segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Homeopatia e Espiritismo

Casa Espírita Missionários da Luz 
ESDE3 –  12/08/2014

Tema:  Homeopatia e Espiritismo

Objetivos:
- Analisar os pontos de concordância da Homeopatia com a Doutrina Espírita;
- Perceber que a homeopatia não corrige uma disposição moral viciosa

Bibliografia:  

·         Temas Polêmicos do Século XX, Cap. 25.
·         Nos Passos da Vida Terrestre  - Camilo/Raul Teixeira
·         RE – Agosto/63, Ago/1858, Jan/1869, Fev, mar e jun/1867


Desenvolvimento:

1. Prece Inicial.
2.Leitura e comentários da página do Evangelho da noite;
3.Exposição dialogada sobre o tema.

HAHNEMANN, SAMUEL CHRISTIAN FRIEDRICH, (1755-1843), médico alemão, docente da Universidade de Leipzig, criador da homeopatia.

Como atua a homeopatia?

Dr. Ricardo Di Bernardi, médico homeopata, no livro Temas Polêmicos do Século XX, diz que o remédio homeopático atua no corpo etérico ou fluido vital. Diz que na linguagem homeopática atua na energia vital. O remédio é prescrito “pelas características psíquicas do paciente, ou seja, pelo padrão energético de sua energia vital.”

O expositor e autor espírita Richard Simonetti, numa entrevista, disse que “Na homeopatia temos a alma do medicamento ou, mais exatamente, seu componente energético, liberado a partir do processo de dinamização da substância utilizada. Em tal condição, ela atua diretamente sobre o desajuste perispiritual, com reflexos salutares na economia física.
Fala ainda: “Hahnemann proclamava que as enfermidades decorrem de problemas com a força vital dos pacientes.

ð  Então a origem do problema não estaria no corpo, mas sim no perispírito.

Camilo, no livro “Nos Passos da Vida Terrestre” tem uma página muito boa sobre a homeopatia e sua ação no perispírito. Fala que o remédio para atuar precisa estar em “ressonância” com o paciente para ter algum efeito. Então que a eficácia depende da acuidade do médico ao receitar o medicamento. Se não for o medicamento correto, é inócuo.

Vejamos Kardec e textos  na Revista Espírita:

A homeopatia, provando a força da matéria espiritualizada, se liga ao papel importante que o perispírito desempenha em certas afecções; ela ataca o mal em sua própria fonte que está fora do organismo, do qual a alteração não é senão consecutiva. Tal é a razão pela qual a homeopatia triunfa numa multidão de casos onde a medicina comum fracassa: mais do que isto, toma em conta o elemento espiritualizado tão preponderante na economia, o que explica a facilidade com a qual os médicos homeopatas aceitam o Espiritismo, e porque a maior parte dos médicos espíritas pertence à escola de Hahnemann.”  (Santo Agostinho - RE, Agosto/1863).

Qual profissão mais adeptos trouxe ao Espiritismo?

Kardec analisando as profissões que mais adeptos do Espiritismo “trouxeram”.

Os médicos homeopatas estão à frente das profissões liberais, porque, com efeito, é aquela que,  guardadas as proporções, contém em suas fileiras o maior número de adeptos do Espiritismo; sobre cem médicos espíritas, há ao menos oitenta homeopatas.
 Isto se prende a que o próprio princípio de sua medicação os conduz ao espiritualismo; também os materialistas são raros entre eles, se bem que os há, ao passo que são numerosos entre os alopatas. Melhor do que estes últimos compreenderam o Espiritismo, porque encontraram nas propriedades fisiológicas do perispírito, unido ao princípio material e ao princípio espiritual, a razão de ser de seu sistema. Pelo mesmo motivo, os espíritas puderam, melhor do que os outros, se darem conta dos efeitos desse modo de tratamento. Sem ser exclusivo com relação à homeopatia, e sem rejeitar a alopatia, compreenderam a sua racionalidade, e os sustentaram contra os ataques injustos. Os homeopatas, achando novos defensores nos espíritas, não tiveram a imperícia de atirar-lhes a pedra.

“Os medicamentos homeopáticos, por sua natureza etérea, têm uma ação de alguma sorte molecular; sem contradita, eles podem, mais do que outros, agir sobre as partes elementares e fluídicas dos órgãos, e modificar-lhes a constituição íntima.” (Kardec, RE – mar/1867)

Diversos médiuns receitistas atuaram e atuam, receitando medicamentos homeopáticos:

Yvonne Pereira
Dedicou cinquenta e quatro anos e meio às curas através do receituário homeopático, passes e preces
(Jornal Mundo Espirita - Ago/2014 - FEP)

Pergunta feita a Simonetti:
6 – Eliminando os problemas perispirituais, essa associação (homeopatia e passes) produz a cura definitiva?
Não é tão simples. Embora seu alcance maior, tanto a homeopatia quanto o passe magnético ainda representam um tratamento de superfície, que atinge efeitos. É preciso eliminar as causas geradoras de nossos males. Estas residem em nosso íntimo, em nossa maneira de ver o Mundo e de viver.


4. Leitura em conjunto de dois textos da RE.
            Kardec - RE jun/1867 – sobre a correção de uma disposição moral viciosa pela homeopatia
Fev1987 - AS TRÊS CAUSAS PRINCIPAIS DAS DOENÇAS.

5.Prece final

ANEXOS


1 – A Homeopatia é uma terapia espírita?
Não, até porque é anterior ao Espiritismo. Seus princípios foram estabelecidos por Samuel Hahnemann no final do século 18. Sua obra fundamental, Órganon da Arte de Curar, foi publicada em 1810, quarenta e sete anos antes da publicação de O Livro dos Espíritos.

2 – Por que, então, há tantos médicos homeopatas espíritas e no receituário mediúnico os Espíritos dão preferência à homeopatia?
Ocorre que há certa identidade de conceitos. Hahnemann proclamava que as enfermidades decorrem de problemas com a força vital dos pacientes. O Espiritismo confirma a existência de correntes magnéticas que circulam em nosso organismo, cujos desajustes afetam o perispírito, com reflexos no corpo físico, originando variadas enfermidades.

3 – Qual seria a ação da homeopatia?
Numa manifestação publicada na Revista Espírita, em outubro de 1863, Santo Agostinho refere-se à homeopatia como matéria espiritualizada. Na homeopatia temos a alma do medicamento ou, mais exatamente, seu componente energético, liberado a partir do processo de dinamização da substância utilizada. Em tal condição, ela atua diretamente sobre o desajuste perispiritual, com reflexos salutares na economia física.

4 – Algo semelhante à ação do passe magnético?
Exatamente. Na homeopatia temos o magnetismo liberado da substância dinamizada. No passe temos o magnetismo fornecido pelo passista e pelos Espíritos que o assistem.

5 – É possível fazer uso de ambos?
É uma associação muito produtiva, geralmente recomendada por médicos desencarnados que fazem o receituário mediúnico nos Centros Espíritas.

7 – Hahnemann também pensava assim?
Sim. Os princípios da Homeopatia definem que a saúde subordina-se à harmonia física, emocional e mental do indivíduo.

Esta carta não modifica em nada a opinião que emitimos sobre a ação da homeopatia no tratamento das doenças morais, e que vêm confirmar, ao contrário, os próprios argumentos do Sr. doutor Grégory. Persistimos, pois, em dizer que: se os medicamentos homeopáticos podem ter uma ação sobre o moral, é agindo sobre os órgãos das manifestações, o que pode ter a sua utilidade em certos casos, mas não sobre o Espírito; que as qualidades, boas ou más, e as aptidões são inerentes ao grau de adiantamento ou de inferioridade do Espírito, e que não é com um medicamento qualquer que se pode fazê-lo avançar mais depressa, nem lhe darás qualidades que não pode adquirir senão sucessivamente e pelo trabalho; que uma tal doutrina, fazendo as disposições morais dependerem do organismo, tira ao homem toda a  responsabilidade, o que quer disso diga o Sr. Grégory, e o dispensa de todo trabalho sobre si mesmo para se melhorar, uma vez que se poderia torná-lo bom, com seu desconhecimento, administrando-lhe tal ou tal remédio; que se, com a ajuda dos meios materiais, podem-se modificar os órgãos das manifestações, o que admitimos perfeitamente, esse meio não pode mudar as tendências instintivas do Espírito, não mais do que em cortando a língua a um tagarela não lhe lhe tira o desejo de falar. Um uso do Oriente vem confirmar a nossa afirmação por um fato material muito conhecido.
O estado patológico influi certamente sobre o moral em certos aspectos, mas as disposições que têm essa origem são acidentais, e não constituem o fundo do caráter do Espírito; são aquelas, sobretudo, que uma medicação apropriada pode modificar. Há pessoas que não são benevolentes senão depois de haverem jantado, e a quem não é preciso nada pedir quando estão em jejum; disto é preciso concluir que um bom jantar é um remédio contra o egoísmo? Não, porque essa benevolência, provocada pela plenitude da satisfação sensual, é um efeito do próprio egoísmo; não é senão uma benevolência aparente, um produto deste pensamento: "Agora que não tenho mais necessidade de nada, posso me ocupar um pouco com os outros."
Em resumo, não contestamos que certos medicamentos, e a homeopatia mais do que qualquer outra, não produzem alguns dos efeitos indicados, mas não lhes contestamos mais senão os resultados permanentes, e sobretudo tão universais que alguns o pretendem. Um caso em que a homeopatia, sobretudo, pareceria particularmente aplicável com sucesso, é o da loucura patológica, porque aqui a desordem moral é a conseqüência da desordem física, e que está constatado agora, pela observação dos fenômenos espíritas, que o Espírito não é louco; não se tem o que modificá-lo, mas dar-lhe os meios de se manifestar livremente. A ação da homeopatia pode ser aqui tanto mais eficaz quanto ela atue principalmente, pela natureza espiritualizada de seus medicamentos, sobre o perispírito, que desempenha um papel preponderante nesta afecção.                                               Kardec - RE jun/1867


AS TRÊS CAUSAS PRINCIPAIS DAS DOENÇAS.   (Paris, 25 de outubro de 1866. - Médium, Sr. Desliens).

O que é o homem?... Um composto de três princípios essenciais: o Espírito, o perispírito e o corpo. A ausência de um qualquer destes três princípios, necessariamente, levaria ao aniquilamento do ser no estado humano. Se o corpo não existe mais, há o Espírito e não mais o homem; se o perispírito falta ou não pode funcionar, o imaterial não podendo agir diretamente sobre a matéria e se encontrando assim na impossibilidade de se manifestar, poderá aí ter alguma coisa no gênero do cretino ou do idiota, mas não
haverá jamais um ser inteligente. Enfim, se falta o Espírito, ter-se-á um feto vivendo da vida animal e não um Espírito encarnado. Se, pois, temos três princípios presentes, estes três princípios devem reagir um sobre o outro, e se seguirá a saúde ou a doença, segundo houver entre eles harmonia perfeita ou desacordo parcial.
Se a doença ou a desordem orgânica, como se queira chamá-la, procede do corpo, os medicamentos materiais, sabiamente empregados bastarão para restabelecera harmonia geral. Se a perturbação vem do perispírito, se é uma modificação do princípio fluídico que o compõe, que se acha alterado, será preciso uma medicação em relação com a natureza do órgão para que as funções possam retomar seu estado normal. Se a doença procede do Espírito, não se poderia empregar, para combatê-la, outra coisa do que uma medicação espiritual. Se, enfim, como é o caso mais geral, e se pode dizer mesmo aquele que se apresenta exclusivamente, se a doença procede do corpo, do perispírito e do Espírito, será preciso que a medicação combata, ao mesmo tempo, todas as causas da desordem, por meios diversos, para obter a cura. Ora, que fazem geralmente  os médicos? Eles cuidam do corpo, curam-no; mas curam a doença? Não. Por quê? Porque o perispírito, sendo um princípio superior à matéria propriamente dita, poderá se tornar causa com relação a este; e se está entravado, os órgãos materiais que se encontram em relação com ele estarão igualmente atingidos em sua vitalidade. Cuidando do corpo, destruís o efeito; mas a causa residindo no perispírito, a doença virá de novo quando os cuidados cessarem, até que se tenha percebido que é preciso levar em outra parte a sua atenção, cuidando fluidicamente o princípio fluídico mórbido.
Se, enfim, a doença procede da mente, o Espírito, o perispírito e o corpo, colocados sob sua dependência, serão entravados em suas funções, e não é nem cuidando de um, nem cuidando do outro que se fará desaparecer a causa.
Não é, pois, colocando a camisa de força num louco, ou em lhe dando pílulas ou duchas, que se chegará a levá-lo ao seu estado normal; somente se acalmarão seus sentidos revoltados; acalmarão seus acessos, mas não se destruirá o germe senão em combatendo-o por seus semelhantes, fazendo da homeopatia espiritual e fluidicamente, como se o faz materialmente, dando ao doente, pela prece, uma dose infinitesimal de paciência, de calma, de resignação, segundo os casos, como se lhe dá uma dose infinitesimal de brucina, de digitalina ou de acônito.
Para destruir uma causa mórbida, é preciso combatê-la em seu terreno.

Doutor MOREL LAVALLÉE.  (RE, Fev/1867)

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