terça-feira, 29 de novembro de 2016

Carne e Trabalho Mediúnico

Casa Espírita Missionários da Luz 
ESDE3 –  10/06/2014

Tema:  Carne e Trabalho Mediúnico

Objetivos:
- Estudar os cuidados para a participação em um trabalho mediúnico;
- Identificar os problemas gerados pelo consumo de carne para as atividades mediúnicas.

Bibliografia:  
Missionários da Luz, André Luiz/Chico Xavier, Caps. 3 (Desenv.Mediúnico), 10 (Materialização), 19 (Passes);
Desobsessão, André Luiz/Chico Xavier, Cap 2
Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz/Chico Xavier, Cap 28 “Efeitos Físicos”
Diretrizes de Segurança – Raul Teixeira, Oitava Parte – Alimentação
Chico Xavier/Emmanuel - O Consolador, perg.129
Livro dos Espíritos, pergs 722, 723, 724 e 736.

                                                                                                                        
Material: notebook e projetor

Desenvolvimento:

1. Leitura e comentário do Evang, e prece Inicial.
2. Desenvolver o conteúdo com auxílio de apresentação.

Existe no meio espírita a informação de que não se deve comer carne em dias de reunião mediúnica. Essa informação precede? Baseada em quê?

“E chamando a si as turbas, lhes disse: Ouvi e entendei. Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem”. (Mateus, XV:11)

“Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce ao ventre, e se lança depois num lugar escuso? Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e estas são as que fazem o homem mundo;  porque do coração é que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias.  Estas coisas são as que fazem imundo o homem.  O comer, porém, com as mãos por lavar, isso não faz imundo o homem”. Mateus, XV: 16-20
ð  Jesus falava da prática de lavar as mãos, numa época em que os fariseus se preocupavam com as práticas exteriores e não com a pureza da alma.

è Afinal, podemos ou não comer carne?

Pedir aos participantes que leiam e comentem ao final da leitura, as seguintes perguntas:

A abstenção de certos alimentos, prescrita entre diversos povos, funda-se na razão? “Tudo aquilo de que o homem se possa alimentar, sem prejuízo para a sua saúde, é permitido. Mas os legisladores puderam interditar alguns alimentos com uma finalidade útil. E para dar maior crédito às suas leis apresentaram-nas como provindas de Deus”.
O Livro dos Espíritos, questão nº 722

A alimentação animal, para o homem, é contrária à lei natural? “Na vossa constituição física, a carne nutre a carne, pois do contrário o homem perece. A lei de conservação impõe ao homem o dever de conservar as suas energias e a sua saúde para poder cumprir a lei do trabalho. Ele deve alimentar-se, portanto, segundo o exige a sua organização”.  O Livro dos Espíritos, questão nº 723


A abstenção de alimentos animais ou outros, como expiação é meritória? “Sim, se o homem se priva em favor dos outros, pois Deus não pode ver mortificação quando não há privação séria e útil. Eis porque dizemos que os que só se privam em aparência são hipócritas”.(Ver item 720.)  O Livro dos Espíritos, questão nº 724


Os povos que levam ao excesso o escrúpulo no tocante à destruição dos animais têm mérito especial? “É um excesso, num sentimento que em si mesmo é louvável, mas que se torna abusivo e cujo mérito acaba neutralizado por abusos de toda espécie. Eles têm mais temor supersticioso do que verdadeira bondade”.(grifo nosso)
O Livro dos Espíritos, questão nº 736  (Lei de Destruição)

èque conclusão tiramos?

Vejamos em Chico Xavier/Emmanuel - O Consolador, perg.129

129 É um erro alimentar-se o homem com a carne dos irracionais?
-A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes conseqüências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos.
Temos de considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves. Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos, dedicadamente, pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores.

èE com relação especificamente à mediunidade? Distribuir cópias das respostas de Raul Teixeira em Diretrizes de Segurança.

èSlide de André Luiz:
A alimentação, durante as horas que precedem o serviço de intercâmbio espiritual, será leve. Nada de empanturrar-se o companheiro com viandas desnecessárias. Estômago cheio, cérebro inábil. A digestão laboriosa consome grande parcela de energia, impedindo a função mais clara e mais ampla do pensamento, que exige segurança e leveza para exprimir-se nas atividades da desobsessão. Aconselháveis os pratos ligeiros e as quantidades mínimas, crendo-nos dispensados de qualquer anotação em torno da impropriedade do álcool, acrescendo observar que os amigos ainda necessitados do uso do fumo e da carne, do café e dos temperos excitantes, estão convidados a lhes reduzirem o uso, durante o dia determinado para a reunião, quando não lhes seja possível a abstenção total, compreendendo-se que a posição ideal será sempre a do participante dos trabalhos que transpõe a porta do templo sem quaisquer problemas alusivos à digestão. André Luiz, Desobsessão, Cap.II.

s.f. Carne animal usada na dieta alimentar humana. Qualquer gênero alimentício.

ð   André Luiz/Chico Xavier - Missionários da Luz, Cap 3 – Desenvolvimento mediúnico
èdepois de observar os desvios na área do sexo, alcoólicos e alimentação dos candidatos ao desenvolvimento mediúnico, vejamos a conclusão benevolente do instrutor Alexandre. Posição paternal em relação aos candidatos ao trabalho.

èMissionários da Luz - Cap 19 (Passes)  - slide
“Se a prática do bem estivesse circunscrita aos Espíritos completamente bons, seria impossível a redenção humana. Qualquer cota de boa vontade e espírito de serviço recebe de nossa parte a melhor atenção. Imprimiu Alexandre pequeno intervalo à palestra, e, depois de pensar um minuto, esclareceu: - Quando nos referimos às qualidades necessárias aos servidores desse campo de auxílio, a ninguém desejamos desencorajar, mas orientar as aspirações do trabalhador para que a sua tarefa cresça em valores positivos e eternos.”


Fenômenos de Materialização (slide)

èNos fenômenos de materializações, as orientações são para não comer carne, nem fumar, nem beber, mantendo os pensamentos puros. Isso devido ao perigo de contaminação do ectoplasma.

       — O ectoplasma está situado entre a matéria densa e a matéria perispirítica, assim como um pro­duto de emanações da alma pelo filtro do corpo, e é recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da Natureza. .” (Nos Domínios da Mediunidade, Cap.28)


“Segundo apontamentos recolhidos por nós, em outras ocasiões, aqui surgiam aparelhos delicados para a emissão de raios curativos, acolá se efetuava a ionização do ambiente com efeitos bactericidas.
Alguns encarnados, como habitualmente acon­tece, não tomavam a sério as responsabilidades do assunto e traziam consigo emanações tóxicas, oriun­das do abuso de nicotina, carne e aperitivos, além das formas-pensamentos menos adequadas à tarefa que o grupo devia realizar.” (Nos Domínios da Mediunidade, Cap.28)

“— Aí temos o material leve e plástico de que necessitamos para a materialização. Podemos dividi-lo em três elementos essenciais, em nossas rápidas noções de serviço, a saber — fluidos “A”, representando as forças superiores e sutis de nos­sa esfera, fluidos “B”, definindo os recursos do médium e dos companheiros que o assistem, e fluidos “C”, constituindo energias tomadas à Natureza ter­restre. Os fluidos “A” podem ser os mais puros e os fluidos “C” podem ser os mais dóceis; no entanto, os fluidos “B”, nascidos da atuação dos companheiros encarnados e, muito notadamente, do médium, são capazes de estragar-nos os mais nobres projetos.” (Nos Domínios da Mediunidade, Cap.28)

O campo fluídico na sala se fizera demasiado espesso. Os pequenos jactos de força ectoplásmica, arremessados até lá, em caráter experimental, tor­navam ao gabinete, revelando forte teor de toxinas de variada classificação. (...) — Não atingiremos, então, a materialização de ordem superior... — falou o Assistente, algo preocupado.  .”  (Nos Domínios da Mediunidade, Cap.28)

“As emanações de álcool de cana, ingerido pelo nosso irmão, em doses altas, são altamente nocivas aos delicados elementos de formação plástica que serão agora conferidos ao nosso esforço, além de constituírem sério perigo às forças exteriorizadas do aparelho mediúnico.” (Missionários da Luz, Cap.10).

“A respiração dele, em semelhante estado, emite venenos. Noutro núcleo poderia ser tratado caridosamente, mas aqui, atendendo-se à função especializada do recinto, os princípios etílicos que exterioriza pelas narinas, boca e poros são eminentemente prejudiciais ao nosso trabalho.”  (Missionários da Luz, Cap.10).

èenquanto que as toxinas geradas pelos desvios na alimentação e conduta mental dificultam as atividades mediúnicas, no caso da materialização, são graves pois trazem perigo ao próprio médium e impede o fenômeno de ordem superior.

3.Prece final

ANEXOS


Diretrizes de Segurança – Raul Teixeira, Oitava Parte - Alimentação

84 - Como deve ser a dieta alimentar dos médiuns nos dias de trabalho mediúnico?

Raul - A dieta alimentar dos médiuns deverá constituir-se daquilo que lhes possa atender às necessidades sem descambar para os excessos ou tipos de alimentos que, por suas características, poderão provocar implicações digestivas, perturbando o trabalhador e, conseguintemente, os labores dos quais participe. Desse modo, torna-se viável uma alimentação normal, evitando-se os excessivos condimentos e gorduras que, independente das atividades mediúnicas, prejudicam bastante o funcionamento orgânico.

85 - O uso de alguma bebida alcoólica costuma trazer inconvenientes para os médiuns?

Raul - Todo indivíduo que se encontra engajado nos labores mediúnicos, seja qual for a ocupação, deveria abdicar do uso dos alcoólicos em seu regime alimentar. Isto porque o álcool traz múltiplos inconvenientes para a estrutura da mente equilibrada, considerando-se sua toxidez e a rápida digestão de que é alvo, facilitando grandemente que o álcool entre na corrente sangüínea do indivíduo, de modo fácil, fazendo seu efeito característico.
Mesmo os inocentes aperitivos devem ser evitados, tendo-se em mente que o médium é médium as vinte e quatro horas do dia, todos os dias, desconhecendo o momento em que o Mundo Espiritual necessitará da sua cooperação. Além do mais, quando se ingere uma porção alcoólica, cerca de 30% são rapidamente eliminados pela sudorese e pela dejeção, mas cerca de 70% persistem por muito tempo no organismo, fazendo com que alguém que, por exemplo, haja-se utilizado de um aperitivo na hora do almoço, à hora da atividade doutrinária noturna não esteja embriagado, no sentido comum do termo, entretanto, estará alcoolizado por aquela porcentagem do produto que não foi liberada do seu organismo.

86 - A alimentação vegetariana será a mais aconselhável para os médiuns em geral?

Raul - A questão da dieta alimentar é fundamentalmente de foro íntimo ou acatará a alguma necessidade de saúde, devidamente prescrita. Afora isto, para o médium verdadeiro não há a chamada alimentação ideal, embora recomende o bom senso que se utilize de uma alimentação que lhe não sobrecarregue o organismo, principalmente nos dias da reunião mediúnica, a fim de que não seja perturbado por qualquer processo de conturbada digestão que, com certeza, lhe traria diversos inconvenientes.
A alimentação não define, por si só, o potencial mediúnico dos médiuns que deverão dar muito maior validade à sua vida moral do que à comida obviamente.
Algumas pessoas recomendam que não se comam carnes, nos dias de tarefa mediúnica, enquanto outras recomendam que não se deve tomar café ou chocolate, alegando problemas das toxinas, da cafeína, etc., esquecendo-se que deveremos manter uma alimentação mais frugal, a partir do período em que já não tenha tempo o organismo para uma digestão eficiente.
É mais compreensível e me parece mais lógico, que a pessoa coma no almoço o seu bife, se foro caso, ou tome seu cafezinho pela manhã, do que passar todo o dia atormentada pela Vontade desses alimentos, sem conseguir retirar da cabeça o seu USO, deixando de concentrar-se na tarefa, em razão da ansiedade para chegar em casa, após a reunião e comer ou beber aquilo de que tem vontade.
Por outro lado, a resposta dos espíritos à questão 723 de O Livro dos Espíritos é bastante nítida a esse respeito, deixando o espírita bem à vontade para a necessária compreensão, até porque a alimentação vegetariana não indica nada sobre o caráter do vegetariano.  Lembremo-nos  que o “médium” Hitler era vegetariano e que o médium Francisco Cândido Xavier se alimenta com carne.




André Luiz/Chico Xavier - Missionários da Luz, Cap 3 – Desenvolvimento mediúnico

“E porque me conservasse em silêncio, incapacitado de argumentar, ante ensinamentos tão novos, o instrutor considerou:
- Perante estes quadros, pode você avaliar a extensão das necessidades educativas na esfera da Crosta. A mente encarnada engalanou-se com os valores intelectuais e fez o culto da razão pura, esquecendo-se de que a razão humana precisa de luz divina. O homem comum percebe muito pouco e sente muito menos. Ante a eclosão de conhecimentos novos, em face da onda regeneradora do Espiritualismo que banha as nações mais cultas da Terra angustiadas por longos sofrimentos coletivos, necessitamos acionar as melhores possibilidades de colaboração, para que os companheiros terrestres valorizem as suas oportunidades benditas de serviço e redenção.
Compreendi que Alexandre se referia, velada­mente, ao grande movimento espiritista, em virtude de nos encontrarmos nas tarefas de uma casa doutrinária, e não me enganava, porque o bondoso mentor continuou a dizer, gravemente:
- O Espiritismo cristão é a revivescência do Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo, e a mediunidade constitui um de seus fundamentos vivos. A mediunidade, porém, não é exclusiva dos chamados «médiuns». Todas as criaturas a possuem, porqüanto significa percepção espiritual, que deve ser incentivada em nós mesmos. Não bastará, entretanto, perceber. É imprescindível santificar essa faculdade, convertendo-a no ministério ativo do bem. A maioria dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, não se dispõe aos ser­viços preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem, inexoravelmente, a matéria e o espírito, localizando-os em campos opostos, quando nós, estudantes da Verdade, ainda não conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre uma e outro, integrados na certeza de que toda a organização universal se baseia em vibrações puras. Inegavelmente, meu amigo - e sorriu -, não desejamos transformar o mundo em cemitério de tristeza e desolação. Atender a santificada missão do sexo, no seu plano respeitável, usar um aperitivo comum, fazer a boa refeição, de modo algum significa desvios espirituais; no entanto, os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos círculos inferiores. Ora, para os que se trancafiam nos cárceres de sombra, não é fácil desenvolver percepções avançadas. Não se pode cogitar de mediunidade construtiva, sem o equilíbrio construtivo dos aprendizes, na sublime ciência do bem-viver.
- Oh! - exclamei - e por que motivo não dizer tudo isto aos nossos irmãos congregados aqui? Porque não adverti-los austeramente?
Alexandre sorriu, benévolo, e acentuou:
- Não, André. Tenhamos calma. Estamos no serviço de evolução e adestramento. Nossos amigos não são rebeldes ou maus, em sentido voluntário. Estão espiritualmente desorientados e enfermos. Não podem transformar-se, dum momento para outro. Compete-nos, portanto, ajudá-los no caminho educativo.
O orientador deixou de sorrir e acrescentou:

- É verdade que sonham edificar maravilhosos castelos, sem base; alcançar imensas descobertas exteriores, sem estudarem a si próprios; mas, gradativamente, compreenderão que mediunidade elevada ou percepção edificante não constituem atividades mecânicas da personalidade e sim conquistas do Espírito, para cuja consecução não se pode prescindir das iniciações dolorosas, dos trabalhos necessários, com a auto-educação sistemática e perseverante. Excetuando-se, porém, essas ilusões infantis, são boas companheiras de luta, aos quais estimamos carinhosamente, não só como nossos irmãos mais jovens, mas também por serem credores de reconhecimento pela cooperação que nos prestam, muitas vezes inconscientemente. Os tenros embriões vegetais de hoje serão as árvores robustas de amanhã o As tribos ignorantes de ontem constituem a Humanidade de agora. Por isso mesmo, todas as nossas reuniões são proveitosas, e, ainda que os seus passos sejam vacilantes na senda, tudo faremos por defendê-los contra as perigosas malhas do vampirismo.”

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