Casa Espírita Missionários da Luz - ESDE - 11/07/2017
Estudo do livro: Os Mensageiros – André Luiz
Tema: Os Mensageiros – Cap 23 – Pesadelos
Coordenadora: Jeane
Objetivos:
- Examinar e refletir sobre os sono atormentado que acometem os
espíritos delinquentes;
- Estudar o monoideismo e a fixação mental;
- Perceber como a Bondade Divina nos dá uma nova chance de retificação e
progresso através da reencarnação.
Bibliografia:
- Os Mensageiros, André Luiz, Cap 23;
- Evolução em dois mundos, André Luiz, cap. 16 – mecanismos da mente;
- Ação e Reação, André Luiz, cap. 13 – débito estacionário;
- Florações evangélicas, Joanna de Ângelis, cap. 12 – Examinando a
desencarnação.
Material: apresentação PowerPoint; cópias dos textos dos
casos de estudo dos grupos.
Desenvolvimento:
- Leitura da página de Joanna: ‘Examinando a desencarnação’
2. Apresentação de slides com os trechos a serem debatidos:
Slide 1 – Capítulo 23 -
Pesadelos
Slide 2 - Aniceto conduz
André Luiz e Vicente a leitos mais distantes, sem auxílio magnético.
- Desejaria conhecer a
extensão dos benefícios colhidos por vocês no Gabinete de Auxílio Magnético às
Percepções. Para ajudar eficientemente aos nossos amigos
encarnados, é necessário
saibamos ver com clareza e precisão.
Slide 3 - Todos os que
dormem nestes pavilhões permanecem dentro do mau sono.
– Mas teremos,
porventura, nas zonas espirituais, os que estejam em bom sono? – interrogou
Vicente, de modo brusco.
– Sem dúvida – respondeu
Aniceto, solícito –, temos na esfera de nossas atividades os que repousam
períodos curtos, quais trabalhadores retos que esperam o repouso noturno, com a
tranquilidade dos que sabem trabalhar e descansar, de consciência aliviada.
Slide 4 - (...) Quem
dorme em desequilíbrio, entrega-se a pesadelos. Todos estes irmãos
desventurados que nos cercam, aparentemente mortos, são presas de horríveis
visões íntimas. Vejamos o aproveitamento de vocês.
Designando-me um corpo
envelhecido de mulher, recomendou:
– Você, André, examine
detidamente essa irmã. Abstenha-se de todas as considerações do plano exterior.
Observe-a com todas as possibilidades e percepções ao seu alcance.
Slide 5 - Procurei
esquecer os quadros externos, focalizando aquela máscara feminina com todos os
meus recursos mentais. Observava a sombra cinzento-escura que se lhe ia condensando
em torno da fronte. Estupefato, comecei a divisar formas movimentadas no âmbito
da pequena tela sombria.
Slide 6 - Surgiu uma
casa modesta de cidade humilde. Tive a impressão de transpor-lhe a porta. Lá
dentro, um quadro horrível e angustioso. Uma senhora de idade madura,
demonstrando crueldade impassível no rosto, lutava com um homem embriagado.
– “Ana! Ana! pelo amor
de Deus! não me mates!” – dizia ele, súplice, incapaz de defender-se. -
perdoa-me se te causei algum mal!
– “Morrerás mesmo assim.
Tenho a infelicidade de amar-te, a ti que pertences a outra mulher! Não
quiseste seguir-me e preciso vingar-me!”
E, de súbito, crivou-lhe
o crânio de marteladas surdas.
Slide 7 - Logo após, vi
a criminosa conduzindo o cadáver em carrinho de mão, através de um trilho ermo.
Via dispondo o cadáver para que a cabeça fosse decepada à passagem do comboio,
retirando-se apressadamente, reconduzindo o pequeno carro vazio. (...) Antes,
porém, que depusesse o carrinho no extenso quintal, vi que arregalava os olhos
como louca, cercada de seres que me pareceram bandidos de negras vestes.
– “Acudam-me!
Acudam-me!” – gritava, espavorida. E continuava a cena, em que a desventurada
golfava súplicas em vão.
E, graças à Bondade
Divina, não experimentei pela mulher infeliz senão a mais viva compaixão.
Slide 8 - Porque haveria
de acusá-la, se não lhe conhecia o passado total? Que laços a uniriam à vítima,
igualmente digna de piedade fraternal? Como teria começado o drama doloroso?
Não sabia. Enxergava somente a pobre mulher rodeada de sombras agressivas,
implorando socorro. Ignorava como ajudá-la, mas recordei que Ana era minha
irmã, filha do mesmo Pai, irmã que adoecera no caminho comum, sem que eu
pudesse, pelo menos por agora, indagar a causa. Procurava, comigo mesmo, algum
meio de auxiliá-la, quando alguém me chamou de súbito.
Slide 9 - Era Aniceto
que exclamava, bondoso:
– Venha, André! Vicente
e você têm sabido aproveitar alguma coisa. Seus pensamentos de fraternidade e
paz muito auxiliaram essa irmã infeliz. Guarde a certeza disso e continue
buscando a compreensão para socorrer e ajudar com êxito. Conforme observaram de
perto, sabem agora que cada um dos que aqui dormem sono atormentado, vivem
estranhos pesadelos, de que não podem isentar-se de um instante para outro.
Slide 10 - Bastará
lembrar sempre que a dívida, em toda parte, anda com os devedores.
- Trabalho em grupos
- Grupo 1 - Ação e reação - Débito
estacionário
Silas foi procurado por um companheiro
aflito, que avisou, atencioso:
– Assistente, nossa irmã Poliana parece
vergar, em definitivo, ao peso da imensa prova.
– Revoltada? – indagou nosso amigo com
inflexão de paciência e bondade.
– Não – aclarou o interpelado. – Nossa irmã
está enferma e o equilíbrio orgânico declina de hora a hora... Apesar disso vem
lutando heroicamente para conservar-se ao pé do filho infeliz.
(...) A breves minutos, achávamo-nos em
paisagem rural pobre e triste. Num casebre, totalmente exposto à ventania
noturna, infortunada mulher jazia enrolada em farrapos, numa esteira de palha ao
rés do solo e, a poucos metros, mísero anão paralítico exibia o semblante
alvar. Reconhecia-se-lhe, de pronto, a idiotia completa, sob a vigilância da
enferma desditosa, que o fitava entre a aflição e o desencanto.
– Temos aqui nossa irmã Poliana e Sabino, o
filho desventurado que o Poder Celeste lhe confiou. Espiritualmente, são ambos
tutelados da Mansão, em pedregoso caminho de reajuste.
(...)Em rápidos minutos, energias
imponderáveis da Natureza, associadas aos fluidos de plantas medicinais, foram
trazidas à nossa enferma, que as inalava a longos sorvos, e, em tempo breve,
vimos Poliana surpreendentemente refeita, pronta a retomar o envoltório para a
necessária restauração.
Em seguida, convidou-nos a observar o campo
orgânico de Sabino. Por fora, sim, era ele dolorosa máscara de anormalidade e
aberração. Recomendou-nos o Assistente auscultar-lhe o campo íntimo, e, em
razão disso, findos alguns minutos de reflexão, assimilei-lhe a faixa mental,
observando-lhe as singulares reminiscências...
Corporificados ante a nossa visão espiritual,
os pensamentos dele tomavam consistência, compelindo-nos a enxergá-lo qual se
sentia em verdade. Víamo-lo em trajes de palaciano bem-posto, influenciando
pessoas categorizadas para a consumação de crimes ocultos, a culminarem sempre
na flagelação do povo. E, ao seu lado, sempre a mesma mulher, cujo porte
soberbo revelava Poliana, aquela mesma Poliana que jazia inerme na esteira de
palha... Assombrados, identificávamos ambos cercados de luxo e ouro, manchados,
porém, de sangue, ao qual se faziam plenamente insensíveis...
Percebendo-nos a perplexidade, Silas
observou:
– Decerto, não lhe ouviremos a palavra
articulada, mudo e surdo qual se encontra, mas podemos consultar-lhe o
pensamento, porquanto reagirá em pensamento, respondendo-nos às interpelações,
através da conversação ideada. Para isso, porém, é imprescindível lhe
dispensemos o tratamento devido à personalidade que julga viver...
Mentalizemo-lo como sendo o Barão de S..., titulo que exibiu na existência
última e com o qual se desvairou calamitosamente nas trevas da delinqüência e
da vaidade.
Diante dos problemas que o estudo suscitava,
indagou Hilário, surpreso:
– Mas... onde a vantagem de semelhantes
padecimentos?
Silas esboçou leve expressão de tristeza e
considerou:
– Temos sob nossa atenção lamentável débito
congelado. Nosso pobre companheiro, deploravelmente tombado, praticou numerosos
delitos na Terra e no Plano Espiritual e, há mais de mil anos, vem sucumbindo,
vaidoso e desprevenido, às garras da criminalidade... De existência a
existência, não soube senão consumir os recursos do campo físico, tumultuando
as paisagens sociais em que o Senhor lhe concedeu viver. Calamidades diversas,
como sejam homicídios, rebeliões, extorsões, calúnias, falências, suicídios, abortos
e obsessões foram por ele provocados, desde muitos séculos, porquanto nada viu
à frente dos olhos senão o seu egoísmo a saciar... Entre o berço e o túmulo, é
o desatino incessante, e, do túmulo para o berço, é a maldade fria e inconse
qüente, apesar das intercessões de amigos abnegados, que o amparam em novas
tentativas de regeneração e levantamento. Quase sempre inspirado nos pontos de
vista de Poliana, que lhe vem sendo a companheira de múltiplas jornadas,
cristalizou-se como infeliz empresário do crime, agigantando-se-lhe de tal modo
o desequilíbrio na existência última, terminada no suicídio indireto através do
mergulho deliberado na viciação, que não houve outro remédio para ele senão o
insulamento absoluto na carne, ao nevoeiro da romagem presente, na qual o
identificamos, assim, como fera enjaulada na armadura de células aviltantes,
sob a custódia da mulher que o ajudou nas quedas sucessivas, erigida agora à
posi- ção de enfermeira maternal do seu longo infortúnio. Poliana, a
companheira fútil e transviada do bem, que habitualmente escolheu para si a
condição de boneca do prazer delituoso, acordou, além-túmulo, para as
realidades da vida, antes dele... Despertou e sofreu muito, aceitando a tarefa
de auxiliá-lo na recuperação em que, por certo, despenderão muito tempo
ainda... Sabino é um problema de débito estacionário, porque jaz em processo de
hibernação espiritual, compulsoriamente enquistado no próprio íntimo, a
benefício da comunidade de Espíritos desencarnados e encarnados, porquanto tão
expressivos se lhe destacam os gravames de ordem material e moral que a sua
presença consciente, na Terra ou no Espaço, provocaria perturbações e tumultos
de conseqüências imprevisíveis. Desfruta, desse modo, uma pausa na luta, como
ensaio de esquecimento, a fim de que possa, de futuro, encarar o montante dos
compromissos em que se enleia, promovendo-lhes solução digna nos séculos
próximos, a golpes de férrea vontade na renunciação de si mesmo. (...)Como
vemos, tamanhas são as ligações de nosso companheiro nos planos infernais que,
por mercê de Jesus, foi ele ocultado provisoriamente neste corpo monstruoso em
que se faz não apenas incomunicável, mas também de algum modo irreconhecível,
em favor dele próprio. É indispensável que o tempo com a Bondade Divina lhe amparem
os problemas aflitivos e complexos.
- Grupo 2 - Evolução em dois mundos – mecanismos da mente
Mecanismos do
monoideísmo
Em vista disso, se a criatura encarnada pode
cair em amnésia ou afasia pela oclusão dos núcleos da memória
ou da fala, sem desequilíbrio integral da inteligência, a criatura
desencarnada pode arrojarse a frustrações semelhantes, sem perturbação total
do pensamento, enquanto se lhe mantenha a distonia.
Segundo critério idêntico, se a habilidade de
um homem para manobrar determinado idioma pode cessar numa das
subdivisões do núcleo da fala, no córtex, persistindo a habilidade para
lidar com idiomas outros, assim também o núcleo da visão profunda, no
centro coronário, pode sofrer disfunção específica pela qual um Espírito desencarnado
contemplará tão somente, por tempo equivalente à conturbação em que se
encontre, os quadros terríficos que lhe digam respeito às culpas contraídas,
sem capacidade para observar paisagens de outra espécie; escutará
exclusivamente vozes acusadoras que lhe testemunhem os compromissos
inconfessáveis, sem possibilidade de ouvir quaisquer outros valores sônicos,
tanto quanto poderá recordar apenas acontecimentos que se lhe
refiram aos padecimentos morais, com absoluto olvido de fatos outros, até mesmo
daqueles que se relacionem com a sua personalidade, motivo pelo qual se fazem
tão raros os processos de perfeita identificação individual, na generalidade
das comunicações mediúnicas, com entidades dementadas ou sofredoras,
comumente estacionárias no monoideísmo que as isola em tipos exclusivos
de recordação ou emoção, de vez que, nessas condições, o pensamento
contínuo que lhes flui da mente, em circuito viciado sobre si mesmo, age
coagulando ou materializando pesadelos fantásticos, em conexão com as lembranças
que albergam.
E esses pesadelos não são realmente meras criações
abstraías, porquanto, em fluxo constante, as imagens repetidas, formadas pelas
partículas vivas de matéria mental, se articulam em quadros que obedecem também
à vitalidade mais ou menos longa do pensamento, justapondo-se às criaturas
desencarnadas que lhes dão a forma e que, congregando criações do mesmo teor,
de outros Espíritos afins, estabelecem, por associações espontâneas, os painéis
apavorantes em que a consciência culpada expia, por tempo justo, as
consequências dos crimes a que se empenhou, prejudicando a harmonia das Leis
Divinas e conturbando, concomitantemente, a si mesma.
Zonas
purgatórias
Obliterados os núcleos energéticos da alma,
capazes de conduzi-la às sensações de euforia e elevação, entendimento e
beleza, precipita-se a mente, pelo excesso da taxa de remorso nos
fulcros da memória, na dor do arrependimento a que se encarcera por
automatismo, conforme os princípios de responsabilidade a se lhe delinearem no
ser, plasmando com os seus próprios pensamentos as telas temporárias, mas por
vezes de longuíssima duração, em que contempla, incessantemente,
por reflexão mecânica, o fruto amargo de suas próprias obras, até que
esgote os resíduos das culpas esposadas ou receba caridosa intervenção
dos agentes do amor divino, que, habitualmente, lhe oferecem o preparo adequado
para a reencarnação necessária, pela qual retornará ao aprendizado prático das
lições em que faliu. É dessa forma que os suicidas, com agravantes à frente do
Plano Espiritual, como também os delinquentes de variada categoria, padecem por
largo tempo a influência constante das aflitivas criações mentais deles mesmos,
a elas aprisionados, pela fixação monoidéica de certos núcleos do corpo
espiritual, em detrimento de outros que se mantêm malbaratados e oclusos. E
porque o pensamento é força criativa e aglutinante na criatura consciente
em plena Criação, as imagens plasmadas pelo mal, à custa da energia
inestancável que lhe constitui atributo inalienável e imanente, servem para a
formação das paisagens regenerativas em que a alma alucinada pelos próprios
remorsos é detida em sua marcha, ilhando-se nas consequências dos próprios
delitos, em lugares que, retendo a associação de centenas e milhares de
transviados, se transformam em verdadeiros continentes de angústia, filtros de
aflição e de dor, em que a loucura ou a crueldade, juguladas pelo
sofrimento que geram para si mesmas, se rendem lentamente ao raciocínio
equilibrado, para a readmissão indispensável ao trabalho remissor.
- Apresentação dos grupos
- Poliana e Sabino
- Mecanismos da mente
- Conclusão
Por que alguns espíritos
tem necessidade do torpor quase absoluto?
Quais as consequências
dos nossos crimes no mundo espiritual?
Qual o valor da reencarnação
para estes espíritos atormentados?
Slide 11 - “Vá e não peques mais para
que não te suceda algo pior.”
João 5:14
Slide 12 - Terapêutica
Fixação mental
Analisando,
superficialmente embora, o problema da fixação mental, depois da morte, convém
não esquecer que a alma, quando encarnada, permanece munida do equipamento
fisiológico que lhe faculta o atrito constante com a natureza exterior. As
reações contínuas, hauridas pelos nervos da organização sensorial, determinando
a compulsória movimentação do cérebro, associadas aos múltiplos serviços da
alimentação, da higiene e da preservação orgânica, estabelecem todo um conjunto
vibratório de emoções e sensações sobre as cordas sensíveis da memória, valendo
por impactos diretos da luta evolutiva no espírito em desenvolvimento,
obrigando-o a exteriorizar-se para a conquista de experiência. Esse exercício
incessante, enquanto a alma se demora no mundo físico, trabalha o cosmo mental,
inclinando-o a buscar no bem o clima da atividade que o investirá na posse dos
recursos de elevação. Como sabemos, todo bem é expansão, crescimento e harmonia
e todo mal é condensação, atraso e desequilíbrio. O bem é a onda permanente da
vida a irradiar-se como o Sol e o mal pode ser considerado como sendo essa
mesma onda, a enovelar-se sobre si mesma, gerando a treva enquistada. Ambos
personalizam o amor que é libertação e o egoísmo, que é cárcere. E se a alma
não conseguiu desvencilhar-se, enquanto na Terra, das variadas cadeias de
egoísmo, como sejam o ódio e a revolta, a perversidade e a delinqüência, o
fanatismo e a vingança, a paixão e o vício, em se afastando do corpo de carne,
pela imposição da morte, assemelha-se a um balão electromagnético, pejado de
sombra e cativo aos processos da vida inferior, a retirar-se dos plexos que lhe
garantiam a retenção, através da dupla cadeia de gânglios do grande simpático,
projetando-se na esfera espiritual, não com a leveza específica, suscetível de
alçá-la a níveis superiores, em circuito aberto, mas sim com a densidade
característica da fixação mental a que se afeiçoa, sofrendo em si os choques e
entrechoques das suas próprias forças desvairadas, em circuito fechado sobre si
mesma, revelando lamentável desequilíbrio que pode perdurar até mesmo por
séculos, conforme a concentração do pensamento na desarmonia em que se compraz.
Nesse sentido, podemos simbolizar a vontade como sendo a âncora que retém a
embarcação do espírito em seu clima ideal. É necessário, assim, consagrar nossa
vida ao bem completo, a fim de que estejamos de acordo com a Lei Divina, escalando,
ao seu influxo, os acumes da Vida Superior. E é por isso que, encarecendo o
valor da reencarnação, como preciosa oportunidade de progresso, lembraremos
aqui as palavras do Senhor, no versículo 35, do capítulo 12, no Evangelho do
Apóstolo João: “Avançai enquanto tendes luz para que as trevas não vos
alcancem, porque todo aquele que caminha nas trevas, marchará fatalmente sob o
nevoeiro, perdendo o próprio rumo.”
Francisco de Menezes
Dias da Cruz (Instruções psicofônicas, Francisco Xavier, por Espíritos
diversos)
6. Prece final
7. Anexos
Examinando a
desencarnação
Fatalidade biológica, a morte, ou seja a
mudança de uma forma para outra, por impositivo da necessidade de
transformações incessantes, começa quando ocorrem as primeiras expressões
da vida. No homem, por exemplo, em cada segundo, no seu aparelho
circulatório, morrem um milhão de hemácias que são aproveitadas por
células especiais, no fígado, para a elaboração de outras, graças ao
ferro que é delas extraído. Segundo alguns biólogos, em cada sete anos, o corpo
humano se renova quase integralmente, à exceção das células nervosas, graças ao
processo de transformação ou morte que ocorre na estrutura somática.
Modificações incessantes em que a matéria assume a forma energética e esta se
adensa em novas expressões físicas, a, morte da aparência é uma constante
indispensável à evolução. Do resfriamento da energia que se condensa em
matéria, da dissociação das moléculas para o retorno à energia, no homem, o
espírito, que é o modelador da forma, sofre na sua intimidade os diversos
fenômenos de aglutinação e desagregação estrutural.Morrer, portanto,
ou desencarnar, significa, somente, mudar de estado.
* * *
A desencarnação tem início de dentro para
fora do corpo, nos tecidos sutis do perispírito, que condicionado a vibrações
especiais, encarregadas de manterem a vitalidade físiopsíquica, começam a
perder a sintonia, por cuja exteriorização mantém nas suas órbitas as
moléculas constitutivas da matéria. Mesmo nas ocorrências da desencarnação
violenta, por circunstâncias de vária ordem, não obstante a morte fisiológica
por interrupção da corrente mantenedora da vitalidade, o processo
desencarnatório só a pouco e pouco se consuma, através da liberação dos liames
psicossomáticos que se encontram imantados ao corpo. Disso decorrem as
sensações violentas, danosas, aflitivas que experimentam os desencarnados,
ainda imantados à carne, que são à violência arrancados da estrutura material,
sem o correspondente desligamento dos núcleos vitalizadores pelo processo paulatino
da dissociação liberativa. As expressões cadavéricas, em tais casos, transitam
em forma de dor ou angústia, dos tecidos em decomposição ao
espírito, mediante a complexa rede de filamentos semimateriais que se fixam nas
intimidades celulares, encarregadas do processo aglutinador dos
átomos nas realidades das funções e formas fisiológicas. Expressiva a
contribuição da mente no processo desencarnatório. Seja o hábito
salutar do desprendimento, exercitado pelo espírito encarnado, seja a
lembrança mental dos que se vinculam aos desencarnados, as vibrações se
transformam em sensações, produzindo, obviamente, liberação ou cativeiro
do espírito às formas materiais, conquanto muitas vezes reduzidas a
resíduos já em fase final de fusão na química inorgânica do subsolo ou nas
carneiras em que jazem. Comumente, após o desaparecimento da forma, as
construções mentais, elaboradas em contínuas fixações nos centros da memória
espiritual, se encarregam de reproduzir nas telas sensíveis do perispírito as
formaspensamento que se transformam em suplício de demorado
curso — fantasmas que se corporificam e se atam ao desencarnado,
angustiandoo e atemorizandoo — até que a dor corretiva,
por paulatino processo de coercitivo desgaste das imagens
vitalizadas, desapareça dos painéis mentais. O mesmo ocorre no campo da
organização semática, quando o espírito sofre a constrição das
elaborações mentais, a elas submetendose, e experimentando o efeito do
seu efeito — círculo vicioso dominante —, que somente se
modifica ao império da renovação interior, através de registros salutares
que realizarão o ministério da paz, como resultante das conseqüências
favoráveis que decorrem dessas causas edificantes.
* * *
Descontrai-te, libertando-te do medo, das
paixões, das limitações e voa na direção das paisagens superiores, a fim de que
a desencarnação, cujo processo lento já experimentas sem que
o saibas, em se consumando, não te agrilhoe ao mundo das formas de
que necessitas desvincularte. Dia chegará em que o teu processo
reencarnatório culminará com a cessação dos ciclos vibratórios no corpo e terás
que pairar além e acima das circunstâncias materiais, desencarnado, porém vivo,
morto na forma, no entanto, em transformações de dentro para fora,
prosseguindo na direção da Vida Abundante.
*
“O que ore em mim, ainda que esteja morto, viverá”.
(João, 11:25)
*
“A própria destruição, que aos homens parece o termo final de
todas as coisas,
é apenas um meio de chegar-se, pela transformação, a um
estado mais perfeito, visto que tudo morre par
a renascer e nada sofre o aniquilamento”.
Santo Agostinho (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Capítulo 3º
— Item 19)
Florações evangélicas, Joanna de Ângelis, cap. 12
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