Casa
Espírita Missionários da Luz
ESDE3 – 12/08/2014
Tema: Homeopatia e Espiritismo
Objetivos:
- Analisar os pontos de concordância da
Homeopatia com a Doutrina Espírita;
- Perceber que a homeopatia não corrige uma
disposição moral viciosa
Bibliografia:
·
Temas Polêmicos
do Século XX, Cap. 25.
·
Nos Passos da
Vida Terrestre - Camilo/Raul Teixeira
·
RE – Agosto/63,
Ago/1858, Jan/1869, Fev, mar e jun/1867
Desenvolvimento:
1. Prece Inicial.
2.Leitura e comentários
da página do Evangelho da noite;
3.Exposição dialogada
sobre o tema.
HAHNEMANN, SAMUEL CHRISTIAN
FRIEDRICH, (1755-1843), médico alemão, docente
da Universidade de Leipzig, criador da homeopatia.
Como atua a homeopatia?
Dr. Ricardo Di
Bernardi, médico homeopata, no livro Temas Polêmicos do Século XX, diz que o
remédio homeopático atua no corpo etérico ou fluido vital. Diz que na linguagem
homeopática atua na energia vital. O remédio é prescrito “pelas características
psíquicas do paciente, ou seja, pelo padrão energético de sua energia vital.”
O expositor e autor
espírita Richard Simonetti, numa entrevista, disse que “Na homeopatia temos a
alma do medicamento ou, mais exatamente, seu componente energético, liberado a
partir do processo de dinamização da substância utilizada. Em tal condição, ela
atua diretamente sobre o desajuste perispiritual, com reflexos salutares na
economia física.”
Fala ainda: “Hahnemann proclamava
que as enfermidades decorrem de problemas com a força vital dos pacientes.”
ð Então a origem do problema não estaria no corpo, mas sim
no perispírito.
Camilo, no livro “Nos Passos da Vida Terrestre” tem uma página
muito boa sobre a homeopatia e sua ação no perispírito. Fala que o remédio para
atuar precisa estar em “ressonância” com o paciente para ter algum efeito.
Então que a eficácia depende da acuidade do médico ao receitar o medicamento.
Se não for o medicamento correto, é inócuo.
Vejamos Kardec e textos na Revista Espírita:
“A homeopatia, provando a força da matéria
espiritualizada, se liga ao papel importante que o perispírito desempenha em
certas afecções; ela ataca o mal em sua própria fonte que está fora do
organismo, do qual a alteração não é senão consecutiva. Tal é a razão pela qual
a homeopatia triunfa numa multidão de casos onde a medicina comum fracassa:
mais do que isto, toma em conta o elemento espiritualizado tão preponderante na
economia, o que explica a facilidade com a qual os médicos homeopatas aceitam o
Espiritismo, e porque a maior parte dos médicos espíritas pertence à escola de
Hahnemann.” (Santo Agostinho - RE, Agosto/1863).
Qual profissão mais
adeptos trouxe ao Espiritismo?
Kardec analisando as profissões que mais adeptos do
Espiritismo “trouxeram”.
“Os médicos homeopatas estão à frente das profissões liberais, porque,
com efeito, é aquela que, guardadas as
proporções, contém em suas fileiras o maior número de adeptos do Espiritismo;
sobre cem médicos espíritas, há ao menos oitenta homeopatas.
Isto se prende a que o próprio
princípio de sua medicação os conduz ao espiritualismo; também os materialistas
são raros entre eles, se bem que os há, ao passo que são numerosos entre os
alopatas. Melhor do que estes últimos compreenderam o Espiritismo, porque
encontraram nas propriedades fisiológicas do perispírito, unido ao princípio material
e ao princípio espiritual, a razão de ser de seu sistema. Pelo mesmo motivo, os
espíritas puderam, melhor do que os outros, se darem conta dos efeitos desse
modo de tratamento. Sem ser exclusivo com relação à homeopatia, e sem rejeitar
a alopatia, compreenderam a sua racionalidade, e os sustentaram contra os
ataques injustos. Os homeopatas, achando novos defensores nos espíritas, não
tiveram a imperícia de atirar-lhes a pedra.”
“Os
medicamentos homeopáticos, por
sua natureza etérea, têm uma ação de alguma sorte molecular; sem contradita,
eles podem, mais do que outros, agir sobre as partes elementares e fluídicas
dos órgãos, e modificar-lhes a constituição íntima.” (Kardec, RE – mar/1867)
Diversos médiuns receitistas atuaram e atuam, receitando
medicamentos homeopáticos:
Yvonne Pereira
Dedicou cinquenta e
quatro anos e meio às curas através do receituário homeopático, passes e preces
(Jornal Mundo
Espirita - Ago/2014 - FEP)
Pergunta feita a Simonetti:
6 – Eliminando os
problemas perispirituais, essa associação (homeopatia
e passes) produz a cura definitiva?
Não é tão simples.
Embora seu alcance maior, tanto a homeopatia quanto o passe magnético ainda
representam um tratamento de superfície, que atinge efeitos. É preciso eliminar
as causas geradoras de nossos males. Estas residem em nosso íntimo, em nossa
maneira de ver o Mundo e de viver.
4. Leitura em conjunto
de dois textos da RE.
Kardec - RE jun/1867 – sobre a
correção de uma
disposição moral viciosa pela homeopatia
Fev1987 - AS TRÊS CAUSAS
PRINCIPAIS DAS DOENÇAS.
5.Prece final
ANEXOS
1 – A Homeopatia é
uma terapia espírita?
Não, até porque é
anterior ao Espiritismo. Seus princípios foram estabelecidos por Samuel
Hahnemann no final do século 18. Sua obra fundamental, Órganon da Arte de
Curar, foi publicada em 1810, quarenta e sete anos antes da publicação de O
Livro dos Espíritos.
2 – Por que, então,
há tantos médicos homeopatas espíritas e no receituário mediúnico os Espíritos
dão preferência à homeopatia?
Ocorre que há certa
identidade de conceitos. Hahnemann proclamava que as enfermidades decorrem de
problemas com a força vital dos pacientes. O Espiritismo confirma a existência
de correntes magnéticas que circulam em nosso organismo, cujos desajustes
afetam o perispírito, com reflexos no corpo físico, originando variadas
enfermidades.
3 – Qual seria a ação
da homeopatia?
Numa manifestação
publicada na Revista Espírita, em outubro de 1863, Santo Agostinho refere-se à
homeopatia como matéria espiritualizada. Na homeopatia temos a alma do
medicamento ou, mais exatamente, seu componente energético, liberado a partir
do processo de dinamização da substância utilizada. Em tal condição, ela atua diretamente
sobre o desajuste perispiritual, com reflexos salutares na economia física.
4 – Algo semelhante à
ação do passe magnético?
Exatamente. Na
homeopatia temos o magnetismo liberado da substância dinamizada. No passe temos
o magnetismo fornecido pelo passista e pelos Espíritos que o assistem.
5 – É possível fazer
uso de ambos?
É uma associação
muito produtiva, geralmente recomendada por médicos desencarnados que fazem o
receituário mediúnico nos Centros Espíritas.
7 – Hahnemann também
pensava assim?
Sim. Os princípios da
Homeopatia definem que a saúde subordina-se à harmonia física, emocional e
mental do indivíduo.
Esta carta não modifica em
nada a opinião que emitimos sobre a ação da homeopatia no tratamento das
doenças morais, e que vêm confirmar, ao contrário, os próprios argumentos do
Sr. doutor Grégory. Persistimos, pois, em dizer que: se os medicamentos
homeopáticos podem ter uma ação sobre o moral, é agindo sobre os órgãos das
manifestações, o que pode ter a sua utilidade em certos casos, mas não sobre o
Espírito; que as qualidades, boas ou más, e as aptidões são inerentes ao grau
de adiantamento ou de inferioridade do Espírito, e que não é com um
medicamento qualquer que se pode fazê-lo avançar mais depressa, nem lhe darás
qualidades que não pode adquirir senão sucessivamente e pelo trabalho; que uma
tal doutrina, fazendo as disposições morais dependerem do organismo, tira ao
homem toda a responsabilidade, o que
quer disso diga o Sr. Grégory, e o dispensa de todo trabalho sobre si mesmo
para se melhorar, uma vez que se poderia torná-lo bom, com seu desconhecimento,
administrando-lhe tal ou tal remédio; que se, com a ajuda dos meios materiais,
podem-se modificar os órgãos das manifestações, o que admitimos perfeitamente,
esse meio não pode mudar as tendências instintivas do Espírito, não mais do que
em cortando a língua a um tagarela não lhe lhe tira o desejo de falar. Um uso
do Oriente vem confirmar a nossa afirmação por um fato material muito
conhecido.
O estado patológico influi
certamente sobre o moral em certos aspectos, mas as disposições que têm essa
origem são acidentais, e não constituem o fundo do caráter do Espírito; são
aquelas, sobretudo, que uma medicação apropriada pode modificar. Há pessoas que
não são benevolentes senão depois de haverem jantado, e a quem não é preciso
nada pedir quando estão em jejum; disto é preciso concluir que um bom jantar é um
remédio contra o egoísmo? Não, porque essa benevolência, provocada pela
plenitude da satisfação sensual, é um efeito do próprio egoísmo; não é senão
uma benevolência aparente, um produto deste pensamento: "Agora que não
tenho mais necessidade de nada, posso me ocupar um pouco com os outros."
Em resumo, não contestamos que
certos medicamentos, e a homeopatia mais do que qualquer outra, não produzem
alguns dos efeitos indicados, mas não lhes contestamos mais senão os resultados
permanentes, e sobretudo tão universais que alguns o pretendem. Um caso
em que a homeopatia, sobretudo, pareceria particularmente aplicável com
sucesso, é o da loucura patológica, porque aqui a desordem moral é a
conseqüência da desordem física, e que está constatado agora, pela observação
dos fenômenos espíritas, que o Espírito não é louco; não se tem o que modificá-lo,
mas dar-lhe os meios de se manifestar livremente. A ação da homeopatia pode ser
aqui tanto mais eficaz quanto ela atue principalmente, pela natureza espiritualizada
de seus medicamentos, sobre o perispírito, que desempenha um papel preponderante
nesta afecção. Kardec - RE jun/1867
AS TRÊS CAUSAS PRINCIPAIS DAS DOENÇAS. (Paris, 25 de outubro de 1866. - Médium, Sr. Desliens).
O que é o homem?... Um
composto de três princípios essenciais: o Espírito, o perispírito e o corpo. A
ausência de um qualquer destes três princípios, necessariamente, levaria ao
aniquilamento do ser no estado humano. Se o corpo não existe mais, há o Espírito
e não mais o homem; se o perispírito falta ou não pode funcionar, o imaterial
não podendo agir diretamente sobre a matéria e se encontrando assim na
impossibilidade de se manifestar, poderá aí ter alguma coisa no gênero do
cretino ou do idiota, mas não
haverá jamais um ser
inteligente. Enfim, se falta o Espírito, ter-se-á um feto vivendo da vida
animal e não um Espírito encarnado. Se, pois, temos três princípios presentes,
estes três princípios devem reagir um sobre o outro, e se seguirá a saúde ou a
doença, segundo houver entre eles harmonia perfeita ou desacordo parcial.
Se a doença ou a desordem
orgânica, como se queira chamá-la, procede do corpo, os medicamentos materiais,
sabiamente empregados bastarão para restabelecera harmonia geral. Se a
perturbação vem do perispírito, se é uma modificação do princípio fluídico que o
compõe, que se acha alterado, será preciso uma medicação em relação com a
natureza do órgão para que as funções possam retomar seu estado normal. Se a
doença procede do Espírito, não se poderia empregar, para combatê-la, outra
coisa do que uma medicação espiritual. Se, enfim, como é o caso mais geral, e
se pode dizer mesmo aquele que se apresenta exclusivamente, se a doença procede
do corpo, do perispírito e do Espírito, será preciso que a medicação combata,
ao mesmo tempo, todas as causas da desordem, por meios diversos, para obter a
cura. Ora, que fazem geralmente os médicos?
Eles cuidam do corpo, curam-no; mas curam a doença? Não. Por quê? Porque o
perispírito, sendo um princípio superior à matéria propriamente dita, poderá se
tornar causa com relação a este; e se está entravado, os órgãos materiais que
se encontram em relação com ele estarão igualmente atingidos em sua vitalidade.
Cuidando do corpo, destruís o efeito; mas a causa residindo no perispírito, a
doença virá de novo quando os cuidados cessarem, até que se tenha percebido que
é preciso levar em outra parte a sua atenção, cuidando fluidicamente o
princípio fluídico mórbido.
Se, enfim, a doença procede da
mente, o Espírito, o perispírito e o corpo, colocados sob sua
dependência, serão entravados em suas funções, e não é nem cuidando de um, nem
cuidando do outro que se fará desaparecer a causa.
Não é, pois, colocando a
camisa de força num louco, ou em lhe dando pílulas ou duchas, que se chegará a
levá-lo ao seu estado normal; somente se acalmarão seus sentidos revoltados;
acalmarão seus acessos, mas não se destruirá o germe senão em combatendo-o por
seus semelhantes, fazendo da homeopatia espiritual e fluidicamente, como se o
faz materialmente, dando ao doente, pela prece, uma dose infinitesimal de
paciência, de calma, de resignação, segundo os casos, como se lhe dá uma dose infinitesimal
de brucina, de digitalina ou de acônito.
Para destruir uma causa
mórbida, é preciso combatê-la em seu terreno.
Doutor MOREL LAVALLÉE. (RE, Fev/1867)
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