17º — O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo.
Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são conseqüentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal.
A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contacto com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito. Nem todas as faltas acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais casos a reparação se opera, fazendo-se o que se deveria fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados, as missões não preenchidas; praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se se tem sido orgulhoso, amável se se foi austero, caridoso se se tem sido egoísta, benigno se se tem sido perverso, laborioso se se tem sido ocioso, útil se se tem sido inútil, frugal se se tem sido intemperante, trocando em suma por bons os maus exemplos perpetrados. E desse modo progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado.

28º — A situação do Espírito, no mundo espiritual, não é outra senão a por si mesmo preparada na vida corpórea.
Mais tarde, outra encarnação se lhe faculta para novas provas de expiação e reparação, com maior ou menor proveito, dependentes do seu livre-arbítrio; e se ele não se corrige, terá sempre uma missão a recomeçar, sempre e sempre mais acerba, de sorte que pode dizer-se que aquele que muito sofre na Terra, muito tinha a expiar; e os que gozam uma felicidade aparente, em que pesem aos seus vícios e inutilidades, pagá-la-ão mui caro em ulterior existência. Nesse sentido foi que Jesus disse: — “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V.)

33º — Em que pese à diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios:
1º — O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º — Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
3º — Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade.
A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: — tal é a lei da Justiça Divina.
(O Céu e o Inferno, 1ªparte, Cap. VII, item ‘Código Penal Da Vida Futura’)


Devassando o Invisível, Yvonne Pereira, Cap. IV, ‘Nas Regiões Inferiores’

Há cerca de um ano, fomos arrebatadas em espírito para visitação a entidades desencarnadas obsessoras, já em vias de arrependimento. (...) Aquelas entidades visitadas, porém, se encontravam apavoradas ante as consequências do longo percurso pelos canais do crime, por elas vislumbradas em suas intuições, pois vinham todas, desde época recuada, servindo ao mal, não apenas no estado humano, terreno, mas ainda durante o estágio no plano invisível. Eram da mais horripilante categoria. E, defrontando-as, tivemos a impressão de que nos encontrávamos em presença de criaturas fantasiadas com "dominós" inteiramente negros, com o respectivo capuz. De seu aspecto geral se desprendiam fealdade, baixeza de sentimentos e vibrações, grosseria, inferioridade, incapazes, todos, de impulsos voluntários para o progresso, mendigos espirituais, na absoluta dependência dos obreiros da Caridade, os quais, dominando a repulsa que poderiam sentir em presença de tão extrema miséria, os auxiliavam de boamente, revigorando-lhes as forças para novas tentativas de recuperação e progresso. (...)
Eram cerca de dez as entidades então visitadas. Encontravam-se como aprisionadas em pequeno e miserável compartimento, em promiscuidade chocante. Haviam sido homens quando encarnados, conservando os seus Espíritos, agora, por isso mesmo, os característicos masculinos. Vibratoriamente, encontravam-se muito fracas, como alguém em convalescença de grave enfermidade, apavoradas, desencorajadas para o recurso da oração, porque ainda ímpios os seus sentimentos; temerosas de se verem em presença de Deus, porque certas da própria culpabilidade, atormentadas pelas visões alucinatórias dos crimes praticados. Essas visões, frutos das suas vibrações mentais, nós as víamos tão bem quanto elas próprias, infestando o perímetro em que permaneciam. Eram dramáticas: contendas, lutas corporais, assaltos, seduções de menores, roubos, assassínios, obsessões, suicídios! Ou obscenas, sórdidas, vis, maléficas, atrozes!
Desesperados, esses infelizes se debatiam, encobrindo os olhos com as mãos ou ocultando a cabeça com os braços, ou com os trapos que sempre encontravam ao alcance, na ingênua suposição de que, assim agindo, se furtariam ao horror das próprias ações passadas, a ecoarem nos refolhos da consciência, como se pirogravadas estivessem nas suas sensibilidades mentais; estiravam-se, chorando, em tumultuoso vozerio, sobre um como tablado imundo, em promiscuidade repulsiva; refugiavam-se por entre coberturas esfarrapadas, aos gritos e uivos de revolta e horror, quais verdadeiros loucos em momento de aflitivas crises; levantavam-se em seguida, sem jamais lograrem repouso, os olhos em fogo, dilatados como se tocados de assombro, os cabelos eriçados, o corpo (perispírito) tremente, como sacudido por violento nervosismo, os dentes cerrados como se dolorosos ataques epilépticos se anunciassem, irremediáveis. Quanto às "vestes”, quando não se apresentassem com os já mencionados "dominós" negros, eram rotas e imundas: empapadas de sangue ou de lama, a exibir as fases da putrefação cadavérica, ou de matérias asquerosas como o pus e o sangue putrefato.
Um fétido nauseabundo e pestilento tresandava deles, repugnando também a nós outra, de início, para desaparecer, depois, da sensibilidade do nosso olfato. O solo do compartimento em que se detinham, espécie de quarto ou sala, de mui pequenas dimensões, com uma janela gradeada à esquerda e urna porta à direita, era tão imundo quanto eles próprios, igualmente empapado de sangue e humores fétidos, a tal ponto que os infelizes se horrorizavam de si mesmos, sentindo-se tolhidos, amesquinhados, incapazes de reagir contra tão miserável estado de coisas. A porta deitava para um pequeno terreno e permanecia aberta, permitindo passagem aos prisioneiros, caso desejassem sair.
Ocorria, no entanto, um fato curioso: os pobres voluntàriamente permaneciam naquele covil, presidiários de si mesmos, isto é, do próprio passado!
O terreno acima citado dividia-se em dois por uma cerca, que se nos afigurou construída em arame farpado. No trecho à esquerda, para o qual deitava a porta, erguia-se uma cobertura tosca, espécie de pequeno galpão, muito sólido aos nossos olhos, onde uma mulher de cor negra (Espírito desencarnado, voluntàriamente materializado, em serviços de resgates ou beneficência), lembrando o tipo das antigas escravas africanas, ao tempo do Império, sorridente e simpática, deixando entrever certa luminosidade no seu envoltório perispirítico, parecia "cozinhar" para os "habitantes locais".
Sentimos o aroma apetitoso da comida (...). Esse local era agradável pela presença da negra, em quem, com efeito, reconhecemos Espírito operoso, pelos labores de vigilância a favor dos delinquentes confiados à sua guarda, como pela visão das iguarias, que nos pareceram saborosas. O quintal da direita, porém, dir-se-ia tétrico e singular cemitério, pois que do solo fétido e lodoso emergiam mãos humanas súplices, cabeças desgrenhadas, de olhos aterrorizados, bradando por socorro e piedade, cadáveres estirados, a se desfazerem em sangue e matérias putrefatas, que encharcavam a terra, e braços e pernas humanos dispersos por aqui e por ali; visão macabra, que perturbaria a mente do vidente, se para tais serviços o médium não fosse prèviamente fortalecido por assistência especial.
Ora, conhecedores da existência desse extravagante cemitério, os criminosos, apesar dos remorsos alucinadores, preferiam a permanência indefinida no pequeno compartimento a tentarem a fuga, pois sabiam que teriam de cruzar o cemitério e divisar, naqueles impressionantes despojos, as vítimas da sua maldade de homicidas e obsessores que haviam levado, igualmente, tantas criaturas incautas à prática de homicídios e ao suicídio.
À nossa chegada, um dos prisioneiros, exatamente daqueles trajados de "dominó negro, aproximou-se, como que nos recebendo. Notamos que esse já não trazia capuz, sinal de melhoria de vibrações. Seu semblante, muito visível à nossa observação, indicaria um homem que houvesse falecido aos cinquenta anos de idade, e mostrava-se branco marmóreo e infinitamente triste, como marmóreas se apresentavam também as mãos, largas e compridas. (...) Ele, porém, falou, com voz e modos rudes e impertinentes, como pessoa de pouca educação:
- Tenho fome! Porque não me trazem um verdadeiro almoço?. . Oh! Há quanto tempo não posso comer!
Lágrimas lhe corriam dos olhos. O infeliz, materializado ainda e espiritualmente desajeitado e tardo, realmente sofria o suplício da fome!
Habituada aos costumes terrenos, que nos levam a servir um prato de comida a quem bate à nossa porta alegando fome, nosso impulso foi correr à "cozinha" e solicitar o favor àquela serviçal, atenta aos misteres culinários. Acedendo ao pedido, exclamou ela:
- Oxalá, minha amiga, hoje, com a vossa presença (referia-se igualmente a Bezerra de Menezes), o pobre pecador consiga serenidade bastante para compreender o que se passa e dispor-se ao progresso! Que ele realmente possa saciar a fome que o tortura e ver-se aliviado, eis o meu maior desejo!
Tomamos do prato, onde se via um almoço belo e magnífico, com legumes cheirosos, e nos encaminhamos para o quarto, sem prever qualquer incidente, antes persuadida de que a tortura do infeliz irmão seria de todo removida, O ex-obsessor arrebatou-o de nossas mãos, insofrido e faminto, e levou a colher à boca, sem mais rodeios, como o teria feito uma pessoa encarnada. Subitamente, porém, repudiou o prato com asco e horror, arremessando-o ao longe, e entrou a chorar e a lamentar-se entre uivos e imprecações de verdadeiro réprobo. Sem nos poder eximir a uma forte impressão de assombro, verificamos que os apetitosos legumes haviam desaparecido do prato, mas que, em seu lugar, espalhados em torno, viam-se postas de carne humana, línguas, mãos, dedos, orelhas, corações, pés, cabeças, etc!
Acudiu a boa vigilante, compungida e explicativa, enquanto o réprobo se desfazia em prantos de demente e os companheiros de infortúnio procuravam esconder-se:
- São as recordações do caliginoso passado, alimentadas por cruciantes remorsos, que os levam a encontrar vestígios de suas vítimas onde quer que estejam e em tudo o que vêem e fazem, sob a intensidade da auto-sugestão, que já descambou para uma desconcertante auto-obsessão. Todo o ambiente que distingues aqui, minha irmã, excetuando-se a cozinha, é criação mental vibratória destes dez criminosos, cujo caráter começa a ser desafogado das ondas da perversão, através das dores do remorso! Não existe aqui cemitério nem prisão, como não há imundícies, na expressão formal do termo, tal como os entendem os encarnados. Eles, porém, criam e mantêm tal ambientação, concretizando-a, sem o saberem, com as próprias forças mentais, na retrospecção de atos passados, e vivem nela, dentro da mais positiva realidade, sem mesmo saberem avaliar a profundidade e importância do fenômeno que se estabelece. A própria fome que os tortura nada mais representa do que o estado de suas consciências feridas pelos atos passados: estes pobres sofredores de hoje, quando encarnados, assassinaram pais de família para roubar, e, como obsessores, uma vez desencarnados, levaram outros tantos ao suicídio, ao homicídio, etc. Ora, muitas das suas vítimas deixaram viúvas e órfãos na miséria, padecendo necessidades extremas. Eles sabem disso e, recordando os órfãos famintos, sentem o reflexo consciencial e padecem mil torturas e ultrajes, a fome inclusive, enquanto vêem, em visões macabras, os despojos que suas armas assassinas levaram ao túmulo... A si próprios castigam, pois, com uma severidade satânica, uma justiça implacável! Porque foram obsessores, habituados a criarem sugestões infernais para atormentarem o próximo, viciaram a própria mente em criações macabras e agora obsidiam a si próprios, originando, com toda a força mental própria do Espírito, este tétrico panorama, resultado do reflexo dos atos passados nas próprias vibrações da consciência. Enredaram-se de tal forma nos delitos cometidos que agora vêem, sentem e como que descobrem tudo quanto possa evocá-los e revivê-los! Não! Ninguém os castiga a não ser a consciência deles mesmos, desarmonizada com o Bem, na desoladora convicção, em que estão, de que muito e muito transgrediram as leis do Amor e da Fraternidade! Muitos caridosos filhos de Deus, mesmo da Terra, até eles vêm, em visitação piedosa, oferecer-lhes o reconforto de orações e conselhos amorosos, tentando aliviá-los da tensão opressiva em que se encontram e encorajá-los aos trabalhos do progresso, que serão árduos.
Mas, até agora, não se animaram a atender a tão preciosos incentivos, bloqueados como se encontram pela complexidade deplorável dos próprios impasses. A reencarnação ser-lhes-á refrigério salutar, dado que, por ela protegidos, esquecerão, parcialmente, o tenebroso passado, daí advindo vigores novos e serenidade para os empreendimentos da expiação e do resgate. Mas, certamente, compreenderás em que estado lamentável renascerão sobre a Terra, modelando um corpo carnal aos empuxões vibratórios das mentes doentias que presencias... Serão, inevitàvelmente, auto-obsidiados incuráveis, desde o nascimento, pois, tanto atormentaram o próximo no pretérito, conforme dissemos, com o produto maléfico das próprias mentes, que o malefício, viciando-as, reduziu ao que vês as suas individualidades. . . Destes, minha amiga, infelizmente, encontra-se repleta a sociedade terrena. . . E que os Céus a todos nos ajudem a suportá-los, a amá-los e a servi-los, amparando-os no carreiro da reabilitação.




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