segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Lei de Sociedade – Laços de Família

Casa Espírita Missionários da Luz - ESDE1 - 06/11/2012

Tema: Lei de Sociedade – Laços de Família

Objetivos:
  • Reconhecer que os laços afetivos familiares não se iniciam no nascimento e não se interrompem com a morte;
  • Diferenciar laços familiares corporais e espirituais;
  • Perceber como a DE nos auxilia no entendimento dos conflitos familiares.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, pergs: 203 à 217, 773 à 775;
O Evang.Segundo o Espiritismo, Cap. XIV itens 5 à 9;
Vida e Sexo, Emmanuel, Cap 18, Pais e Filhos;
Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, Parte I.

Desenvolvimento:

1. Leitura Inicial: Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, Alevantamento Familiar.
Comentários da leitura feita e prece inicial.

2. Leitura e comentários das perg's 204 à 205, 207a e 208, de O Livro dos Espíritos
204. Uma vez que temos tido muitas existências, a nossa parentela vai além da que a existência atual nos criou?
205. A algumas pessoas a doutrina da reencarnação se afigura destruidora dos laços de família, com o fazê-los anteriores à existência atual.
207a) — Donde se originam as parecenças morais que costuma haver entre pais e filhos?
208. Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais sobre o filho depois do nascimento deste?


3. Leitura do O Evang.Segundo o Espiritismo, Cap. XIV item 8, exceto o ùltimo parágrafo, e comentários.

4. Ler as perguntas 11 e 12 de Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, Parte I.
11. Observando-se a importância da formação e manutenção do grupo familiar no mundo, o que dizer sobre essas famílias em que falta um dos membros líderes, ou os dois (considerando-se aqui as figuras de pai e de mãe), e que acabam por ficar sob outras mãos, consanguíneas ou não, para serem mantidas e orientadas?
12. Como é vista a adoção de crianças, para a construção de uma família, por parte de homossexuais masculinos ou femininos?

5. Leitura e comentários da página de Emmanuel em Vida e Sexo, "Pais e Filhos" (levar cópias).

6. Prece final.


Alevantamento Familiar
Em O Livro dos Espíritos, o grandioso Codificador, Allan Kardec, teve ensejo de indagar dos sábios Imortais sobre Qual seria, para a sociedade o resultado do relaxamento dos laços de família? durante os seus estudos sobre a Lei de Sociedade na Parte 3ª, Cap.VII.
A resposta recebida do Invisível foi taxativa: Uma recrudescência do egoísmo.
Fica bastante nítida, assim, a certeza de que a formação familiar tem por escopo, entre outros itens, o trabalho de fazer diminuir a carga egoística que se desenvolveu ao longo dos milênios na alma humana.
Dá para inferir disso que fora do conjunto da família é mais fácil a pessoa permitir-se empolgar pelo gênio ególatra. Todas as referências se dirigem a ela; todas as preocupações enfocam-lhe a individualidade. Haverá sempre maior disposição para pensar em si, e somente em si, toda vez que nenhuma necessidade houver de pensar nos outros. E, como pensar em outros distantes dos vínculos da consanguinidade é mais improvável, a atração que os laços de sangue impõem tem força capaz de promover a solidariedade, de incentivar o bem-querer, de instaurar, pouco a pouco, as bases fulgentes do amor.
Ressalvados os casos de horrendos comprometimentos, onde a fervura de malquerenças e de ódios não dá margem a grandes conquistas na esfera da afetividade, os relacionamentos das famílias comuns têm tudo para propiciar maior aproximação, maior interesse, melhor envolvimento entre os seus membros.
Os laços que unem o par que se encontra nas aléias da existência, em nome do interesse afetivo que se instala, vão permitindo que um passe a pensar no outro, a preocupar-se com o outro e agilizar providências para auxiliar o outro, chegando mesmo a envolver-se em lutas e sacrifícios por causa do outro.
Eis o egoísmo sofrendo debacle, na rota de sua eliminação.
Na sequência, no momento em que chegam os filhos do casal, tudo se altera mais ainda na sua relação.
A partir de então, os cônjuges se unirão, somarão esforços, revezar-se-ão aqui e acolá, nesse ou naquele compromisso, a fim de atender com elevada dedicação aos filhos, postos pela vida sob seus cuidados.
Novo golpe que a vida do lar vai desfechando sobre o egoísmo que vai se fragilizando.
Salvo os casos de almas muito enfermas, moralmente, na condição de pais, de pai ou de mãe - quando, então, o furor egoístico vence sempre - encontramos nos lares do mundo a derrocada gradativa do egoísmo, pelo menos no que diz respeito aos cuidados para com os laços de família.
É muito comum, também, a grande dificuldade que o indivíduo humano apresenta de conviver harmoniosamente com alguém que lhe seja distinto.
Criaturas diferentes umas das outras costumam impor-se, reciprocamente, desestabilizações imensas.
É como se o diferente pudesse representar ameaça, forjando intranquilidade.
Daí ser tão perceptível o desejo, às vezes grandemente patológico, que um tem de dominar o outro em sua vontade, em seus anseios, em suas opiniões. Essa equalização que se pretende entre indivíduos não deixa de ser outra faceta do egoísmo, tentando se disfarçar para sobreviver.
Contudo, costuma ser no trato familiar que ocorrem as indisposições, as querelas, os embates fortes, nos quais aqueles que se sentem oprimidos gritam por liberdade, os que se acreditam desrespeitados evocam respeito, os que se admitem vitimados por desatenções ou desconsiderações, propugnam por atenção ou consideração.
Tais embates, mesmo quando ásperos, tendem a motivar as reflexões tão necessárias no lar, mais dia, menos dia, tendendo ao equilíbrio relacional com o passar do tempo.
E é por esses passos dados em família, desfavoráveis aos sentimentos e atitudes egoísticos, que se vão elaborando as primícias dos dias de altruísmo, de fraternidade e de verdadeiro amor, em fase rudimentar de elaboração na Terra.
(Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira).


Debacle - derrota
Pais e filhos
«A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos, Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso. »
Do item 9, do Cap. XIV, de "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO"


Trazida a reencarnação para os alicerces dos fenômenos sócio-domésticos, não é somente a relação de pais para filhos que assume caráter de importância, mas igualmente a que se verifica dos filhos para com os pais.
Os filhos não pertencem aos pais; entretanto, de igual modo, os pais não pertencem aos filhos.
Os genitores devem especial consideração aos próprios rebentos, mas o dever funciona bi-lateralmente, de vez que os rebentos do grupo familiar devem aos genitores particular atenção. Existem pais que agridem os filhos e tentam escravizá-los, qual se Ihes fossem objeto de propriedade exclusiva; todavia, encontramos, na mesma ordem de freqüência, filhos que agridem os pais e buscam escravizá-los, como se os progenitores Ihes constituíssem alimárias domésticas,
A reencarnação traça rumos nítidos ao mútuo respeito que nos compete de uns para com os outros.
Entre pais e filhos, há naturalmente uma fronteira de apreço recíproco, que não se pode ultrapassar, em nome do amor, sem que o egoísmo apareça, conturbando-lhes a existência.
Justo que os pais não interfiram no futuro dos filhos, tanto quanto justo que os filhos não interfiram no passado dos pais.
Os pais não conseguem penetrar, de imediato, a trama do destino que os princípios cármicos lhes reservam aos filhos, no porvir, e os filhos estão inabilitadas a compreender, de pronto, o enredo das circunstâncias em que se mergulharam seus pais, no pretérito, a fim de que pudessem volver, do Plano Espiritual ao renascimento no Plano Físico. Unicamente no mundo das causas, após a desencarnação, ser-lhes-á possível o entendimento claro, acerca dos vínculos em que se imantizam. Invoque-se, à vista disso, o auxílio de religiosos, professores, filósofos e psicólogos, a fim de que a excessiva agressividade filial não atinja as raias da perversidade ou da delinqüência para com os pais, nem a excessiva autoridade dos pais venha a violentar os filhos, em nome de extemporânea ou cruel desvinculação.
Pais e filhos são, originariamente, consciências livres, livres filhos de Deus empenhados no mundo à obra de auto-burilamento, resgate de débitos, reajuste, evolução. As leis da vida englobam-lhes a individualidade no mesmo alto gabarito de consideração.
Nunca é lícito o desprezo dos pais para com os filhos e vice-versa.
Não configuramos no assunto qualquer aspecto lírico na temática afetiva. Apresentamos, sumariamente, princípios básicos do Universo.
A existência terrestre é muito importante no progresso e no aperfeiçoamento do Espirito; no entanto, ao mesmo tempo, é simples estágio da criatura eterna no educandário da experiência física, à maneira de estudante no internato.
Os pais lembram alunos, em condições mais avançadas de tempo, no currículo de Lições, ao passo que os filhos recordam aprendizes iniciantes, quando surgem na arena de serviço terrestre, com acesso na escola, sob o patrocínio dos companheiros que os antecederam, por ordem de matricula e aceitação. E que os filhos jamais acusem os pais pelo curso complexo ou difícil em que se vejam no colégio da existência humana, porquanto, na maioria das ocasiões, foram eles mesmos, os filhos, que, na condição de Espíritos desencarnados, insistiram com os pais, através de afetuoso constrangimento ou suave processo obsessivo, para que os trouxessem, de novo, à oficina de valores físicos, de cujos instrumentos se mostravam carecedores, a fim de seguirem rumo correto, no encalço da própria emancipação.



XAVIER Francisco Cândido. Vida e Sexo. Ditado pelo Espirito Emmanuel, Cap. 18 'Pais e Filhos'

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