segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Casamento e Divórcio

Casa Espírita Missionários da Luz - ESDE1 - 13/09/2011

Tema: Casamento e Divórcio

Objetivos:
a) Identificar a importância da responsabilidade na área dos envolvimentos afetivos
b) Citar a necessidade da maturidade psicológica, da disciplina e do respeito ao próximo no campo das uniões afetivas
c) Identificar no casamento um sinal de progresso

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, pergs: 291, 695, 696, 697, 774 e 775; “Uniões Antipáticas” – Perguntas 939 a 940
O Evang.Segundo o Espiritismo, Cap. XVII item 7 “O Dever”, Cap. XXII itens 3 e 5
Desafios da Educação – Camilo/Raul Teixeira, Parte 3 'A Honra de Procriar”, pergs. 28, 29, 33
Desafios da Vida Familiar – Camilo/Raul Teixeira, “Formação dos Casais”, pergs. 15 à 25, “O Casamento na Terra”;
Vida e Sexo, Emmanuel/Chico Xavier, “Energia Sexual”, “Compromisso Afetivo” e “Casamento”.
Vereda Familiar, Thereza de Brito/Raul Teixeira, Cap. 6 e 7.
Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier, Cap. 13


1. Leitura Inicial: Na Era do Espírito - Cap. 11, “Casar-se” - Emmanuel/Chico Xavier

2. Comentários da página de Emmanuel e prece inicial.

3. Leitura e comentários das perg's de o Livro dos Espíritos:

695. Será contrário à lei da Natureza o casamento, isto é, a união permanente de dois seres?
É um progresso na marcha da Humanidade.”

696. Que efeito teria sobre a sociedade humana a abolição do casamento?
Seria uma regressão à vida dos animais.”

O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos. O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se observa entre todos os povos, se bem que em condições diversas. A abolição do casamento seria, pois, regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes.

697. Está na lei da Natureza, ou somente na lei humana, a indissolubilidade absoluta do casamento?
É uma lei humana muito contrária à da Natureza. Mas os homens podem modificar suas leis; só as da Natureza são imutáveis.”


774. Há pessoas que, do fato de os animais ao cabo de certo tempo abandonarem suas crias, deduzem não serem os laços de família, entre os homens, mais do que resultado dos costumes sociais e não efeito de uma lei da Natureza. Que devemos pensar a esse respeito?
Diverso do dos animais é o destino do homem. Por que, então, quererem identificá-lo com estes? Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.” (205)

775. Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?
Uma recrudescência do egoísmo.”

Objetivos do Casamento – transformação dos laços consanguíneos em laços espirituais.

Pq a abolição do casamento seria uma regressão à vida dos animais? (Perg. 696)
  • seria a ação puramente por instinto, deixando de lado a superioridade da razão que já adquirimos.
  • Os laços sociais e familiares são necessários ao progresso.
291. Além da simpatia geral, oriunda da semelhança que entre eles exista, votam-se os Espíritos recíprocas afeições particulares?
Do mesmo modo que os homens, sendo, porém, que mais forte é o laço que prende os Espíritos uns aos outros, quando carentes de corpo material, porque então esse laço não se acha exposto às vicissitudes das paixões.”

O que é o AMOR entre dois seres?

Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier, Cap. 13

... não devemos esquecer que o sexo, na existência humana, pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja o sexo. Por isso mesmo, os homens e as mulheres, cuja alma se vai libertando dos cativeiros da forma física, escapam, gradativamente, do império absoluto das sensações carnais. Para eles, a união sexual orgânica vai deixando de ser uma imposição, porque aprendem a trocar os valores divinos da alma, entre si, alimentando-se reciprocamente, através de permutas magnéticas, não menos valiosas para os setores da Criação Infinita, gerando realizações espirituais para a eternidade gloriosa, sem qualquer exigência dos atritos celulares. Para esse gênero de criaturas, a união reconfortadora e sublime não se acha circunscrita à emotividade de alguns minutos, mas constitui a integração de alma com alma, através da vida inteira, no campo da Espiritualidade Superior. Diante dos fenômenos da presença física, bastam-lhes, na maioria das vezes, o olhar, a palavra, o simples gesto de carinho e compreensão, para que recebam o magnetismo criador do coração amado, impregnando-se de força e estímulo para as mais difíceis edificações. (...)
  • Não há criação sem fecundação. As formas físicas descendem das uniões físicas. As construções espirituais procedem das uniões espirituais. A obra do Universo é filha de Deus. O sexo, portanto, como qualidade positiva ou passiva dos princípios e dos seres, é manifestação cósmica em todos os círculos evolutivos, até que venhamos a atingir o campo da Harmonia Perfeita, onde essas qualidades se equilibram no seio da Divindade. “


Voltando ao Livro dos Espíritos:

939. Uma vez que os Espíritos simpáticos são induzidos a unir-se, como é que, entre os encarnados, freqüentemente só de um lado há afeição e que o mais sincero amor se vê acolhido com indiferença e, até, com repulsão? Como é, além disso, que a mais viva afeição de dois seres pode mudar-se em antipatia e mesmo em ódio?
Não compreendes então que isso constitui uma punição, se bem que passageira? Depois, quantos não são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material! Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá--la. Tanto assim que, em muitas uniões, que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas, acabam os que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se conhecerem, por votar-se, reciprocamente, duradouro e terno amor, porque assente na estima! Cumpre não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade.
Duas espécies há de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com freqüência tomar-se uma pela outra. Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo. Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilusão se desfaça.”

940. Não constitui igualmente fonte de dissabores, tanto mais amargos quanto envenenam toda a existência, a falta de simpatia entre seres destinados a viver juntos?
Amaríssimos, com efeito. Essa, porém, é uma das infelicidades de que sois, as mais das vezes, a causa principal. Em primeiro lugar, o erro é das vossas leis. Julgas, porventura, que Deus te constranja a permanecer junto dos que te desagradam? Depois, nessas uniões, ordinariamente buscais a satisfação do orgulho e da ambição, mais do que a ventura de uma afeição mútua. Sofreis então as conseqüências dos vossos prejuízos.”

a) — Mas, nesse caso, não há quase sempre uma vítima inocente?
Há e para ela é uma dura expiação. Mas, a responsabilidade da sua desgraça recairá sobre os que lhe tiverem sido os causadores. Se a luz da verdade já lhe houver penetrado a alma, em sua fé no futuro haurirá consolação. Todavia, à medida que os preconceitos se enfraquecerem, as causas dessas desgraças íntimas também desaparecerão.”



5. Motivações para o Casamento ( Vereda Familiar Cap.6 - “A Respeito dos Esponsais” )

Quais os requisitos que deveriam ser atendidos para se chegar a um casamento “real e leal”?
==> Segundo Thereza de Brito, cap. 6 “A Respeito dos Esponsais” de Vereda Familiar, os requisitos seriam:
  • maturidade de intenções;
  • sentimento de bem-querer;
  • afinidade de corações;
  • diálogo prazeroso;
  • acompanhamento fraternal;
  • ternura espontânea;
  • conjugação dos ideais.

A solidão e o instinto carnal (energia sexual) são requisitos para o casamento?
==> Não! Quais seriam as soluções para essas situações?

Ainda temos a resposta em Thereza de Brito no mesmo capítulo:
A solidão e o instinto carnal não recomendam por si mesmos, a união esponsalícia, mas sim, pedem prestação de serviço ao semelhante, como medicação para o solitário, tanto quanto esforço educativo da libido desgovernada, a fim de que se torne fonte de vida, ao invés de paul de miasmas.
Todas as vezes em que a vinculação conjugal se alicerça sobre carências, advém a certeza de que será de curta duração o cometimento, ainda que permaneçam os parceiros sob o mesmo teto”.


5. Leitura da página de Emmanuel “Divórcio”, em Vida e Sexo

==> é válida a separação, o divórcio? Quando se aplicaria?

Ainda temos a resposta em Thereza de Brito no mesmo livro, capítulo 8 “Separações e Consciência”:

Sem hesitação, afirmamos que toda separação traumatiza o psiquismo de um ou de outro, ou dos dois, em admitindo que as pessoas não são feitas de mármore, frias, ainda que tentem passar essa imagem aos que as cercam ou se esforcem por não incomodar os afetos e amigos.”

E acrescenta:
  • não trocar um problema áspero, às vezes, por outro não menos rude;
  • ninguém é detentor de totalidade das virtudes;
  • tentar-se o diálogo esclarecedor;
  • o carinho límpido;
  • acompanhamento solidário;
  • oração honesta e profunda;
  • cooperação fluidoterápica;
  • procura de um profissional equilibrado e digno, que respeite a construção familiar, a fim de evitar a separação definitiva.
==> Se já houve a separação, como agir? Perante o(a) ex, perante novos relacionamentos.
Ainda temos a resposta em Thereza de Brito no mesmo livro, capítulo 8 “Separações e Consciência”:
  • fuja das aventuras fúteis supondo-se livre e desimpedido;
  • seja mais cuidadoso(a) nos novos relacionamentos;
  • não alimentes revoltas, não abasteça as labaredas do ódio, não mantenha indiferença para com os “ex”. Ore por eles, como, onde e com quem estejam.

A Honra de Procriar” - Camilo/Raul Teixeira – Diretrizes da Educação

Nenhuma função que tenha o espírito na Terra encarnado será mais bela ou mais pujante do que a função de co-criador com Deus.
O Criador depôs em cada um dos Seus Filhos essa chama, perenemente acesa, alimentada por essa energia cósmica que tudo penetra, que tudo inunda, que tudo faz vibrar, e que se convencionou chamar de Vida. (...)
No consórcio esponsalício, quando duas almas se unem sob a bênção do amor, essa sublime energia criadora que se movimenta em todo ser humano, chamada energia sexual, estabelece a nutrição hormono-psíquica do casal, ocasião em que se diz, simbolicamente, que os dois se tornam uma só carne, facultando que levem uma vida harmonizada, à semelhança de quem se vale de um copo d'água fresca quando tem sede.
Junto desses hormônios em atividade durante os relacionamentos do amor, seja na sua expressão genital ou nas trocas de ternuras, no envolvimento do carinho, desenvolvem-se outras formas de energia, decorrentes da energia mental, capazes de alimentar os centros energéticos – centros de força – do corpo espiritual, repercutindo sobre o corpo físico, fechando o circuito do amor conjugal. Nasce o impulso afetivo no espírito. (…)
Enquanto reencarnados na Terra, os espíritos, na sua quase totalidade, necessitam dessas experiências sob risco de enfermarem, psicologicamente, espiritualmente, quando não ofertem nem recebam esses nectares da Vida. (...)
Essas energias criadoras não são encontradas somente nos casais, mas, conforme já o assinalamos, está presente em todas as criaturas. Assim é que ela está no gesto enternecido entre almas que se amam, independente de relações conjugais, independente de contatos genitais. Está ativa no afeto dos amigos que se abraçam, que se tocam ou simplesmente se envolvem psiquicamente, sem qualquer contato corporal, produzindo o mesmo efeito.



Desafios da Vida Familiar – Camilo/Raul Teixeira


Perg. 16: Como podemos entender que duas pessoas se encontrem, se gostem e se unam, formando um casal para viver junto longamente?

Do mesmo modo que os vegetais se direcionam na busca do Sol e tem suas raízes que procuram diversos nutrientes no solo ou no subsolo, as almas também desejam se nutrir.
Esta procura de alimentação, de complementação que as almas efetuam dá-se o nome de psiquismo. O ser espiritual – essa psique em permanente atividade – anela encontrar em outro ser espiritual aquilo que lhe falta, de costume, à própria formação psicológica ou algo que se some ao que já lhe é comum.
Em realidade, não é comum que esse tipo de busca esteja ao nível do consciente. Quase sempre isso ocorre em nível inconsciente.
Quando alguém de depara com outro alguém que lhe dê resposta afetiva capaz de alimentar seus sentimentos, nutrir seus sonhos, contribuir com seus projetos de vida a dois, é comum se formalize o interesse de uma parte pela outra, ou o interesse recíproco, em condição favorável para a formação do par, do casal.

Perg. 17: Quando se diz que os casamentos vêm programados do Mundo Espiritual, o que isto significa?

Isso quer dizer que os Espíritos Benfeitores, responsáveis pelas reencarnações, após analisar e avaliar as “fichas” reencarnatórias dos seus tutelados, concluíram que em função das virtudes conquistadas e dos débitos com a vida, ser-lhes-á importante, necessário mesmo, encontrar e unir-se a alguém portador de tais qualidades e tais dificuldades. Indivíduos com as características visadas poderão ser encontrados em qualquer lugar da Terra, tendo em vista compor no planeta uma família universal com muitos pontos em comum, muitas similitudes.
Espíritos assim, tão semelhantes e tão dessemelhantes – aqui é proposital a aparente contradição – acharão, com certeza, aqueles com pouca ou ampla possibilidade de ajustamento psíquico.
É necessário que os parceiros experimentem um certo conforto psicológico, a fim de se aceitarem para a convivência mais íntima, com sérios propósitos.
Nisso consiste a força da programação. Não o determinismo absoluto, que não corresponderia à Suprema Inteligência do Criador.


Perg 19: Podem duas pessoas que jamais estiveram juntas em outras existências vir se encontrar na Terra e estabelecer uma relação conjugal?

Sim, e muitas vezes acontece. Pelo fato de ser a família terrestre muito parecida, costumam ocorrer encontros nos quais vige a lei das afinidades, do magnetismo pessoal. Duas criaturas que nunca tenham convivido podem sem dúvida, unir-se atualmente, por serem almas afins. A afinidade psíquica é responsável tanto pelas expressões de simpatia quanto da antipatia, no caso da não afinidade.



Perg.21: Por que temos de buscar alguém que nos complemente o psiquismo? E a nossa individualidade?

A Divindade estabeleceu para a vida na Terra o regime da interdependência. Para que o egoísmo não alcance níveis mais alarmantes, quis o Criador que, embora individuais, inteiros, tivéssemos necessidade da relação uns com os outros.
Em termos orgânicos, quando encarnados, temos necessidade do alimento material. Para isso estão ao dispor de cada ser humano os alimentos dos reinos vegetal, mineral e animal, para reabastecer o edifício somático.
Entanto, os indivíduos carecem de outras energias, a energia que nos chega doas astros, da natureza em torno, principalmente de outras almas. Não é à toa que somos animais sociais – como afirmou Platão – pois sentimos falta do contato dos outros, dos fluidos dos demais irmãos, como se fossem combustível para a vida. Aliás, é a ausência dos fluidos de outra pessoa em nós que nos impõe um sentimento que chamamos saudade. Sentimos a presença ou a ausência dos fluidos característicos tanto de pessoas quanto de lugares. Saudade, então, representa um processo de “desnutrição” psíquica que pode fazer adoecer, psicológica e fisicamente, ou mesmo matar biologicamente. Morre-se de saudade como se morre de inanição no mundo. (...)
Daí, as pessoas amadas, sejam amigas, sejam esposos, filhos, pais, irmãos, deixam-nos carentes dos seus fluidos quando estão longe de nós, fisicamente. Passamos a sentir esvaecimento, surge a necessidade de complementação. O recebimento de uma carta, uma chamada telefônica, um encontro, mesmo que rápido, apaziguam a angustiosa sensação. Então, verificamos que há uma relação biopsíquica entre as pessoas vinculadas por afetividade.


Diretrizes da Educação – Camilo/Raul Teixeira

Perg. 29: Qual a função dos períodos de namoro, noivado e casamento?

Encarando esses períodos como exigências sociais, que obedecem à necessidade que os indivíduos apresentam de estabelecerem um contato mínimo, antes do matrimônio propriamente dito, vê-mo-las como propiciadores desses contatos, desses entrosamentos, partindo do conhecimento mais periférico, que envolve modos, beleza plástica, falas, etc., passando por um estágio em que já se vivencia uma intimidade maior no campo das ideias, da firmeza e fragilidade da outra pessoa, filosofia de vida, temperamento, ocasião em que se deverão pôr as cartas na mesa, no sentido de se definirem posturas para o casamento, condutas perante a questão profissional da mulher, quanto ao trabalho fora de casa, à criação dos filhos, ao ajustamento religioso dos filhos em razão de possíveis diferenças do casal, etc. O casamento, contudo, é que vai coroando esse conhecimento, ao longo do tempo, impondo muitas vezes mudanças de opiniões, de idéias ou de condutas que se tinha com relação à outra parte, amadurecendo o bem-querer ou confirmando os desencontros. Daí, então, vemos o casamento como o crisol onde vão-se burilando os seres que se dispuseram servir à Grande Vida, por meio de sua sinceridade e abnegação nos passos da vida, crescendo, pouco a pouco, para o cumprimento dos seus relevantes misteres na Terra.

    D I V Ó R C I O
O divórcio é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, está separado. Não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens hão feito e só é aplicável nos casos em que não levou em conta a lei divina.” Do item 5, do Cap. XXII, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser facilitado entre as criaturas. É aí, nos laços matrimoniais definidos nas leis do mundo, que se operam burilamentos e reconciliações endereçados à precisa sublimação da alma.
O casamento será sempre um instituto benemérito, acolhendo, no limiar, em flores de alegria e esperança, aqueles que a vida aguarda para o trabalho do seu próprio aperfeiçoamento e perpetuação. Com ele, o progresso ganha novos horizontes e a lei do renascimento atinge os fins para os quais se encaminha. Ocorre, entretanto, que a Sabedoria Divina jamais institui princípios de violência, e o Espírito, conquanto em muitas situações agrave os próprios débitos, dispõe da faculdade de interromper, recusar, modificar, discutir ou adiar, transitoriamente, o desempenho dos compromissos que abraça.
Em muitos lances da experiência, é a própria individualidade, na vida do Espírito, antes da reencarnação, que assinala a si mesma o casamento difícil que faceará na estância física, chamando a si o parceiro ou a parceira de existências pretéritas para os ajustes que lhe pacificarão a consciência, à vista de erros perpetrados em outras épocas.
Reconduzida, porém, à ribalta terrestre e assumida a união esponsalícia que atraiu a si mesma, ei-la desencorajada à face dos empeços que lhe desdobram à frente. Por vezes, o companheiro ou a companheira voltam ao exercício da crueldade de outro tempo, seja através de menosprezo, desrespeito, violência ou deslealdade, e o cônjuge prejudicado nem sempre encontra recursos em si para se sobrepor aos processos de dilapidação moral de que é vítima.
Compelidos, muita vez, às últimas fronteiras da resistência, é natural que o esposo ou a esposa, relegado a sofrimento indébito, se valha do divórcio por medida extrema contra o suicídio, o homicídio ou calamidades outras que lhes complicariam ainda mais o destino. Nesses lances da experiência, surge a separação à maneira de bênção necessária e o cônjuge prejudicado encontra no tribunal da própria consciência o apoio moral da auto-aprovação para renovar o caminho que lhe diga respeito, acolhendo ou não nova companhia para a jornada humana. Óbvio que não nos é lícito estimular o divórcio em tempo algum, competindo-nos tão-somente, nesse sentido, reconfortar e reanimar os irmãos em lide, nos casamentos de provação, a fim de que se sobreponham às próprias suscetibilidades e aflições, vencendo as duras etapas de regeneração ou expiação que rogaram antes do renascimento no Plano Físico, em auxílio a si mesmos; ainda assim, é justo reconhecer que a escravidão não vem de Deus e ninguém possui o direito de torturar ninguém, à face das leis eternas.
O divórcio, pois, baseado em razões justas, é providência humana e claramente compreensível nos processos de evolução pacífica.
Efetivamente, ensinou Jesus: “não separeis o que Deus ajuntou”, e não nos cabe interferir na vida de cônjuge algum, no intuito de arredá-lo da obrigação a que se confiou. Ocorre, porém, que se não nos cabe separar aqueles que as Leis de Deus reuniu para determinados fins, são eles mesmos, os amigos que se enlaçaram pelos vínculos do casamento, que desejam a separação entre si, tocando-nos unicamente a obrigação de respeitar-lhes a livre escolha sem ferir-lhes a decisão.
Emmanuel
Livro: Vida e Sexo, Cap. 8, pg 37. Psicografia: Francisco Cândido Xavier

CASAR - SE
Não basta casar-se. Imperioso saber para quê.

Dirás provavelmente que a resposta é óbvia, que as criaturas abraçam o matrimônio por amor.

O amor, porém, reclama cultivo. E a felicidade na comunhão afetiva não é prato feito e sim construção do dia-a-dia.

As leis humanas casam as pessoas para que as pessoas se unam segundo as Leis Divinas.
- * -
Se desposaste alguém que te constituía o mais belo dos sonhos e se encontras nesse alguém o fracasso do ideal que acalentaste, é chegado o tempo de trabalhares mais intensivamente na edificação dos planos que ideaste de início.
- * -
Ergueste o lar por amor e tão-só pelo amor conseguirás conservá-lo.
Não será exigindo tiranicamente isso ou aquilo de quem te compartilha o teto e a existência que te desincumbirás dos compromissos a que te empenhaste.
- * -
Unicamente doando a ti mesmo em apoio da esposa ou do esposo é que assegurarás a estabilidade da união em que investiste os melhores sentimentos.
Se sabes que a tolerância e a bondade resolvem os problemas em pauta, a ti cabe o primeiro passo a fim de patenteá-las na vivência comum, garantindo a harmonia doméstica.
- * -
Inegavelmente não se te nega o direito de adiar realizações ou dilatar o prazo destinado ao resgate de certos débitos, de vez que ninguém pode aceitar a criminalidade em nome do amor. Entretanto, nos dias difíceis do lar recorda que o divórcio é justo, mas na condição de medida articulada em última instância. E nem te esqueças de que casar-se é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges na vida permutada, de coração para coração, na qual o casamento se lança sempre para Mais Alto, em plenitude de amor eterno.

Espírito : Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier - Livro : Na Era do Espírito - Cap. 11


Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier, Cap. 13

... não devemos esquecer que o sexo, na existência humana, pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja o sexo. Por isso mesmo, os homens e as mulheres, cuja alma se vai libertando dos cativeiros da forma física, escapam, gradativamente, do império absoluto das sensações carnais. Para eles, a união sexual orgânica vai deixando de ser uma imposição, porque aprendem a trocar os valores divinos da alma, entre si, alimentando-se reciprocamente, através de permutas magnéticas, não menos valiosas para os setores da Criação Infinita, gerando realizações espirituais para a eternidade gloriosa, sem qualquer exigência dos atritos celulares. Para esse gênero de criaturas, a união reconfortadora e sublime não se acha circunscrita à emotividade de alguns minutos, mas constitui a integração de alma com alma, através da vida inteira, no campo da Espiritualidade Superior. Diante dos fenômenos da presença física, bastam-lhes, na maioria das vezes, o olhar, a palavra, o simples gesto de carinho e compreensão, para que recebam o magnetismo criador do coração amado, impregnando-se de força e estímulo para as mais difíceis edificações. (...)

  • Não há criação sem fecundação. As formas físicas descendem das uniões físicas. As construções espirituais procedem das uniões espirituais. A obra do Universo é filha de Deus. O sexo, portanto, como qualidade positiva ou passiva dos princípios e dos seres, é manifestação cósmica em todos os círculos evolutivos, até que venhamos a atingir o campo da Harmonia Perfeita, onde essas qualidades se equilibram no seio da Divindade. “

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