Casa Espírita Missionários da Luz
ESDE1 27/03/12
Tema:
Providência Divina
Objetivos:
a)
Conceituar Providência Divina
b)
Explicar como se realiza a ação providencial de Deus sobre todas as criaturas
Bibliografia:
- O Livro dos Espíritos – pergs 540; 573;
- A Gênese - “Deus” - Cap. II - 20 à
30 (Providência);
- O
Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XXV, 6 e 7; Cap. XIII, item 16.
Desenvolvimento:
- Leitura
Inicial: O
Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XXV, 6 e breves
comentários; prece de abertura.
De que Jesus fala nesse trecho que
lemos?
==> Verdadeiro poema sobre a
Providência Divina.
- Providência
Divina
O que é providência divina?
“A providência é a
solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê,
a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a ação
providencial.” (A Gênese, Cap. II item 20)
Como se realiza essa ação providencial
de Deus sobre todas as suas criaturas?
“Análogo
fenômeno ocorre entre Deus e a criação. Deus está em toda parte, na Natureza,
como o Espírito está em toda parte, no corpo. Todos os elementos da criação se
acham em relação constante com ele, como todas as células do corpo humano se
acham em contacto imediato com o ser espiritual. Não há, pois, razão para que fenômenos
da mesma ordem não se produzam de maneira idêntica, num e noutro caso.
“Um membro se agita: o Espírito o sente; uma criatura pensa:
Deus o sabe. Todos os membros estão em movimento, os diferentes órgãos estão a
vibrar; o Espírito ressente todas as manifestações, as distingue e localiza. As
diferentes criações, as diferentes criaturas se agitam, pensam, agem
diversamente: Deus sabe o que se passa e assina a cada um o que lhe diz
respeito.
“Daí se pode igualmente deduzir a solidariedade da matéria e da
inteligência, a solidariedade entre si de todos os seres de um mundo, a de
todos os mundos e, por fim, de todas as criações com o Criador.” (Quinemant, Sociedade
de Paris, 1867.) (A Gênese, Cap. II, item 27)
Ler
perg. 540 de O LE: tudo se encadeia na Natureza; tudo serve aos desígnios de
Deus;
Ler
perg. 573 de O LE: cada um pode ser útil em alguma coisa
Ler
trecho item 16, do Cap. XIII de O Evang.Seg.Esp.: somos instrumentos da
Providência.
- Entregar cópias da página do Momento Espírita – Um
Minuto Apenas, para reflexão sobre a solicitude de Deus para com todos
nós.
- Prece de
encerramento.
O Evangelho
Segundo o Espiritismo, Cap. XXV, “OBSERVAI OS PÁSSAROS DO CÉU”
6. Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os
comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; – acumulai tesouros no céu,
onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; – porquanto, onde está o vosso
tesouro aí está também o vosso coração.
Eis por que vos digo: Não vos inquieteis por saber onde achareis
o que comer para sustento da vossa vida, nem de onde tirareis vestes para
cobrir o vosso corpo. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que
as vestes?
Observai os pássaros do céu: não semeiam, não ceifam, nada
guardam em celeiros; mas, vosso Pai celestial os alimenta. Não sois muito mais
do que eles? – e qual, dentre vós, o que pode, com todos os seus esforços,
aumentar de um côvado a sua estatura?
Por que, também, vos inquietais pelo vestuário? Observai como
crescem os lírios dos campos: não trabalham, nem fiam; – entretanto,
eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um
deles. – Ora, se Deus tem o
cuidado de vestir dessa maneira a erva dos campos, que existe hoje e amanhã
será lançada na fornalha, quanto maior cuidado não terá em vos vestir, ó homens
de pouca fé!
Não vos inquieteis, pois, dizendo: Que comeremos? ou: que
beberemos? ou: de que nos vestiremos? – como fazem
os pagãos, que andam à procura de todas essas coisas; porque vosso Pai sabe que
tendes necessidade delas.
Buscai primeiramente o reino de Deus e a sua justiça, que todas
essas coisas vos serão dadas de acréscimo. – Assim, pois, não vos ponhais
inquietos pelo dia de amanhã, porquanto o amanhã cuidará de si. A cada dia
basta o seu mal. (S. MATEUS, 6:19 a 21 e 25 a 34.)
540. Os Espíritos que
exercem ação nos fenômenos da Natureza operam com conhecimento de causa, usando
do livre-arbítrio, ou por efeito de instintivo ou irrefletido impulso?
“Uns sim, outros não.
Estabeleçamos uma comparação. Considera essas miríades de animais que, pouco a
pouco, fazem emergir do mar ilhas e arquipélagos. Julgas que não há aí um fim
providencial e que essa transformação da superfície do globo não seja
necessária à harmonia geral? Entretanto, são animais de ínfima ordem que
executam essas obras, provendo às suas necessidades e sem suspeitarem de que
são instrumentos de Deus. Pois bem, do mesmo modo, os Espíritos mais atrasados
oferecem utilidade ao conjunto. Enquanto se ensaiam para a vida, antes
que tenham plena consciência de seus atos e estejam no gozo pleno do
livre-arbítrio, atuam em certos fenômenos, de que inconscientemente se
constituem os agentes. Primeiramente, executam. Mais tarde, quando suas
inteligências já houverem alcançado um certo desenvolvimento, ordenarão e
dirigirão as coisas do mundo material. Depois, poderão dirigir as do mundo
moral. É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo
primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo. Admirável lei de
harmonia, que o vosso acanhado espírito ainda não pode apreender em seu
conjunto!”
Trecho da resposta à
Perg.573 – Missão dos Espíritos encarnados:
“Tudo em a Natureza
se encadeia. Ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela encarnação, concorre,
dessa forma, para a execução dos desígnios da Providência. Cada um tem neste
mundo a sua missão, porque todos podem ter alguma utilidade.”
Evangelho
Segundo o Espiritismo, Cap. XIII, item 16
“Trabalhai, minhas filhas, e que o produto
de vossas obras se destine a socorrer os vossos irmãos em Deus. Os pobres são
seus filhos bem-amados; trabalhar para eles é glorificá-lo. Sede-lhes a
providência que diz: “Aos pássaros do céu dá Deus o alimento.” Mudem-se o ouro
e a prata que se tecem nas vossas mãos em roupas e alimentos para os que não os
têm. Fazei isto e abençoado será o vosso trabalho.”
“Análogo
fenômeno ocorre entre Deus e a criação. Deus está em toda parte, na Natureza,
como o Espírito está em toda parte, no corpo. Todos os elementos da criação se
acham em relação constante com ele, como todas as células do corpo humano se
acham em contacto imediato com o ser espiritual. Não há, pois, razão para que
fenômenos da mesma ordem não se produzam de maneira idêntica, num e noutro
caso.
“Um membro se agita: o Espírito o sente; uma criatura pensa:
Deus o sabe. Todos os membros estão em movimento, os diferentes órgãos estão a
vibrar; o Espírito ressente todas as manifestações, as distingue e localiza. As
diferentes criações, as diferentes criaturas se agitam, pensam, agem diversamente:
Deus sabe o que se passa e assina a cada um o que lhe diz respeito.
“Daí se pode igualmente deduzir a solidariedade da matéria e da
inteligência, a solidariedade entre si de todos os seres de um mundo, a de
todos os mundos e, por fim, de todas as criações com o Criador.” (Quinemant, Sociedade
de Paris, 1867.) (A Gênese, Cap. II, item 27)
Um
minuto apenas
Lúcia era uma
mulher feliz. Como poucas, acreditava. Casada com o homem por quem se
apaixonara nos verdes anos da adolescência, vivia o sonho da mulher realizada.
Um filho lhe viera coroar a felicidade. Que mais ela poderia desejar?
Acordava pela
manhã e saudava o dia cantarolando. Com alegria realizava as tarefas do lar,
cuidava do filho, aguardava o marido. Tudo ia muito bem. Até o dia em que
descobriu que o homem que tanto amava, a traía. E não era de agora. O problema
vinha tomando corpo de algum tempo.
Magoada, se
dirigiu ao marido. Exigiu-lhe e falou-lhe de respeito. A resposta foi brutal,
violenta. O homem encantador tornou-se raivoso, briguento. Chegou a lhe bater.
Foi nesse dia que Lúcia teve a certeza de que seu casamento acabara. Era o
cúmulo. Não poderia prosseguir a viver com alguém que chegara à agressão
física.
Então, acordou
na manhã de tristeza, depois de uma noite de angústia e tomou uma séria
decisão. Iria se matar. Acabar com a própria vida. Mais do que isto. Ela
desejava vingança. Por isto, tomou o filho de 4 anos pela mão e decidiu que o
mataria. Queria que o marido ficasse com drama de consciência.
Seu destino era
o Farol da Barra, na cidade de Salvador, na Bahia, onde residia. Ela sabia que
era um local onde o mar batia com violência no penhasco. A rua por onde
transitava era movimentada. Muitos carros. Enquanto aguardava para atravessar a
rua, a criança lhe escapou das mãos e correu, entre os carros. Ela se
desesperou.
Estranho
paradoxo. Conduzia a criança pela mão e tencionava jogá-la do penhasco ao mar
para que morresse. Mas, quando a vê correr perigo, esquecida de si mesma,
vai-lhe ao encontro, agarra-a, até um pouco raivosa. Puxa-a pela mão. Neste
momento, a criança se abaixa, alheia a tudo que se passava, e recolhe do chão
um papel.
Lúcia o arranca
das mãos do pequeno e um título, em letras grandes, lhe chama a atenção: Um
minuto apenas. Ela lê: Num minuto apenas, a tormenta acalma, a dor
passa, o ausente chega. O dinheiro muda de mão, o amor parte, a vida muda. Vai
andando, puxando a criança e lendo a página. Era uma página mediúnica que vinha
assinada por um Espírito.
Ela terminou de
ler. Passou o ímpeto. Em um minuto. Parou, olhou ao redor e verificou que tinha
chegado ao seu destino. O penhasco estava próximo. Sentou-se e teve uma crise
de choro. O impulso de se matar havia desaparecido. Tornou a ler a mensagem.
Ela se recordou de um senhor que era espírita e trabalhava no Banco, no mesmo
onde seu marido trabalhava.
Foi para casa.
Lembrou que um dia, jantando em casa dele, ele falara algo sobre Espiritismo.
Algo que ela e o marido, por terem outra formação religiosa, rechaçaram de
imediato. Ela lhe telefonou, pediu-lhe orientação e ele a encaminhou a um
Centro Espírita.
Atendida por
companheiro dedicado, que lhe ouviu os gritos da alma aflita, passou a buscar
na oração sincera, na leitura nobre, no passe reconfortante, as necessárias
forças para superar a crise.
O marido,
notando-lhe a mudança, a calma, no transcorrer dos dias, a seguiu em uma das
suas saídas do lar. Desconfiado, adentrou ele também à Casa Espírita. Para
descobrir uma fonte de consolo e esclarecimento. Hoje, ambos trabalham na Seara
Espírita. Reconstituíram sua vida, refizeram-se. Os anos rolaram. O garoto é um
adolescente e mais dois filhos se somaram a ele.
* *
*
Mudança de
rumo. A vida muda. Em um minuto apenas. Em um minuto apenas Deus providencia o
socorro. Pode ser um coração atento, uma mão amiga ou um pedaço de papel
impresso caído na calçada. Papel que o vento não levou para longe.
Um minuto
apenas e o amor volta. A esperança renasce. Um minuto apenas e o sol rompe as
nuvens, clareando tudo. Não se desespere. Espere. Um minuto apenas. O socorro
chega. O panorama se modifica. A vida refloresce.
Tenha
paciência. Não se entregue à desesperança. Aguarde. Enquanto você sofre, Deus
providencia o auxílio. Aguarde. Um minuto apenas. Sessenta segundos. Uma vida.
Um minuto a
mais...* * *
Em um minuto
apenas, a Misericórdia Divina se derrama, cheia de bênçãos, nas vielas
escuras dos passos humanos. Corrige, saneia, repara, transformando-as em
estradas luminosas no rumo da vida maior.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.
24 do livro O semeador de
estrelas, de Suely Caldas Schubert, ed. Leal.
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