domingo, 4 de dezembro de 2016

Obsessão e Loucura

Casa Espírita Missionários da Luz – ESDE2 - 01/09/2015

Tema: Obsessão e Loucura

Objetivos:
a)    Conceituar loucura do ponto de vista médico e espírita;
b)    Interpretar à luz do Espiritismo, os casos de subjugações relatados pelos evangelistas: Marcos, 1:21-27 e 9:13-28; Mateus, 9:32-34 e 12:22-28;
c)    Identificar a autoridade de Jesus quando do trato com obsessores e obsidiados.

Bibliografia:
·         O Livro dos Médiuns – Cap. XXIII - Da Obsessão – item 254 (6ª);
·         A Gênese – Cap. XV – Possessos – itens 29 à 34, Cap. XIV - item 47 e 48
·         O Livro dos Espíritos, perg 473 à 480;
·         Recordações da Mediunidade – Yvone Pereira, Cap. 10 - “O Complexo Obsessão”;
·         A Loucura Sob Novo Prisma – Obsessão
·         Libertação, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 8, 9 e 10.

Sugestões de Atividades: apostila FEB – Roteiro 40

Material:

Desenvolvimento:  
  1. Leitura de página
  
  1. Prece inicial, e comentários da página

  1. Falar do nosso tema, que é uma continuação do tema principal, obsessão, sendo que nosso foco hoje, é a loucura.
Para começar veremos o significado, do ponto de vista médico, da palavra ‘loucura’ segundo o dicionário Michaelis:

Med Desarranjo mental que, sem a pessoa afetada estar ciente do seu estado, lhe modifica profundamente o comportamento e torna-a irresponsável; demência; psicose.
èComo o órgão de expressão da mente é o cérebro, a medicina busca aí a causa da loucura.

  1. Propor cochicho 2 a 2, para responder às perguntas:

01. Em que situação a obsessão pode levar à loucura? 
02. A loucura é sempre resultado de alguma lesão cerebral? Justifique sua resposta. 
03. Que relação existe entre subjugação e possessão? 
04. A ação persistente de um obsessor pode provocar lesões no organismo físico do obsidiado. Estas lesões são reversíveis ou irreversíveis? Justifique a resposta. 


Respostas:

01.  Em que situação a obsessão pode levar à loucura? 

Livro dos Médiuns '(...) Entre os que são tidos como loucos, muitos há que apenas são subjugados; precisariam de um tratamento moral espiritual, enquanto que com os tratamentos corporais os tornam verdadeiros loucos. Quando os médicos conhecerem bem o Espiritismo, saberão fazer essa distinção e curarão mais doentes (...).' (Cap. 23 - item 254/6a) 

Nos casos de obsessão, portanto, o que vai determinar a perturbação na transmissão do pensamento, é a interposição dos fluidos do Espírito obsessor, entre o agente (alma) e o instrumento (cérebro), de modo que fica interrompida a comunicação regular dos dois. 
A alma pensa mas seu pensamento só se manifesta de maneira truncada, imperfeitamente, em razão da barreira imposta pelo obsessor. (A Loucura Sob Novo Prisma, - ‘Obsessão)

02. A loucura é sempre resultado de alguma lesão cerebral? Justifique sua resposta. 

Não. Conforme texto do LM, na resposta da pergunta 01.

03. Que relação existe entre subjugação e possessão? 

A Gênese, Cap. XIV  Itens 47 e 48
47. Na obsessão, o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado por uma como teia e constrangido a proceder contra a sua vontade.
Na possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito atuante se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio, sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte. A possessão, conseguintemente, é sempre temporária e intermitente, porque um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, pela razão de que a união molecular do perispírito e do corpo só se pode operar no momento da concepção.(Cap. XI, nº 18.)
De posse momentânea do corpo do encarnado, o Espírito se serve dele como se seu próprio fora: fala pela sua boca, vê pelos seus olhos, opera com seus braços, conforme o faria se estivesse vivo. Não é como na mediunidade falante, em que o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um desencarnado; no caso da possessão é mesmo o último que fala e obra; quem o haja conhecido em vida, reconhece-lhe a linguagem, a voz, os gestos e até a expressão da fisionomia.

48. Na obsessão há sempre um Espírito malfeitor. Na possessão pode tratar-se de um Espírito bom que queira falar e que, para causar maior impressão nos ouvintes, toma do corpo de um encarnado, que voluntariamente lho empresta, como emprestaria seu fato a outro encarnado. Isso se verifica sem qualquer perturbação ou incômodo, durante o tempo em que o Espírito encarnado se acha em liberdade, como no estado de emancipação, conservando-se este último ao lado do seu substituto para ouvi-lo.
Quando é mau o Espírito possessor, as coisas se passam de outro modo. Ele não toma moderadamente o corpo do  encarnado, arrebata-o, se este não possui bastante força moral para lhe resistir. (...)
São numerosos os fatos deste gênero, em diferentes graus de intensidade, e não derivam de outra causa muitos casos de loucura. Amiúde, há também desordens patológicas, que são meras conseqüências e contra as quais nada adiantam os tratamentos médicos, enquanto subsiste a causa originária.


04. A ação persistente de um obsessor pode provocar lesões no organismo físico do obsidiado. Estas lesões são reversíveis ou irreversíveis? Justifique a resposta. 

Sim. Temos diversos casos no NT, e nas obras de André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda. Como vimos na semana retrasada, no livro “Loucura e Obsessão” – Divaldo P. Franco/Manoel Philomeno de Miranda, Cap. 19 e 20 (Parasitose Espiritual), a ação do obsessor foi tão persistente que seu afastamento gerou a morte do obsidiado.


5.    Casos de subjugações no NT: - entregar em papéis para que alguns dos participantes possam ler e interpretar:

Tendo eles saído, apresentaram-lhe um homem mudo, possesso do demônio. — Expulso o demônio o mudo falou e o povo, tomado de admiração, dizia: Jamais se viu coisa semelhante em Israel.   (S. Mateus, 9:32 a 34.)    (A Gênese, Cap. XV, item 30)


Quando ele foi vindo ao lugar onde estavam os outros discípulos, viu em torno destes uma grande multidão de pessoas e muitos escribas que com eles disputavam. — Logo que deu com Jesus, todo o povo se tomou de espanto e temor e correram todos a saudá-lo.
Perguntou ele então: Sobre que disputáveis em assembléia?
— Um homem, do meio do povo, tomando a palavra, disse: Mestre, trouxe-te meu filho, que está possesso de um Espírito mudo; — em todo lugar onde dele se apossa, atira-o por terra e o menino espuma, rilha os dentes e se torna todo seco. Pedi a teus discípulos que o expulsassem, mas eles não puderam.
Disse-lhes Jesus: Oh! gente incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos suportarei? Trazei-mo. — Trouxeram-lho e ainda não havia ele posto os olhos em Jesus, e o Espírito entrou a agitá-lo violentamente; ele caiu no chão e se pôs a rolar espumando.
Jesus perguntou ao pai do menino: Desde quando isto lhe sucede? — Desde pequenino, diz o pai. — E o Espírito o tem lança- do, muitas vezes, ora à água, ora ao fogo, para fazê-lo perecer; se alguma coisa puderes, tem compaixão de nós e socorre-nos.
Respondeu-lhe Jesus: Se puderes crer, tudo é possível àquele que crê. — Logo exclamou o pai do menino, banhado em lágrimas: Senhor, creio, ajuda-me na minha incredulidade.
Jesus, vendo que o povo acorria em multidão, falou em tom de ameaça ao Espírito impuro, dizendo-lhe: Espírito surdo e mudo sai desse menino e não entres mais nele. — Então, o Espírito, soltando grande grito e agitando o menino em violentas convulsões, saiu, ficando como morto o menino, de sorte que muitos diziam que ele morrera. — Mas Jesus, tomando-lhe as mãos e amparando-o, fê-lo levantar-se.
Quando Jesus voltou para casa, seus discípulos lhe perguntaram, em particular: Por que não pudemos nós expulsar esse demônio?
— Ele respondeu: Os demônios desta espécie não podem ser expulsos senão pela prece e pelo jejum. (S. Marcos, 9:13 a 28.)   (A Gênese, Cap. XV, item 31)


Vieram em seguida a Cafarnaum e Jesus, entrando primeiramente, em dia de sábado, na sinagoga, os instruía. — Admiravam-se da sua doutrina, porque ele os instruía como tendo autoridade e não como os escribas.
Ora, achava-se na sinagoga um homem possesso de um Espírito impuro, que exclamou: — Que há entre ti e nós, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: és o santo de Deus.
— Jesus, porém, falando-lhe ameaçadoramente, disse: Cala-te e sai desse homem. — Então, o Espírito impuro, agitando o homem em violentas convulsões, saiu dele.
Ficaram todos tão surpreendidos que uns aos outros perguntavam: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Ele dá ordem com império, até aos Espíritos impuros, e estes lhe obedecem. (S. Marcos, 1:21 a 27.)  (A Gênese, Cap. XV, item 29)


6.    Distribuir trecho do livro de André Luiz, para estudo do caso da obsessão de Margarida.

7.    Prece final

8.    Anexos




Libertação, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 8 ‘Inesperada intercessão’


Gregório refletiu alguns instantes e redargüiu:
— É muito tarde.
— Porquê? — indagou nosso Instrutor, in­quieto.
— O caso de Margarida — esclareceu o hiero­fante em tom significativo — está definitivamente entregue a uma falange de sessenta servidores de meu serviço, sob a chefia de duro perseguidor que lhe odeia a família. (...)
Seria infrutífera qualquer tentativa liberatória. Os raciocínios dela vão sendo contur­bados, pouco a pouco, e o trabalho de imantação para a morte estão quase terminados.

Cap. 9 ‘Perseguidores invisíveis’

Mulher ainda moça, mostrando extrema pali­dez nas linhas nobres do semblante digno, entregava-se a tormentosa meditação.  (...)
Dois desencarnados, de horrível aspecto fisio­nômico, inclinavam-se, confiantes e dominadores, sobre o busto da enferma, submetendo-a a compli­cada operação magnética. Essa particularidade do quadro ambiente dava para espantar. No entanto, meu assombro foi muito mais longe, quando con­centrei todo o meu potencial de atenção na cabeça da jovem singularmente abatida. Interpenetrando a matéria espessa da cabeceira em que descansava, surgiam algumas dezenas de “corpos ovóides”, de vários tamanhos e de cor plúmbea, assemelhando-se a grandes sementes vivas, atadas ao cérebro da paciente através de fios sutilíssimos, cuidadosa­mente dispostos na medula alongada.
A obra dos perseguidores desencarnados era meticulosa, cruel.
Margarida, pelo corpo perispirítico, jazia abso­lutamente presa, não só aos truculentos perturbadores que a assediavam, mas também à vasta fa­lange de entidades inconscientes, que se caracteri­zavam pelo veículo mental, a se lhe apropriarem das forças, vampirizando-a em processo intensivo.
Em verdade, já observara, por mim, grande quantidade de casos violentos de obsessão, mas sem­pre dirigidos por paixões fulminatórias. Entretan­to, ali verificava o cerco tecnicamente organizado.
Evidentemente, as “formas ovóides” haviam sido trazidas pelos hipnotizadores que senhoreavam o quadro.
Com a devida permissão, analisei a zona física hostilizada. Reparei que todos os centros metabó­licos da doente apareciam controlados. A própria pressão sanguínea demorava-se sob o comando dos perseguidores. A região torácica apresentava apre­ciáveis feridas na pele e, examinando-as, cuidadoso, vi que a enferma inalava substâncias escuras que não somente lhe pesavam nos pulmões, mas se refletiam, sobremodo, nas células e fibras conjun­tivas, formando ulcerações na epiderme.
A vampirização era incessante. As energias usuais do corpo pareciam transportadas às “formas ovóides”, que se alimentavam delas, automàtica­mente, num movimento indefinível de sucção.
(...)
Margarida demonstrava-se exausta e amargu­rada.
Dominadas as vias do equilíbrio no cerebelo e envolvidos os nervos óticos pela influência dos hipnotizadores, seus olhos espantados davam idéia dos fenômenos alucinatórios que lhe acometiam a mente, deixando perceber o baixo teor das visões e audições interiores a que se via submetida.
(...)

10 – ‘Em aprendizado’

A jovem senhora, novamente metida no leito, semi-aniquilada, punha os olhos no ar vazio, absorvida de indefinível pavor.
Um dos insensíveis magnetizadores presentes, começou a aplicar ener­gias perturbadoras, ao longo dos olhos, torturando as fibras de sustentação. Não sômente o cristalino, em ambos os órgãos visuais, denunciava fenômenos alucinatórios, mas também as artérias oculares re­velavam-se sob fortes modificações.
Percebi a facilidade com que os seres perver­sos das sombras hipnotizam as suas vítimas, impondo-lhes os tormentos psíquicos que desejam. (...)
Dilacerada, a mente aflita e sofredora tira­nizava o coração que batia, precipite, imprimindo graves alterações em todo o cosmos orgânico.
Das complicadas operações sobre os olhos, o magnetizador passou a interessar-se pelas vias do equilíbrio e pelas células auditivas, carregando-as de substância escura, qual se estivesse doando com­bustível a um motor.
Margarida, ainda que o desejasse, agora não conseguiria erguer-se. Compacta emissão de fluidos tóxicos misturava-se à linfa dos canais semi­circulares. (...)

Mostrava o relógio um quarto para meio-dia, quando alguns passos se fizeram ouvidos.
— É o médico — elucidou Saldanha, com ma­nifesta expressão de sarcasmo —; debalde, porém, procurará lesões e micróbios... (...)
Declarou que a jovem senhora, em sua opinião, certamente se mantinha sob o império da epilepsia secundária e que, em última análise, se socorreria da cola­boração de colegas eminentes para submetê-la a exame particularizado da lesão cérebro-meníngea, seguido, possivelmente, de intervenção cirúrgica aconselhável. (...)

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