terça-feira, 29 de novembro de 2016

Miniaturização do Perispírito

Casa Espírita Missionários da Luz 
ESDE3 –  24/06/2014

Tema:  Miniaturização do Perispírito

Objetivos:
- Estudar a segunda morte: perda do perispírito;
- Analisar as diferenças em três casos de reencarnação;
- Identificar a situação do perispírito do Espírito ao desencarnar na gestação e na primeira infância.


Bibliografia:  

  • O Livro dos Espíritos, pergs 94, 186, 257, 339,351,352,354,380;
  • Evangelho, Cap. VIII, 4;
  • A Gênese, Cap. XI, 18 e 20;
  • André Luiz/Chico Xavier, Evolução em Dois Mundos, Cap. 12, 19, 23
  • Temas Polêmicos do Século XXI, Ricardo Di Bernardi, Cap 18 ;
  • André Luiz/Chico Xavier – Missionários da Luz, Cap 13 e 14;
  • André Luiz/Chico Xavier – Libertação, Cap. 6, 7
  • André Luiz/Chico Xavier - Entre a Terra e o Céu, Cap. 28, 29
  • Manoel P. de Miranda/Divaldo Franco – Painéis da Obsessão, Cap.16;
  •  Trilhas da Libertação, Cap. “Ocorrência Grave”, Manoel P. De Miranda/Divaldo P. Franco
  • http://www.guia.heu.nom.br/restringimento.htm

Material:
Notebook com a apresentação dos slides

Desenvolvimento:


1. Prece Inicial.
2.Leitura e comentários da página do Evangelho da noite;
3. Desenvolvimento do conteúdo: desenvolver o tema através da apresentação de slides e exposição dialogada.
4.Prece final



Slides para apresentação do conteúdo:

1.     Segunda Morte
 Reencarnação
 Evolução
 Ovoidização
Libertação, André Luiz,  Cap. 6 

2.      Segunda Morte - Evolução
Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?
“Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”
Livro do Espíritos, perg. 186
ècomo Espíritos puros, o perispírito se desfaz. Nem temos como imaginar isso.
èMas temos tb a mudança de níveis evolutivos, enquanto estamos no processo evolutivo.

3.      “—      Viste companheiros — prosseguiu o orientador —, que se desfizeram dele, rumo a esferas sublimes, cuja grandeza por enquanto não nos é dado sondar (...)” 
“são servidores enobrecidos e gloriosos, no dever bem cumprido (...)”
Libertação, André Luiz, Cap. 6

4.      De onde tira o Espírito o seu invólucro semimaterial?
“Do fluido universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.”

a) — Assim, quando os Espíritos que habitam mundos superiores vêm ao nosso meio, tomam um perispírito mais grosseiro?
“É necessário que se revistam da vossa matéria, já o dissemos.”
(O Livro dos Espíritos, perg. 94)
èé como se morressem lá onde vivem, para irem morar em outro mundo. E no retorno, é como se fosse o nosso processo de reencarnação... “perdem” o perispírito lá, para mergulharem nos fluidos menos denso da Terra.

5.     Pedir que alguém leia o trecho de “A CRISE DA MORTE” – Ernesto Bozzano - FEB – 1926.
èum relato de como seria essa morte no PE para ida a planos superiores.

6.      Segunda Morte - Ovoidização
“os ignorantes e os maus, os transviados e os criminosos também perdem, um dia, a forma perispiritual.
Pela densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não conseguem elevar-se e gravitam em derredor das paixões absorventes que por muitos anos elegeram em centro de interesses fundamentais.”  (Libertação, André Luiz,  Cap. 6  )
“Gastaram o perispírito, sob inenarráveis tormentas de desesperação” (Libertação, André Luiz,  Cap. 7  )

7.     Figuras ilustrativas


8.     Pela oclusão de estímulos outros, os órgãos do corpo espiritual se retraem ou se atrofiam, por ausência de função, e se voltam, instintivamente, para a sede do governo mental, onde se localizam, ocultos e definhados, no fulcro dos pensamentos em circuito fechado sobre si mesmos, quais implementos potenciais do germe vivo entre as paredes do ovo.”  (Evolução em Dois Mundos, André Luiz, Cap. 12)  


9.      “Entendereis facilmente a posição dos centros vitais do corpo espiritual, restritos na “ovoidização” — apesar de não terdes elementos terminológicos que a exprimam —, pensando na semente minúscula que encerra dentro dela os princípios organogênicos da árvore em que se converterá de futuro.”  (Evolução em Dois Mundos, André Luiz, Cap. 23)


10.   Segunda Morte  - Reencarnação – 3 tipos dependendo da evolução do reencarnante (EV2M Cap 19)
è”Cada entidade reencarnante apresenta particularidades essenciais na recorporificação a que se entrega na esfera física, quanto cada pessoa expõe característicos diferentes quando se rende ao processo liberatório, não obstante o nascimento e a morte parecerem iguais.”

- Espíritos categoricamente superiores
- Espíritos categoricamente inferiores
- Milhões de Espíritos medianos na evolução


11.    “Espíritos categoricamente superiores, quase sempre, em ligação sutil com a mente materna que lhes oferta guarida, podem plasmar por si mesmos e, não raro, com a colaboração de instrutores da Vida Maior, o corpo em que continuarão as futuras experiências, interferindo nas essências cromossômicas, com vistas às tarefas que lhes cabem desempenhar.” (Ev2M, André Luiz, Cap. 19)

12.   “Os Espíritos categoricamente inferiores, na maioria das ocasiões, padecendo monoideísmo tiranizante, entram em simbiose fluídica com as organizações femininas a que se agregam, experimentando o definhamento do corpo espiritual ou o fenômeno de “ovoidização”, sendo inelutavelmente atraídos ao vaso uterino, em circunstâncias adequadas, para a reencarnação que lhes toca, em moldes inteiramente dependentes da hereditariedade, como acontece à semente, que, após desligar-se do fruto seco, germina no solo, segundo os princípios organogênicos a que obedece, tão logo encontre o favor ambiencial.” (Ev2M, André Luiz, Cap. 19)
.
13.  ” Entre ambas as classes, porém, contamos com milhões de Espíritos medianos na evolução, portadores de créditos apreciáveis e dívidas numerosas, cuja reencarnação exige cautela de preparo e esmero de previsão” (Ev2M, André Luiz, Cap. 19)

14.   “RESTRINGIMENTO DO CORPO ESPIRITUAL — Institutos de escultura anatômica funcionam, por isso, no Plano Espiritual, brunindo formas diversas, de modo a orientar os mapas ou prefigurações do serviço que aos reencarnantes competirá, mais tarde atender.

15.  “Corpos, membros, órgãos, fibras e células são aí esboçados e estudados, antes que se definam os primórdios da rematerialização terrestre, porque, nesses casos, em que a alma oscila entre méritos e deméritos, a reencarnação permanece sob os auspícios de autoridades e servidores da Justiça Espiritual que administra recursos a cada aprendiz da sublimação, de acordo com as obras edificantes que lhes constem do currículo da existência.

16.   “Para isso, os candidatos à reencarnação, sem superioridade suficiente de modo a supervisioná-la com o seu próprio critério e distantes da inferioridade primitivista que deles faria escravos absolutos da herança física, são admitidos a instituições-hospitais em que magnetizadores desencarnados, bastante competentes pela nobreza íntima, se incumbem de aplicar-lhes fluídos balsamizantes que os adormeçam, por períodos variáveis, de conformidade com a evolução moral que enunciem, a fim de que os princípios psicossomáticos se adaptem a justo restringimento, em bases de sonoterapia.

17.  “Desse modo, regressam ao berço humano, nas condições precisas, recolhidos a novo corpo, qual operário detentor de virtudes e defeitos a quem se concede novo uniforme de trabalho e nova oportunidade de realização.”  (Ev2M, André Luiz, Cap. 19)

èLembremos em NossoLar, o caso da mãe de Lísias, que se despede da família ao se internar na instituição de preparação para a reencarnação.
èTemos també o caso de Segismundo, que vamos relembrar, onde também esses cuidados foram tomados.
èVamos ver 3 casos: um assistido porém de forma automática; relembrar o de Segismundo, e um automático.

18.  Caso 1 –Julio – Miniaturização automática

èJulio desencarnara por afogamento aos 7 anos de idade, aproximadamente, e, na colônia espiritual onde foi recolhido, padecia grandes dores. Em encarnação anterior havia se suicidado tomando um veneno corrosivo. Como não havia melhoras, a solução era o imediato retorno à carne, na mesma família em que estava antes do afogamento.

“Odila trazia nos braços o filho irrequieto e gemente (...)
Penetrámos a sala humilde.
Qual se houvera sorvido invisível anestésico, o menino emudeceu.
Junto de nós, o orientador, solícito, explicou:
— O doentinho encontra grande alívio em contacto com os fluidos domésticos, O reequilíbrio da alma no ambiente que lhe é familiar no mundo constitui base firme para o êxito da reencarnação.” (Entre a Terra e o Céu, Cap. 28)
èo Espírito-criança foi trazido da colônia à casa da futura mãe, da forma como estava.

19.  Caso 1 –Julio – Miniaturização automática

“Zulmira em Espírito estendeu-nos braços fraternos. Estava bela, radiante de alegria... E, quando recebeu Júlio, conchegando-o ao próprio peito, pareceu-me sublimada madona, aureolada por maternidade vitoriosa.
 “Zulmira, desde então, afigurou-se-nos integralmente concentrada no filhinho, que se enlaçou a ela, instintivamente, à maneira de um molusco a acomodar-se na própria concha.
“Júlio dormira plàcidamente, enfim.
“Abraçado ao colo materno, parecia fundir-se nele.
“O corpo sutil do menino como que se justapunha aos delicados tecidos do perispírito maternal, adelgaçando-se gradativamente aos nossos olhos.” (Entre a Terra e o Céu, Cap. 28)

20.  Caso 1 –Julio – Miniaturização automática

“— A reencarnação no caso de Júlio não reclama de nossa esfera cuidados especiais. É uma descida experimental ao campo da matéria densa, com interesse tão somente para ele mesmo e para os familiares que o cercam.”
“ (...) em milhares de renascimentos, na Terra, os princípios embriogênicos funcionam, automáticos, cada dia.  A lei de causa e efeito executa-se sem necessidade de fiscalização da nossa parte. Na reencarnação, basta o magnetismo dos pais, aliado ao forte desejo daquele que regressa ao campo das formas físicas.  (Entre a Terra e o Céu, Cap. 28)


Caso 1–Julio – Miniaturização automática
“Júlio dormia. Não mais acordara, informou a guardiã, feliz. Tinha a impressão de que o reencarnante desaparecia pouco a pouco, na constituição orgânica de Zulmira, como se a futura mãezinha fosse um filtro miraculoso a absorvê-lo. (...)
Observámos que Júlio se caracterizava por enorme diferença.
O corpo sutil do menino denotava espantosa transformação. Adelgaçara-se de maneira surpreendente.
Tive a idéia de que ele e Zulmira, alma com alma, se fundiam um no outro. A moça ganhara em plenitude física e vivacidade espiritual quanto perdia o menino na apresentação exterior.” (Entre a Terra e o Céu, Cap. 29)

21.  Caso 1

“A transfusão fluídica era ali evidente.
O organismo materno assemelhava-se a um alambique destinado a sutilizar as energias do reencarnante para restituí-las, decerto, a ele mesmo, na formação do novo envoltório.” (Entre a Terra e o Céu, Cap. 29)

22.  Caso 1–Julio – Miniaturização automática

“— A reencarnação, tanto quanto a desencarnação, é um choque biológico dos mais apreciáveis. Unido à matriz geradora do santuário materno, em busca de nova forma, o perispírito sofre a influência de fortes correntes electromagnéticas, que lhe impõem a redução automática.
Constituído à base de princípios químicos semelhantes, em suas propriedades, ao hidrogênio, a se expressarem através de moléculas significativamente distanciadas umas das outras, quando ligado ao centro genésico feminino experimenta expressiva contração, à maneira do indumento de carne sob carga elétrica de elevado poder. Observa-se, então, a redução volumétrica do veículo sutil pela diminuição dos espaços inter-moleculares. Toda matéria que não serve ao trabalho fundamental de refundição da forma é devolvida ao plano etereal, oferecendo-nos o perispírito esse aspecto de desgaste ou de maior fluidez.” (Entre a Terra e o Céu, Cap. 29)

23.  Caso 1–Julio – Miniaturização automática
“—  Quero dizer que os princípios organogênicos essenciais do perispírito de Júlio já se encontram reduzidos na intimidade do altar materno, e, à maneira de um ímã, vão aglutinando sobre si os recursos de formação do novo vestuário de carne que lhe será o vaso próximo de manifestação.
—   E a forma a rarefazer-se sob nossos olhos? — inquiriu meu colega, espantado.
—  Está em ativo processo de dissolução.”   (Entre a Terra e o Céu, Cap. 29)

è “diante de um caso comum de reencarnação, auxiliado apenas pelas nossas preces no culto à fraternidade,”
è “Imaginemos um pêssego amadurecido, lançado à cova escura, a fim de renascer. Decomposto em sua estrutura, restituirá aos reservatórios da Natureza todos os elementos da polpa e dos demais envoltórios que lhe revestem os princípios vitais, reduzindo-se no imo do solo ao embrião minúsculo que se transformará, no espaço e no tempo, em novo pessegueiro.” (Entre a Terra e o Céu, Cap. 29)


24.  Caso 2 – Segismundo – Miniaturização assistida (ML Cap. 13)

Segismundo – extenuado e abatido:
-          desde a semana passada, está em processo de ligação fluídica direta com os futuros pais;

-          À medida que se intensifica semelhante aproximação, ele vai perdendo os pontos de contacto com os veículos que consolidou em nossa esfera, através da assimilação dos elementos de nosso plano.

-          Semelhante operação é necessária para que o organismo perispiritual possa retomar a plasticidade que lhe é característica e, no estágio em que ele se encontra, o serviço impõe-lhe sofrimentos.

Com o curso do tempo, em vista de nova alimentação e novos hábitos em meio muito diverso, incorporou determinados elementos de nossos círculos de vida, dos quais é necessário se desfaça a fim de poder penetrar, com êxito, a corrente da vida carnal.

-          Os Espíritos Construtores começaram o trabalho de magnetização do corpo perispirítico.
- «alguma coisa da forma de Segismundo estava sendo eliminada». Quase que imperceptivelmente, à medida que se intensificavam as operações magnéticas, tornava-se ele mais pálido. Seu olhar parecia penetrar outros domínios. Tornava-se vago, menos lúcido.

- Agora - continuou o instrutor - sintonize conosco relativamente à forma pré-infantil. Mentalize sua volta ao refúgio maternal da carne terrestre! Lembre-se da organização fetal, faça-se pequenino!
-           ao influxo magnético de Alexandre e dos Construtores Espirituais, a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida.

Compreendi que o interessado precisava oferecer o maior coeficiente de cooperação individual para o êxito amplo. Surpreendido, reconheci que, ao influxo magnético de Alexandre e dos Construtores Espirituais, a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida.
A operação não foi curta, nem simples. Identificava o esforço geral para que se efetuasse a redução necessária.
Segismundo parecia cada vez menos consciente. Não nos fixava com a mesma lucidez e suas respostas às nossas perguntas afetuosas não se revelavam completas.
Por fim, com grande assombro meu, verifiquei que a forma de nosso amigo assemelhava-se à de uma criança.


Entrega de Segismundo aos pais
- E, depositando Segismundo nos braços da entidade que fora na Crosta Terrestre a carinhosa mãe de Raquel, acentuou:
- Seja você, minha irmã, a portadora do sagrado depósito. O coração filial que nos espera sentirá novas felicidades ao contacto de sua ternura.

Raquel - apertou a «forma infantil» de Segismundo de encontro ao coração, mas tão fortemente, tão amorosamente, que me pareceu uma sacerdotisa do Poder da Divindade Suprema. Segismundo ligara-se a ela como a flor se une à haste. Então compreendi que, desde aquele momento, era alma de sua alma aquele que seria carne de sua carne.

èquando se completa a encarnação?

“Somente aos sete anos iniciais de existência humana estaria terminado o serviço de reencarnação?
Como sempre acontecia, o nobre mentor ou viu-me, complacente, sorriu qual pai carinhoso, e respondeu, solicito:
- Você não ignora que o corpo humano tem as suas atividades propriamente vegetativas, mas talvez ainda não saiba que o corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. Na organização fetal, o patrimônio sanguíneo é uma dádiva do organismo materno. Logo após o renascimento, inicia-se o período de assimilação diferente das energias orgânicas, em que o «eu» reencarnado ensaia a consolidação de suas novas experiências e, somente aos sete anos de vida comum, começa a presidir, por si mesmo, ao processo de formação do sangue, elemento básico de equilíbrio ao corpo perispirítico ou forma preexistente, no novo serviço iniciado. (Cap. 14)

      èEmancipação da alma reencanante
- Depois do vigésimo primeiro dia, porém, quando o embrião atingir a configuração básica, nossos amigos podem ser visitados a qualquer hora, salientando-se que, a esse tempo, ambos, mãe e filho, conseguirão ausentar-se do corpo com facilidade. Por enquanto, nosso amigo Segismundo não pode afastar-se e a nossa irmã Raquel, ainda mesmo em estado de sono físico, é obrigada a permanecer junto de nós, a pequena distância.” (Cap. 14)


“Notei que Segismundo fora igualmente aliviado. Os fios tenuíssimos que ligam os encarnados ao aparelho físico, quando em estado de temporária libertação, prendiam-no também à organização fetal. À medida que Raquel se afastava, também ele podia afastar-se, não lhe sendo, porém, possível abandonar a companhia maternal. Raquel asilava-o nos braços carinhosos, enquanto sorria, ali conosco, fora do campo material mais denso.” Cap. 14


25.  Reencarnação Inconsciente (ML)

“— “- Existem, então - perguntei sob forte interesse -, aqueles que reencarnam inconsciente do ato que realizam?
- Certamente. A maioria dos que retomam a existência corporal na esfera do Globo é magnetizada pelos benfeitores espirituais, que lhe organizam novas tarefas redentoras, e quantos recebem semelhantes auxilio são conduzidos ao templo maternal de carne como crianças adormecidas. O trabalho inicial, que a rigor Lhes compete na organização do feto, passa a ser executado pela mente materna e pelos amigos que os ajudam de nosso plano. São inúmeros os que regressam à Crosta nessas condições, reconduzidos por autoridades superiores de nossa esfera de ação, em vista das necessidades de certas almas encarnadas, de certos lares e determinados agrupamentos.” (ML, André Luiz,  Cap 13)


26.  Caso 3 – Raulinda e obsessor – Atração magnética (Trilhas Lib. -  Cap. “Ocorrência Grave)

Tomada de compulsivo pranto, a jovem apresentava-se agitada e envolta em densas vibrações de sensualidade, enquanto seu adversário desencarnado agredia-a com inusitada violência, blasfemando e acusando-a...”

èO Espírito estava completamente consciente

Desatenta e apressada, resolveu aceitar as propostas infames do médico e, conforme o imperativo das Leis Soberanas, tornar-se-á mãe... Colhido pelo inesperado, e atraído pelo fenômeno biológico da fecundação, o seu inimigo percebe que se encontra imanado ao ovo, em razão de haver-se vinculado ao gameta masculino mediante o processo automático do renascimento. Essa a razão do seu desespero e agressividade ora exacerbados. Tombou nas malhas magnéticas da própria armadilha. O que aconteceria por amor, a imprevidência produziu pela violência.”

o Espírito, sentindo-se aprisionado pelo zigoto, que dava continuidade ao fenômeno da mitose celular, esbravejava, tentando, mentalmente, romper o vínculo magnético entre ele o futuro corpo somático, para produzir a anulação da vida física... Impossibilitado, começou a agir psiquicamente no comportamento da paciente, aumentando-lhe o arrependimento, exprobrando-lhe a conduta, induzindo-a ao suicídio como solução para a desonra a que se entregara. (...)Desse modo, ameaçando-a, atemorizava-a ainda mais ao dizer-lhe: “Serei teu filho, sem o desejar. Cobrarei, nos teus braços, o que me deves...”

Vicente começou a libertá-la das energias perniciosas que a envolviam, após o que lhe aplicou reforço magnético de calma e confiança, levando-a a um torpor benéfico. Passou então, de imediato, a interferir no processo da reencarnação do aturdido Espírito, que não se dava conta daqueles sucessos e experimentava os primeiros choques, resultantes da imantação ao ovo.

“(…) cuidamos (o mentor Vicente) de mais imantá-lo ao futuro corpo, evitando a interrupção da gestação em começo”.


27.  Desencarnação na infância (ETC)
ècomo o perispírito para reencarnar perde parte de seu corpo perispiritual -  Por que:
— Então, por isso — acrescentou Hilário, estudioso — é que as crianças desencarnadas reclamam período de tempo mais ou menos longo para demonstrarem crescimento mental, como ocorre na existência comum...” ???
—  Isso acontece com a maioria — informou o Ministro —, de vez que há exceções na regra.
Em muitas circunstâncias, semelhante imposição não existe. Quando a mente já desenvolveu certas qualidades, aprimorando-se em mais altos degraus de sublimação espiritual, pode arrojar de si mesma os elementos indispensáveis à composição dos veículos de exteriorização de que necessite em planos que lhe sejam inferiores. Nesses casos, o Espírito já domina plenamente as leis de aglutinação da matéria, no campo de luta que nos é conhecido e, por esse motivo, governa o fenômeno da própria reencarnação sem subordinar-se a ele.”  (Entre a Terra e o Céu, André Luiz, Cap. 29)


28.  Cesariana no PE (Painéis da Obsessão, Manoel P. Miranda, Cap. 16)

“Irmão Bernardo e o médico liberaram D. Amenaide e seu filho dos liames carnais, colocando uma substância móvel, que retiravam de todo o grupo e dos recursos da natureza, qual se fosse um colchão alvinitente de espuma, que lhes erguia os Espíritos, ao tempo em que lhes falavam ternamente, impedindo-lhes o medo e a alucinação. A operação durou quase trinta minutos, após o que a gestante foi colocada numa maca, mantendo os sinais de gestação e parecendo sentir muitas dores, com o filhinho, em sono profundo, imantado a ela. (...)

Na Colônia, Héber recebeu-os em um amplo edifício e os conduziu, imediatamente, a um Centro Cirúrgico, em tudo semelhante aos existentes na Terra. A gestante adormecida, com sinais reflexos de dor, recebeu passes calmantes e aquietou-se. A seguir, médicos da Colônia procederam a uma cirurgia cesariana, nos mesmos moldes como sucede em qualquer hospital da Terra. Após a cirurgia, a criança repousou ao lado da mãe, transferida a uma enfermaria especial, preparada para recebê-los. Depois de ligeiro choro, o bebê adormeceu, ficando ambos entregues a nobre senhora, que se encarregaria doravante de assisti-los.


Dr. Arnaldo explicou que em muitos casos de gestantes acidentadas, em avançados meses de gravidez, em que ocorre também a desencarnação do feto, é hábito ali proceder como se nada houvesse ocorrido na vida física. "Em primeiro lugar -- esclareceu --, porque o Espírito, em tais ocorrências, quase sempre já se encontra absorvido pelo corpo que foi interpenetrado e modelado pelo perispírito, no processo da reencarnação, merecendo ser deslindado por cirurgia mui especial para poupar-lhe choques profundos e aflições várias, o que não se daria se permanecesse atado aos despojos materiais, aguardando a consumpção deles."

Continuando, Dr. Arnaldo disse que esse período é muito penoso para o Espírito reencarnante que, pelo processo da natural diminuição da forma e perda parcial da lucidez, é colhido por um acidente desse porte, sem crédito para a libertação mais cuidadosa. "Quando isto se dá -- asseverou o doutor --, os envolvidos são, quase sempre, irmãos calcetas, inveterados na sandice e na impiedade, que sofrem, a partir de então, demoradamente, as conseqüências das torpezas que os arrojam a esses lôbregos sítios de tormentos demorados... No caso em tela, o pequenino se desenvolverá como se a reencarnação se houvera completado, crescendo normalmente, participando das atividades compatíveis aos seus vários períodos em Institutos próprios, que os amigos conhecem." Em segundo lugar, acentuou o médico, a cirurgia fez um grande bem à parturiente, que deixaria de sofrer o choque da desvinculação com o filho e poderia recompor-se mental e emocionalmente, qual se estivesse numa Maternidade terrestre, preservando a sensação do sentimento materno com todos os requisitos de carinho e devotamento até o momento necessário à integração na realidade espiritual.


ANEXOS

Libertação  Cap. 6  (sobre os Espíritos ovóides)

—  André — respondeu ele, circunspecto, evidenciando a gravidade do assunto —, compreendo-te o espanto. Vê-se, de pronto, que és novo em serviços de auxílio. Já ouviste falar, de certo, numa “segunda morte”
—  Sim — acentuei —, tenho acompanhado vários amigos à tarefa reencarnacionista, quando, atraídos por imperativos de evolução e redenção, tornam ao corpo de carne. De outras vezes, raras aliás, tive notícias de amigos que perderam o veículo perispiritual, conquistando planos mais altos. A esses missionários, distinguidos por elevados títulos na vida superior, não me foi possível seguir de perto.
Gúbio sorriu e considerou:
—  Sabes, assim, que o vaso perispirítico é também transformável e perecível, embora estruturado em tipo de matéria mais rarefeita.
—  Sim... — acrescentei, reticencioso, em minha sede de saber.
—  Viste companheiros — prosseguiu o orientador —, que se desfizeram dele, rumo a esferas sublimes, cuja grandeza por enquanto não nos é dado sondar, e observaste irmãos que se submeteram a operações redutivas e desintegradoras dos elementos perispiríticos para renascerem na carne terrestre. Os primeiros são servidores enobrecidos e gloriosos, no dever bem cumprido, enquanto que os segundos são colegas nossos, que já merecem a reencarnação trabalhada por valores intercessores, mas, tanto quanto ocorre aos companheiros respeitáveis desses dois tipos, os ignorantes e os maus, os transviados e os criminosos também perdem, um dia, a forma perispiritual.
Pela densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não conseguem elevar-se e gravitam em derredor das paixões absorventes que por muitos anos elegeram em centro de interesses fundamentais. Grande número, nessas circunstâncias, mormente os participantes de condenáveis delitos, imantam-se aos que se lhes associaram nos crimes.  (...)
Em suma, ir à matéria física e dela regressar ao campo de trabalho em que nos achamos presentemente, é submetermo-nos a profundos choques biológicos, destinados à expansão dos elementos divinos que nos integrarão, um dia, a forma gloriosa. (...)

O caminho de semelhantes companheiros é a reencarnação na Crosta da Terra ou em setores outros de vida congênere, qual ocorre à semente destinada à cova escura para trabalhos de produção, seleção e aprimoramento.



Cap. 7 (outros casos de ovóides. Mulher com 3 espíritos ovóides)
Elucidou Gúbio, sem detença:
— São entidades infortunadas, entregues aos propósitos de vingança e que perderam grandes patrimônios de tempo, em virtude da revolta que lhes atormenta o ser. Gastaram o perispírito, sob inenarráveis tormentas de desesperação, e imantam-se, naturalmente, à mulher que odeiam, irmã esta que, por sua vez, ainda não descobriu que a ciência de amar é a ciência de libertar, iluminar e redimir. (...)
Esta mulher retornará à carne, seguida pelas mentes dos adversários que aguardarão, junto dela, o tempo de imersão nos fluidos terrestres. (...)
— Pobre irmã! que o Céu a fortaleça na jornada por empreender! Seguida de perto pela influência dos seres que com ela se projetaram no abismo mental do ódio, terá infância dolorosa e sombria pelos pesares desconhecidos que se lhe acumularão, incompreensivelmente, na alma opressa. Conhecerá enfermidades de diagnose impossível, por enquanto, no quadro dos conhecimentos humanos, por se originarem da persistente e invisível atuação dos inimigos de outra época... Terá mocidade torturada por sonhos de maternidade e não repousará, intimamente, enquanto não oscular, no próprio colo, os três adversários convertidos, então, em filhinhos tenros de sua ternura sedenta de paz... Transportará consigo três centros vitais desarmônicos e, até que os reajuste na forja do sacrifício, recambiando-os à estrada certa, será, na condição de mãe, um ímã atormentado ou a sede obscura e triste de uma constelação de dor.

Entre a Terra e o Céu, Cap. 28 e 29

 “— A reencarnação no caso de Júlio não reclama de nossa esfera cuidados especiais. É uma descida experimental ao campo da matéria densa, com interesse tão somente para ele mesmo e para os familiares que o cercam. Todavia, se a existência do filho de Amaro estivesse destinada, no momento, a influenciar a comunidade, se ele fosse detentor de méritos indiscutíveis, com responsabilidades justas nos caminhos alheios, o problema seria efetivamente outro. Forças de ordem superior seriam fatalmente mobilizadas para a interferência nos cromossomos, garantindo-se o embrião do veículo físico de maneira adequada à missão que lhe coubesse...” Cap. 28

“— Contudo, em milhares de renascimentos, na Terra, os princípios embriogênicos funcionam, automáticos, cada dia. A lei de causa e efeito executa-se sem necessidade de fiscalização da nossa parte. Na reencarnação, basta o magnetismo dos pais, aliado ao forte desejo daquele que regressa ao campo das formas físicas. De retorno ao corpo físico, estamos invariàvelmente animados de um propósito firme... seja o anseio de alijar a dor que nos atormenta, a aspiração de conquistas espirituais que nos facilitem o acesso à Vida Superior, o voto de recapitular serviços mal feitos ou o ideal de realizar grandes tarefas de amor entre aqueles a quem nos afeiçoamos no mundo. De modo geral, a maioria das almas que reencarnam satisfazem à fome inquietante de recomeço.” Cap. 28

Tive a idéia de que ele e Zulmira, alma com alma, se fundiam um no outro. A moça ganhara em plenitude física e vivacidade espiritual quanto perdia o menino na apresentação exterior. Julio adormecera aliviado, ao passo que a jovem senhora demonstrava admirável despertamento para a vida. A segunda esposa de Amaro modificara-se de modo sensível. Como as pessoas felicitadas por novos títulos de confiança no trabalho, revelava-se mais alegre e mais cônscia das obrigações que lhe competiam.
A transfusão fluídica era ali evidente.
O organismo materno assemelhava-se a um alambique destinado a sutilizar as energias do reencarnante para restituí-las, decerto, a ele mesmo, na formação do novo envoltório.
Registrando-nos o assombro, o instrutor explicou com a sua habitual gentileza:
—  A reencarnação, tanto quanto a desencarnação, é um choque biológico dos mais apreciáveis. Unido à matriz geradora do santuário materno, em busca de nova forma, o perispírito sofre a influência de fortes correntes electromagnéticas, que lhe impõem a redução automática.
Constituído à base de princípios químicos semelhantes, em suas propriedades, ao hidrogênio, a se expressarem através de moléculas significativamente distanciadas umas das outras, quando ligado ao centro genésico feminino experimenta expressiva contração, à maneira do indumento de carne sob carga elétrica de elevado poder. Observa-se, então, a redução volumétrica do veículo sutil pela diminuição dos espaços inter-moleculares. Toda matéria que não serve ao trabalho fundamental de refundição da forma é devolvida ao plano etereal, oferecendo-nos o perispírito esse aspecto de desgaste ou de maior fluidez.
—  Quer dizer então... — aventurou Hílário, em sua curiosidade construtiva.
—  Quero dizer que os princípios organogênicos essenciais do perispírito de Júlio já se encontram reduzidos na intimidade do altar materno, e, à maneira de um ímã, vão aglutinando sobre si os recursos de formação do novo vestuário de carne que lhe será o vaso próximo de manifestação.
—  E a forma a rarefazer-se sob nossos olhos? — inquiriu meu colega, espantado.
—  Está em ativo processo de dissolução.
E, com a bela serenidade que lhe assinala o espírito, continuou elucidando:
—  Também o corpo físico parece dormir na desencarnação, quando, na realidade, começa a restituir as unidades químicas que o compõem à Natureza que lhos emprestou a titulo precário, apenas com a diferença de que a alma desencarnada, ainda mesmo quando em deploráveis condições de sofrimento e inferioridade, avança para a libertação relativa, ao passo que, em nos reencarnando, sofremos o processo de volta às teias da matéria densa, não obstante orientados por nobres objetivos de evolução. É por isso que, conduzidos à reconstituição orgânica, revivemos, nos primeiros tempos da organização fetal, embora apressadamente, todo o nosso pretérito biológico.
Cada ser que retoma o envoltório físico revive, automàticamente, na reconstrução da forma em que se exprimirá na Terra, todo o passado que lhe diz respeito, estacionando na mais alta configuração típica que já conquistou, para o trabalho que lhe compete, de acordo com o degrau evolutivo em que se encontra.
A maneira simples pela qual Clarêncio esflorava problemas tão complexos, induzia-nos a sublimados pensamentos, quanto à magnitude das Leis Universais.
Ali, diante de um caso comum de reencarnação, auxiliado apenas pelas nossas preces no culto à fraternidade, obtínhamos vastas elucidações sobre o plano geral da existência.” Cap.29

“Hilário que, tanto quanto eu, se mostrava interessado em aproveitar a lição, fixando o quadro sob nossos olhos, pediu uma explicação tão simples quanto possível acerca da comunhão fisiopsíquica de Zulmira e Júlio naquele instante, ao que Clarêncio respondeu, após refletir alguns momentos:
— Imaginemos um pêssego amadurecido, lançado à cova escura, a fim de renascer. Decomposto em sua estrutura, restituirá aos reservatórios da Natureza todos os elementos da polpa e dos demais envoltórios que lhe revestem os princípios vitais, reduzindo-se no imo do solo ao embrião minúsculo que se transformará, no espaço e no tempo, em novo pessegueiro.
O  ensinamento não podia ser mais lógico, mais preciso.
— Então, por isso — acrescentou Hilário, estudioso — é que as crianças desencarnadas reclamam período de tempo mais ou menos longo para demonstrarem crescimento mental, como ocorre na existência comum...
—  Isso acontece com a maioria — informou o Ministro —, de vez que há exceções na regra.
Em muitas circunstâncias, semelhante imposição não existe. Quando a mente já desenvolveu certas qualidades, aprimorando-se em mais altos degraus de sublimação espiritual, pode arrojar de si mesma os elementos indispensáveis à composição dos veículos de exteriorização de que necessite em planos que lhe sejam inferiores. Nesses casos, o Espírito já domina plenamente as leis de aglutinação da matéria, no campo de luta que nos é conhecido e, por esse motivo, governa o fenômeno da própria reencarnação sem subordinar-se a ele.” Cap. 29

MISSIONÁRIOS DA LUZ

- Segismundo, é incrível que desfaleça no momento culminante de suas atuais realizações. Restaure a sua fé, regenere a esperança, porque você não pode entrar na corrente material, à maneira dos nossos irmãos ignorantes e infelizes, que reclamam quase absoluto estado de inconsciência para penetrarem, de novo, o santuário maternal. Não deixe de cooperar com a sua confiança em nosso labor para o seu próprio beneficio. Dê trabalho à sua imaginação criadora. Mentalize os primórdios da condição fetal, formando em sua mente o modelo adequado. Você encontrará na maternidade nobre de Raquel os mais eficientes auxílios e receberá de nós outros a mais decidida colaboração; entretanto, lembre-se de que o seu trabalho individual será muito importante, no setor da adaptação e da recepção, para que triunfe na presente oportunidade. Não perca tempo em expectativas ansiosas, cheias de dores e apreensões. Levante o padrão de suas forças morais.”  (Cap 13)

“- Existem, então - perguntei sob forte interesse -, aqueles que reencarnam inconsciente do ato que realizam?
- Certamente - respondeu ele, solicito -, assim também como desencarna diariamente na Crosta milhares de pessoas sem a menor noção do ato que experimentam. Somente as almas educadas têm compreensão real da verdadeira situação que se lhes apresenta em frente da morte do corpo. Do mesmo modo, aqui. A maioria dos que retomam a existência corporal na esfera do Globo é magnetizada pelos benfeitores espirituais, que lhe organizam novas tarefas redentoras, e quantos recebem semelhantes auxilio são conduzidos ao templo maternal de carne como crianças adormecidas. O trabalho inicial, que a rigor Lhes compete na organização do feto, passa a ser executado pela mente materna e pelos amigos que os ajudam de nosso plano. São inúmeros os que regressam à Crosta nessas condições, reconduzidos por autoridades superiores de nossa esfera de ação, em vista das necessidades de certas almas encarnadas, de certos lares e determinados agrupamentos.” Cap 13

“- Por que motivo Segismundo sofre tanto? - indaguei de Alexandre, em tom discreto.
- Desde muito, e, particularmente, desde a semana passada, está em processo de ligação fluídica direta com os futuros pais. Herculano está encarregado de ajudá-lo nesse trabalho. À medida que se intensifica semelhante aproximação, ele vai perdendo os pontos de contacto com os veículos que consolidou em nossa esfera, através da assimilação dos elementos de nosso plano. Semelhante operação é necessária para que o organismo perispiritual possa retomar a plasticidade que lhe é característica e, no estágio em que ele se encontra, o serviço impõe-lhe sofrimentos.
A observação era muito nova para mim e continuei indagando:
- Mas o organismo perispirítico de Segismundo não é o mesmo que ele trouxe da Crosta, ao desencarnar pela última vez?
- Sim - concordou o orientador -, tem a mesma identidade essencial; todavia, com o curso do tempo, em vista de nova alimentação e novos hábitos em meio muito diverso, incorporou determinados elementos de nossos círculos de vida, dos quais é necessário se desfaça a fim de poder penetrar, com êxito, a corrente da vida carnal. Para isto, as lutas das ligações fluídicas primordiais com as emoções que lhes são conseqüentes desgastam-lhe as resistências dessa natureza, salientando-se que, nesta noite, faremos a parte restante do ser­viço, mobilizando, em seu auxilio, nossos recursos magnéticos.
- Oh! - disse eu - não teremos aqui um fato semelhante à morte física na Crosta? Alexandre sorriu e aquiesceu:
- Sem dúvida, desde que consideremos a morte do corpo carnal como simples abandono de envoltórios atômicos terrestres.” Cap. 13

Os Espíritos Construtores começaram o trabalho de magnetização do corpo perispirítico, no que eram amplamente secundados pelo esforço do abnegado orientador, que se mantinha dedicado e firme em todos os campos de serviço.
Sem que me possa fazer compreendido, de pronto, pelo leitor comum, devo dizer que «alguma coisa da forma de Segismundo estava sendo eliminada». Quase que imperceptivelmente, à medida que se intensificavam as operações magnéticas, tornava-se ele mais pálido. Seu olhar parecia penetrar outros domínios. Tornava-se vago, menos lúcido.
A certa altura, Alexandre falou-lhe com autoridade:
- Segismundo, ajude-nos! Mantenha clareza de propósitos e pensamento firme!
Tive a impressão de que o reencarnante se esforçava por obedecer.
- Agora - continuou o instrutor - sintonize conosco relativamente à forma pré-infantil. Mentalize sua volta ao refúgio maternal da carne terrestre! Lembre-se da organização fetal, faça-se pequenino! Imagine sua necessidade de tornar a ser criança para aprender a ser homem!
Compreendi que o interessado precisava oferecer o maior coeficiente de cooperação individual para o êxito amplo. Surpreendido, reconheci que, ao influxo magnético de Alexandre e dos Construtores Espirituais, a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida.
A operação não foi curta, nem simples. Identificava o esforço geral para que se efetuasse a redução necessária.
Segismundo parecia cada vez menos consciente. Não nos fixava com a mesma lucidez e suas respostas às nossas perguntas afetuosas não se revelavam completas.
Por fim, com grande assombro meu, verifiquei que a forma de nosso amigo assemelhava-se à de uma criança.” Cap. 13

- Quanto à estranheza de que se sente possuído, não vemos razão para tanto. A desencarnação normal na Terra obriga o corpo denso de carne a não menores modificações. A enfermidade mortal, para o homem terreno, não deixa, em certo sentido, de ser prolongada operação redutiva, libertando por fim a alma, desembaraçando-a dos laços fisiológicos. Há pessoas que, depois de algumas semanas de leito, se tornam francamente irreconhecíveis. E devemos considerar que o aparelho físico permanece muito distante da plasticidade do corpo perispiritual, profundamente sensível a influenciação magnética.
A explicação não podia ser mais lógica.
- O que vimos, porém, com Segismundo perguntei - é regra geral para todos os casos? - De modo algum respondeu o instrutor, atencioso -, os processos de reencarnação, tanto quanto os da morte física, diferem ao infinito, não existindo, segundo cremos, dois absolutamente iguais. As facilidades e obstáculos estão subordinados a fatores numerosos, muitas vezes relativos ao estado consciencial dos próprios interessados no regresso à Crosta ou na libertação dos veículos carnais. Há companheiros de grande elevação que, ao voltarem à esfera mais densa em apostolado de serviço e iluminação, quase dispensam o nosso concurso. Outros irmãos nossos, contudo, procedentes de zonas inferiores, necessitam de cooperação muito mais complexa que a exercida no caso de Segismundo.
- Não deveriam renascer, porém - interroguei, curioso -, tão somente aqueles que se revelassem preparados?
- Não podemos esquecer, no entanto - refutou meu esclarecido interlocutor -, que a reencarnação é o curso repetido de lições necessárias. A esfera da Crosta é uma escola divina. E o amor, por intermédio das atividades «intercessórias», reconduz diariamente ao banco escolar da carne milhões de aprendizes.
O orientador amigo calou-se por alguns instantes, e prosseguiu:
- A reencarnação de Segismundo obedece às diretrizes mais comuns. Traduz expressão simbólica da maioria dos fatos dessa natureza, porqüanto o nosso irmão pertence à enorme classe média dos Espíritos que habitam a Crosta, nem altamente bons, nem conscientemente maus. Acresce notar, todavia, que à volta de certas entidades das regiões mais baixas ocasiona laboriosos e pacientes esforços dos trabalhadores de nosso plano. Semelhantes seres obrigam-nos a processos de serviço que você gastará ainda muito tempo para compreender.” Cap. 13

“- O auxílio que vemos atingirá, porventura, a todos? Aqui nos encontramos num lar em bases retas, segundo sua própria afirmação. Mas... Se nos achássemos numa casa típica de deboche carnal? E se fôssemos aqui defrontados por paixões criminosas e desvarios desequilibrantes?
O instrutor meditou gravemente e redargüiu: - André, o diamante perdido no lodo, por algum tempo, não deixa de ser diamante. Assim, também, a paternidade e a maternidade, em si mesmas, são sempre divinas. Em todo lugar desenvolve-se o auxilio da esfera superior, desde que se encontre em jogo o trabalho da Vontade de Deus. Entretanto, devemos considerar que, em tais circunstâncias, as atividades de auxilio são verdadeiramente sacrificiais. As vibrações contraditórias e subversivas das paixões desvairadas da alma em desequilíbrio comprometem os nossos melhores esforços, e, muitas vezes, nessas paisagens de irresponsabilidade e viciação, para ajudar, em obediência ao nosso ministério, devemos, antes de tudo, lutar contra entidades monstruosas, dominadoras dos círculos de vida dos homens e das mulheres que, imprevidentemente, escolhe o perigoso caminho da perturbação emocional, onde tais entidades ignorantes e desequilibradas transitam. Nesses casos, nem sempre a nossa colaboração pode ser perfeita, porqüanto são os próprios pais que, menosprezando a grandeza do mandato que lhes foi confiado, abrem as portas de suas potências sagradas aos impiedosos monstros da sombra que lhes perseguem os filhos nascituros. Certas almas heróicas escolhem semelhante entrada na existência carnal, a fim de se fortalecerem nas resistências supremas contra o mal, desde os primeiros dias de serviço uterino. Entretanto, devemos considerar que é preciso ser suficientemente forte na fé e na coragem para não sucumbir. Nos renascimentos dessa espécie, o maior número de criaturas, porém, cumpre o programa salutar das provações retificadoras. Muitas fracassam; todavia, há sempre grande quantidade das que retiram os melhores lucros espirituais no setor da experiência para a vida eterna.
Alexandre comentara o assunto com imponente beleza. Começava eu a compreender a procedência de certos fenômenos teratológicos e de determinadas moléstias congênitas que, no mundo, confrangem o coração. As asserções do momento levavam-me a novo e fascinante estudo - a questão das provas retificadoras e necessárias.” Cap. 13

“Somente aos sete anos iniciais de existência humana estaria terminado o serviço de reencarnação?
Como sempre acontecia, o nobre mentor ou viu-me, complacente, sorriu qual pai carinhoso, e respondeu, solicito:
- Você não ignora que o corpo humano tem as suas atividades propriamente vegetativas, mas talvez ainda não saiba que o corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. Na organização fetal, o patrimônio sanguíneo é uma dádiva do organismo materno. Logo após o renascimento, inicia-se o período de assimilação diferente das energias orgânicas, em que o «eu» reencarnado ensaia a consolidação de suas novas experiências e, somente aos sete anos de vida comum, começa a presidir, por si mesmo, ao processo de formação do sangue, elemento básico de equilíbrio ao corpo perispirítico ou forma preexistente, no novo serviço iniciado. O sangue, portanto, é como se fora o fluido divino que nos fixa as atividades no campo material e em seu fluxo e refluxo incessante, na organização fisiológica, nos fornece o símbolo do eterno movimento das forças sublimes da Criação Infinita. Quando a sua circulação deixa de ser livre, surge o desequilíbrio ou enfermidade e, se surgem obstáculos que impedem o seu movimento, de maneira absoluta, então sobrevém a extinção do tônus vital, no campo físico, ao qual se segue a morte com a retirada imediata da alma.” Cap.13

“Foi então, ó divino mistério da Criação Infinita de Deus, que a vi apertar a «forma infantil» de Segismundo de encontro ao coração, mas tão fortemente, tão amorosamente, que me pareceu uma sacerdotisa do Poder da Divindade Suprema. Segismundo ligara-se a ela como a flor se une à haste. Então compreendi que, desde aquele momento, era alma de sua alma aquele que seria carne de sua carne.” Cap. 13

“Em seguida Alexandre ajustou a forma reduzida de Segismundo, que se interpenetrava com o organismo perispirítico de Raquel, sobre aquele microscópico globo de luz, impregnado de vida, e observei que essa vida latente começou a movimentar-se. Havia decorrido precisamente um quarto de hora, a contar do instante em que o elemento ativo ganhara o núcleo do óvulo passivo.
Depois de prolongada aplicação magnética, que era secundada pelo esforço dos Espíritos Construtores, Alexandre aproximou-se de mim e falou:
- Está terminada a operação inicial de ligação. Que Deus nos proteja.” Cap. 13

Reconheci que o serviço de segmentação celular e ajustamento dos corpúsculos divididos ao molde do corpo perispirítico, em redução, era francamente mecânico, obedecendo a disposições naturais do campo orgânico, mas toda a entidade microscópica do desenvolvimento da estrutura celular recebia o toque magnético das generosas entidades em serviço, dando-me a idéia de que toda a célula-filha era convenientemente preparada para sustentar a tarefa da iniciação do aparelho futuro.” Cap. 14

- Passividade não significa ausência de cooperação. Quando Raquel aceitou a tarefa maternal, fê-lo com decisão e obediência construtiva: Ela recebeu Segismundo em seu organismo perispiritual, e, mobilizando os poderes naturais de sua mente, situou-lhe o molde vivo na esfera uterina, com a mesma espontaneidade de outros processos orgânicos, superintendidos pela atividade mecânica subconsciente, cujo automatismo traduz a conquista de experiências multimilenárias da alma reencarnada. Para os círculos da mulher é tão fácil a ambientação das forças criativas, como é natural para o homem a manutenção da atitude patriarcal e protetora, enquanto perdura a existência dos laços paternais.” Cap. 14

- Depois do vigésimo primeiro dia, porém, quando o embrião atingir a configuração básica, nossos amigos podem ser visitados a qualquer hora, salientando-se que, a esse tempo, ambos, mãe e filho, conseguirão ausentar-se do corpo com facilidade. Por enquanto, nosso amigo Segismundo não pode afastar-se e a nossa irmã Raquel, ainda mesmo em estado de sono físico, é obrigada a permanecer junto de nós, a pequena distância.” Cap. 14

“Notei que Segismundo fora igualmente aliviado. Os fios tenuíssimos que ligam os encarnados ao aparelho físico, quando em estado de temporária libertação, prendiam-no também à organização fetal. À medida que Raquel se afastava, também ele podia afastar-se, não lhe sendo, porém, possível abandonar a companhia maternal. Raquel asilava-o nos braços carinhosos, enquanto sorria, ali conosco, fora do campo material mais denso.” Cap. 14



 A CRISE DA MORTE - Ernesto_Bozzano - FEB – 1926

   Os Espíritos declaram, ao demais, que uma espécie de “segunda morte” se verifica nas esferas espirituais, precisamente como se morre no mundo dos vivos, isto é, quando um Espírito tem chegado à maturidade espiritual, adormece e desaparece de seu meio, sem que os outros saibam o que foi feito dele. São, pois, levados, como nós, a fazer, sobre esse ponto, induções muito diferentes. Eis em que termos fala a respeito o Espírito Jorge Dawson, no livro da Sra. Dawson Scott, From Four who are Dead (página 126):
•     “Nossa existência na mesma esfera espiritual pode prolongar-se por muito tempo. Todavia, meu pai e minha mãe já deixaram o meio onde me encontro e penso que não tardarei a segui-los. Suponho que eles partiram porque a evolução espiritual de ambos atingira o grau máximo conciliável com a existência em nossa esfera.
        Sra. Dawson Scott – Ignoras para onde eles foram?
•     O Espírito – Imagino que a razão por que se nos tornaram invisíveis é terem seus corpos_espirituais atingido o grau máximo de purificação, conciliável com as condições da nossa esfera de existência. Em outros termos: imagino que o fato é devido às minhas condições, que ainda não chegaram ao necessário grau de purificação.
        Sra. Dawson Scott – Qual será a finalidade dessa longa e lenta evolução?
•     O Espírito – Uns pensam a este respeito de uma maneira, outros pensam diferentemente. Por mim, renuncio a essas especulações e vivo ditoso por entre as alegrias da hora presente.” (págs. 126-127).


E2M cap 12
MONOIDEÍSMO E REENCARNAÇÃO — Ressurgir na própria taba e renascer na carne, cujas exalações lhe magnetizam a alma, constituem aspiração incessante do selvagem desencarnado.
Estabelece-se nele o monoideísmo pelo qual os outros desejos se lhe esmaecem no íntimo.
Pela oclusão de estímulos outros, os órgãos do corpo espiritual se retraem ou se atrofiam, por ausência de função, e se voltam, instintivamente, para a sede do governo mental, onde se localizam, ocultos e definhados, no fulcro dos pensamentos em circuito fechado sobre si mesmos, quais implementos potenciais do germe vivo entre as paredes do ovo.
Em tais circunstâncias, se o monoideísmo é somente reversível através da reencarnação, a criatura humana desencarnada, mantida a justa distância, lembra as bactérias que se transformam em esporos quando as condições de meio se lhes apre­sentam inadequadas, tornando-se imóveis e resistindo admiravelmente ao frio e ao calor, durante anos, para regressarem ao ciclo de evolução que lhes é peculiar, tão logo se identifiquem, de novo, em ambiente propício.
Sentindo-se em clima adverso ao seu modo de ser, o homem primitivo, desenfaixado do envoltório físico, recusa-se ao movimento na esfera extrafísica, submergindo-se lentamente, na atrofia das células que lhe tecem o corpo espiritual, por mo­noideísnw auto-hipnotizante, provocado pelo pensamento fixo-depressivo que lhe define o anseio de retorno ao abrigo fisiológico.
Nesse período, afirmamos habitualmente que o desencarnado perdeu o seu corpo espiritual, transubstanciando-se num corpo ovóide, o que ocorre, aliás, a inúmeros desencarnados outros, em situação de desequilíbrio, cabendo-nos notar que essa forma, segundo a nossa maneira atual de percepção, expressa o corpo mental da individualidade, a encerrar consigo, conforme os princípios ontogenéticos da Criação Divina, todos os órgãos virtuais de exteriorização da alma, nos círculos terrestres e espirituais, assim como o ovo, aparentemente simples, guarda hoje a ave poderosa de amanhã, ou como a semente minúscula, que conserva nos tecidos embrionários a árvore vigorosa em que se transformará no porvir.
FORMA CARNAL — Todavia, assim como o germe para desenvolver-se no ovo precisa aquecer-se ao calor da ave que o acolha maternalmente ou do ambiente térmico apropriado, no recinto da chocadeira, e assim como a semente, para liberar os princípios germinativos do vegetal gigantesco em que se converterá, não prescinde do berço tépido no solo, os Espíritos desencarnados, sequiosos de reintegração no mundo físico, necessitam do vaso genésico da mulher que com eles se harmoniza, nas linhas da afinidade e, conseqüentemente, da herança, vaso esse a que se aglutinam, mecanicamente, e onde, conforme as leis da reencarnação operam em alguns dias todas as ocorrências de sua evolução nos reinos inferiores da Natureza.
Assimilando recursos orgânicos com o auxílio da célula feminina, fecundada e fundamentalmente marcada pelo gene paterno, a mente elabora, por si mesma, novo veículo fisiopsicossomátíco, atraindo para os seus moldes ocultos as células físicas a se reproduzirem por cariocinese, de conformidade com a Orientação que lhes é imposta, isto é, refletindo as condições em que ela, a mente desencarnada, se encontra.
Plasma-se-lhe, desse modo, com a nova forma carnal, novo veículo ao Espírito, que se refaz ou se reconstitui em formação recente, entretecido de células sutis, veículo este que evoluirá igualmente depois do berço e que persistirá depois do túmulo.”


Divaldo P. Franco/ Manoel P. De Miranda - Trilhas da Libertação, Cap. “Ocorrência Grave”, págs. 198 à 203

“Nesse ponto, Vicente convidou Miranda a visitar, com ele, a médium Raulinda, em cujo quarto eles depararam com uma cena inesperada. Tomada de compulsivo pranto, a jovem apresentava-se agitada e envolta em densas vibrações de sensualidade, enquanto seu adversário desencarnado agredia-a com inusitada violência, blasfemando e acusando-a...” O irmão Vicente esclareceu que “Raulinda se debatia no conflito em torno da sua problemática de saúde, buscando entender-lhe a gênese. Tratando-se com um esculápio de formação moral vulgar, este incutiu-lhe na mente que sua enfermidade possuía raízes histéricas e que somente através do relacionamento sexual poderia ser solucionada. Acostumado à sedução, e percebendo a insegurança e a inquietação da cliente, vinha encaminhando todas as conversações nesse sentido, candidatando-se ele próprio à solução. Casado e pai de família, mas leviano e inescrupuloso, hipnotizou-a com a orientação, e naquele dia mesmo, em pleno consultório, consumara a terapia aviltante. Passado, porém, o momento do enlevo e da sedução, Raulinda tomou consciência da invigilância e, embora tardiamente,  arrependeu-se.

“Como o caro Miranda se recorda -- explicou Vicente --, temos tentado auxiliá-la com esforço e intensidade de amor em várias oportunidades. O matrimônio estava na pauta da sua reencarnação, a fim de que o adversário desencarnado lhe voltasse aos braços na condição de filho, para que o amor santificado resgatasse a loucura do passado. Desatenta e apressada, resolveu aceitar as propostas infames do médico e, conforme o imperativo das Leis Soberanas, tornar-se-á mãe... Colhido pelo inesperado, e atraído pelo fenômeno biológico da fecundação, o seu inimigo percebe que se encontra imanado ao ovo, em razão de haver-se vinculado ao gameta masculino mediante o processo automático do renascimento. Essa a razão do seu desespero e agressividade ora exacerbados. Tombou nas malhas magnéticas da própria armadilha. O que aconteceria por amor, a imprevidência produziu pela violência.”
(…)
Observando atentamente o adversário espiritual da jovem médium, Miranda percebeu que o Espírito, sentindo-se aprisionado pelo zigoto, que dava continuidade ao fenômeno da mitose celular, esbravejava, tentando, mentalmente, romper o vínculo magnético entre ele o futuro corpo somático, para produzir a anulação da vida física... Impossibilitado, começou a agir psiquicamente no comportamento da paciente, aumentando-lhe o arrependimento, exprobrando-lhe a conduta, induzindo-a ao suicídio como solução para a desonra a que se entregara. Interferindo nas tardias reflexões da moça, ampliava-lhe o pavor a respeito do futuro e das dificuldades no lar que desrespeitara, desconsiderando a confiança dos pais. Desse modo, ameaçando-a, atemorizava-a ainda mais ao dizer-lhe: “Serei teu filho, sem o desejar. Cobrarei, nos teus braços, o que me deves...”
Como se irrompesse um vulcão, Raulinda, ouvindo-o e desarvorando-se, ia precipitar-se porta a fora, a gritar, quando Vicente começou a libertá-la das energias perniciosas que a envolviam, após o que lhe aplicou reforço magnético de calma e confiança, levando-a a um torpor benéfico. Passou então, de imediato, a interferir no processo da reencarnação do aturdido Espírito, que não se dava conta daqueles sucessos e experimentava os primeiros choques, resultantes da imantação ao ovo.

“(…) cuidamos (o mentor Vicente) de mais imantá-lo ao futuro corpo, evitando a interrupção da gestação em começo”. Vicente ponderou que poderia parecer que o fracasso da reencarnação do obsessor fosse a melhor solução para Raulinda; contudo, se isso acontecesse, permaneceria a pugna obsessiva com menor possibilidade de futuro-próximo renascimento, em razão do repúdio que cresceria nela com relação a novas experiências sexuais. Cumpria-lhes, assim, tão-somente confiar em Deus e acompanhar pacientemente os acontecimentos, procurando auxiliar com bondade.


Contexto:
Raulinda – médium da Casa Espírita, foco do livro, assistida pelos Mentores dessa Casa Espírita. Trazia problemas psíquicos relativos à afetividade e sexualidade, ampliados pelo ação constante de obsessor.

Vicente – mentor da Casa Espírita, que junto com Manoel P. De Miranda, acompanham e auxiliam o drama de Raulinda.


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