Casa Espírita Missionários da Luz - ESDE - 29/08/2017
Estudo do livro: Os Mensageiros – André Luiz
Tema: Os Mensageiros – Cap 27 – O Caluniador
Facilitadora: Lilia
Objetivos:
- refletir sobre a situação do criminoso e da vítima, conforme a posição
mental de cada um perante o ocorrido;
- perceber os benefícios do perdão e a necessidade do arrependimento
para início da recuperação do mal realizado.
Bibliografia:
- Os Mensageiros, André Luiz, Cap 27;
- O Céu e o Inferno, 1ªparte, Cap. VII, item ‘Código Penal Da
Vida Futura’, 16º e 17º, 20º, 22º, 24º, 28º, 33º
- Evang. Seg. Espiritismo, Cap V, item 5, 6, 7, 9, 12, Cap. X, itens 1 à
6; 14 e 15, Cap. XII, itens 1 à 3
- Devassando o
Invisível, Yvonne Pereira, Cap. IV, ‘Nas Regiões Inferiores’
Material:
Desenvolvimento:
- Leitura da página:
- Trechos de interesse no capítulo:
Nosso instrutor abriu uma porta e vimos um louco, que parecia fundamente irritado. Fixou em nós o olhar inexpressivo e gritou estentoricamente. Aniceto,
porém, adiantou-se e cumprimentou-o, atencioso:
– Como vai, Paulo?
As palavras, ao que senti, emitiram certo fluxo magnético e o enfermo revelou profunda modificação. Aquietou-se de súbito.
Sentou-se mais
calmo, embora trêmulo e espantadiço.
èforça magnética emitida com
a palavra
– Tem sentido melhoras, Paulo? – perguntou nosso
orientador, bondosamente, tocando-o
no ombro.
Ao contacto
pessoal de Aniceto, o doente mostrou algum raciocínio e
respondeu:
– Vou
melhorando
èvibrações positivas
repassadas pelo toque
– Vêem a diferença entre os que dormem, os que estão loucos e os que sofrem? Em “Nosso Lar” não temos dos primeiros, e os que se
encontram desequilibrados, nos serviços da Regeneração, sentem, na maioria,
angústias cruéis. É necessário reconheçamos que os que gemem e sofrem, em qualquer parte, estão melhorando. Toda
lágrima sincera é bendito sintoma de renovação. Os escarnecedores, os ironistas
e os perturbados que não registram a dor são mais dignos de piedade, por
permanecerem embotados em estranha rigidez de entendimento.
Observando o campo mental de Paulo, André Luiz observou:
“Vozes misteriosas se faziam ouvir.
Sobre Paulo choviam maldições e blasfêmias. As mulheres pareciam acusá-lo,
clamorosamente; os homens davam ideia de perseguidores ferozes, ocultos no
mundo interior daquele enfermo estranho.”
“nas recordações dele, vemos as imagens criadas pelo caluniador, para seus próprios olhos.”
“O criminoso
nunca consegue fugir da verdadeira justiça universal, porque carrega o crime cometido, em qualquer parte.”
“Viveremos, de
fato, com as criações mais intimas de nossa alma.”
“A condenação do Mestre foi um crime
coletivo e esse crime estará conosco até ao dia em que nos vestirmos na divina
luz da redenção.”
Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. (Lucas,
23:34)
Falando sobre Alfredo:
“Ele desejou-a (a vitória espiritual), procurou-a, alimentou-a e, agora, permanece
na realização. “
“Nos primeiros tempos, aproximava-se do
enfermo, como necessitado de
reconciliação; depois, como pessoa caridosa;
mais tarde adquiriu entendimento,
comparando situações; em seguida, sentiu piedade;
logo após, experimentou simpatia e,
presentemente, conquistou a verdadeira
fraternidade, o amor sublime de
irmão pelo ex-inimigo.”
èos passos do perdão
verdadeiro
è“batei e abrir-se-vos-á”
“aqui, temos de bater à porta de nós mesmos, para
encontrar a virtude e a verdadeira iluminação.”
- Reflexões:
Amar os inimigos não é,
portanto, ter-lhes uma afeição que não está na natureza, visto que o contacto
de um inimigo nos faz bater o coração de modo muito diverso do seu bater, ao
contacto de um amigo. Amar os inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem
desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o
mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo à reconciliação com eles; é
desejar-lhes o bem e não o mal; é experimentar júbilo, em vez de pesar, com o
bem que lhes advenha; é socorrê-los, em se apresentando ocasião; é abster-se, quer
por palavras, quer por atos, de tudo o que os possa prejudicar; é, finalmente,
retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de os humilhar. Quem
assim procede preenche as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos. (Ev., Cap.XII item 3)
èAlfredo deu esses
grandes passos para o verdadeiro perdão, e se libertou! Saiu fortalecido dessa
experiência dolorosa pela qual passou.
O Céu e o Inferno, 1ªparte, Cap. VII, item ‘Código Penal Da
Vida Futura’
16º — O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não
basta por si só; são precisas a expiação
e a reparação.
Arrependimento, expiação e reparação constituem,
portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e
suas conseqüências.
O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o
caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito
destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma
anulação.
17º — O arrependimento pode dar-se por toda parte
e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo.
24º — Para o criminoso, a
presença incessante das vítimas e das circunstâncias do crime é um suplício
cruel.
28º — A situação do
Espírito, no mundo espiritual, não é outra senão a por si mesmo preparada na
vida corpórea.
èvemos que a situação do
Paulo, é a do criminoso que ainda está em processo de arrependimento; ainda
está com grande confusão mental e atitudes enlouquecidas normalmente, tanto que
vive confinado num quarto separado dos demais.
4. Estudo de caso – obsessores de ‘Devassando o
Invisível’
5. Prece final
6. Anexos
O Céu e o Inferno, 1ªparte, Cap. VII, item ‘Código Penal Da
Vida Futura’
17º — O arrependimento pode dar-se por toda parte
e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo.
Até que os últimos
vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e
morais que lhe são conseqüentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual
após a morte, ou ainda em nova existência corporal.
A reparação consiste em
fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros
numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência
ulterior em contacto com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e em
condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento
e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito. Nem todas as faltas
acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais casos a reparação se opera,
fazendo-se o que se deveria fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados,
as missões não preenchidas; praticando o bem em compensação ao mal praticado,
isto é, tornando-se humilde se se tem sido orgulhoso, amável se se foi austero,
caridoso se se tem sido egoísta, benigno se se tem sido perverso, laborioso se
se tem sido ocioso, útil se se tem sido inútil, frugal se se tem sido
intemperante, trocando em suma por bons os maus exemplos perpetrados. E desse
modo progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado.
28º — A situação do
Espírito, no mundo espiritual, não é outra senão a por si mesmo preparada na
vida corpórea.
Mais tarde, outra
encarnação se lhe faculta para novas provas de expiação e reparação, com maior
ou menor proveito, dependentes do seu livre-arbítrio; e se ele não se corrige,
terá sempre uma missão a recomeçar, sempre e sempre mais acerba, de sorte que pode
dizer-se que aquele que muito sofre na Terra, muito tinha a expiar;
e os que gozam uma felicidade aparente, em que pesem aos seus vícios e
inutilidades, pagá-la-ão mui caro em ulterior existência. Nesse sentido foi que
Jesus disse: — “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”. (O
Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V.)
33º — Em que pese à
diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o
código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios:
1º — O sofrimento é
inerente à imperfeição.
2º — Toda imperfeição,
assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas
consequências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da
ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para
cada falta ou indivíduo.
3º — Podendo todo homem
libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os
males consecutivos e assegurar a futura felicidade.
A cada um segundo as suas
obras, no Céu como na Terra: — tal é a lei da Justiça Divina.
(O Céu e o Inferno, 1ªparte, Cap. VII, item ‘Código Penal Da
Vida Futura’)
Devassando o
Invisível, Yvonne Pereira, Cap. IV, ‘Nas Regiões Inferiores’
Há
cerca de um ano, fomos arrebatadas em espírito para visitação a entidades
desencarnadas obsessoras, já em vias de
arrependimento. (...) Aquelas entidades visitadas, porém, se encontravam
apavoradas ante as consequências do longo percurso pelos canais do crime, por
elas vislumbradas em suas intuições, pois vinham todas, desde época recuada,
servindo ao mal, não apenas no estado humano, terreno, mas ainda durante o
estágio no plano invisível. Eram da mais horripilante categoria. E,
defrontando-as, tivemos a impressão de que nos encontrávamos em presença de
criaturas fantasiadas com "dominós" inteiramente negros, com o
respectivo capuz. De seu aspecto geral se desprendiam fealdade, baixeza de
sentimentos e vibrações, grosseria, inferioridade, incapazes, todos, de
impulsos voluntários para o progresso, mendigos espirituais, na absoluta
dependência dos obreiros da Caridade, os quais, dominando a repulsa que
poderiam sentir em presença de tão extrema miséria, os auxiliavam de boamente,
revigorando-lhes as forças para novas tentativas de recuperação e progresso.
(...)
Eram
cerca de dez as entidades então visitadas. Encontravam-se como aprisionadas em
pequeno e miserável compartimento, em promiscuidade chocante. Haviam sido
homens quando encarnados, conservando os seus Espíritos, agora, por isso mesmo,
os característicos masculinos. Vibratoriamente, encontravam-se muito fracas,
como alguém em convalescença de grave enfermidade, apavoradas, desencorajadas
para o recurso da oração, porque ainda ímpios os seus sentimentos; temerosas de
se verem em presença de Deus, porque certas da própria culpabilidade,
atormentadas pelas visões alucinatórias dos crimes praticados. Essas visões,
frutos das suas vibrações mentais, nós as víamos tão bem quanto elas próprias,
infestando o perímetro em que permaneciam. Eram dramáticas: contendas, lutas
corporais, assaltos, seduções de menores, roubos, assassínios, obsessões,
suicídios! Ou obscenas, sórdidas, vis, maléficas, atrozes!
Desesperados,
esses infelizes se debatiam, encobrindo os olhos com as mãos ou ocultando a
cabeça com os braços, ou com os trapos que sempre encontravam ao alcance, na
ingênua suposição de que, assim agindo, se furtariam ao horror das próprias
ações passadas, a ecoarem nos refolhos da consciência, como se pirogravadas
estivessem nas suas sensibilidades mentais; estiravam-se, chorando, em
tumultuoso vozerio, sobre um como tablado imundo, em promiscuidade repulsiva;
refugiavam-se por entre coberturas esfarrapadas, aos gritos e uivos de revolta
e horror, quais verdadeiros loucos em momento de aflitivas crises;
levantavam-se em seguida, sem jamais lograrem repouso, os olhos em fogo,
dilatados como se tocados de assombro, os cabelos eriçados, o corpo
(perispírito) tremente, como sacudido por violento nervosismo, os dentes
cerrados como se dolorosos ataques epilépticos se anunciassem, irremediáveis.
Quanto às "vestes”, quando não se apresentassem com os já mencionados
"dominós" negros, eram rotas e imundas: empapadas de sangue ou de
lama, a exibir as fases da putrefação cadavérica, ou de matérias asquerosas como
o pus e o sangue putrefato.
Um
fétido nauseabundo e pestilento tresandava deles, repugnando também a nós
outra, de início, para desaparecer, depois, da sensibilidade do nosso olfato. O
solo do compartimento em que se detinham, espécie de quarto ou sala, de mui
pequenas dimensões, com uma janela gradeada à esquerda e urna porta à direita,
era tão imundo quanto eles próprios, igualmente empapado de sangue e humores
fétidos, a tal ponto que os infelizes se horrorizavam de si mesmos, sentindo-se
tolhidos, amesquinhados, incapazes de reagir contra tão miserável estado de
coisas. A porta deitava para um pequeno terreno e permanecia aberta, permitindo
passagem aos prisioneiros, caso desejassem sair.
Ocorria,
no entanto, um fato curioso: os pobres voluntàriamente permaneciam naquele
covil, presidiários de si mesmos, isto é, do próprio passado!
O
terreno acima citado dividia-se em dois por uma cerca, que se nos afigurou
construída em arame farpado. No trecho à esquerda, para o qual deitava a porta,
erguia-se uma cobertura tosca, espécie de pequeno galpão, muito sólido aos
nossos olhos, onde uma mulher de cor negra (Espírito desencarnado,
voluntàriamente materializado, em serviços de resgates ou beneficência),
lembrando o tipo das antigas escravas africanas, ao tempo do Império,
sorridente e simpática, deixando entrever certa luminosidade no seu envoltório
perispirítico, parecia "cozinhar" para os "habitantes
locais".
Sentimos
o aroma apetitoso da comida (...). Esse local era agradável pela presença da
negra, em quem, com efeito, reconhecemos Espírito operoso, pelos labores de
vigilância a favor dos delinquentes confiados à sua guarda, como pela visão das
iguarias, que nos pareceram saborosas. O quintal da direita, porém, dir-se-ia
tétrico e singular cemitério, pois que do solo fétido e lodoso emergiam mãos
humanas súplices, cabeças desgrenhadas, de olhos aterrorizados, bradando por
socorro e piedade, cadáveres estirados, a se desfazerem em sangue e matérias
putrefatas, que encharcavam a terra, e braços e pernas humanos dispersos por
aqui e por ali; visão macabra, que perturbaria a mente do vidente, se para tais
serviços o médium não fosse prèviamente fortalecido por assistência especial.
Ora,
conhecedores da existência desse extravagante cemitério, os criminosos, apesar
dos remorsos alucinadores, preferiam a permanência indefinida no pequeno
compartimento a tentarem a fuga, pois sabiam que teriam de cruzar o cemitério e
divisar, naqueles impressionantes despojos, as vítimas da sua maldade de
homicidas e obsessores que haviam levado, igualmente, tantas criaturas incautas
à prática de homicídios e ao suicídio.
À
nossa chegada, um dos prisioneiros, exatamente daqueles trajados de
"dominó negro, aproximou-se, como que nos recebendo. Notamos que esse já
não trazia capuz, sinal de melhoria de vibrações. Seu semblante, muito visível
à nossa observação, indicaria um homem que houvesse falecido aos cinquenta anos
de idade, e mostrava-se branco marmóreo e infinitamente triste, como marmóreas
se apresentavam também as mãos, largas e compridas. (...) Ele, porém, falou,
com voz e modos rudes e impertinentes, como pessoa de pouca educação:
-
Tenho fome! Porque não me trazem um verdadeiro almoço?. . Oh! Há quanto tempo
não posso comer!
Lágrimas
lhe corriam dos olhos. O infeliz, materializado ainda e espiritualmente
desajeitado e tardo, realmente sofria o suplício da fome!
Habituada
aos costumes terrenos, que nos levam a servir um prato de comida a quem bate à
nossa porta alegando fome, nosso impulso foi correr à "cozinha" e
solicitar o favor àquela serviçal, atenta aos misteres culinários. Acedendo ao
pedido, exclamou ela:
-
Oxalá, minha amiga, hoje, com a vossa presença (referia-se igualmente a Bezerra
de Menezes), o pobre pecador consiga
serenidade bastante para compreender o que se passa e dispor-se ao
progresso! Que ele realmente possa saciar a fome que o tortura e ver-se
aliviado, eis o meu maior desejo!
Tomamos
do prato, onde se via um almoço belo e magnífico, com legumes cheirosos, e nos
encaminhamos para o quarto, sem prever qualquer incidente, antes persuadida de
que a tortura do infeliz irmão seria de todo removida, O ex-obsessor
arrebatou-o de nossas mãos, insofrido e faminto, e levou a colher à boca, sem
mais rodeios, como o teria feito uma pessoa encarnada. Subitamente, porém,
repudiou o prato com asco e horror, arremessando-o ao longe, e entrou a chorar
e a lamentar-se entre uivos e imprecações de verdadeiro réprobo. Sem nos poder
eximir a uma forte impressão de assombro, verificamos que os apetitosos legumes
haviam desaparecido do prato, mas que, em seu lugar, espalhados em torno,
viam-se postas de carne humana, línguas, mãos, dedos, orelhas, corações, pés,
cabeças, etc!
Acudiu
a boa vigilante, compungida e explicativa, enquanto o réprobo se desfazia em
prantos de demente e os companheiros de infortúnio procuravam esconder-se:
-
São as recordações do caliginoso passado, alimentadas por cruciantes remorsos,
que os levam a encontrar vestígios de suas vítimas onde quer que estejam e em
tudo o que vêem e fazem, sob a intensidade da auto-sugestão, que já descambou
para uma desconcertante auto-obsessão. Todo o ambiente que distingues aqui,
minha irmã, excetuando-se a cozinha, é criação mental vibratória destes dez
criminosos, cujo caráter começa a
ser desafogado das ondas da perversão, através
das dores do remorso! Não existe aqui cemitério nem prisão, como não há
imundícies, na expressão formal do termo, tal como os entendem os encarnados.
Eles, porém, criam e mantêm tal ambientação, concretizando-a, sem o saberem,
com as próprias forças mentais, na retrospecção de atos passados, e vivem nela,
dentro da mais positiva realidade, sem mesmo saberem avaliar a profundidade e
importância do fenômeno que se estabelece. A própria fome que os tortura nada
mais representa do que o estado de suas consciências feridas pelos atos
passados: estes pobres sofredores de hoje, quando encarnados, assassinaram pais
de família para roubar, e, como obsessores, uma vez desencarnados, levaram
outros tantos ao suicídio, ao homicídio, etc. Ora, muitas das suas vítimas
deixaram viúvas e órfãos na miséria, padecendo necessidades extremas. Eles
sabem disso e, recordando os órfãos famintos, sentem o reflexo consciencial e
padecem mil torturas e ultrajes, a fome inclusive, enquanto vêem, em visões
macabras, os despojos que suas armas assassinas levaram ao túmulo... A si
próprios castigam, pois, com uma severidade satânica, uma justiça implacável!
Porque foram obsessores, habituados a criarem sugestões infernais para
atormentarem o próximo, viciaram a própria mente em criações macabras e agora
obsidiam a si próprios, originando, com toda a força mental própria do
Espírito, este tétrico panorama, resultado do reflexo dos atos passados nas
próprias vibrações da consciência. Enredaram-se de tal forma nos delitos
cometidos que agora vêem, sentem e como que descobrem tudo quanto possa
evocá-los e revivê-los! Não! Ninguém os castiga a não ser a consciência deles
mesmos, desarmonizada com o Bem, na desoladora convicção, em que estão, de que
muito e muito transgrediram as leis do Amor e da Fraternidade! Muitos caridosos
filhos de Deus, mesmo da Terra, até eles vêm, em visitação piedosa,
oferecer-lhes o reconforto de orações e conselhos amorosos, tentando aliviá-los
da tensão opressiva em que se encontram e encorajá-los aos trabalhos do
progresso, que serão árduos.
Mas,
até agora, não se animaram a atender a tão preciosos incentivos, bloqueados
como se encontram pela complexidade deplorável dos próprios impasses. A
reencarnação ser-lhes-á refrigério salutar, dado que, por ela protegidos,
esquecerão, parcialmente, o tenebroso passado, daí advindo vigores novos e
serenidade para os empreendimentos da expiação e do resgate. Mas, certamente,
compreenderás em que estado lamentável renascerão sobre a Terra, modelando um
corpo carnal aos empuxões vibratórios das mentes doentias que presencias...
Serão, inevitàvelmente, auto-obsidiados incuráveis, desde o nascimento, pois,
tanto atormentaram o próximo no pretérito, conforme dissemos, com o produto
maléfico das próprias mentes, que o malefício, viciando-as, reduziu ao que vês
as suas individualidades. . . Destes, minha amiga, infelizmente, encontra-se
repleta a sociedade terrena. . . E que os Céus a todos nos ajudem a
suportá-los, a amá-los e a servi-los, amparando-os no carreiro da reabilitação.
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