Casa
Espírita Missionários da Luz - ESDE1 - 06/11/2012
Tema:
Lei de Sociedade – Laços de Família
Objetivos:
- Reconhecer que os laços afetivos familiares não se iniciam no nascimento e não se interrompem com a morte;
- Diferenciar laços familiares corporais e espirituais;
- Perceber como a DE nos auxilia no entendimento dos conflitos familiares.
Bibliografia:
O
Livro dos Espíritos, pergs: 203
à 217, 773 à 775;
O
Evang.Segundo o Espiritismo, Cap. XIV itens 5 à 9;
Vida
e Sexo, Emmanuel, Cap 18, Pais e Filhos;
Desafios
da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, Parte I.
Desenvolvimento:
1.
Leitura Inicial: Desafios da Vida
Familiar, Camilo/Raul Teixeira, Alevantamento
Familiar.
Comentários
da leitura feita e prece inicial.
2.
Leitura e comentários das perg's 204 à
205, 207a e 208, de O
Livro dos Espíritos
204.
Uma vez que temos tido muitas existências, a nossa parentela
vai além da que a existência atual nos criou?
205.
A algumas pessoas a doutrina da reencarnação se afigura
destruidora dos laços de família, com o fazê-los anteriores à
existência atual.
207a)
— Donde se originam as parecenças morais que costuma haver
entre pais e filhos?
208.
Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais sobre o
filho depois do nascimento deste?
3.
Leitura do O Evang.Segundo o
Espiritismo, Cap. XIV item
8, exceto o ùltimo parágrafo, e comentários.
4.
Ler as perguntas 11 e 12 de Desafios
da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, Parte I.
11.
Observando-se a importância da formação
e manutenção do grupo familiar no mundo, o que dizer sobre essas
famílias em que falta um dos membros líderes, ou os dois
(considerando-se aqui as figuras de pai e de mãe), e que acabam por
ficar sob outras mãos, consanguíneas ou não, para serem mantidas e
orientadas?
12.
Como é vista a adoção de crianças, para a construção de uma
família, por parte de homossexuais masculinos ou femininos?
5.
Leitura e comentários da página de
Emmanuel em Vida e Sexo, "Pais e Filhos" (levar cópias).
6.
Prece final.
Alevantamento
Familiar
Em
O Livro dos Espíritos, o grandioso Codificador, Allan Kardec, teve
ensejo de indagar dos sábios Imortais sobre Qual
seria, para a sociedade o resultado do relaxamento dos laços de
família? durante os seus estudos sobre
a Lei de Sociedade na Parte 3ª, Cap.VII.
A resposta
recebida do Invisível foi taxativa: Uma recrudescência do
egoísmo.
Fica bastante
nítida, assim, a certeza de que a formação familiar tem por
escopo, entre outros itens, o trabalho de fazer diminuir a carga
egoística que se desenvolveu ao longo dos milênios na alma humana.
Dá para
inferir disso que fora do conjunto da família é mais fácil a
pessoa permitir-se empolgar pelo gênio ególatra. Todas as
referências se dirigem a ela; todas as preocupações enfocam-lhe a
individualidade. Haverá sempre maior disposição para pensar em si,
e somente em si, toda vez que nenhuma necessidade houver de pensar
nos outros. E, como pensar em outros distantes dos vínculos da
consanguinidade é mais improvável, a atração que os laços de
sangue impõem tem força capaz de promover a solidariedade, de
incentivar o bem-querer, de instaurar, pouco a pouco, as bases
fulgentes do amor.
Ressalvados
os casos de horrendos comprometimentos, onde a fervura de
malquerenças e de ódios não dá margem a grandes conquistas na
esfera da afetividade, os relacionamentos das famílias comuns têm
tudo para propiciar maior aproximação, maior interesse, melhor
envolvimento entre os seus membros.
Os laços que
unem o par que se encontra nas aléias da existência, em nome do
interesse afetivo que se instala, vão permitindo que um passe a
pensar no outro, a preocupar-se com o outro e agilizar providências
para auxiliar o outro, chegando mesmo a envolver-se em lutas e
sacrifícios por causa do outro.
Eis o egoísmo
sofrendo debacle, na rota de sua eliminação.
Na sequência,
no momento em que chegam os filhos do casal, tudo se altera mais
ainda na sua relação.
A partir de
então, os cônjuges se unirão, somarão esforços, revezar-se-ão
aqui e acolá, nesse ou naquele compromisso, a fim de atender com
elevada dedicação aos filhos, postos pela vida sob seus cuidados.
Novo golpe
que a vida do lar vai desfechando sobre o egoísmo que vai se
fragilizando.
Salvo os
casos de almas muito enfermas, moralmente, na condição de pais, de
pai ou de mãe - quando, então, o furor egoístico vence sempre -
encontramos nos lares do mundo a derrocada gradativa do egoísmo,
pelo menos no que diz respeito aos cuidados para com os laços de
família.
É muito
comum, também, a grande dificuldade que o indivíduo humano
apresenta de conviver harmoniosamente com alguém que lhe seja
distinto.
Criaturas
diferentes umas das outras costumam impor-se, reciprocamente,
desestabilizações imensas.
É como se o
diferente pudesse representar ameaça, forjando intranquilidade.
Daí ser tão
perceptível o desejo, às vezes grandemente patológico, que um tem
de dominar o outro em sua vontade, em seus anseios, em suas opiniões.
Essa equalização que se pretende entre indivíduos não deixa de
ser outra faceta do egoísmo, tentando se disfarçar para sobreviver.
Contudo,
costuma ser no trato familiar que ocorrem as indisposições, as
querelas, os embates fortes, nos quais aqueles que se sentem
oprimidos gritam por liberdade, os que se acreditam desrespeitados
evocam respeito, os que se admitem vitimados por desatenções ou
desconsiderações, propugnam por atenção ou consideração.
Tais embates,
mesmo quando ásperos, tendem a motivar as reflexões tão
necessárias no lar, mais dia, menos dia, tendendo ao equilíbrio
relacional com o passar do tempo.
E é por
esses passos dados em família, desfavoráveis aos sentimentos e
atitudes egoísticos, que se vão elaborando as primícias dos dias
de altruísmo, de fraternidade e de verdadeiro amor, em fase
rudimentar de elaboração na Terra.
(Desafios da
Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira).
Debacle -
derrota
Pais e filhos
«A
ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre
os corações honestos, Mas, a dos filhos para com os pais apresenta
caráter ainda mais odioso. »
Do item 9, do
Cap. XIV, de "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO"
Trazida a
reencarnação para os alicerces dos fenômenos sócio-domésticos,
não é somente a relação de pais para filhos que assume caráter
de importância, mas igualmente a que se verifica dos filhos para com
os pais.
Os filhos não
pertencem aos pais; entretanto, de igual modo, os pais não pertencem
aos filhos.
Os genitores
devem especial consideração aos próprios rebentos, mas o dever
funciona bi-lateralmente, de vez que os rebentos do grupo familiar
devem aos genitores particular atenção. Existem pais que agridem os
filhos e tentam escravizá-los, qual se Ihes fossem objeto de
propriedade exclusiva; todavia, encontramos, na mesma ordem de
freqüência, filhos que agridem os pais e buscam escravizá-los,
como se os progenitores Ihes constituíssem alimárias domésticas,
A
reencarnação traça rumos nítidos ao mútuo respeito que nos
compete de uns para com os outros.
Entre pais e
filhos, há naturalmente uma fronteira de apreço recíproco, que não
se pode ultrapassar, em nome do amor, sem que o egoísmo apareça,
conturbando-lhes a existência.
Justo que os
pais não interfiram no futuro dos filhos, tanto quanto justo que os
filhos não interfiram no passado dos pais.
Os pais não
conseguem penetrar, de imediato, a trama do destino que os princípios
cármicos lhes reservam aos filhos, no porvir, e os filhos estão
inabilitadas a compreender, de pronto, o enredo das circunstâncias
em que se mergulharam seus pais, no pretérito, a fim de que pudessem
volver, do Plano Espiritual ao renascimento no Plano Físico.
Unicamente no mundo das causas, após a desencarnação, ser-lhes-á
possível o entendimento claro, acerca dos vínculos em que se
imantizam. Invoque-se, à vista disso, o auxílio de religiosos,
professores, filósofos e psicólogos, a fim de que a excessiva
agressividade filial não atinja as raias da perversidade ou da
delinqüência para com os pais, nem a excessiva autoridade dos pais
venha a violentar os filhos, em nome de extemporânea ou cruel
desvinculação.
Pais e filhos
são, originariamente, consciências livres, livres filhos de Deus
empenhados no mundo à obra de auto-burilamento, resgate de débitos,
reajuste, evolução. As leis da vida englobam-lhes a individualidade
no mesmo alto gabarito de consideração.
Nunca é
lícito o desprezo dos pais para com os filhos e vice-versa.
Não
configuramos no assunto qualquer aspecto lírico na temática
afetiva. Apresentamos, sumariamente, princípios básicos do
Universo.
A existência
terrestre é muito importante no progresso e no aperfeiçoamento do
Espirito; no entanto, ao mesmo tempo, é simples estágio da criatura
eterna no educandário da experiência física, à maneira de
estudante no internato.
Os pais
lembram alunos, em condições mais avançadas de tempo, no currículo
de Lições, ao passo que os filhos recordam aprendizes iniciantes,
quando surgem na arena de serviço terrestre, com acesso na escola,
sob o patrocínio dos companheiros que os antecederam, por ordem de
matricula e aceitação. E que os filhos jamais acusem os pais pelo
curso complexo ou difícil em que se vejam no colégio da existência
humana, porquanto, na maioria das ocasiões, foram eles mesmos, os
filhos, que, na condição de Espíritos desencarnados, insistiram
com os pais, através de afetuoso constrangimento ou suave processo
obsessivo, para que os trouxessem, de novo, à oficina de valores
físicos, de cujos instrumentos se mostravam carecedores, a fim de
seguirem rumo correto, no encalço da própria emancipação.
XAVIER
Francisco Cândido. Vida e Sexo. Ditado pelo Espirito Emmanuel, Cap.
18 'Pais e Filhos'
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